O Samsung Galaxy A50 é o intermediário mais vendido da Samsung atualmente, com características muito similares ao Galaxy A70, sendo basicamente um irmão menor – que de pequeno não tem nada – com um preço mais atrativo, que serve para a maioria das pessoas.
O Motorola One Zoom por outro lado, é o que a Lenovo tem de melhor para oferecer no mesmo segmento, com mais opções de câmera e uma experiência um pouco mais premium. Nesse cenário, será que vale a pena investir um pouco mais no Zoom, ou dá para economizar e ser feliz com o A50? Esse é o assunto do nosso comparativo.
Construção e tela
É difícil dizer que esses dois aparelhos não deixam uma boa primeira impressão para quem está pensando em trocar de celular. O Galaxy A50 tem um layout mais minimalista, com acabamento brilhante muito bonito, cheio de reflexos coloridos para aumentar o charme e que quase nos fazem esquecer que a Samsung cortou alguns custos ao trazer um corpo de plástico reflexivo em vez do vidro, que costumava ser o material escolhido para a linha A.
Por outro lado, a Motorola não economizou em nada com o One Zoom e o resultado foi um dos aparelhos mais bonitos de 2019, na minha opinião. De verdade, a construção tem uma cara mais premium, que combinada com a cor esfumaçada me impressionou.
A Motorola merece palmas também pela bela implementação centralizada das quatro câmeras, que é a minha preferida até agora. De bônus, você ainda tem o logo retroiluminado, e a capinha não acaba completamente com o visual do celular. Ela também deixa a pegada mais firme, algo importante já que o Zoom é um pouco mais pesado que o A50.
No tamanho temos um empate técnico, a única diferença são as bordas um pouco mais finas no A50. O entalhe também está presente, nos dois casos na forma de “U”, e o painel é de tecnologia AMOLED, muito próximo em qualidade, com exceção do brilho que é um pouco mais forte no aparelho Motorola. Só não gostei muito do esquema de cores presente no One Zoom, ele deixa tudo muito azulado e frio, neutralizando as cores mais vivas que painéis AMOLED costumam ter.
Como falta também uma proteção certificada, a única diferença externa mesmo é o material de construção: vidro contra plástico. Existem algumas vantagens e desvantagens em cada caso. O Zoom tem uma armação que lhe dá mais sustentação, só que numa queda o vidro pode estilhaçar, enquanto que o A50 não tem aquela aparência barata de plástico, mas mesmo assim pode amassar e deformar com o tempo.
Ou seja, nenhum dos dois tem uma vantagem clara nesse quesito tela e construção, se não fosse a diferença na posição do alto falante. O Zoom colocou a saída de som externa na parte de cima, numa posição que eu não estou acostumado e que sempre acabo tampando.
Na hora de jogar ou assistir algo no modo horizontal dá basicamente na mesma, até porque o alto falante é apenas razoável nos dois casos. É sempre bom poder usar um fone de ouvido enquanto ainda temos o P2 e ele já presente na caixa. Aliás, as duas empresas possuem um bom intra auricular.
Software
Temos um grande “porém”. E isso me leva direto para um tema que me deu uma decepcionada no Zoom: as soluções de software.
Para começo de conversa, temos a presença do Dolby Atmos no Galaxy, que melhora a qualidade do áudio no fone de ouvido físico e que dá para encontrar em um número razoável de aparelhos. Mas esse é só o começo das limitações do sistema Motorola, que abandonou o programa Android One, sem mudar o nome, e volta para a interface própria, que apesar de ser muito limpa e próxima do Android stock, não vai receber atualizações a longo prazo e dificilmente chega passará do Android 11.
Ela pode ser uma boa alternativa para quem quer algo simples, com menos funcionalidades e menos “peso”, algo que claramente a One UI tem, e que no longo prazo deixa o sistema pesado. No dia a dia, ter mais funções é geralmente mais cômodo.
Por mais que eu ache legal os Moto Gestos e o software de câmera um pouco mais diferente da Motorola, sinto que o software deles está ficando um pouco para trás em otimização e pequenos detalhes. A Samsung tem bem uma equipe provavelmente maior e dedicada a trazer um pouco mais de funções.
Desempenho e bateria
Não temos nenhuma novidade por aqui. O Galaxy A50 é alimentado pelo Exynos 9610 que fica em torno de 10% a 20% atrás do Snapdragon 675 presente no Zoom. O Samsung vem com 64 GB de armazenamento, contra 128 GB no Motorola, sendo que os dois contam com 4 GB de RAM.
Apesar do A50 já ter uma tendência de esquentar um pouco mais do que a média, o Zoom consegue ganhar e esquentar ainda mais rápido, perdendo um pouco de desempenho depois de um tempo sobre pressão. A bateria também desce um pouco mais rápido nesse momento, então senti que faltou aqui um sistema de resfriamento mais robusto, que é sempre importante para aparelhos mais potentes.
Os dois aparelhos vem com bateria de 4000 mAh que no geral oferecem um consumo bem parecido, com uma leve vantagem para o Zoom quando ele está frio. Só que quando ele esquenta esse cenário se inverte, o que significa que a duração de bateria de cada um dependerá muito mais do que você usa do que propriamente de um bom gerenciamento.
Períodos extensos de uso favorecem o A50, enquanto que pequenas jogatinas de 20 minutos ou economizar na gravação 4K favorecem o Zoom. Fique atento se a sua região já é muito quente, pois isso poderá impactar o Zoom mesmo em tarefas mais leves.
Câmera
A principal comparação entre os dois está nas câmeras, afinal, os dois aparelhos se destacam nesse quesito. Começando pela frontal, o sensor do Zoom e do A50 possuem 25 MP de resolução e abertura f/2.0. Apesar da semelhança, o pós processamento dá uma cara própria para as suas selfies.
O Samsung A50 deixa a cena mais viva, mais quente e até mesmo com mais resolução caso a luz não esteja tão boa. Quase sempre eu prefiro as fotos do Galaxy, só que lado a lado, às vezes elas ficam exageradas, deixando as fotos muito amareladas, enquanto o Zoom é mais sóbrio.
Na câmera traseira o embate fica mais interessante. O A50 tem o conjunto triplo de 25 MP na principal, 8 MP na ultrawide e um sensor de profundidade, para o efeito de desfoque. O One Zoom adiciona mais uma lente, chegando em um conjunto quadruplo com 48 MP na principal, 16 MP na ultrawide, sensor de profundidade e a lente própria para zoom ótico de 3x.
Em todos os casos as fotos trazem bastante pós processamento, mas o Zoom te dá resultados melhores em praticamente todas as situações. Fotos durante o dia são as únicas que podem te deixar com dúvida, já que apesar do A50 possuir menos definição, as cores ficam destacadas de uma maneira diferente do Zoom, e pode ser que você prefira o trato que ele dá. Só que é só a luz diminuir para o sensor mais parrudo presente no Motorola começar a mostrar suas forças.
A lente ultrawide com o dobro de resolução também consegue fotos com mais definição, muito menos chiado e uma cor mais próxima das fotos com a câmera principal. Eu já falei em várias análises que essa lente de 8 MP ultrawide da Samsung não tem resultados tão bons, e essa comparação só reforça isso. Pode ser o suficiente para os mais baratos, só que os intermediários se beneficiariam bastante de algo melhor.
Para Zoom, não tem nem como comparar os dois. A falta de uma lente própria realmente afeta o Galaxy A50. Nem preciso me estender muito comparando os dois, porque é muito claro que o Zoom, como o nome sugere, é a opção para quem quer fotos ampliadas.
Conclusão
Para finalizar, até por ser mais caro, fica claro que o One Zoom pode entregar mais em desempenho e câmera traseira. Se isso vale a média de 400 a 500 reais a mais que diferem esses dois modelos, fica a seu critério, já que em outros pontos não temos tanta diferença assim.
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