Esse é o projetor Xming Episode One, um modelo custo-benefício, feito pela Formovie – marca essa que faz parte do grupo da Xiaomi. O preço é baixo e ele é bem esperto, graças ao Google TV, um dos melhores sistemas para telas hoje em dia. Será que você consegue substituir a sua TV com ele?
Formovie Xming Episode One
- Tamanho de tela: até 120″
- Resolução: Full HD (1920 x 1080px)
- Frequência: 60Hz
- Brilho: 150 ANSI Lumen
- Contraste: 1.500:1
- Entradas: HDMI; USB; aux 3,5mm;
- Sistema Smart: Google TV
Construção e design
Começando com o design do Episode One Smart, ele é bem bonito, simples, mas chamativo ao mesmo tempo. Ele vem na cor grafite, bastante sóbria, porém com os detalhes em laranja – dando mais vida para o projetor.
Ele tem esse formato retangular, sem quinas ou linhas retas. É um dispositivo todo arredondado. Foge um pouco daquela cara de projetor antigo, o que está virando tendência nesse mercado.
Mas pode ficar tranquilo, é bem simples reconhecer onde é a frente e as costas desse carinha, com a lâmpada LED e uma câmera para o foco nessa área texturizada.

A traseira, por sua vez, é toda furada para ajudar na ventilação, com a logo X.Ming, que acende, um pouco acima. Por aqui vemos já as conexões, começando com um fone p2, o HDMI 2.1 ARC, a porta USB-A 2.0 e a entrada de energia que fica na parte de baixo.
A fonte não fica dentro do projetor, o que ajuda na manutenção – caso seja necessário – e o conector de energia é aquele padrão, parecido com os de notebooks.
Apesar de ser vendido oficialmente aqui no Brasil, a tomada que veio com o projetor não está no padrão brasileiro. A substituição, no entanto, é simples, caso você não queira usar um adaptador.
Nos lados ele tem tanto as saídas de som, como a entrada e saída de ar, para auxiliar no resfriamento da lente. E, só um detalhe curioso sobre essa saída de ventilação: nas primeiras horas que ligamos o projetor, ele ficou com um cheiro muito forte de borracha queimada. Isso passou depois de umas horas, mas foi um pouco incômodo para a galera do estúdio.
Depois, na parte de baixo, além dos pés emborrachados ele também tem uma rosca de 6mm, ou 1/4 de polegada. É a rosca padrão para sua webcam, câmera, luzes e projetores.
Já na parte de cima, só temos um botão para ligar e desligar o projetor, que você só vai usar na primeira vez que ligar o aparelho, já que o controle remoto precisa ser pareado nesse primeiro momento.

No geral, eu gostei da construção do Episode One, ele é um pouco minimalista nas conexões, porém, me anima ele trazer o P2, porque a ligação com cabo numa caixa de som mais potente não vai ter atraso e nem picotes no áudio.
Eu já tive experiências ruins com projetores baratos com sistema operacional da Google, porque o áudio ficava atrasado com relação a imagem do projetor. Por exemplo, nos meus testes, conectando o Episode One numa caixa Bluetooth, ele não apresentou esses erros ou atrasos na reprodução do som.
Entretanto, depois de muito tempo ligado a imagem dá algumas engasgadas, mas o sistema e o hardware compensam isso, sincronizando a imagem com o áudio novamente.
Qualidade de imagem
O conjunto de lentes é de vidro, que evita dele ficar arranhado com facilidade – boa parte das lentes dos projetores baratos é de acrílico. Ele também vem com a ótica selada, que estende ainda mais a vida útil do aparelho, já que também evita o acúmulo de poeira.
O ponto negativo disso é que só temos o ajuste automático e eu não achei ele muito preciso. Mas, ainda assim, está melhor do que o ajuste “manual” através do controle remoto. Praticamente todos os novos modelos do mercado estão trazendo isso, diferente do que era há cinco anos. O do X.Ming ficou devendo mais refinamento nesse ajuste.
A seguir eu vou passar alguns dados do canal Smart Home Cinema, porque eles fazem alguns testes bem legais que não conseguimos fazer aqui pela falta de equipamentos para isso.

Passando primeiro pela potência desse projetor, a empresa anunciou um brilho de 150 CVIA Lúmens, que é muito próximo do resultado atingido pelos nossos colegas do SHC, de 152 Ansi. Essa sigla vem de American National Standards Institute, que padronizou a medida em lúmens para projeções em tela.
Cada parte do mundo usa um protocolo diferente, mas basicamente isso fala do quão forte a imagem consegue ser quando a sua sala tem uma entrada de luz que não seja a do projetor.
O pessoal da Smart Home Cinema também atingiu 64% de uniformidade de brilho, que está de acordo com a categoria do produto, que é de entrada.
Nos nossos testes, usando o Episode, pudemos ver que faltou brilho, faltou lúmens e faltou definição na imagem sim. Ao ligar uma luz na sala, ou deixar a cortina aberta, já é o suficiente para não conseguir ver algumas cenas direito.
Eu tentei fazer alguns ajustes, aumentar o brilho, ajustar contraste e isso só piorou a minha experiência, deixando as áreas claras estouradas.
Esse não é o projetor certo se o seu objetivo era, por exemplo, levar ele para assistir uma partida de futebol com os amigos num churrasco, projetar algum videoclipe enquanto curte uma tarde na piscina e até mesmo se você estiver em casa de boa e não contar com um blackout nas janelas.

Agora, para quem vai usar num ambiente com luz controlada (no caso, sem luz), a qualidade vai ser razoável. É só não abusar do tamanho máximo de projeção.
Você consegue a maior polegada, 120, a 3 metros de distância da parede, enquanto que a 1,3 metros, a projeção fica com 50 polegadas.
Eu sou fã de qualidade e não de tamanho, mas sei que, geralmente, para o pessoal que gosta mais de projetor, não é bem assim. De qualquer forma, apesar do Episode One ter capacidade de até 120 polegadas, o ideal é ficar de 60 a 100 polegadas. Sua resolução nativa é de 1080p, e essa é a faixa que ela fica melhor.
Como diferencial mesmo, o Project One possui os ajustes automáticos, algo que não é ainda tão comum assim em modelos custo-benefício, mas está popularizando. E, realmente, se você comparar os ajustes aqui, com os feitos por modelos mais caros, dá para perceber algumas limitações.
O foco não parece que é tão perfeito assim nos conteúdos, e às vezes, o ajuste de ângulo, deixa a tela meio torta. Principalmente quando você deixa o projetor numa posição menos favorável, como na cabeceira da cama.

O ajuste manual é possível, mas ainda é complicado de acertar – e a falta de brilho atrapalha.
São erros que um ajuste manual, ali de keystone, conseguiria corrigir, porém, com muito menos praticidade.
Considerando a minha experiência com outros projetor de ajuste automático, o Project One é razoável, mas tenha em mente que ele tem limitações, por ser mais em conta. Ainda assim, prefiro esse ajuste automático imperfeito, do que a ausência dele.
Sistema smart e áudio
Fora isso, o GoogleTV é o maior ponto positivo. Digo isso, principalmente em comparação com o Formovie S5, da mesma empresa. A imagem é até melhor que o Project One, só que o sistema lá é muito fraco – uma versão modificada do Android.
Aqui é um sistema muito mais robusto. Ele tem uma cara mesmo de Smart TV, com um foco grande em conteúdos – e nisso ele é o melhor. Ninguém tem uma tela inicial, com o que você gosta de assistir, tão boa quanto o Google TV.
Infelizmente, o que ele tem aqui de ponto ruim, é que o Google Chrome está bloqueado. Então eu tive que fazer o download de alguns aplicativos por fora, usando meu computador e transferindo com um pendrive.

Caso você queira fazer algo do tipo, tem que conhecer esse caminho mais longo. Mas fora esse incômodo, a instalação de APKs é bem tranquila e funciona bem.
Fora que, é muito bom saber que eu vou fazer o download de um app disponível e ele não vai ser um APK de smartphone portado para o projetor, com um formato que não funciona direito.
Eu tive esses contratempos com o S5, com o Wanbo T6 Max e com outros modelos genéricos. Então no Project One, eu não preciso apostar em aparelhos como um Chromecast, Fire TV ou um Roku. Tudo roda nativo, nele mesmo.
De verdade, eu quero muito acompanhar essa evolução dos projetores da Formovie, porque eles estão conseguindo chegar num caminho que leva o equilíbrio entre hardware e software.
Pensando agora no controle, esse já é mais parecido com os que temos em dispositivos de TV Box, com o botão para ligar e desligar, home, voltar, e dois atalhos de streaming. Também tem a engrenagem para acessar os menus de configuração, botão de controle de voz e os de volume.

E por fim, o áudio é um ponto fraco, como todo projetor praticamente. Até pelo tamanho do produto, não dá para ter um alto falante potente aqui. E se as empresas não tão investindo muito nisso, nem nas TVs, imagina aqui.
Esse é um aviso aí para quem quer entrar no mundo dos projetores. Para ter um áudio bom, você precisa pensar numa solução à parte. Aqui no Project One, são 2 falantes de 3 W cada. Dá conta do recado se você coloca ele na cabeceira da cama. É um som com volume suficiente para superar o próprio barulho do projetor, mas é isso, um quebra galho.
Conclusão
O que eu não diria, é que o Episode One é um quebra galho para uma TV. Tudo bem que, pelo custo dele hoje, você encontra modelos de televisores 4K, com muito mais recurso e mais fluidez. Mas a experiência do projetor é algo diferente.
O Episode One tem limitações, principalmente na questão de brilho, e das possíveis brigas com o ajuste automático que você vai ter. Mas para quem quer uma tela no quarto, sem montar uma TV – ou também para quem quer montar uma mini sala de cinema custo beneficio -, vale ficar de olho no Episode One.
Hoje você encontra ele por algo entre R$ 1.600 e R$ 2.000. Quanto mais barato, melhor, porém cuidado. Algumas lojas vendem ele pelo dobro disso. Fora esse modelo, o Formovie S5 que eu comentei, custa R$ 2.600. Ou seja, imagem um pouco melhor, porém bem mais caro, e com experiência de software ruim.
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