Esse é o novo Samsung Galaxy A06, o celular mais barato da marca para 2024. Nessa avaliação eu pretendo passar uma visão do que você recebe ao pegar esse modelo. Será que é o suficiente para quebrar um galho, ficar contigo por dois anos ou pra dar pra aquele parente que está precisando? É o que você vai descobrir hoje, porque eu passei mais de uma semana usando ele pra te contar.
Construção e tela
À primeira vista, o smartphone da Samsung não mudou muito de um ano para o outro, mas ele está uns milímetros menor e mais fino. O peso também diminuiu de 195 para 189 gramas, com o corpo inteirinho de plástico, laterais retas e apenas duas lentes na traseira, para fotografar e filmar coisas básicas.
Na tampa traseira tem uma textura que dá um toque diferente para o smartphone, o que eu não gostei foi da fragilidade dessa tampa traseira. Ao retirar a etiqueta com IMEI e alguns dados do smartphone, deu para notar ele fazendo uma barriga no local.
Não amassou, nem estragou nada, o plástico só subiu junto da cola da etiqueta e depois ele voltou para o lugar. Agora, se o smartphone tem uma tampa tão fina e maleável, isso prejudica a proteção de um dos componentes mais perigosos do celular, que é a bateria.
Eu pensei: se o smartphone cair no chão e bater numa coisa pontuda, pode acertar a bateria. Se meu sobrinho vê o celular dando sopa e resolve morder o smartphone, ou o meu pet? Bom, use uma capa de proteção, de preferência daquelas mais duras, que fica tudo bem.
Esse ano o diferencial é que o Galaxy A06 traz leitor de biometria na lateral e continua com o conector de fone de ouvido, de 3,5 milímetros, na base do telefone, junto do conector tipo C e da saída de som mono de qualidade duvidosa.
Eu digo duvidosa porque ele é um telefone que vai ficar muito barato, eu fico na dúvida até onde eu posso dizer que ele é ruim.
Agora, falando de tela, nada mudou nessa nova estação. Ele tem o mesmo painel PLS LCD de 6,7 polegadas e resolução HD. Eu não vou me apegar muito a isso, porque aqui eu posso dizer que não gostei do que vi. O negócio é ruim para ver os ícones do sistema. Se for pra colocar uma resolução tão baixa, que a tela seja menor.
Além disso, ele tem o Infinty U, que é o recorte para a câmera frontal. O entalhe não é tão grande, mas o espaço que as bordas ocupam na frente do aparelho mostram a razão dele ser tão barato.
Ele mal foi lançado e já está R$ 800 no site da Samsung. Para você ter uma noção, o antecessor, Galaxy A05, está 620 reais. Por isso que eu não consigo julgar tanto a Samsung e o seu smartphone de entrada.
Desempenho
Assim, eu sei que a Samsung tem o costume de reaproveitar um hardware antigo em modelos mais básicos, para baratear os custos e manter uma concorrência para o mercado. Mas, calma aí dona Samsung, porque o Galaxy A06 traz o mesmo hardware do ano passado, porém, agora ele tem leitor de digitais.
Ele também tem um destaque que a Samsung repete nessa nova geração, que é o suporte para até dois updates de sistema e 4 anos de atualizações de segurança.
No entanto, eu nem acho que receber novos updates seja uma vantagem para esse celular, porque ele é tão básico que não está dando conta de rodar o sistema operacional.
Sério, se a empresa tivesse colocado um Unisoc no lugar desse MediaTek Helio G85 teria sido melhor. Eu liguei o celular e comecei a configurar e já notei a lentidão e alguns travamentos.
No começo achei que era porque ainda tinha que preencher cache, salvar algumas informações e terminar de baixar outras coisas. No entanto, depois de uma semana, o smartphone continua lento para abrir a gaveta de aplicativos, o teclado e todo o tipo de tarefas normais do dia a dia.
O fato é que a Samsung e a linha Helio da MediaTek nunca se deram muito bem. O A32 4G, que vinha com o Helio G80, deu tanto problema, que eu nem conseguia rodar os jogos, porque eles fechavam.
Alguma coisa na OneUI não vai bem com essa linha específica e isso causa muito travamento no Galaxy A06.
No Asphalt Legends, antigo Asphalt 9, ele roda de uma forma tão ruim, que o cenário não tem tempo de se construir ao redor do carro. A sensação que eu tive em alguns momentos era de que eu estava dentro das paredes do cenário.
Na propulsão máxima, onde o efeito gráfico deveria dar a sensação de maior velocidade, sempre foi visível a queda de frames e a dificuldade do telefone em rodar o jogo.
Wild Rift rodou a 50 FPS, mas de uma forma bem ruim também. Entretanto, ainda foi o título com o melhor desempenho.
Agora, quando falamos de Genshin Impact, o tempo que ele demorou para fazer o download foi absurdo! Eu até pensei que fosse problema com a internet do estúdio, daí levei para casa que tem mais banda e nada, ele continuou lento. Ou seja, o modem desse cara segue a mesma qualidade do seu processador.
Mas, voltando a falar da jogabilidade, não existe, simples assim. Parece um slide com animação que em alguns momentos você anda por um cenário. Nas batalhas, daí fica impossível seguir com o jogo. Esse smartphone não foi feito para isso. Se seu foco é esse, pegue um Moto G04 que estará melhor amparado.
Por fim, ele traz 4 GB de RAM, com possibilidade de “expandir” para mais 4 GB com o RAM Plus, e 128 GB de armazenamento, com padrão eMMC 5.1.
Talvez, se o telefone apresentar lentidão, o ideal seja desativar o RAM Plus, porque o padrão eMMC é bastante lento e pode dar ainda mais gargalo para o seu uso no dia a dia.
Bateria e câmera
Quando o assunto é bateria, o Galaxy A06 não se saiu bem e nem mal, está dentro do esperado para um tanque de 5.000 mAh, consumindo 15% por hora no Asphalt 9, 17% no LoL e 19% no Genshin Impact.
Onde eu achei que ele gastou muito, mesmo com a tela de menor resolução e pouco brilho, foi no YouTube, com 12% de consumo em uma hora de vídeo e 13% usando redes sociais e Google Chrome.
Na gravação em 1080p, a 30 quadros por segundo, que é o limite desse cara, o smartphone também foi mal, gastando 17% em uma hora de gravação contínua de vídeo.
A verdade é que esse cara vai servir para a galera que só precisa usar ligações e mandar umas mensagens no WhatsApp.
Ele não tem o melhor desempenho e também não é o aparelho mais econômico que testamos.
Agora, antes de encerrar, deixa eu falar um pouco desse conjunto simples que a Samsung colocou aqui, porque ele vem com uma lente de 50 megapixels na traseira, acompanhada por um sensor de profundidade.
Na lente frontal temos um sensor de 8 megapixels. Em baixa luz, apesar de ser uma qualidade aceitável, já dá para perceber granulado, suavização de detalhes e um contraste muito carregado em alguns pontos. Também tem a dificuldade com o foco, que parece ser um meio de mascarar a falta de resolução da lente.
Na traseira, o recorte em modo retrato é bom, porém, ele acaba suavizando tudo demais, enquanto as cores ficaram mais realistas do que no modo normal.
A tendência é que ele não faça um bom balanço de branco, deixando a cor destacada na imagem prevalecer, além de não existir HDR de imagem por aqui.
A estabilização da gravação também não é tão legal e ele filma só em 1080p com 30 quadros por uma limitação do processador.
Conclusão
O Galaxy A06 não muda muito perante o modelo anterior, por isso que ele não vale a pena na casa dos R$ 800. Melhor pegar um Galaxy A15 que é um celular bem capaz, um A05s que já tem 6GB de RAM pra ajudar no desempenho, ou economizar e pegar logo um A05 por mais ou menos 600 reais, afinal, de novo, só o leitor de digitais e os updates de sistema.
A competição também está pesada, já que por R$ 650 nós temos um Moto G04S, que apesar de não ter atualizações, tem melhor fluidez e também melhor desempenho em jogos e no sistema.
No tempo de abertura de aplicativos eles podem até ser iguais, porém, a CPU e GPU do UniSoC do Moto G04s vai melhor e quando o jogo finalmente abre, ele desempenha melhor que o Galaxy A06 da Samsung.
O aparelho da Motorola é um pouco mais bonito, na minha opinião, e ainda consegue tirar fotos mais rápido, mesmo que eu prefira o processamento da Samsung.
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