O Galaxy M15 é o celular barato com maior bateria perto dos R$ 1.000, isso não tem o que falar, mas ele pode ser também uma opção bem interessante por conta de seu processador e câmeras. Eu passei 10 dias testando o M15 para entender qual é o perfil de usuário recomendado e quero compartilhar com vocês minhas descobertas.
Samsung Galaxy M15 5G
- Processador: Mediatek Dimensity 6100+
- Armazenamento: 128GB
- Memória: 4GB de RAM
- Tela: 6,5″ 90Hz Super AMOLED
- Resolução: 1080 x 2340 px
- Câmeras traseiras: 50MP; 5MP; 2MP
- Câmera frontal: 13MP
- Bateria: 6.000 mAh
- Sistema: Android 14
A Samsung tem duas linhas de intermediários nesse momento. Os Galaxy A, que podem ser encontrados nas lojas físicas e também no varejo online, como qualquer outro produto. E a linha M, exclusiva do público adepto das compras na internet. Um dos objetivos é diminuir os custos para o cliente final.
Construção e design
Com isso, eu posso começar a falar do Galaxy M15, que é muito parecido com o A15 5G, porém, com mais bateria e uma traseira estranhamente texturizada.
Ele tem um acabamento espelhado e arredondado, mas continua com a lateral reta, ao ponto de ficar parado, em pé na mesa.
Uma coisa que me intriga um pouco na linha M, é a falta de continuidade entre um modelo e outro. O M55, por exemplo, é mais fino, com corpo todo arredondado. Nem parece que ambos pertencem à mesma linha e foram lançados no mesmo período.
Agora, indiferente disso, o M15 tem um corpo um pouco mais robusto e pesado, do que os demais aparelhos da mesma categoria. São mais de nove milímetros de espessura.
Na parte das câmeras, o telefone não mudou nada do que a Samsung está fazendo desde o ano passado. Então, são três lentes traseiras, uma sobre a outra, direto no corpo do aparelho, sem degraus. Isso é positivo e eu espero que continue assim.
A gaveta para chip é híbrida e fica na lateral do smartphone, enquanto o botão de energia tem um leitor de digitais no outro lado. No topo só temos o microfone, já que a saída de áudio de 3,5 milímetros, a porta Type-C e o alto-falante ficam embaixo. Inclusive, ele é mono. Nada de som estéreo para a linha de entrada.
Tela
Na tela, começando pela estética, a Samsung colocou uma moldura para a outra moldura. É como se fosse um rebaixo para o painel Super AMOLED, que tem uma borda bem espessa e um queixo desarmonizado.
A sensação que eu tenho é de ter voltado para 2021, quando os celulares mais baratos vinham com mais borda, para tentar disfarçar o vazamento de luz. O que não é o caso por aqui.
A resolução é Full HD+ e o brilho vai até 800 nits, com 6,5 polegadas. A taxa de quadros continua em 90 Hz, o que é um ponto positivo.
Eu não posso dizer que a mudança de PLS LCD para AMOLED tenha sido tão boa assim, porque esse painel pareceu bem opaco para mim. É como se tivesse uma camada, uma película esbranquiçada na tela.
Dentro de casa eu até consegui relevar isso, porém, na rua e com o sol forte, foi quando eu fiquei mais incomodado.
A Samsung coloca um pouco mais de brilho na tela, para você conseguir usar o celular sem dificuldade e dá certo. Agora, se você precisa enxergar tudo e de fidelidade de cores, daí é onde as coisas começam a ficar um pouco mais complicadas.
Desempenho
No processamento, o M15 vem com o mesmo SoC do A15 5G, o Dimensity 6100+, que está 3% atrás do Exynos 1330, do A14 5G em poder de fogo, segundo o site NanoReview.Net.
Esse SoC às vezes dá umas engasgadas bobas em situações em que ele deveria ir melhor, como na velocidade para abrir o teclado, por exemplo.
A princípio eu pensei que teria a mesma experiência fluida que vimos no smartphone do ano passado, porém, a Samsung ainda tem um pouco de dificuldade para otimizar a OneUI com os chips Dimensity mais básicos.
E eu estou falando isso com base na minha experiência usando tanto o M15, quanto o A15 5G, que têm o desempenho um pouco mais lento, uma resposta menos veloz.
Foi assim para abrir o teclado, para abrir os jogos ele é bem lento, o que pode ser um problema das memórias mais baratas, que a empresa tem que usar aqui, para diminuir os custos.
Outros problemas que eu tive foram com os jogos, mas situações pontuais. A primeira, foi com o Asphalt 9, que por duas vezes travou a tela e não deu resposta, me obrigando a fechar o jogo e reabrir.
Depois foi com Genshin Impact, que desconectou algumas vezes do servidor, por perder a conexão com meu roteador. Porém, isso pode ser um problema da internet.
Também pode ser um problema com os 4 GB de RAM do smartphone, uma vez que a Samsung só vende uma opção, com 128 GB. Se você quiser mais armazenamento e mais RAM, o ideal é apostar no A15 5G, que tem outra opção, com 6 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.
No Antutu, o M15 conseguiu 378 mil pontos. No Geek Bench ele bateu 1.640 pontos no milti-core. Mas, para quê falamos de benchmark nesse caso? Para você entender que esse cara é um smartphone de entrada, ele é bem simples e está dentro da expectativa.
A Samsung subiu o patamar das câmeras, da tela e a construção também está melhor. Porém, os cortes estão dentro, em componentes como o chip de processamento e de internet.
Por mais que ele rode todos os jogos, é de uma forma bem limitada, tanto nos gráficos, quanto no desempenho. No próximo ano, eu espero que a Samsung coloque 6 GB de RAM no A16 e M16, para desafogar um pouco esse desempenho.
Bateria
Onde o foco desse cara está é no desempenho energético. O Dimensity 6100+, junto da OneUI fazem um ótimo trabalho com o consumo da bateria de 6.000 mAh.
Um dos grandes defeitos do modelo de 2023 era o tempo de carregamento, de mais de três horas. Esse ano ele ainda demora, porém, só duas horas e vinte minutos. Outra vantagem é que o M15 tem suporte ao carregador de 25 W e talvez isso te ajude a salvar mais uma hora longe da tomada.
Nos jogos ele também foi bastante econômico, o que agrada. Durante uma hora de jogo, Asphalt 9 consumiu 8% da bateria, LoL 12%, CoD 13% e Genshin Impact, apenas 15%.
Eu fiquei bem feliz com esses números, porque, mesmo que o telefone tenha algumas falhas de vez em quando, ele também se mostra uma opção barata para jogos casuais e esporádicos.
Na gravação de vídeos ele também se mostrou com um bom controle, drenando 12% em uma hora. Porém, ele só grava em até 1080p 30fps.
Para YouTube e Chrome, com redes sociais, o smartphone está na média do mercado, 7% e 9% para streaming e navegador.
De todo modo, esse cara vai atender muito bem aquela pessoa que quer um celular para usar o WhatsApp e que só quer se preocupar com a bateria na hora de ir para a cama deitar.
Com dois dias de uso moderado você pode ficar tranquilo, porque o M15 vai dar conta. E é esse o foco do smartphone. Por mais que ele faça outras coisas bem, o objetivo da Samsung é que ele seja muito bom no básico.
Câmeras
O conjunto do M15 mantém a lente de 50 MP de resolução na principal, 2 MP para a macro. Contudo, neste ano, a Samsung está investindo numa lente ultrawide de 5 MP de resolução para os telefones mais simples.
E, olha, para um celular que está batendo mil reais no mercado, as câmeras do Galaxy M15 estão muito boas. Se a ultrawide tivesse pelo menos 8 MP, ajudaria um pouco mais.
Tudo bem, a empresa precisa fazer cortes em alguns pontos e, se formos olhar mais friamente, o sensor de ângulo aberto é um belo upgrade.
Ele não consegue capturar tantas informações, mas faz um trabalho muito interessante. O mesmo vale para a lente macro. Se ela tivesse mais resolução, essas fotos conseguiriam ser mais bonitas. O foco está mais fácil no Galaxy M15, então, foi um obstáculo a menos para mim.
Entretanto, claro que o destaque desse conjunto é o principal. A captura dos detalhes e das cores, tudo isso está muito bom e, se você me permite, dá para comparar até com telefones intermediários, um pouco mais caros.
Muito bom, mais uma vez, para quem está com o orçamento curto e quer fazer boas fotos com o smartphone.
Só no vídeo que eu acho que ele fica devendo bastante. Então, se você queria fazer algumas gravações para postar nas redes sociais, saiba que ele não é o ideal. Mas, para fotos, ele vai bem.
Porém, esse ano já consegui perceber imperfeições maiores com média ou baixa luz nas fotos com a câmera frontal. Mais do que no ano passado, com o A14 5G e M14. No geral, eu curti bastante as câmeras desse modelo. Todas elas.
Eu poderia brigar e citar uma série de problemas, entretanto, na categoria de entrada a Samsung é a melhor do mercado. Ao que parece, precisamos cobrar a concorrência primeiro e depois pedir por melhorias nos smartphones baratinhos da Samsung.
Conclusão
Senso assim, eu posso fechar esse review dizendo que eu sigo gostando do Galaxy M15, assim como gostei do M14. O mesmo dá para falar do A15 5G.
As melhorias são muito bem vindas, tanto na tela, como nas câmeras. O carregamento mais rápido pode até ajudar um pouco, porém, não acredito que seja tão significativo.
Ele já carrega mais rápido com a tomada de 15 W, além de estar bem controlado no consumo da bateria.
Por R$ 1.000 ele já vale a pena, porém, se você encontrar um Galaxy A15 5G com 6 GB de RAM, custando o mesmo que um M15, invista no smartphone da linha A. Você abre mão de um pouco de bateria, por um sistema mais fluido e menos gargalo.
José diz
Muito esclarecedor