Se apenas fritar um alimento sem usar óleo é pouco para você, talvez “apenas” uma airfryer não atenda todas às suas expectativas. Então que tal um modelo super? Essa é a ideia da Oster Super Fryer. Mais uma vez eu saí um pouco da dieta pra te contar o que esse misto de fritadeira sem óleo e forninho oferece de possibilidades. Será que ele serve pra quem quer comidas mais sequinhas e caminhar pra uma alimentação menos gordurosa?
Construção e dimensões
Já começo avisando que esse modelo talvez assuste quem mora em apartamentos pequenos e precisa racionar o espaço, porque a Super Fryer é bem grande, e não leva esse nome à toa.
Ela também conta com vários acessórios inclusos, e bate até uma dúvida antes de ler o manual e entender pra que serve ou onde se encaixa tudo. Isso porque vem, além do forno, uma cesta giratória em formato de cilindro, três grelhas de inox, um espeto, um pegador e uma bandeja coletora que fica na parte inferior. Tirando o cesto, que serve para segurar a sujeira que cai dos alimentos, cada acessório serve para um tipo de preparo.
Um dos diferenciais desse equipamento é que diferente de outras airfryers, a Super Fryer abre como um forno, de cima para baixo, mas tem um detalhe: essa porta é removível e isso ajuda demais na hora de limpar. O espaço já não é grande, então se a porta ficasse na frente atrapalhando ia ser horrível. Legal quando percebem os possíveis problemas e já dão um jeito.
Outro ponto que eu gostei também é a presença da luz interna. Como estamos vendo o alimento “de lado”, essa lâmpada é uma mão na roda para ver como a sua refeição está durante o preparo. Em airfryers concorrentes, é necessário abrir o cesto para verificar, então considero uma vantagem.
Ainda no tamanho dela, as medidas aqui são 36 cm de altura, largura e profundidade. É um cubo grande com cantos arredondados, todo feito em plástico, exceto pela porta, que utiliza de acrílico.
Por dentro, vale lembrar que os números são claramente menores: 17 cm de altura, com mais ou menos 26 cm de largura e profundidade. Essas medidas em tese aguentam 10,5 L, mas como você sempre vai usar com algum acessório, ou deixar algum espaço não aproveitado, esse número naturalmente vai cair.
Como já estamos falando de um produto mais caro, nada mais justo do que os comandos serem totalmente digitais. Temos um visor, botões e ciclos pré-determinados para alguns dos principais alimentos.
A Super Fryer adiciona alguns botões, como a seleção do modo giratório e dos outros modos de preparo, para fritar, assar ou desidratar. Tudo fica completo com o botão liga/desliga e o play/pause. Ela também emite avisos sonoros bem altos.
Como ela se diz ser uma 3 em 1, aqui é possível usar como fritadeira sem óleo, forno e desidratadora. Mas como ela não tem a resistência embaixo, que é mais característica de fornos elétricos, dá pra chamar de airfryer mesmo, até porque o ventilador está lá em cima. Então, se até então você estava na dúvida, é uma airfryer. Diferente, mas é.
Preparo de alimentos
Algo que é muito bom nela é a função de pré-aquecer, que é muito simples. É só colocar a opção ou o tempo que você precisa e, antes de começar o preparo, ela primeiro chega na temperatura ideal, te avisa que está pronta e aí você coloca o alimento para começar o preparo. A dica para a maioria das receitas é geralmente colocar a comida sempre que o forno está pré-aquecido. Tudo isso com menos barulho que suas concorrentes.
Nos testes de preparo, comecei com coisas que são típicas de airfryer, como batata congelada, nuggets e salgadinhos, como coxinha e bolinha de queijo. Em todos esses casos eu segui o tempo determinado pra poder ter uma referência. No caso das coxinhas, que eu comprei congeladas e era só fritar, foi tudo muito fácil. A Swift diz oito minutos a 180º, mas aquela crocância da casca chegou mesmo com nove ou até dez minutos.
Já nos pães de queijo, que são um belo café da tarde enquanto eu estou escrevendo roteiros, a indicação da Swift é de 15 minutos, mas dá pra cravar que 12 minutos são suficientes.
Aqui tem um fato curioso: eu distribui 10 pães pela bandeja e os da ponta ficaram mais escuros que os mais centralizados, o que mostra um problema na consistência. Com os nuggets eu percebi a mesma coisa, dois minutinhos a mais e a crosta fica crocante sem passar do ponto.
Uma coisa que foi até minha esposa que notou é que a grelha esfria bem rápido na parte central, mas as bordas, que ficam mais próximas das paredes da Super Fryer, esquentam bastante. Acredito que as paredes reflexivas podem estar gerando esse problema.
Vale lembrar também de usar luvas, já que as bordas internas realmente podem te queimar se encostar sem querer. Isso vale para todo o tipo de preparo feito na Super Fryer, já que as grelhas e o cesto giratório ficam bem quentes, fora que acertar o espaço para colocar o espeto e o cesto para girar requer alguma habilidade, e nem sempre você encaixa de primeira.
Voltando para os alimentos, ainda no modo airfryer, chegou a hora de fazer batatas fritas. Testamos congeladas, e ela lidou bem com um saquinho de 500g da Swift sem problemas. O cesto giratório ajuda a deixar todas elas uniformes, o que quebra um pouco a nossa percepção de como cada airfryer lida com camadas de batata nos cestos, mas dá um resultado bem melhor na crocância da batata.
Teste de espeto
Depois de fazer essas receitas típicas, eu fiquei olhando para o espeto e pensando no que dava para fazer. A Oster diz que dá para fazer frangos inteiros na Super Fryer, desde que ele pese até 1,1kg. Como não foi fácil achar nesse tamanho, eu pensei na coxa com sobrecoxa, e aí lembrei de uma receita que minha mãe fazia, e eu adaptei aqui pra fazer os testes.
O tempero teve alho, sal, orégano, pimenta do reino, suco de limão e cerveja. Deixei marinar durante toda a manhã e coloquei na hora do almoço no espeto – o que não é lá tão fácil – para que pegasse bastante sabor, e o resultado foi o melhor de todos os testes que eu fiz. O frango ficou suculento por fora e com a casquinha bem seca, como se fosse no forno.
Outra coisa que eu tentei foi algo que na churrasqueira demora bastante, que é a costela bovina. Para que ela fique no ponto de soltar do osso com aquela cor bonita eu preciso de quase 3 horas de churrasqueira, mas aqui ela precisou da metade do tempo.
Na primeira metade, fiz um embrulho na carne com papel alumínio e a carne ficou cozinhando durante 1 hora e 15 minutos nesse modo, e depois coloquei mais 20 min no modo Airfryer pra deixar tudo corado, e eu gostei demais do resultado.
Não substitui a churrasqueira, mas é uma ótima alternativa para quem quer algo mais caseiro. O problema é que fica muita gordura, e aí a limpeza precisa ser feita com um desengordurante assim que ela esfriar.
Só que aqui vale um alerta: enquanto eu pesquisava receitas pra fazer por aqui, vi alguns vídeos de outros produtores de conteúdo colocando papel alumínio no cesto coletor, só que a própria Oster não recomenda isso, já que o alumínio segura calor e isso pode fazer com que a Super Fryer sofra superaquecimento e isso traga danos não só para o equipamento, como pra você.
Desidratando alimentos
Alerta feito, vamos para a terceira função aqui, que é a de desidratar alimentos. Enquanto eu pesquisava, percebi que muita gente não curtiu a função porque colocou alimentos diferentes, cada um com a sua textura, no mesmo preparo. Então eu preferi fazer cada um de um jeito. Testei com chips de batata doce, batata comum e maçã. A pré-definição que a Oster dá para desidratação é de 4 horas a 50º C.
Com 2 horas e 30 minutos de preparo parece que as batatas, por exemplo, já estão boas para retirar, mas ainda estão moles e dá pra perceber que não desidrataram totalmente, então é ter paciência mesmo. Com 4 horas o resultado é razoável. Eu não gostei do sabor, mas minha esposa achou que estava normal, então eu fico com o veredicto dela.
No caso das maçãs, as quatro horas foram quase suficientes para desidratar 100% da maçã, mas aqui eu gostei mais do gosto dessa vez, e não ficou tão seco quanto as batatas.
Outras coisas mais bobas que eu testei, mas sem tanto compromisso, foi esquentar uns pães caseiros por alguns minutos pra eles ficarem mais crocantes, e isso rolou muito bem.
Consumo de energia
Você pode ficar preocupado com o consumo energético, ainda mais que a conta de luz não anda barata ultimamente, mas aqui nós testamos a versão com 127 V, que tem potência de 1700 W, o que é até o padrão para esses eletroportáteis.
Até tem uma versão de 220 V, com potência de 2200W, e aí dá pra ver uma diferença de desempenho e também de consumo, mas não foi o caso.
Uma coisa que eu não curti muito é o fato de ela ter um cabo pequeno, de pouco mais de 70 cm. Aqui no meu apartamento, que tem uma bancada onde ficam os eletrodomésticos e a tomada fica a uma distância até que curta de onde estava o aparelho, eu precisei deixar a Super Fryer de lado para poder usar sem precisar de uma extensão, e como o plug é daqueles de 20 ampares, não é qualquer uma que serve. Um cabo maior ajudaria bastante.
Conclusão
Gostei demais da versatilidade que a Super Fryer da Oster oferece. Deu pra preparar várias receitas diferentes, com um equipamento único, sendo que eu precisaria de um forno, fogão ou até churrasqueira pra conseguir fazer as mesmas receitas sem ela.
Só que ela é menos prática do que parece, na minha opinião. É meio chato usar o cesto giratório, seja pra encaixar ou abrir, e falta um cabo de energia maior pra colocar na tomada.
Ser 3 em 1 pode te ajudar a economizar espaço, mas ela ainda é bem grande, e olha, tudo nela fica quente, então encaixar, desencaixar ou retirar alimentos pode acabar te fazendo se queimar se você não prestar atenção.
O ultimo ponto é que ela custa caro, mais caro do que um forninho e uma airfryer intermediária somados, então tem de pensar bem se os mais de 1200 reais agregam alguma coisa para o seu dia-a-dia.
JUÇARA diz
Comprei há mais de 6 meses ainda não usei por falta de receita culinaria que me agrade,…
Murtes diz
Qanto gasta em lux pra desidratar usando 4 hs seguidas?
Muito bom sua explicação