A Samsung já é conhecida por ter vários lançamentos, uma estratégia que faz muitas vezes que um smartphone comece a competir com outros dentro da própria linha. O Galaxy A22 é um intermediário que se enquadra nessa descrição. Com um design mais básico, um processador intermediário bem difundido e até mesmo tela de 90 Hz, ele mescla um pouco dos seus pares, tanto pro bem quanto pro mal. Mas será que ele faz sentido? Será que vale a pena? é o que eu quero te ajudar a descobrir nesse vídeo.
Samsung Galaxy A22
- Processador MediaTek Helio G80
- 128GB com 4GB de RAM
- Tela: Super AMOLED 90Hz de 6,4″ (720 x 1600px)
- Câmera principal: 48MP (f/1.8) + 8MP (f/2.2) + 2MP (f/2.4) + 2MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 13MP (f/2.2)
- Bateria: 5000 mAh
- Android 11
Para começo de conversa, precisamos explicar novamente sobre a linha A e a linha M. Enquanto a primeira pode ser encontrada em lojas físicas, a segunda só vende pela internet, e tenta entregar um custo benefício maior, economizando em construção, custos de varejistas e até mesmo em detalhes pequenos que a gente nem percebe.
Com isso em mente, vale comentar que o Galaxy A22 é muito parecido com o M32, que até pelo nome fica um pouco na frente. Nos dois casos, a Samsung fez escolhas importantes para manter o preço abaixo de 1200 e 1400 reais, respectivamente, mas claro, como esse é um review do A22, eu quero falar mesmo é do que ele trouxe.
Construção e design
A primeira coisa a ser notada é o seu corpo em plástico. Ele tem uma cara de telefone de vidro, mas a pegada é bem simples e não esconde os materiais que usa. Como não tem texturas, cores prismáticas ou coisas do tipo, isso deixa ele mais elegante, ao mesmo tempo que é básico, e isso funciona.
Eu acho que esse lance de quatro câmeras quadradinhas são feias. Assim, bem sem graça. Mas pelo menos a Samsung deixou elas um pouco mais espaçadas e não que nem a Motorola que amontoa tudo. Para mim, o A32 é um celular muito mais bonito que o Galaxy A22. Mesmo que a pegada desse cara seja legal.
Aliás, a lateral desse modelo aqui é um pouco mais arredondada do que uma linha acima, mantendo o formato geral muito mais padrão do que os celulares “quadrados de 2021”.
No fim, é confortável, mas eu acho um pouco sem graça. Um ponto legal é que as laterais são em plástico mas não tentam imitar metal. Isso me deixa tranquilo, pois quem usa ou já usou Samsung sabe que a tintura brilhante risca bastante e descasca com o tempo.
E, como já é esperado, o smartphone não tem som estéreo e a saída que fica na base é bem fácil de abafar, mas por outro lado, a saída de som P2 continua aqui. Só os fones de ouvido que não acompanham mais o aparelho na caixa.
E, antes que eu esqueça, não tem sensor de digitais na tela, ficando na lateral, junto do botão de energia, uma escolha que eu ando achando muito boa, mas que virou padrão geral do mercado.
Tela
Ainda nesse tema de padronização, fornecimento de peças e tudo mais, fica claro que o layout geral do aparelho sofre, não só por indecisão da marca, que não consegue mais manter o design conciso, como também pelo fato de faltar peças.
Mesmo em um modelo acima dos 1000 reais a empresa decidiu voltar a usar o entalhe de gota, o que não me agrada tanto.
A tecnologia AMOLED da empresa tem um acabamento muito bom para o furinho que abriga as câmeras, e quando comparado com os concorrentes, a Samsung sempre ganhou nisso.
O lado bom é que as laterais ainda tem bordas bem finas, e o queixo, apesar de mais avantajado que em outros telefones da linha, não é nada comparado à borda que a Motorola colocou no G50 5G, que tem o dobro do tamanho.
Deixando esse ponto do entalhe um pouco de lado, precisamos falar da qualidade da tela no geral. O grande ponto aqui é o fato dessa ser a tela 90 Hz mais barata da empresa. É claro que pra isso acontecer, a Samsung deixou o A22 com resolução HD+, para tentar diferenciar ele do M32 e A32 4G, que já trazem o Full HD.
Ter uma resolução mais fraca não incomoda para quase nenhuma tarefa do dia a dia, mas se você tem o costume de assistir vídeos e séries com resoluções mais altas, vai perceber a diferença.
É claro que a qualidade do painel e a tecnologia utilizada também influencia. Diferente do que já aconteceu com outros telefones com essa resolução mais baixa, ler no A22 não incomodou e nem mostrou serrilhados nas letras, com uma experiência bastante próxima de telefones Full HD.
Essa é uma tela boa, e até brigaram com a gente quando falamos o mesmo da tela do A32 5G que também é HD+, mas pode confiar. Essa é uma tela HD+ de qualidade.
Claro que nada é de graça e ela tem um brilho um pouco mais fraco, com apenas 600 nits. Não é um número ruim, nem um número incrível e fica melhor que alguns telefones da Redmi e Poco, com a mesma faixa de preço ou mais caros.
Esse nível de brilho do A22 é suficiente para situações em uso externo ou com muita luz no ambiente, então não precisa se preocupar. Como praticamente não dá pra notar a diferença dessa tela HD+ para a tela Full HD+ do M32, isso acaba se tornando uma vantagem para o A22, ajudando a poupar processamento e energia.
Desempenho
Já que entrei nesse ponto, vamos aproveitar e falar das especificações técnicas do Galaxy A22, pois eu achei bastante interessante a configuração considerando a faixa de preço.
O ponto que mais chama atenção é no motor que a Samsung colocou, sendo o MediaTek Helio G80, o mesmo SoC do Galaxy A32, no modelo 4G.
Esse processador tem uma potência bacana para o A22, que diferente do modelo mais “poderoso”, não fica engasgando na tela inicial quando o 90 Hz está ativado. Só que, ainda assim, o G80 não é suficiente para rodar jogos em 90Hz.
Primeiro que não tem nenhum compatível na Play Store, como também não tem potência para alcançar e manter a taxa de atualização. Alguns jogos eu consegui rodar com a resolução no médio, mas a maioria rodou no mínimo para manter a fluidez do jogo.
Eu sei que parece contraditório isso que eu estou falando pra você, mas veja bem, quando a Samsung lançou o A32 4G, o telefone sofria bastante pra fazer tarefas básicas no dia a dia. Coisa que não acontece aqui, nem mesmo com a taxa mais alta.
Genshin Impact, CoD e Lol funcionaram melhor nessa configuração básica, mas o Asphalt foi bem no médio, conforme a pré configuração dada pelo game e, mais uma vez, essa performance mostra que o A22 está melhor otimizado para quem também quer jogar, mesmo que em resolução mais baixa.
Os 4GB de RAM são suficientes aqui para abrir e rodar seus jogos e apps, mas vai ser pouco pra manter alguma coisa em segundo plano.
Provavelmente, após os erros do A32, a Samsung até tenha otimizado seu software para rodar melhor no SoC mais básico, mas também pode se dever ao fato da baixa resolução, que exige menos da CPU e GPU do Helio G80.
O modelo que testamos é o de 128 GB, mas ele também tem versões com 64 GB vendido lá fora. Essa memória é um pouco mais lenta e sentimos bastante essa demora na hora de abrir jogos e apps, mas é só enquanto eles carregam mesmo, porque depois tudo roda bonito, liso e sem grandes problemas.
Bateria
Inclusive, não sei se por mérito da Samsung ou MediaTek, mas a bateria do A22 conseguiu ir melhor que no M32, que foi testado praticamente junto com esse aparelho. Foram 2 horas e 17 minutos para sair do 0 a 100% de energia, com o carregador de 15W, que eu acho fraco pra uma bateria de 5.000 mAh.
Por outro lado, durante os testes com os jogos, uso de mensageiros, navegação na internet e coisas básicas do uso no dia a dia, o A22 se saiu muito bem, indo melhor que o modelo vendido apenas na internet.
Em Asphalt 9, com uma hora de jogo, principalmente em multiplayer, o smartphone consumiu apenas 10%. Genshin Impact foi mais gastão e levou 16% em uma hora, enquanto LoL gastou só 12%.
Já quando passamos pra um uso mais comum do cotidiano, o Galaxy A22 consegue ser ainda mais econômico, consumindo 6% de energia com navegação e 8% no YouTube.
Se você curte ver bastante vídeo no celular, provavelmente não vai ser um problema, o que é muito bom na era dos vídeos invadindo todas as redes sociais.
Câmera
Agora, mesmo tendo uma construção bacana, bom desempenho pra jogos e armazenamento generoso de 128GB, a Samsung não conseguiu manter a mesma consistência nas câmeras.
Diferente do M32 que consegue trazer um equilíbrio nesse quesito, o Galaxy A22 faz fotos escuras, sem muita definição, poucos detalhes e com pouco alcance dinâmico.
A lente principal de 48 megapixels deixa bastante a desejar, sendo que em alguns momentos ela deixa as fotos escuras demais e em outros a foto é clareada artificialmente, ficando perceptível o aspecto artificial.
A região das sombras são sempre muito borradas e sem definição, o que deixa a foto com cara de que foi tirada de um telefone fraco mesmo. Eu não esperava algo tão fraco, mas parece que a Samsung resolveu ignorar mesmo essa parte de câmeras pra cortar gastos.
O sensor ultrawide segue os mesmo problema da lente principal, mas na questão de escurecer as regiões com sombra ficam bem mais aparentes. Também tem um problema com a saturação da imagem que ganha uma dose a mais de vermelho que acaba deixando as coisas um pouco piores.
Com algumas atualizações a Samsung até poderia resolver isso, mas a fabricante não pode, uma vez que isso tiraria o único diferencial entre ele e o M32.
Agora, na lente de 2 megapixels pra auxílio no desfoque de fundo, a câmera consegue tirar proveito disso e se manter equilibrada, fazendo os recortes corretamente, mas é bom deixar o efeito mais suavizado, pois ele vem configurado por padrão em uma forma que deixa mais artificial.
Por fim, na lente macro o smartphone me surpreendeu. O foco foi bem, tem uma variação de distanciamento legal pra quem não quer ter que ficar medindo os 5cm com uma régua, mas ainda peca na resolução de 2 megapixels.
Poderíamos ter uma resolução um pouco maior, mas parece que as empresas não estão interessadas em melhorar esse ponto.
Assim como foi na lente traseira, e na lente frontal não foi muito diferente. Seus 13 megapixels registram poucos detalhes, escurecem demais as sombras e o tom de pele fica longe do ideal, até mesmo pra essa categoria.
Com isso, eu não aconselho desativar o embelezamento artificial, já que o aparelho não faz um bom trabalho no pós processamento.
Conclusão
O resumo é que o A22 pode ser uma opção em algumas situações. Apesar de eu achar o A32 4G mais bonito e mais consistente, você pode querer economizar, e com isso pegar um celular com um desempenho e armazenamento legal, além de uma tela bonita, mas que fica pra trás nas câmeras.
Sua construção é boa para os padrões que temos visto nessa categoria nos últimos anos e ele não passa a sensação de frágil. Se gostou desse, o M32 adiciona 1.000 mAh de bateria, coloca uma tela Full HD, e faz upgrade do sensor frontal e traseiro. Então se o preço estiver muito próximo, vá nele.
Agora, o Redmi Note 10 pode ser uma opção de importado que é bem mais bonito e o Moto G30 traz componentes muito parecidos, com uma tela inferior em qualidade, mas um processador Snapdragon e câmera traseira um pouco melhor.
Com isso em mente o A22 faz até que bastante sentido no mercado, principalmente perto dos 1000 reais. E pra acompanhar o preço é só instalar nosso comparador.
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