O Galaxy A11 é a nova versão de um dos aparelhos mais baratos da Samsung, apesar de não ser mais tão barato quanto era anteriormente, a Samsung como sempre traz algumas características diferentes. Será que para quem quer economizar mais vale seguir com o A11 ou pegar um modelo de classe superior e mais antigo? Nosso review vai tentar tirar essa e outras dúvidas.
Samsung Galaxy A11
- Processador Snapdragon 450
- 64GB com 3GB de RAM
- Tela: LCD TFT de 6,4″ (720 x 1560px)
- Câmera principal: 13MP (f/1.8) + 5MP (f/2.2) + 2MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 8MP (f/2.0)
- Bateria: 4000 mAh
- Android 10
Construção e tela
Começando por fora, o Galaxy A11 não adota todas as tendências de design de 2020. As câmeras traseiras, por exemplo, estão dispostas naquele velho formato de semáforo, que eu acho mais bonito que a peça de dominó de outros modelos. O leitor de digitais também fica na traseira – um avanço importante frente ao Galaxy A10 -, e o corpo continua todo de plástico, algo esperado para aparelhos nessa faixa de preço.
Em questão de tamanho, ele ganhou alguns milímetros aqui e ali e passou para a proporção de 19,5:9, um pouco mais comprido que antes, mas não tanto quanto o Galaxy A31 e o A51, por exemplo, que ficaram mais finos e altos, até mudando um pouco a pegada do aparelho.
Aqui a pegada ainda é normal, mas isso não quer dizer que você consegue alcançar todo o aparelho com uma mão só. Nesse puxa para lá, puxa para cá, a tela subiu de 6,2 para 6,4 polegadas aqui no A11, e o aproveitamento também está melhor, pois o entalhe foi substituído pelo furinho no canto da tela, uma novidade que chegou nos topos de linha da marca, mas rapidamente apareceu nos aparelhos de entrada e intermediários.
Tudo bem que ele não tem nenhuma grande vantagem perante o entalhe, o uso é o mesmo, mas se você não gosta daquela faixa preta grande e que não serve para nada, o furo pode ser uma solução que te agrade.
Já a qualidade da tela pode te deixar com o pé atrás. Além da resolução HD, o painel é da tecnologia TFT, não AMOLED, e mesmo quando comparado com outros aparelhos que utilizam esse tipo de painel, como o A21s da própria Samsung, parece que o A11 fica para trás, pois não tem um brilho tão bom, e as cores ficam bem esbranquiçadas.
Sem dúvida, essa é uma das características que menos evoluiu de uma geração à outra, e não tem nada de especial quando olhamos para o mercado como um todo, o que pode ser considerado um problema grave, já que a Samsung costuma ser a empresa que sempre traz aparelhos com telas boas, mesmo dentre os mais baratos.
Nesse ponto eu também fiquei meio decepcionado de ver que várias características não melhoraram para esse ano. O bluetooth, por exemplo, continua na versão 4.2, não o 5.0, que se conecta a periféricos sem fio de forma bem mais estável, e estava disponível lá no Galaxy A10.
O A11 também não se conecta a redes wireless de 5 Ghz, que apesar de ser mesmo um pouco mais difícil de se ver entre os aparelhos mais baratos, você também não precisa investir muito mais para encontrar um que ofereça suporte a essa tecnologia.
Desempenho
O processador é um ponto mais complexo. O chipset utilizado por aqui é o Snapdragon 450, que começou a ser utilizado na Samsung pela primeira vez lá no Galaxy J8, e desde então, todo ano aparece em pelo menos um aparelho da marca – meio que virou a escolha deles para quando precisam de algo barato e consistente.
Seu desempenho realmente é mais baixo, mas que combina com a proposta do A11, que é ser o mais barato da nova geração. No dia a dia isso significa que você vai precisar deixar a qualidade dos jogos no mais baixo possível, para garantir uma jogabilidade mais estável, e os aplicativos podem demorar um pouco mais para abrir, mas a interface em si não deve travar, pelo menos na versão atual da OneUI.
Isso não quer dizer que você não vai sentir esse como um celular mais travado, e tem outra, abaixo dos 1000 reais dá encontrar processadores melhores e o próprio Moto G8 Power Lite destrói o A11 atualmente pelo mesmo preço. Então, ele deve ficar abaixo dos 1000 reais ou vai sofrer para a concorrência.
O problema por aqui também é que, quando comparado com o Exynos lá do A10, e do Mediatek do A10s, o desempenho não evoluiu de forma substancial. Tornando os modelos anteriores ainda uma opção.
Tanto o A10 quanto o A10S contam apenas com 2GB de RAM, enquanto o novo modelo já traz 3GB, um valor que faz muito mais sentido para o dia a dia do usuário médio. Para quem quer trabalhar como motorista do Uber, uma função onde você fica trocando bastante do app de corrida para o de mapas, 4GB seria o melhor, mas no dia a dia 3 funciona bem.
Aliás, o grande ponto aqui é que em questão de desempenho eu realmente acho que você vai encontrar coisa melhor em modelos mais antigos e de classe mais alta da Samsung como o Galaxy A30S que tem umas promoções, ou até mesmo um A21s que pode estar um pouco mais barato com o tempo.
Na bateria, a historia melhora só um pouco. O A11 fica a frente do A10 em quantidade de carga, mais empata com o A10s, alcançando 4.000 mAh, e um tempo na tomada parecido, quase chegando em 3 horas.
No consumo médio é onde você vê uma vantagem, pois o chip da Qualcomm é um pouco mais econômico que o Mediatek, mas a diferença é bem pequena, coisa de 2% ou 3% a mais no final do dia, dependendo do seu uso, então acaba ficando elas por elas.
Câmeras
Para fechar, só faltam as câmeras, onde cada aparelho novo ganha uma câmera. O A10 começou com apenas uma câmera traseira, de 13 megapixels, depois o A10s ganhou o sensor de profundidade, de 2 megapixels, e agora o A11 finalmente recebe a ultrawide de 5 megapixels.
No geral, a principal tem uma saturação menor que de costume, principalmente para um Samsung. O contraste também não está no mesmo nível, e o HDR é bem limitado. Nas selfies, as limitações são maiores, principalmente em fotos contra luzes mais fortes, além do clássico rosto branco e sem detalhes. Até agora, tudo esperado para o suposto aparelho mais barato da nova geração.
As lentes auxiliares ajudam, mas não fazem milagre. O sensor de profundidade deixa o recorte do modo retrato um pouco mais suave, principalmente quando comparado com a câmera frontal, que faz tudo por software, erra um pouco mais e só pode ser usada em ambientes cobertos.
E a novidade, a ultrawide, me lembra bastante as primeiras gerações dessas lentes, com bastante dificuldade em pouca ou média luz, sem nem precisar estar de noite, e o pós processamento não consegue trazer tanta vida para a cena.
Basicamente, é um conjunto simples. Não vou dizer que é apenas um quebra-galho, pois as suas fotos são até um pouco melhores do que de outros aparelhos na sua posição, no entanto, você consegue algo bem melhor investindo em um dos intermediários da marca, que costumam ser uns 200 reais a mais. Pode ser um investimento que valha a pena se sua prioridade são as câmeras.
Conclusão
O Samsung Galaxy A11 é um aparelho legal, mas quando você o compara com o A10s, ele está mais caro e não traz praticamente nenhuma melhoria além do aumento de memória RAM, que torna um aparelho bem travado em um aparelho apenas fraco.
É basicamente uma mudança na marca do chipset, aumento nas dimensões do corpo, da tela, e uma câmera a mais. Efetivamente, você não perde muito ao economizar um pouco mais no A10s, ou até mesmo no A10 original, dependendo do seu uso.
Mas de novo, modelos de uma classe acima e uma geração anterior da Samsung se saem muito melhor. Galaxy A30s e Moto G8 Plus ou Power Lite estão aí para provar que o A11 precisa ficar abaixo da casa dos 1000 reais para começar a valer a pena.
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