A Xiaomi tem uma linha bastante ampla de fones de ouvido, mas a que caiu do gosto da galera foi a Redmi AirDots. Focado em trazer o mundo bluetooth para aqueles que querem gastar pouco, essa linha está chegando na sua terceira geração e trouxe alguns incrementos bem interessantes. Serão eles suficientes para você trocar seu modelo antigo? E será que o Redmi AirDots 3 consegue bater seus concorrentes e ser um upgrade de respeito na linha TWS da Xiaomi?
Redmi AirDots 3
- Capacidade de bateria: 43mAh (fone) e 300mAh (case)
- Tempo de uso do fone: 7 horas
- Carregamento por cabo USB-C
- Bluetooth 5.2 e Qualcomm aptX
- Sensores: acelerômetro e sensor de proximidade
Construção e bateria
Os novos Redmi AirDots 3 chegaram ao mercado em Março de 2021 e conseguiram até o momento manter a popularidade que vimos nos outros fones da Redmi. E olha, eu acredito que isso se deve ao fato de finalmente a linha fazer algumas alterações em sua construção. Já que alguns modelos anteriores só incrementaram em tecnologias, mantendo exatamente a mesma estética.
A caixa de carregamento agora tem um plástico mais emborrachado, que até achei um pouco estranho no começo, pois tem uma textura de borracha bem presente, mas que foi se perdendo com os dias de uso. Essa textura é legal, pois ajuda a manter a caixinha dos fones no bolso, impedindo que ela escorregue e caia.
A case também cresceu cerca de 10% a 15%. Não é algo que dificulte a mobilidade, ou que incomode no bolso da calça, mas ela é importante, pois é graças a isso que temos um total de 30 horas de funcionamento nos fones, sendo que as pílulas tem uma média de 7 horas de funcionamento contínuo. O mercado continua caminhando para adicionar tempo de uso e o AirDots estava ficando para trás – agora ele meio que recuperou.
Consegui pouco mais do que as 7 horas anunciadas por que usou todo o período com o volume em mais ou menos 50%. Quanto mais alto, mais o fone gasta. Esse é um salto bom de tempo de uso, já que o fone anterior tinha uma duração entre três e quatro horas, com um total de 12 horas contando as duas cargas extras do case. Esse número era bem ruinzinho pelos padrões de mercado de 2020, e agora está bem parelho.
Agora, se você comprava os AirDots porque eles mantinham o botão físico, talvez fique um pouco triste. O AirDots 3 usa o touch na área de plástico brilhante, enquanto o restante do corpo segue a mesma tendência emborrachada da caixinha.
Não vi um problema nisso, uma vez que não ocorreram toques acidentais, como acontecia nas gerações do Mi AirDots, que pausavam a música só de encostar a cabeça no travesseiro.
Sensor e conectividade
Outro ponto que muda nessa nova geração é que temos um sensor de proximidade nessa área próxima aos conectores de carga.
Eles servem para pausar a música assim que você os tira do ouvido e, diferente de algumas marcas, ao colocar uma das cápsulas na caixinha, a outra que continua no ouvido volta a tocar seu áudio logo em seguida, sem a necessidade de ir no smartphone e dar play na música.
É uma função bastante simples, mas que não é vista em muitos fones TWS que contam com esse sensor.
Isso se dá por dois motivos simples, que eu vou tentar te explicar agora. Antes, para que os fones da Redmi fossem conectados ao smartphone, você precisava tirar um da case, parear com o smartphone e depois pegar o outro, fazer a conexão com o fone que já estava pareado no smartphone. Para usar um de cada vez, deveria fazer todo o processo de pareamento com as duas cápsulas, sendo uma de cada vez.
Agora, ao abrir a case, temos um botão entre os dois fones, ele é discreto, então precisa ficar atento na hora de fazer a primeira conexão com o telefone.
Abrindo a case você aperta e segura esse botão, até que a luz nos fones comecem a piscar e com as cápsulas ainda na case, você vai procurar pelo Redmi AirDots 3 em seu smartphone no menu bluetooth e depois disso é só curtir suas músicas.
Outro ponto interessante é que se você tem um smartphone da Xiaomi, as coisas ficaram bem mais simples. É só abrir a tampa dos fones ao lado do smartphone que vai aparecer uma animação, no melhor estilo iOS, para que você faça a conexão com o smartphone.
No Mi 9T e Mi 11 Lite aparece uma animação sem graça, com uma silhueta cinza e o nome do modelo, mas no Mi 11 apareceu a foto do fone branquinho, girando e mostrando ele em todos os ângulos, assim como a Apple faz. E não seria Xiaomi, se não se “inspirasse” na Apple.
Já tem um tempo que a Google e algumas fabricantes firmaram um acordo para que fosse facilitado a conexão dos fones de ouvido de uma forma universal, mas ao que parece, a Xiaomi só quer manter essa facilidade nos aparelhos dela, pois não conseguimos reproduzir a animação no Motorola Edge+ dele. Mas já é um começo.
Agora, falando um pouco da ficha técnica desse carinha, o Redmi AirDots 3 tem um chipset da Qualcomm, o QCC3040. Esse chipset proporciona aos fones a compatibilidade com o codec aptX Adaptative que proporciona baixa latência e promete som com qualidade superior.
Por conta disso, o Air Dots 3 não vem com o modo game que promete reduzir a latência do áudio, como tínhamos no Redmi AirDots S. Comparando os dois, confesso que não notei diferença entre um e outro na hora de jogar, sendo o Dots S com modo Game ativado e o Dots 3 sem ele, claro.
O fone também traz bluetooth 5.2 que promete uma conexão mais veloz, entretanto eu não percebi essa melhora, testando em telefones que não são da Xiaomi. Mais uma vez, com o Edge Plus, o smartphone acabou demorando uns segundos a mais que o Air Dots S para fazer a conexão, sendo que nos smartphones Xiaomi ele conectou com mais agilidade.
Case e USB-C
Como estamos falando de conexão, deixa eu falar que finalmente a Redmi colocou um conector USB-C no estojo do fone de ouvido, o que ajuda bastante a carregar o fone mais rápido e a usar um único cabo para tudo, já que finalmente estamos vendo cada vez menos cabos micro USB no mercado.
Eu levei em média uma hora e meia para carregar o estojo do AirDots 3, cerca de 30 minutos a menos do que o AirDots S, que tem menos capacidade de bateria, mas ainda é micro USB.
Usando os fones por um dia inteiro, com volume no máximo, geralmente eu consegui seis horas de uso contínuo, mas diminuindo essa potência para 50%, os fones passaram facilmente das sete horas.
Mudando um pouco o foco, quando falamos de fones TWS, uma das coisas que a galera mais questiona é sobre os controles possíveis nos fones. Aqui o jogo está um pouco diferente e não acho que a maioria vá gostar, eu já adianto que não curti muito.
Isso por que a Xiaomi deixou no lado direito dois toques para dar play ou pause, sendo que na esquerda os mesmos dois toques servem para acionar o assistente de voz padrão do seu sistema operacional.
Não tem função com um toque, um toque longo ou três toques. Ele se limitou a apenas essas duas funções e se você quiser voltar uma música ou controlar o volume, tem que pedir por comando de voz ou pegar o smartphone do bolso.
Com relação ao som, é clara a evolução entre uma geração e outra. Com drivers de 7mm cada cápsula e 16 Ohms de impedância, o som é cristalino, não distorce, mas percebi que o volume é inferior ao AirDots S, só que de maior qualidade.
Isolamento e microfone
Como o isolamento acústico é passivo, ele não cancela completamente o mundo ao seu redor e muitas vezes o som externo interfere na experiência de ouvir uma música ou nosso podcast.
O fone tem três tamanhos de borrachinhas, e testar cada uma delas para que você tenha um ajuste ideal ajudará muito no resultado final, porque se ficar muito frouxo, os fones perderão os graves que já são pouco e se ficar muito grande, eles vão cair da sua orelha com maior frequência. Para mim, o melhor foi usar as borrachinhas que já vieram nele, mas ainda não foram o suficiente para vedar o canal auditivo, como já comentei.
Os microfones ainda são um caso a parte. Para que a ligação fique compreensível, não se pode usar o telefone na rua ou mesmo em um ambiente com música tocando, será preciso estar em um lugar silencioso. Como os fones ficam do lado da cabeça, no ouvido, com os microfones na mesma posição, será mais fácil captar o áudio ao redor que a voz de quem fala.
O microfone é sim superior à geração anterior, não me entenda mal, mas ainda não tem um direcionamento ou uma inteligência capaz de separar os ruídos e a voz do usuário, para entregar uma experiência ideal de uso. Evoluiu entre as gerações, mas alguns concorrentes conseguem fazer melhor.
Conclusão
O ponto onde esse fone se justifica é no preço. Apesar de ter evoluído bastante em alguns pontos, o AirDots 3 não teve uma alteração extremamente significativa quando comparamos os lançamentos.
Ele é mais caro do que versões anteriores que já estão saindo de mercado. Atualmente por 300 reais na Amazon com estoque no Brasil ou abaixo de 45 dólares por importação, mas compete bem melhor com modelos como Realme Buds Q e Galaxy Buds.
A construção é boa, ele é bonito, robusto, tem longa duração de bateria e traz tecnologias legais como o processador da Qualcomm 3040, Bluetooth 5.2 e aptX. Fica de olho no preço com nosso comparador porque no geral, está mais que recomendado.
Gilmar diz
Porque este Airdots 3 não aparece no site oficial da Xiaomi Redmi ?
Só está disponível o genérico nos vários anúncios que a gente vê por aí?
Como saber se o produto é original antes de fazer a compra, porque depois que chega, já era.