O Galaxy Book4 é a opção de notebook para quem não quer tanta firula e precisa de uso prático. São várias versões, o que significa que ele pode se encaixar em vários orçamentos diferentes. E se a gente olhar para o preço de versões passadas, em breve ele deve ficar com ótimo custo benefício.
Samsung Galaxy Book4 NP750XGJ-KG1BR
- Processador Intel Core i7-1355U
- 16GB RAM LPDDR4X
- SSD de 512GB
- GPU integrada Iris Xe Graphics
- Tela de 15,6″ (1920 x 1080px)
- Wi-Fi 6 802.11ac e Bluetooth 5.0
- 1,55 kg
Construção e teclado
Como esse é um notebook de entrada, a Samsung buscou entregar apenas algo simples. A tampa fosca tem linhas retas e ele quase não tem curvas, exceto pelas pontas, que foram arredondadas, que eu tomo mais como uma escolha de design do que de conforto.
Mesmo sendo fino e relativamente leve, o Galaxy Book4 trouxe diversas portas de conexão nesse bloco que mistura alumínio e plástico na construção.
Na parte de baixo existem três regiões com furações, sendo as duas menores para a saída de som e a maior para auxiliar na circulação de ar. Calma, porque na região da dobradiça também tem uma grelha para auxiliar ainda mais nesse ponto e, durante meus testes eu não senti o notebook esquentando a ponto de me preocupar.
Claro, como qualquer máquina, eu senti a região no centro do teclado e perto da grelha, na dobradiça, um pouco mais quentes, no entanto, é o esperado para esse cara. Deu para usar ele no colo sem sentir ele queimando a pele, mas deu para ouvir bem a ventoinha trabalhando.
O Galaxy Book4 não altera muito o design de gerações anteriores, concentrando a maior parte das conexões do lado esquerdo, com duas saídas USB-C, uma USB-A, HDMI e a porta ethernet retrátil, que é um adicional mais que bem vindo.
Do outro lado ainda tem mais uma conexão USB-A, a saída de áudio e um leitor microSD, além da trava de segurança.
A Samsung sempre veio com mudanças sutis, desde o Galaxy Book2, passando pelo três com alterações mínimas e mantendo a constância no Galaxy Book4.
Na parte do teclado e trackpad eu achei ele um pouco molenga, dá para perceber ele afundando enquanto eu digito.
Isso já foi mais presente em notebooks de entrada, mas hoje em dia, os modelos costumam ser mais firmes. Acaba passando uma impressão um pouco negativa, apesar de não ser uma flexão extrema.
Agora, a parte boa é que o notebook vem com teclado numérico na lateral direita, o que me impediu de pressionar o botão power a cada vez que eu pressionei a tecla Delete.
Também existe a vantagem desse cara ser retro iluminado, essa já é uma característica menos presente nos modelos mais simples.
Não é uma luz forte, então nem sempre parece estar ligada. Porém, o objetivo é que esse recurso seja usado em ambientes escuros e nesses momentos ele quebra um galho.
Ele não é o teclado mais confortável que eu já usei, pois as teclas ficam bastante espremidas uma na outra, isso é uma reclamação antiga já nossa com a linha.
Entretanto, a parte das letras está com bom espaço entre as teclas e elas tem uma resposta agradável. Ao mesmo tempo que não afundam muito, também não exigem que eu force muito para conseguir escrever.
O trackpad também não é tão bom quanto eu gostaria, mas funciona bem para a categoria em que o Galaxy Book4 se enquadra, mas eu estou acostumado com o MacBook, que pode ser pressionado em qualquer lugar para acionar os botões, já que ele é uma chapa fixa de vidro que simula as pressões. Por aqui o clique é físico e você consegue pressioná-las, mesmo com o notebook desligado.
Tela
Já no painel a Samsung trouxe uma tela Full HD fosca em IPS com resultados que me deixaram um pouco desanimado, confesso. E esse painel vai ser o mesmo para qualquer uma das versões que você escolher.
A cobertura de cores do sRGB bateu 63%. Claro, tem como ajustar e melhorar esses números, mas com as configurações que a empresa manda de fábrica, ele não convence.
Já no contraste, esse está com uma marca boa, de 1380:1, com pretos relativamente profundos. É a qualidade das cores e o brilho que podem te incomodar mesmo.
Dependendo do que você usa, do monitor do seu PC ou do seu antigo notebook, pode ser que sua sensação seja de uma tela está mais apagada, menos viva.
Num ambiente muito claro, o brilho não dá conta e eu sinto a necessidade de diminuir a luz da sala para conseguir enxergar melhor no notebook.
Mas calma que isso não é um defeito do Galaxy Book4. É um problema, na verdade, da categoria. Inspiron, Ideapad, Aspire, todas as linhas de entrada possuem uma tela idêntica, a chamada IPS Like.
Pelo menos não é mais o painel TN que assombra essas categorias de entrada e intermediária. Isso significa que o IPS Like pode ser uma evolução, se você estiver vindo de uma tela HD antiga, mas ainda não é algo tão bom quanto o genuíno IPS.
É uma questão, então, de alinhar as expectativas. A tela não é ótima, mas não está péssima, só ficou no mesmo nível do resto do mercado.
Se você está atrás de uma máquina para texto, uso de analytics, ou algum outro tipo de trabalho que não exija precisão de cor, o Galaxy Book4 vai te atender bem.
Agora, se seu trabalho ou estudo envolve precisão de cor, fidelidade e qualidade na hora de mexer com imagem ou vídeo, você vai ter que investir um pouco mais e apostar em outra máquina.
Desempenho
Esse modelo já começa com 512 GB de armazenamento e 16 GB de RAM, mas fica ligado, porque no site existem opções mais simples que trazem 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Quanto a memória interna, nem é um problema, já que ele vem com dois espaços para SSD, sendo um deles vazio.
Já no caso da memória RAM, ela é soldada na placa e não existe possibilidade de expansão. Para quem está querendo economizar, precisa estar ciente de que essa é a condição dele desde a geração anterior. Se você quiser um Galaxy Book4 que permita fazer essas mudanças na memória, precisa ficar na segunda geração da linha.
No caso, a versão que nós testamos está com um Intel Core i7 1355U e uma Iris Xe Graphics, junto de 16 gigabytes de RAM DDR4X.
Atualmente, essa quantidade é o valor mais confortável para que o Windows rode bem e, falando um pouco da minha experiência de uso, mesmo com muitas abas abertas no navegador, ele não engasgou ou recarregou as páginas e nem mesmo deu uma travadinha na hora do Alt+Tab.
Pensando em desempenho, no processador, a décima terceira geração da Intel não trouxe grandes evoluções contra a décima segunda. O valor absoluto do teste, depende da versão. São algumas, a i3, i5, a i7 e a mais recente Intel 7.
No geral o i5 e o i7 são voltados para as mesmas atividades. O i7 só consegue correr um pouco mais rápido nelas.
Existe também a versão com placa de vídeo dedicada, que não torna ele um notebook gamer, mas pode facilitar algumas atividades, como edição de vídeo em baixa resolução e até programação, numa aplicação que consegue usar a GPU.
Dito isso, nessa versão, que tem apenas a placa integradas Iris XE, eu arrisquei jogar um pouco de Valorant. E deu certo!
O notebook não mostrou lentidão ou dificuldade para rodar. Inclusive, durante a partida ele não bateu nem 45º C.
O que eu percebi é que ao fazer movimentos muito rápidos, os gráficos não ficam serrilhados, ele fica cortando os gráficos em várias faixas e depois se reorganizando. Isso não atrapalhou no desempenho.
Não recomendaria o notebook para quem quer jogar exclusivamente, para isso precisa gastar um pouco mais. Porém, isso te mostra a capacidade de um processador moderno, mesmo esse com a letra U no código, que indica que ele é dedicado a economia de energia.
Agora, não dá para esperar que ele faça atividades em 3D muito pesadas, como renderizar um projeto de arquitetura super pesado. Ele também vai apresentar problemas com edição e renderização de vídeos em 4K.
Bateria
Antes de falar de software, deixa eu falar um pouco sobre a bateria, porque o notebook traz uma célula com 54 Wh de funcionamento e carregador de 45 W, via USB-C.
A bateria está durando por volta de 4 horas com um uso bem básico. Durante um dia de trabalho, eu estava vendo alguns vídeos no YouTube, usando o navegador e o Notion, para editar desse review.
Sim, os testes mais pesados foram feitos com o carregador, porém, nos usos com a bateria ele não conseguiu passar de quatro horas.
Eu já tive experiências melhores com alguns computadores com Windows e Intel Core i7 de gerações passadas, o que me deixou um pouco descontente.
Se você precisa de um notebook com muita bateria, ele não é para você, mas ele também carrega rápido, o que é um ponto positivo quando ficar off-line não for uma opção.
Recursos
Mas, como eu já falei bastante de hardware, eu quero seguir para o final desse review falando um pouco sobre os diferenciais de hardware do Galaxy Book4. Na verdade, ele tem muitas coisas que nós já citamos em outros reviews de notebooks da marca.
Entretanto, eu preciso ressaltar que esse modelo não traz os recursos de inteligência artificial que os notebooks mais poderosos da linha trazem e eu também não consegui usar nenhuma das três funções mais interessantes que li no site que ele consegue fazer.
A primeira é usar o celular como uma webcam para melhorar as vídeo chamadas. Como a câmera dele é apenas HD, seria muito bom conseguir fazer essa conexão sem fio, apenas seguindo os passos que a empresa indica no YouTube.
Porém, o primeiro problema nisso é que só funciona com o Microsoft Team e você precisa estar conectado no aplicativo “Vincular ao Windows”. Mas, não para por aí, porque depois que eu fiz todos os passos, meu celular não apareceu como uma opção de usar a câmera para a vídeo chamada.
O segundo recurso que eu não consegui usar foi o Buds Auto Switch, porque ele só funciona com um Galaxy Buds 2 Pro. Pelo menos foi o único que a gente conseguiu. Não consegui com os outros fones Galaxy que eu tenho comigo.
E, quando o assunto é Multi Control, o Galaxy Tab S8 ficou desconectando várias vezes do notebook, por alguma instabilidade que eu não consegui identificar, já que o S23+ se manteve conectado o tempo todo.
Existe a preocupação com o ecossistema integrado, mas a Samsung precisa arrumar as arestas ainda, principalmente nesses modelos mais fracos.
E, com um ar de “toma aqui seu doce e vai brincar”, a Samsung colocou duas funções de AI muito simples para os usuários que querem desfrutar do ecossistema Galaxy, que foi o Photo Remaster e o Copilot, no entanto, esse segundo nem precisaria ser mencionado, já que a Microsoft colocaria ele aqui de qualquer forma.
Eu sei que não é legal comparar dois notebooks tão distantes e diferentes, mas como a proposta é competir com o ecossistema da Apple, não tem como a gente não falar do que é possível na rival.
A Apple consegue reconhecer quando meu iPhone está por perto, pergunta se eu quero ligar o celular como webcam e eu nunca precisei fazer nada, além de manter os aparelhos carregados e dar o ok para isso.
A troca entre dispositivos com os AirPods também funciona muito bem e com a chegada breve do Apple Intelligence, vou ter vários recursos de inteligência artificial inclusive nos meus computadores mais antigos.
Dependendo da versão, o preço entre um Galaxy Book4 não é tão diferente de um Air M1, pelo menos por enquanto. Então se seu foco é ecossistema, a conclusão é que o Windows e a Samsung ainda precisam melhorar.
Conclusão
Mas a grande questão é, de novo, expectativa. Mesmo precisando melhorar, o ecossistema Samsung e Windows é um diferencial. Principalmente numa categoria onde tanto está balizado. Bateria, tela, até desempenho está muito similar.
A desvantagem aqui, por enquanto, é o preço. No lançamento, ele sempre vem alto, então paciência por hora. Onde o Galaxy Book4 passa a valer a pena é na casa dos 2500 reais, no modelo com Intel i5. Aqui ele começa a competir contra o Aspire 5 A515 e o Inspiron 15.
Cada um tem um ponto forte e fraco nessa briga, mas o ideal é que o Galaxy Book4 esteja empatado ou mais barato que esses dois. Lembrando que a RAM aqui é soldada. Isso deve ser levado em conta. Sempre dê preferência para 16 GB.
Já o modelo mais avançado, esse tem um uso muito mais direcionado, específico. A grande maioria não precisa chegar até aqui, mas se você acha que é o caso, espere ele chegar em 3500 a 4500 reais.
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