O Samsung Galaxy M55 é um intermediário ousado, que chegou com uma proposta diferente em 2024. Agora ele tem processador novo, câmera frontal com ainda mais megapixels e carregamento compatível com 45 W. São algumas características que mudam um pouco o posicionamento do aparelho, mas será que deu certo?
Samsung Galaxy M55
- Processador Snapdragon 7 Gen 1
- 256GB com 8GB de RAM
- Tela: Super AMOLED 120 Hz de 6,7″ (1080 x 2400px)
- Câmera principal: 50MP (f/1.8) + 8MP (f/2.2) + 2MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 50MP (f/2.4)
- Bateria: 5000 mAh
- Android 14
Construção
Acho que dá pra dizer que ele não mudou quase nada no visual, de um ano para o outro. Tem uns efeitos de cor na carcaça, dependendo de como a luz reflete na tampa. Porém, ele continua fosco e com todo o acabamento em plástico.
Nada de proteção IP por aqui também, assim como a traseira e as laterais seguem arredondadas. Sei lá, eu até gosto, porque está tudo ficando com a mesma cara.
Ele é bonito, leve e fino. Guarda essa informação, porque eu vou querer saber se você gosta do motivo dele ter ficado mais magro.
Os botões de volume estão bem altos. Já no de energia, a Samsung soube ponderar e colocar numa posição mais confortável.
Eu só acho que ela poderia voltar como era antes, colocando cada um num lugar diferente e mantendo ambos em alturas confortáveis para o usuário.
Quem tem mão pequena sofre um pouco com isso, principalmente num celular grande como o M55.
Tela
Sim, ele é grande, com sua tela de 6,7 polegadas. O painel é Super AMOLED, com 120 Hz de atualização e Mil Nits de brilho.
Perceba que o HDR10+ só aparece no Galaxy A55 e nos smartphone mais completos. Na linha M e nos outros integrantes da linha A não teremos controle de HDR.
Tanto que eu achei ela um pouco mais apagada, com uma qualidade inferior aos demais smartphones da coreana. Ela é meio azulada, puxando muito para os tons frios e impactando nas cores do que você vê, seja na rede social, nas fotos que você faz, como usando a internet.
Eu poderia pegar um pouco mais leve com esse cara, pela qualidade da tela, se ele não estivesse sido lançado por quase 3 mil reais. Como esse é um smartphone de venda exclusiva pela internet, nas próximas semanas ele vai cair de preço.
No entanto, custando o mesmo que o A55, eu esperava que ele mantivesse pelo menos a mesma qualidade de painel.
Só para deixar claro, não é horrível, tá? Eu vou até frisar algo aqui, que são as bordas menores que as do A35 e A55. Não sei se o smartphone todo escuro aumenta essa sensação, porém, ela é menor. Tanto que o M55 é mais estreito que o A35.
Ou seja, decida o que mais tem peso para você. É o famigerado “prós e contras”.
Desempenho
Se na tela e na carcaça quase nada mudou no M55, talvez você fique surpreso, mas agora esse cara vem com o chip da Qualcomm.
Talvez alguns estivessem esperando o Exynos 1480, pelo fato dos modelos passados terem seguido o mesmo que a linha A, como eu citei, porém, a Samsung está focando em outras coisas dessa vez.
Ele vem com o Snapdragon 7 de primeira geração, que é um SoC de 2022, ou seja, bem antigo. É quase como se a Samsung não quisesse mudar a potência de um ano para o outro, mas fosse obrigada a trazer um chip diferente.
Para ficar um pouco mais claro, deixa eu te dar alguns exemplos: comparando o M55 com o M54, lá no site NanoReview.Net, o intermediário desse ano é só 10% mais potente que o antecessor, com o Exynos 1380. Isso é o resultado do Antutu. Já no GeekBench 6 ele fica ainda mais perto, com 5% de diferença na performance.
Uma coisa que eu notei também é que o M55 esquenta bastante, tanto que ele apresentou algumas mensagens de que o aparelho estava quente, durante os testes de bateria.
Eu tive que fazer algumas pausas durante as gravações 4K, para aguardar a temperatura ficar mais adequada. Às vezes a gente tem desses perrengues. Então, não se espante, caso você esteja gravando e o smartphone interrompa seu vídeo com uma mensagem de erro.
Já nos jogos, apesar dele ter ficado bem quente, eu não tive problemas com travamentos, quedas de frame ou algo desse tipo. Ele deu conta do recado e ficou dentro do comum para algumas marcas.
Mas, quando eu lembro do bom trabalho que a Samsung fez ano passado, com seus smartphones intermediários e topos de linha, eu não posso passar pano. Se deu para controlar a temperatura antes, dá para continuar fazendo isso agora.
Por fim, a Samsung resolveu fazer algo diferente esse ano, lembra? O M55 de 128 GB foi deixado de fora e agora você só tem a opção de 256 GB com 8 GB de RAM.
E, para quem acha pouco, a Samsung também colocou uma bandeja híbrida, para usar dois chips, ou um chip e um cartão de memória.
Uma pena que não existe a opção do e-SIM nesse caso, que seria bom caso você precise muito de duas linhas telefônicas e mais armazenamento.
Uma coisa curiosa que aconteceu durante os testes e que eu quero registrar aqui, para saber se vocês também estão com o mesmo problema é que o CoD Mobile, Warzone não está baixando a segunda parte do download necessária para jogar. Nos demais aparelhos da Samsung eu consegui, só no M55 que deu problema.
Eu também demorei umas três horas para fazer o download de Genshin Impact. O que mostra que o modem desse cara não é tão veloz assim, quando precisamos baixar as coisas.
Bateria
Seguindo para a parte de bateria, o Galaxy M55 perdeu uma de suas maiores vantagens, que eram os 6.000 mAh de bateria. Por isso que ele está mais magro.
A Samsung disse que esses 1.000 mAh não fazem falta, já que ela tornou esse cara compatível com os 45 W de carregamento. Entretanto, isso não adianta muito, uma vez que você recebe o carregador de 15 W na caixa.
Ou seja, em 30 minutos você tem 31% de bateria, em uma hora 62% e para atingir os 100% de capacidade, o carregamento demorou 1 hora e 52 minutos. Quase 2 horas com o smartphone na tomada.
Entretanto, eu coloquei esse cara para carregar num carregador rápido aqui, que tem 65 W e é compatível com a Samsung e ele demorou 15 minutos para sair de 8% para 25%. Em 30 minutos ele estava com 45% da carga e no total eu demorei 1 hora e 30 minutos para sair de 8% para 100% de carga.
Ele esquentou bastante no final e eu acredito que isso fez ele demorar um pouco mais.
Nos jogos eu achei um desempenho razoável. Asphalt 9 gastou 12% da bateria e SpeedStorm 15%, por serem os mais fraquinhos na questão gráfica. Mas, eles ainda são um bom benchmark, já que o controle gráfico desses dois títulos são feitos de forma automática, seguindo o que o jogo considera mais adequado.
E, nos dois casos, os gráficos ficaram baixos, sem detalhes e não agradaram tanto.
O mesmo aconteceu com Genshin Impact. Ele ficou bem baixo na qualidade gráfica, mas lá no alto no consumo de bateria. Foram 23% em uma hora de jogo.
E, pasmem, Wild Rift, que sempre foi um exemplo de otimização no uso de gráfico e energia, levou 18% por hora da bateria e ele nem conseguiu cravar os 120 fps. Na maior parte do jogo ele ficou entre 90 e 100 fps.
Ou seja, quanto mais os títulos exigirem do M55 e do Snapdragon 7 Gen 1, mais ele vai gastar.
Eu confesso, não gostei de ter menos bateria e não me agrada a empresa dizer que o smartphone tem como vantagem um carregamento rápido, que exige a compra separada do acessório e só salva 30 minutos do meu dia.
Câmeras
No conjunto de lentes nós temos um sensor principal de 50 megapixels, na ultrawide ele tem 8 MP e na macro ficamos com 2 MP. Onde a empresa quis chamar a atenção dos usuários foi na lente frontal, com os mesmos 50 MP da traseira.
Mas, fica o alerta aqui! Esse sensor não é o mesmo que está atrás. O sensor frontal tem uma abertura de f/2.4 e o traseiro de f/1.8, que entra bem menos luz que o traseiro.
Por padrão ele faz fotos de 12 MP, combinando vários pixels, para formar um maior, que permite absorver mais luz, promete melhorar o foco e também entrega mais detalhes.
Essa era a teoria, mas não foi bem o que eu experimentei. Tem momentos que a foto fica legal, porém, com contraste muito pesado e cores um pouco estranhas.
Em alguns momentos eu estou pálido e em outros estou corado. Também incomoda a dificuldade de capturar a imagem e não fazer uma foto tremida. Olha, eu prefiro o pós processamento da frontal do A35.
Falando um pouco da principal, ela está muito boa e equilibrada, e eu gosto dela não saturar tanto as cores e nem colocar tanto pós processamento. Tudo o que eu vejo aqui está bem próximo do que eu enxergo ao vivo, com meus olhos.
Já quando passamos para a foto com a lente ultrawide, eu vejo que a calibração de cor e imagem é diferente. Ela fica bem mais escura e com cores frias. A qualidade é visivelmente inferior à lente principal, não só pela quantidade de pixels menores, mas, pelo principal, a falta de luminosidade.
Foto é luz, e quando a lente não tem abertura suficiente e os pixels não colaboram, temos esse resultado que parece mais de um aparelho de entrada. Por fim, a Macro tenta fazer a parte dela, mas, com 2 megapixels e baixa qualidade, os resultados ficaram bem ruins.
Conclusão
Apesar de ter sido lançado com um preço absurdo, ele já pode ser encontrado com facilidade na faixa de R$ 1.800. Poderia dizer que prefiro o M54, por ter mais bateria e um conjunto fotográfico que funciona melhor e entrega resultados mais satisfatórios, mas ele praticamente sumiu do mercado.
Claro, devemos levar em consideração que esse é um smartphone de 256 gigabytes de armazenamento, com as mesmas especificações o A55 passa dos três mil e cem Reais.
Para conseguir competir melhor, o Galaxy M55 ainda pode cair um pouco de preço. Lembrando que ele continua sem resistência contra água e poeira. E seu material de construção é bem inferior aos demais concorrentes, pertencentes à própria Samsung.
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