O Galaxy M51 é um intermediário avançado que chegou literalmente em peso para dar uma abalada no mercado – focado no segmento de vendas apenas pela internet e tentando eliminar margens dos varejistas, ele anda conseguindo combater alguns importados por conta do dolár alto e fabricação nacional. Ele é até o momento o celular com maior bateria do segmento e esse review vai responder a dúvida se ele é só uma bateria gigante ou mais que isso.
Samsung Galaxy M51
- Processador Snapdragon 730G
- 128GB com 6GB de RAM
- Tela: OLED de 6,7″ (1080 x 2400px)
- Câmera principal: 64MP (f/1.8) + 12MP (f/2.2) + 5MP (f/2.4) + 5MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 32MP (f/2.2)
- Bateria: 7000 mAh
- Android 10.0
Construção
Para começar descrevendo um pouco dá parte externa do Galaxy M51, este é um aparelho relativamente grande, todo feito em plástico, com aquele efeito de vidro na traseira, que a gente já vê na Samsung desde a época do Galaxy A50.
Ele não tem quase nenhum detalhe adicional nessa parte, com exceção do módulo cooktop de 2020, para abrigar as câmeras, igual todo o resto dessa geração. A parte boa é que o seu relevo é bem pequeno, quase nulo, o que ajuda a estabilizá-lo na mesa e melhora a aparência do aparelho.
Na lateral, o botão de ligar e o leitor de digitais ficam no mesmo lugar, quebrando a tendência de sensor debaixo da tela, mesmo com essa tela utilizando o Super AMOLED. Embaixo você ainda encontra o P2, algo que ainda deve se manter nas linhas intermediárias até sei lá quando.
Mas o que realmente impressiona por aqui são as dimensões. O M51, como eu falei, é grande e mais pesado que seus pares diretos, mas é menor do que se espera pra um celular com o tamanho de bateria que tem.
Com 215 gramas, o M51 só perde para a linha ultra em peso, mas é mais grosso, com 9,5mm de espessura, apenas 0,1mm a mais do que o Poco X3, que tem justamente 5.000mAh de capacidade e um preço até que similar.
Bateria
Como você pode imaginar, ter 7.000mAh de capacidade, um valor utilizado em tablets de 10 polegadas da empresa em um modelo com 6,7 polegadas de display faz com que realmente você tenha um tempo de uso acima da média.
Basicamente, você acorda um dia com ela em 30%, e nem se preocupa se vai durar o dia todo ou não. Sai de casa tranquilo, nem leva o carregador, e ainda chega de noite com uma sobrinha para assistir Youtube.
Talvez você tenha que evitar alguns aplicativos mais gastões, mas é capaz de você conseguir jogar uma meia horinha, sem alterar muito toda essa lógica.
Pensando em valores mais concretos, nenhum jogo passou de 10% de uso, o que garante mais de 10 horas jogando qualquer jogo, até em títulos mais pesados. Em gravações de vídeo, que costuma ser a atividade que mais puxa energia, o consumo foi de praticamente 12%, resultando em 8 horas com o celular gravando direto.
Todos os valores foram observados com o brilho no máximo, então no seu dia a dia, é bem capaz que a autonomia seja ainda maior. Outro ponto forte é o baixo consumo com a tela em descanso, onde, conectado no Wi-Fi, com notificações de e-mails e de alguns jogos chegando, a perda de carga foi, em média, de apenas 0,2% por hora. Um valor impressionante.
Está tudo bem otimizado e vai dar para você fazer de 2 a 3 dias de uso com facilidade. Ótimo pra quem anda trabalhando fazendo entregas, quer utilizar o celular como um roteador durante todo o dia, trabalha na rua ou quer sair para fazer uma viagem sem se preocupar de chegar no final do dia ou precisar ficar usando uma bateria externa.
Só que a cereja no topo desse bolo é o carregador da caixa de 25W. A Samsung anuncia que ele demora 115 minutos para ir de 0 a 100%, e foi esse mesmo o valor que encontramos em nossos testes.
Tela
A gente pode considerar que o M51 cumpre o que promete em termos de bateria, mas a melhor parte é que em torno dela, existe ainda todo um celular, que não abriu mão de praticamente nada. Já comentei do corpo robusto e relativamente bonito, mas tem também a tela, que merece os mesmos adjetivos.
Ela é bem grande, com 6,7 polegadas, na resolução Full HD+ e proporção de 20:9. À primeira vista, as bordas no entorno dela e do furo da câmera aparentam ser um pouco mais grossas que de costume, mas não é nada que atrapalhe.
O aproveitamento de tela, no geral, é muito bom, melhor do que a maioria dos aparelhos concorrentes como Moto G 5G Plus e Redmi Note 9S, que geralmente apresentam um pouco de vazamentos no entorno do notch e nas suas curvas.
Parte da melhora da qualidade e da eliminação desses vazamentos moram no fato de que a tecnologia utilizada por aqui é o Super AMOLED, que felizmente continua com bastante opções de configuração – para o alivio de nós que não gostamos muito da saturação exagerada, no modo de fábrica que a Samsung entrega.
A tela do M51 pode não ter grandes diferenciais, como alta taxa de atualização, ou uma definição equiparável aos topos de linha, mas o que temos aqui já é o ideal para assistir Netflix ou Youtube, jogar e mexer em redes sociais. Aliás, é apenas nesse quesito que os concorrentes que acabei de falar conseguem ganhar do M51 no quesito display.
Desempenho
Internamente, o tema é o mesmo. O M51 não quer te impressionar com alguma tecnologia nova, mas também não deixa na mão. A começar pelo armazenamento de 128GB, que você até encontra em celulares mais baratos, mas é uma quantidade razoável de espaço, que deve satisfazer a maioria das pessoas.
Com suficientes 6GB de RAM, essa memória é rápida e conseguiu manter uma quantidade boa de aplicativos abertos ao mesmo tempo.
Em questão de desempenho, o M51 está equipado com um dos meus chips favoritos dos últimos tempos, o Snapdragon 730G. Ele é uma espécie de intermediário avançado, pensado principalmente para galera que curte jogos.
Só que até para quem não joga pelo celular, a presença do 730G é um ponto positivo, pois com ele, além dos aplicativos abrirem relativamente rápido, dificilmente você sofrerá com aquelas travadinhas de interface, que assombra celulares mais fracos.
Por outro lado, por ser um chip meio antigo, ele nao tem suporte às redes 5G. Considerando o andar da carruagem dela aqui no Brasil, a tal rede vai demorar uns 5 ou 6 anos para ser implementada em um maior número de regiões, então não chega a ser prioridade nem motivo de preocupação. Até porque ele completa o pacote com Wi-Fi Dual Band, Bluetooth 5.0 e um bom GPS.
O que realmente pode gerar um pouco de preocupação, é que o aparelho esquentava enquanto eu usava aplicativos mais pesados. Não chegou a ser nada que atrapalhasse a pegada, ou que aumentasse o consumo de bateria de forma significativa, mas considerando que aparelhos intermediários não possuem bons sistemas de resfriamento, eu recomendaria diminuir o tempo de jogo.
Vale comentar que o M51 está com a One UI 2.5, com previsão de chegar no Android 11, com a One UI 3.0 agora em Abril. Não há uma grande quantidade de novidades para essa próxima versão, tanto da interface quanto do Android, mas é bom saber que não vai demorar muito para ele ser atualizado.
Câmera
Aliás, esse processador provavelmente ajudou em outro ponto: as câmeras. O M51 conta com um sensor de selfie de 32MP na frente. Na traseira, a principal tem 64MP, com abertura f/1.8, ultrawide de 12MP, uma auxiliar macro e uma auxiliar para profundidade.
Familiar? Sim, porque é o mesmo conjunto do A71. Nas fotos, não vou dizer que eles também são iguais, o que é surpreendente considerando que as lentes e o chip são os mesmos, mas é bem difícil de você distinguir entre os dois modelos.
As fotos costumam ter cores de todo o espectro bem saturadas, deixando os vermelhos super saltados e transformando o céu nublado em um céu de verão. Se fosse para escolher um, talvez seria o M51, mas há alguns momentos que o A71 gera um resultado melhor.
No caso da ultrawide, as fotos não são tão trabalhadas, e a qualidade cai um pouco, principalmente em ambientes internos. Dá até para ver como as principais são tratadas, quando comparamos fotos do mesmo lugar, de lentes diferentes – parece até que são de dias diferentes, mas não são. Ainda assim, para um intermediário, a qualidade está ok, só é uma boa fugir de ambientes mal iluminados.
Quando o ambiente está escuro mesmo, existe a opção de utilizar o modo noturno, que funciona com as duas lentes. Para a ultrawide, ela não faz milagre, mas fica bem melhor do que seria sem nada, enquanto que na principal, o modo consegue iluminar bem o ambiente e manter uma quantidade razoável de detalhes. Muito bom considerando que a câmera não é exatamente o foco do celular.
Em gravações, a qualidade está a par do resto, e a estabilização é boa. O M51 possui também o modo Super Estabilizado, utilizando um recorte bem grande da câmera ultrawide, para deixar a imagem bem fixa no lugar, que funciona bem, mas tem aquela aparente queda de qualidade.
Você pode gravar em até 4K em 30 quadros por segundo, que volta lá naquilo que a gente comentou já, de não ser o mais avançado que você encontra no preço, mas entrega o que você precisa.
Em resumo, o M51 tem câmeras intermediárias, que combinam com sua proposta e até com o seu preço. A comparação com o A71 é totalmente previsível, mas o vencedor dessa batalha fica no ar, pois nenhum dos dois se destaca de forma significativa. A verdade é que os dois são bons e, se você só quer uma câmera boa, para preencher o seu Instagram, ambos são boas opções.
Conclusão
O Galaxy M51 chegou com várias surpresas, mas sem dúvida alguma o destaque certamente é a bateria, que dá para dizer, sem exageros, que dura 2 ou 3 dias. Além disso, ele tem um conjunto bem completo, e o melhor de tudo, num preço ótimo logo de cara.
Comprando direto do site, ou pela loja oficial da Samsung no Mercado Livre você paga hoje R$1950 mais ou menos – um ultraje quando comparado com seu lançamento de R$3499. Na boa, essa deve ser a primeira vez na história, que o preço na loja da Samsung está bom.
Nessa faixa ele já compete e ofusca completamente o A71 e alguns concorrentes diretos que conseguem ser melhores em poucas frentes, mas com conjuntos menos equilibrados. Por isso mesmo, ele serve como uma boa opção para quem tinha um Galaxy A50 e quer uma experiência melhorada.
Para aqueles que precisam economizar um pouco mais, o único modelo abaixo que faz sentido e vale a pena atualmente é o M21s, que fica uma categoria abaixo em desempenho, e perde a super bateria, mas ainda entrega uma experiência de intermediário básico, com tudo que você precisa, só que num preço mais em conta.
Ricardo diz
Ótimo aparelho, mas review muito mal escrito.
E outra, recomendar o m21s como opção mais barata ao m51 só pode ser piada, sendo que existe o m31, com configurações muitos próximas ao m51.