Galaxy A30s: um celular que já passou por aqui

O Samsung Galaxy A30s é um aparelho que tenta oferecer o essencial para quem pode pagar um pouco mais de mil reais, exatamente a mesma proposta do Galaxy A30, sendo bastante questionável sua existência. Existem algumas pequenas diferenças por aqui, que podem tornar o A30s uma opção melhor, cabe a nós respondermos nesse review se isso tudo faz ele valer a pena.

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Construção e tela

O Galaxy A30s fica naquela linha tênue entre os aparelhos de entrada e os intermediários, pendendo um pouco mais para o lado dos modelos econômicos.

Apesar do seu corpo ser todo feito em plástico, e você sente bem isso quando pega ele na mão, seu design é bem atual e até que charmoso, sendo o precursor daquela traseira bonitona, decorada com formas geométricas, que vimos depois aparecendo no Galaxy A51 e A71.

Diferente desses dois aparelhos, ele manteve a proporção de 19,5:9, então ele não é tão compridão assim, mantendo a pegada um pouco mais familiar.

Na parte debaixo, você encontra o alto falante mono, que tem volume alto, mas que é bem ruim, quase sem definição nenhuma. Eu particularmente me incomodo um pouco, pois algumas outras empresas, como a Motorola, investem um pouco mais nesse assunto de som, inclusive em alguns de seus aparelhos mais baratos. Tem como melhorar, mas na Samsung isso fica em segundo plano, pelo menos na linha A.

Felizmente, ao seu lado, está a entrada de fone de ouvidos, firme e forte. Mas diferente do A51, modelos de uma classe acima, esse fones não são intrauriculares e possuem uma qualidade inferior. Vai precisar pegar um melhor por fora.

Por outro lado, o A30s utiliza um modulo bluetooth na versão 5.0, que é o ideal para se conectar a fones sem fio de forma bem estável. Não existem mais muitos aparelhos que utilizam a versão 4.2, mas de vez em quando aparece um entre esses mais baratos, então é sempre bom sinalizar que o aparelho não deu um passo para trás para economizar em algo que está ficando cada vez mais importante nos dias de hoje.

Para fechar a parte externa, pela frente houve um retorno ao que já tínhamos visto lá no A30, com o mesmo entalhe em forma de V, e um aproveitamento de tela também igual.

Inclusive, temos exatamente o mesmo tamanho de 6,4 polegadas, mas com um detalhe, já que a Samsung preferiu reduzir a resolução da tela, um ponto que pode incomodar aqueles que gostam de consumir bastante conteúdo no celular.

O painel de resolução HD um pouco mais esticada mantêm as cores saturadas, o bom contraste e o forte brilho típico de um Samsung, mas em jogos e em vídeos você realmente nota os pixels maiores, o que acaba eliminando uma das principais vantagens que o A30 tinha sobre o A20.

Câmeras

Essa piora aparente tem um motiv, porque a empresa preferiu trocar a qualidade da tela por uma câmera melhor. A lente traseira principal subiu de 16MP para 25MP, a ultrawide também melhorou, de 5MP para 8MP, e o A30s ainda ganhou um sensor de profundidade, para as fotos no modo foco dinâmico. Já a frontal se manteve a mesma, com uma lente de 16MP.

No geral, a foto melhorou mesmo, já que o resultados tem mais detalhes e ficam com cores um pouco mais ricas, talvez até demais em alguns momentos.

As duas câmeras auxiliares fazem um bom trabalho e a lente ultrawide recebeu uma melhora principalmente no contraste, tirando aquele aspecto sem vida que rola de vez em quando em sensores piores, mas ainda sofre em média e baixa luz, e a câmera para desfoque consegue melhorar o resultado do recorte das fotos.

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Isso não quer dizer que o A30s é incrível, mas que em comparação com as fotos do A30 e outros aparelhos de preço similar, ele fica um pouco na frente. Infelizmente, o A30s está numa faixa de preço que antes era ocupada pelo Galaxy A50, modelo esse que sim, subia o nível quando falamos de câmera.

Ainda dá para notar por aqui que mesmo o sensor principal tem um pouco de dificuldade tanto com baixa como em alta incidência de luz. Felizmente já temos por aqui um modo noturno que melhora um pouco mais os resultados, o contraste dinâmico para paisagens e mais outros detalhes pequenos.

Pensando nas selfies, a qualidade é bem razoável, ficando praticamente uma categoria abaixo das fotos traseiras. Basicamente, ele segue aquela velha lógica de conseguir tirar boas fotos em boa luz, mas o HDR não consegue salvar muito numa situação contra a luz, com o céu muito claro.

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A noite, os chiados poluem bastante o resultado final. E em situação normal o pós processamento da Samsung acaba por trabalhar contra aqueles que gostam de mais nitidez. Tudo bem mais característico de um aparelho bom de entrada e não de um intermediário.

Em gravações, apesar de possuir a câmera ultrawide, o A30s não tem aquele modo super estabilizado que só chega nos modelos acima dele. Esse modo é bem legal e utiliza essa lente auxiliar para fazer um baita recorte e estabilizar bem a filmagem.

Sem o modo, a tremedeira é frequente, mas não chega a incomodar. As duas câmeras do A30s também só conseguem gravar em resolução Full HD, nada de 4K.

Hardware e bateria

Apesar de não ser por muito, o A30s ganha do A30 em câmeras, e para isso ele teve de abrir mão da tela e manter o mesmo chip, o Exynos 7904, que equivale mais ou menos ao Snapdragon 636 – bem fraquinho para os dias de hoje, especialmente no processamento de imagens.

Sua performance em jogos também não é grande coisa, o que o coloca mais como um aparelho de entrada bom, e não exatamente um intermediário mais simples, para isso ele precisava de um chip um pouco melhor.

Claro que grande parte da Play Store estará disponível para você, e na maioria, a jogatina será tranquila, mas não espere gráficos muito bons nos jogos um pouco mais pesados, e os realmente exigentes nem vão abrir direito.

Por outro lado, apesar da bateria também ter a carga padrão de 2020, o tal dos 4000mAh, o desempenho mais baixo, combinado com a resolução menor da tela, fazem com que ele termine o dia com um pouco mais de carga do que outros equipamentos.

O A30s aguentou 11 horas de Twitch, no brilho médio, mais ou menos umas 2 horas a mais que outros aparelhos com a bateria do mesmo tamanho, mas com processadores mais demandantes. Isso o deixa quase umas 4 a 5 horas na frente de um topo de linha, que geralmente tem telas Quad HD e processadores quase 4 vezes mais potentes.

O A30s também conseguiu ficar um pouco a frente do próprio A30, por conta da resolução reduzida da tela, mas na hora de recarregar, ele precisou de um tempo a mais na tomada, praticamente 20 minutos, por algum motivo difícil de entender, pois o chip e o carregador de 15W são iguais. Se for software, pode ser que uma futura atualização arrume isso.

Falando em sistema, o A30s recebeu em Abril a One UI 2.0, junto do Android 10. Essa não é a versão mais atual da interface da Samsung, existe também a One UI 2.1, então não fica claro se ele vai parar na 2.0 mesmo, ou se vai receber eventualmente a 2.1.

Fora isso, o sistema aqui flui bem, apesar de ser um pouco mais pesado que a versão anterior, e também não senti falta de nenhuma das novas funções.

Além disso, eu já comentei que o A30s tem Bluetooth 5.0, mas ele também é compatível com a rede Wi-Fi de 5GHz e NFC, duas funcionalidades que nem sempre chegam para os aparelhos mais simples, além também de ter todos os sensores de navegação.

Conclusão

Não tem muito o que dizer, o Galaxy A30s é basicamente o A30. Ele piora um pouco a resolução de tela para melhorar a câmera, mas a verdade é que eu reparei muito mais na resolução menor do que nos ganhos de câmera, deixando uma impressão ruim, já que agora por quase 1300 reais é meio triste pegar um aparelho com resolução de tela baixa, ainda mais por que a Motorola inundou o mercado com algumas opções interessantes.

Pegue o A30s quando ele for pelo menos 400 reais mais barato que o A51, quando estiver mais barato que o Moto G8 Power, ou claro, enquanto se mantiver um pouco mais fácil de achar que o A30 normal, com um preço um pouco melhor que ele.