Esse é o primeiro verdadeiro flagship da OnePlus, trazendo tanto um preço maior quanto características mais premium e algo bastante único que vou comentar. Mas como sabemos, não existe celular perfeito e alguns cortes foram feitos para que o OnePlus 7 Pro pudesse ser minimamente competitivo e ainda mais barato que os topos de linhas das outras fabricantes.
Será então que vale a pena gastar tanto numa importação? Ou as grandes marcas presentes nacionalmente continuam sendo a melhor escolha? Essas e outras dúvida que vamos responder nesse review.
Design e construção
O OnePlus 7 Pro segue as grandes tendências na sua construção. Buscando um visual completamente sem bordas, a primeira coisa que você nota-se é a ausência de basicamente tudo na parte frontal do aparelho.
O primeiro detalhe, e o truque que vai te deixar popular na balada, é a câmera escondida na parte superior, acionada automaticamente quando você vai tirar foto ou se optar pelo desbloqueio facial. A grande dúvida, assim como nos outros aparelhos que utilizam recursos parecidos, é a durabilidade desse mecanismo, já que peças móveis tem essa tendência chata de quebrar.
A própria OnePlus tem investido pesado em marketing para mostrar como ela aguenta o tranco e não vai quebrar com facilidade. Sendo bem sincero, é bem provável que você derrube o celular e quebre o corpo de vidro antes desse motor começar a dar problema.
O celular não tem certificação à prova d’água, mas isso pareceu que foi mais uma economia da empresa do que uma limitação do celular. Teve até review no YouTube, feito com o OnePlus 7 Pro totalmente submerso por mais de 15 minutos, e sobrevivendo no final.
Eu não tenho coragem de fazer nenhum teste assim, então vou ficar devendo. Por outro lado, deu pra testar o sensor de queda que fecha rapidamente a câmera se o telefone perceber que está caindo. Algo bem legal, já que essa seria uma das situações mais perigosas para ela. Para resumir, dá para confiar que ele vai durar, mas se a empresa não endossou algumas características, não vale arriscar.
Para alcançar a tela quase completa, o alto falante também quase desapareceu, virando só uma linha no topo, e a qualidade deles acompanha o resto do aparelho. O volume é alto, estéreo e você sente bem as batidas. Apenas os agudos deixam a desejar, e o fato dele não ter P2, o que torna mais difícil testar a qualidade do som pelo fone de ouvido, já que ele também não vem com um adaptador ou até mesmo com um fone.
Na frente só ficou para a tela, e as laterais curvas que ainda ajudam com a aparência sem borda, tão almejada por todos os fabricantes de smartphone. Minha única crítica aqui é a facilidade de acabar apertando algo que não devia por conta dessas curvas. Fator que foi resolvido com uma atualização posterior, outro diferencial da marca.
A capinha que já vem na caixa é bem construída e também ajuda a aliviar esse problema, deixando-o com uma pegada mais firme. Afinal, apesar de grande e pesado, ele ainda desliza fácil. A traseira por sinal me agradou muito pelo design e acabamento fosco que não vemos tanto em aparelhos topos de linha.
Outra febre que o OnePlus 7 Pro segue é a do posicionamento do leitor de digitais, que saiu da traseira e foi para debaixo da tela. A novidade é a velocidade do desbloqueio, um problema frequente dessa nova tecnologia, mas que sempre rolava bem nos modelos da marca. Eu ainda erro o dedo de vez em quando, mas se eu acerto a posição, o desbloqueio é quase instantâneo, ganhando de todos os outros aparelhos que já passaram por aqui. Pela primeira vez dá para dizer que a substituição do leitor físico a que estávamos acostumados não é um ponto fraco do celular.
Tela e bateria
Aliás, vamos para o principal diferencial desse celular. Sua tela. Sabemos que esse é um dos componentes mais caros e a OnePlus decidiu abrir o bolso. Por aqui são 6,67 polegadas e resolução QuadHD+. Ela ainda tem suporte para HDR+, mas o principal diferencial é o fato dela ser Fluid AMOLED, nome que a marca deu para a taxa de atualização de 90Hz, em vez dos 60Hz. Espero que telas assim apareçam mais no futuro.
Ai você me fala, ” Ah Bruno, essa resolução toda e a frequência maior não acabam com a bateria?”
Sem dúvida que a tela surpreender pela fluidez devido a frequência mais alta, só que isso consome mais bateria do que uma tela comum por exigir mais processamento, mas a OnePlus contorna isso de duas maneiras. A bateria é maior que a geração anterior, chegando a 4000mAh, e tanto a frequência quanto a resolução são dinâmicas, ou seja, mudam de acordo com sua atividade.
YouTube, por exemplo, não oferece suporte para nenhum dos dois, então o celular automaticamente diminui para 1080P e 60Hz. Grande parte dos jogos também puxam um desses valores para baixo, e você nota que o consumo de bateria é praticamente o mesmo, independente das opções. Eu achei isso bem legal, já que você não quer gastar essa grana toda e não usá-lo no seu máximo.
No geral, o OnePlus 7 Pro não tem uma super autonomia de bateria, mas eu também não tive problemas para chegar no final do dia graças a todos esses recursos. Se você é muito gastão também, não tem problema, porque ele conta com o Warp Charge 30, o carregamento extremamente veloz do OnePlus 7 Pro. Em 10 minutos dá para ir de 0 a 25%, e em pouco mais de 20 minutos, a bateria chega em 50%, precisando de 70 minutos para 100%. Só ficou faltando também o carregamento sem fio.
Desempenho e software
Mas não é só no carregamento que o OnePlus 7 Pro é rápido. Graças ao bom uso do Snapdragon 855, ele é um dos celulares com melhor desempenho até o momento. Junto a isso temos opções entre 128GB e 256GB de armazenamento, mas o bom nem é o tamanho, e sim a nova tecnologia UFS 3.0, que como você pode imaginar, aumenta a velocidade dessa memória.
Em nossos testes, ele conseguiu ficar a frente do Xiaomi Mi 9 e de outros equipamentos. Para fechar, temos opções com 6GB, 8GB ou 12GB de RAM. Basicamente todos os valores são altos a ponto de serem engraçados. Não só no OnePlus 7 Pro, mas a última geração de smartphones está com tudo tão fora da curva que ainda não temos muita coisa que exija tanto dos aparelhos.
O segredo para extrair o máximo, no entanto, não é hardware, mas sim, software. A OxygenOS é tão leve e bem otimizada, que o OnePlus 7 Pro consegue parecer notavelmente mais rápido que outros aparelhos também com esse chip.
Aliás, eu gosto bastante desse sistema, que parece clean, mas ainda tem várias funções úteis e é customizável. É uma experiência bem característica da marca, e que me faz querer voltar de tempos em tempos. De novidade, temos o modo FNATIC, que é um extra do modo game, bloqueando tudo que pode atrapalhar sua jogatina.
Ele ainda traz o botão físico na lateral do aparelho para silenciar totalmente o aparelho, presente no iPhone desde sempre e que eu ainda não entendo como não está presente em outros aparelhos Android.
Câmera frontal e traseira
Para mim, o único ponto onde o OnePlus 7 Pro ainda não ser um flagship é pelo conjunto de câmeras. Elas são boas, isso não dá para negar, mas falta um diferencial, algo para destacá-lo em meio a tantos concorrentes.
A frontal possui 16MP e abertura de f/2.0, valores modestos para os dias de hoje. As fotos, apesar de boas, não ficam a frente de um intermediário focado em fotografia. Ele exagera um pouco na saturação das cores, mas pelo menos não aplica aquele processamento excessivo na sua cara.
A distância focal é pequena e alonga o rosto até mesmo nas selfies em distâncias normais, algo que me incomodou um pouco. O modo retrato é ok, mas a história melhora no HDR, e também em todo pós processamento, que realmente enriquece os detalhes da foto.
O sensor triplo da câmera traseira tem 48MP na principal, 16MP na ultrawide e 8MP no zoom. O pós processamento é até melhor que nas selfies e eu particularmente usaria como meu principal sem pensar duas vezes. A câmera principal utiliza tecnologia parecida com QuadPixel, e os 48MP verdadeiros ficam só no modo Pro.
Os detalhes ficam muito bons por aqui, mas os efeitos de profundidade deixam a desejar quando comparado com o iPhone XR, por exemplo. O mesmo pode ser dito das fotos noturnas. A OnePlus até desenvolveu a função noturna que funciona bem, mas ainda não se compara com o Visão Noturna do Google. Felizmente já dá para baixar a GCAM aqui, e os resultados noturnos estão bons, mas no geral, o aplicativo principal ainda vai melhor nas outras situações.
A lente de zoom tem história parecida, que apesar de apresentar boa definição, fica apenas em 3 vezes, sem chegar perto, literalmente, do zoom de 10 vezes do Huawei P30 Pro.
Por último, a lente ultrawide tem correção de distorção e mantém a qualidade que você espera de um celular desse nível, mas infelizmente não tem estabilização ótica e nem dá para gravar com ela, algo que os intermediários da Samsung já estão trazendo.
Apesar disso, o OnePlus 7 Pro grava em 4K e tem boa estabilização, sem dificuldade com luzes fortes e o foco é rápido. Acho que deu para entender o que eu quero dizer. Todas as câmeras ficam na média, o que pode não ser suficiente nesse mercado competitivo, que valoriza tanto fotografia.
Conclusão
Para resumir a conversa, o OnePlus 7 Pro é um baita smartphone, principalmente se você não é mega exigente com as câmeras. Ele entrega tudo o que precisa nesse quesito e foca em ser melhor em outros pontos.
Carregamento rápido, boa bateria, baita de uma tela e super rápido. Isso sem contar com o sistema consistente e um preço lá fora bem “justo”. Ele realmente pode pular de flagship killer para flagship custo benefício.
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