O Galaxy M31 é o mais novo membro da família Samsung vendida apenas pela internet. Ele é também o mais potente da linha e briga com outros Galaxy pelo suado dinheiro do consumidor que procura um intermediário com muita bateria. Será que ele faz sentido para esse público? Será que ele é bom o suficiente? É o que veremos no review de hoje.
Samsung Galaxy M31
- Processador Exynos 9611
- 128GB com 6GB de RAM
- Tela: OLED de 6,4″ (1080 x 2340px)
- Câmera principal: 64MP (f/1.8) + 8MP (f/2.2) + 5MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 32MP (f/2.0)
- Bateria: 6000 mAh
- Android 10.0
Design e tela
Seguindo a ideia de economizar na construção, para investir em outras características, o M31 é um dos aparelhos menos elaborados lançados pela Samsung em 2020.
Todo o corpo é de plástico, que é geralmente o material escolhido pela empresa para os intermediários, mas a simplicidade da estampa é algo que não mudou de uma geração para outra, enquanto que a linha A está cada vez mais exibida.
O M31 também não adotou o leitor de digitais na tela, ou o furo para abrigar a câmera frontal, optando em continuar com o sensor tátil na traseira e com o entalhe em forma de U.
As dimensões do corpo do M31 também são quase idênticas ao M30. Na verdade, se não fosse pelo fato do mais novo ser um pouco mais grosso, e alterar a forma de alguns detalhes, como o cooktop das câmeras, seria quase impossível distinguir entre os dois, mas convenhamos, faz um tempo já que os aparelhos precisavam dar uma segurada nesse crescimento anual.
Olhando para a frente do aparelho, a semelhança entre as gerações é ainda maior, pois o M31 repete a tela de 6,4 polegadas, de proporção 19,5:9 e de bordas relativamente grossas, principalmente para o padrão da linha A de hoje em dia.
Por conta disso o M31 leva uma pequena “desvantagem” na relação entre o corpo e a tela, só que como o seu formato é um pouco mais quadrado, existem situações onde a área útil do M31 é maior, como no YouTube, onde as faixas pretas nas laterais ficam menores.
Também vemos semelhanças na qualidade da tela, mas aí é entre o M31 e basicamente todos os aparelhos da Samsung. Mas isso com certeza não é um problema já que esse painel de tecnologia Super AMOLED já está num nível bem alto há um bom tempo.
Houve uma época onde as cores eram exageradamente saturadas, mas hoje ele está bem equilibrado e bastante customizável, chegando praticamente no mesmo “realismo” de um painel LCD. A resolução Full HD também não é novidade, mas por conta dessa combinação de bom tamanho e bola tela, o M31 pode ser considerado um dos melhores aparelhos para quem gosta de consumir bastante mídia.
Bateria
Aliás, talvez ele seja o melhor, se a gente juntar tudo isso ao fato dele ser, atualmente, o aparelho da Samsung com a maior bateria. O M31 alcança 6000mAh, uma quantidade bem difícil de encontrar hoje em dia.
Isso é o suficiente para assistir 15 horas de YouTube ou Netflix, com o brilho quase no máximo, e a jogatina pode passar de 8 horas dependendo do jogo. É uma daquelas baterias que chegam a ser difíceis da gente testar porque ela simplesmente não cai, então dá para ficar uns dois dias longe da tomada se você maneirar só um pouco.
A questão é que uma hora ou outra você vai ter que parar para carregar o celular, um processo que levou quase 3 horas, para ir e 0 a 100%, com o carregador de apenas 18W na caixa. Não é o pior tempo do mundo, considerando o tempo da bateria, mas é uma boa sempre colocá-lo para carregar antes de dormir, para você sempre ter ele inteiro para o dia seguinte.
Algo que eu reparei enquanto testava a bateria é que os aplicativos mais pesados deixavam o celular um pouco mais quentes que eu esperava, não foi por muito, mas isso pode indicar uma técnica de resfriamento não muito boa, o que é algo comum para aparelhos intermediários, e também uma menor eficiência do seu chipset.
Hardware
Falando nele, o M31 utiliza o Exynos 9611, que é o mesmo modelo do Galaxy A51, de desempenho intermediário, suficiente para jogar, por exemplo, CoD ou Arena of Valor na configuração mais alta, de forma bem fluída, mas que também não é suficiente para Fortnite ou outros jogos muito pesados.
Até consegui abrir e jogar uma partida, agora que o jogo da Epic está bem menos restritivo com os celulares mais fracos, só que para conseguir um mínimo de jogabilidade, precisei colocar tudo no mínimo e com o 3D quase no 40%, o que não é nem um pouco bonito de se ver.
Felizmente, não reparei nenhuma queda de desempenho depois de um bom tempo jogando, e a interface também não teve maiores problemas, mesmo depois de quente.
Uma vantagem do M31 perante o A51 é que ele sobe dos 4 para 6 GB de RAM, o que ajuda na estabilidade do sistema e no multitarefa. O que coloca o aparelho da linha M na frente, se o seu foco for jogar.
Talvez para produtividade, como uma ferramenta de trabalho, ele tenha potencial para ser melhor que a linha A, mas por enquanto ele fica pra trás, pois ainda não recebeu a versão 2.1 da One UI, a interface própria da Samsung.
Ela trouxe vários recursos interessantes, como a notificação edge, o quickshare e a sincronização com o windows – nem mesmo a pasta segura está disponível por aqui.
O que é chato pois vários desses recursos são bem úteis nesse uso profissional, e não há um motivo claro para o M31 estar desatualizado, pois o hardware a gente sabe que ele tem. Pode ser só a Samsung atrapalhada com centenas de aparelhos, mas apesar de ter atrasado um pouco, eles já garantiram essa atualização para o modelo.
Câmeras
O Galaxy M31 possui uma lente frontal de 32 MP, e na traseira a principal de 64MP, ultrawide de 8MP, uma macro e um sensor de profundidade, ambos de 5MP.
O resultado, no geral, é muito bom. O pós processamento deixa a cena numa temperatura mais quente que de costume, o contraste é muito bom, e os detalhes quase sempre são bem nítidos, menos quando rola um exagero na saturação, o que é bem típico para um smartphone Samsung.
Tem também alguns exageros no HDR, escurecendo muito as sombras e até perdendo informações, o que também ajuda a criar cenas bastante artificiais, o que não foi um problema tão grande no Galaxy A31, que a gente comparou com o M31 recentemente.
Nas selfies o M31 já se sai melhor, mas às vezes ele deixa a pele suave demais, ou branca demais, e outras vezes ela sai quase perfeita. Essa inconsistência nos resultados tem acontecido com vários aparelhos da Samsung, e por mais que, eventualmente, eles sejam corrigidos, seria legal se pelo menos que a gente conseguisse controlar melhor.
Na câmera ultrawide, muitas dessas questões se repetem, mas eu gostei que a diferença na qualidade não é tão grande quando comparada com a principal. É praticamente a mesma foto, só que mais esticada. É só em ambientes sem luz que essa câmera fica bem ruim.
Para as fotos em baixa luz, o M31 tem acesso ao modo noturno para as selfies e para a câmera principal. Na câmera traseira ela precisa recortar uma boa parte da imagem, mas nos dois casos ela sai bem iluminada, além de conseguir limpar uma boa quantidade de chiados e aumentar o contraste.
O único problema é que o M31 também se sai um pouco pior que a concorrência nesse modo, pois dessa vez o Galaxy A51 que consegue um resultado um pouco melhor, preservando melhor as cores e os detalhes dos ambientes com pouca luz.
Já a câmera macro tem qualidade razoável por aqui, ela só tem um pouco de dificuldade para focar de vez em quando. Só que eu continuo sem ver muito uso prático para essa lente, é legal se você quer tirar aquela foto artística para o Instagram, mas quantas vezes você vai fazer isso de verdade?
E nas filmagens, o M31 grava em 4K, só que a estabilidade nesse modo é bem mais ou menos. Para o FullHD ele tem o modo super estabilizado, que utiliza a câmera ultrawide recortada para eliminar quase todo o chacoalhado. Só vale lembrar que, assim como nas fotografias, essa lente é bem ruim em baixa luz, então evite de usar esse modo durante à noite ou em situações parecidas.
Conclusão
O Galaxy M31 foi lançado por 2000 reais, mas já caiu bastante e a tendência é cair mais dentro dos próximos meses. Considerando que hoje ele está no mesmo valor do A51, fica difícil pensar numa situação onde o aparelho da linha A valeria a pena, já que o M31 consegue ofuscá-lo em praticamente todas as situações – menos na qualidade de construção, design e às vezes na câmera. Mas no geral, a vantagem da bateria é muito grande para gente conseguir ignorar.
Se você quer a melhor câmera na faixa dos 2000 reais, o mais vantajoso seria segurar um pouco para pegar o Galaxy A71, enquanto que o A31, próximo dos 1500 reais, é o melhor para quem quer economizar e ainda levar uma bateria boa.
Na faixa dos 1700, você ignora o A51 e vai direto de M31, pelo menos enquanto a Samsung não lançar outro aparelho nessa mesma faixa de preço, para canibalizar ainda mais os seus intermediários.
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