A décima primeira geração do Galaxy S revitalizou a linha em alguns aspectos, aumentou seu preço e estranhamente dividiu ainda mais os modelos com a introdução do Ultra, que o torna quase um modelo à parte. Será que com câmeras que não são mais as melhores da Samsung, o Galaxy S20 consegue lidar com concorrentes como o iPhone 11?
Construção
Por fora, a nova linha tem tudo que você espera de um aparelho topo de linha em 2020. Ele tem as bordas de alumínio e traseira de vidro Gorilla Glass 6. Também possui proteção certificada contra líquidos IP68 e um acabamento impecável.
Claro que para o meu desprazer a entrada de fones de ouvido já se foi por completo, e, numa época onde vários aparelhos estão mais grossos e ganharam alguns gramas, o S20 e todas as suas variações ficaram relativamente leves e finos, mesmo que ainda estejam maior que o modelo da geração anterior.
Ainda assim, por mais que o desenho dos smartphones não evolua tanto de um ano para o outro, faltou criatividade na hora de decorar o aparelho. O único diferencial dessa traseira é o novo e polêmico nicho das câmeras.
Fora isso, só temos modelos enormes. Todos estão agora na proporção de tela 20:9, um pouco mais comprida, e o tamanho começa em 6,2 polegadas no S20, depois 6,7 no S20 Plus e 6,9 no S20 Ultra, que agora é a versão mais completa.
Apesar dessa proporção de tela mais esticada, o foco da One UI em priorizar a navegação na base ajuda a fazer com que esse aparelho não pareça tão grande e tenha uma boa usabilidade.
Infelizmente, o Galaxy S10e que tem apenas 5,8 polegadas, não ganhou atualização nessa geração. Além de pequeno, ele era mais barato, e por mais que a Samsung tenha lançado o S10 Lite esse ano, como ponte entre os topos de linha e intermediários, ele não é a mesma coisa.
O S10 lite é um aparelho da geração passada, lançado hoje, com cara de novo, enquanto o S10e estava, de verdade, no mesmo nível do Galaxy S10. Enfim, queria que as empresas focassem também em formatos menores, mas não parece ser mais o caso.
Tela
Por outro lado, o Galaxy S20 trouxe algo que eu estava bem ansioso para ver, o painel de 120Hz, batizado por aqui de Dynamic AMOLED 2X. Comentamos algumas vezes que essa era uma das principais mudanças para os topos de linha desse ano, além das melhorias de desempenho e câmera, que vemos todos os anos.
Os 120Hz realmente se sobressaem, porque já faz algumas gerações que está complicado trazer uma tela melhor para smartphone. As cores, o brilho e todo o resto chegaram em níveis tão bons que praticamente não tinha mais o que evoluir.
Esse aumento na taxa de atualização da tela não serve só para deixar o aparelho mais caro, você realmente tem um aumento na percepção da fluidez, que faz com que o S20 pareça mais rápido que os seus antecessores.
O Galaxy s20 não é o primeiro a trazer essa novidade e nós já tínhamos experimentado ela em alguns outros aparelhos, como o ASUS ROG Phone 2, mas o S20 é o primeiro aparelho que deverá ter um número de vendas mais expressivo por aqui.
Isso é importante pois valida a tecnologia e deixa de ser apenas uma “frescura” de um celular menos vendido, o que abre o caminho para ela aparecer em ainda mais celulares, que vão na onda dos topos de linha das grandes empresas, e daqui um tempo começa a aparecer em intermediários.
Um ponto de atenção no entanto, é que a tela só alcança essa frequência mais alta se a resolução estiver em Full HD, porém o S20 continua a suportar a resolução 1440p em 60hz. Prefiro a taxa de atualização mais alta, mas fica ao seu critério escolher qual dos dois você prefere.
Desempenho e Bateria
Atualmente é bem difícil de encontrar jogos que realmente rodem a 120 quadros por segundo, já que isso não depende só do hardware – o jogo também precisa oferecer suporte a essa taxa.
Nesse sentido, a plataforma mobile é mais parecida com os consoles de sala, do que com um PC. Existem algumas listas na internet indicando os jogos que parecem conseguir alcançar os 120 quadros, como por exemplo: Vainglory, Arena of Valor e Breakneck, mas enquanto eu jogava, não senti que a diferença foi tão grande, provavelmente por conta do tamanho da tela, e da natureza mais estática dos jogos.
Os mais populares, como PUBG, Free Fire e até o Fortnite, já deixam bem claro que não suportam. Esse cenário pode mudar à medida que mais celulares passarem a utilizar telas de 120Hz, mas por enquanto, você vai ter que garimpar bastante para conseguir encontrar um jogo com suporte.
O lado negativo disso tudo é o aumento no consumo de bateria. Essa versão possui 4500mAh, um número bem expressivo para um aparelho da linha S, só que o chipset do modelo que veio para o Brasil, o Exynos 990, parece não estar muito bem otimizado, e mesmo depois de atualizações iniciais o consumo fica acima da média, quando comparado com outros aparelhos que tem essa quantidade toda de carga.
O problema não aparece nos apps mais cotidianos, como redes sociais e afins, onde o gasto energético foi mais controlado, até porque o aparelho é inteligente suficiente para não forçar os 120 hertz quando você está numa situação que não suporta tal taxa de frequência, o YouTube é um exemplo.
Apenas quando você usa algum aplicativo mais pesado, como jogos ou gravações, que você literalmente sente o desperdício nas mãos, pois o aparelho esquenta muito, especialmente enquanto você grava algo em 4K, onde fica difícil até de segurar o aparelho. Por conta dessa diferença entre as situações mais leves e mais pesadas, é muito provável que o responsável seja o chip mesmo, e não só a tela.
Outro efeito negativo está na performance. Se você rodar vários testes do Antutu ou 3DMark, verá que a pontuação vai despencando, mostrando que o calor afeta bastante o desempenho do chip.
Tomara que a Samsung consiga fazer alguma alteração posterior, já que no papel, o Exynos 990 é cerca de 10% pior que o Snapdragon e quando esquenta chega a ficar de 15% a 20% pior. Pelo menos, o Galaxy S20 Exynos sai mais barato e com um preço que não chegou nem perto de considerar o dólar a 5 reais.
Câmera
Essa versão que temos aqui, o S20 Plus, compartilha a câmera frontal e as três primeiras lentes traseiras com o S20. Temos então uma selfie de 10MP, a principal de 12MP, a telephoto de 64MP com zoom híbrido entre 2x e 30x, e uma ultrawide de 12MP.
Além dessas, o Plus ainda trouxe uma câmera Time of Flight, para efeitos 3D e para o desfoque, que não está presente no S20 normal e não muda tanto assim. Só dá trabalho para a equipe de software.
O S20 Ultra traz um zoom maior por conta da lente principal de 108MP e uma zoom diferente e uma frontal de 40MP, que apesar dos números, não tem muita diferença na prática.
No geral, as fotos do S20 Plus continuam com aquela apelação de sempre na saturação das cores. A intensidade de cada cor varia com o que o reconhecimento de cena identifica, mas no geral, o resultado é bom, e quando o foco está numa pessoa, as características do rosto são preservadas, sem aquele excesso de embelezamento e com a pele bem corada. Ainda tem a mão da Samsung, mas está melhorando.
No entanto, às vezes esse pós processamento perde informação, principalmente quando tenta deixar superfícies mais claras com a cor mais forte, sumindo com os detalhes das fotos.
Não é sempre que isso acontece, parece que tem uma guerra interna entre as inteligências diferentes, então você depende um pouco de sorte, e o resultado nem sempre é muito consistente. O foco aliás, é mais rápido que o do S20 Ultra, tanto em foto como em vídeo, e segue o padrão do que vinha sendo feito na linha S10.
Falando em funções, o contraste dinâmico gera resultados muito bons em praticamente todas as situações, o que não é grande novidade já que o HDR está bem manjado para os topos de linha de todas as marcas. Se você for preguiçoso, só deixa ele sempre ligado e quase sempre a foto vai estar melhor do que antes.
Agora, pensando nas lentes e funções auxiliares, o que eu gostei de ver foi a preservação de qualidade quando você vai da lente principal para a ultrawide, principalmente na nitidez da foto. O campeão nesse quesito ainda é o iPhone, mas por aqui, a ultrawide evoluiu bastante e você consegue uma foto boa no escuro sem depender da sorte.
Falando em escuro, o modo escuro também evoluiu, se aproximando cada vez mais da solução da Google. Ainda não está lá, mas a cena fica bem clara e os detalhes são preservados.
Quem fica meio perdida é a lente de zoom. Ela de fato se aproxima 30 vezes, mas a qualidade é muito ruim, só de bater o olho você já duvida da real utilidade desse valor.
Na verdade ela funciona muito bem entre 2 e 6 vezes de aproximação, depois disso parece que é só para falar que pode. Simplesmente não vale a pena mais que isso.
Outro diferencial que me parece mais marketing do que função real, pelo menos por enquanto é a gravação em 8K. No S20 Ultra, ela é feita com a lente principal, de 108MP, mas por aqui, precisa ser feita com a telefoto de 64MP, que tem um HDR e outras características piores.
Quando você muda de 4K para 8K não só ocorre um recorte gigante, como a qualidade da gravação piora, principalmente quando falamos de média ou baixa luz. Além do foco ser bem falho nesse modo.
Apesar do 8K estar longe de ser uma realidade, a Samsung tem avançado no software, que ainda não é super completo, mas já traz algumas funções boas para realizar recortes e algumas adições.
Me impressiona um celular conseguir mexer em vídeos 8K, coisa que nem meu PC consegue fazer direito com 4K. Além disso, você pode usar o 8K para dar um pouco mais de zoom em 4K ou em 1080p.
Agora, partindo para a câmera frontal, a maioria das características são parecidas com a câmera principal, o único problema é o pós processamento com embelezamento embutido, perdendo um pouco de nitidez.
O legal é que você tem uma opção bem fácil de encontrar para controlar a temperatura da foto, então não dependemos de uma atualização específica para arrumar essa característica que costuma incomodar bastante quando não está dentro dos nossos conformes, principalmente porque os asiáticos costumam deixar o rosto bem branco, enquanto nós gostamos de um rosto mais corado.
Existem ainda vários outros modos menos importantes, tanto para as selfies, quanto para a traseira, que adicionam ainda mais variedade às câmeras. Logo que você abre o aplicativo, o primeiro modo que aparece é o tal “tomada única” que faz uma espécie de pré-edições em um vídeo curto, que depois você pode escolher e postar no Instagram.
Temos também por aqui o modo de desfoque ao vivo. Ele funciona já melhor que no Galaxy S10 ou A80, mas ainda acontece uns erros grosseiros de vez em quando, e talvez demore para essa tecnologia amadurecer.
Sistema e Conectividade
Além disso, a própria atualização da interface da Samsung trouxe novas funcionalidades interessantes. Está um pouco mais bonita, e minha parte favorita são os novos gestos, adaptados diretamente do Android 10, e não a abominação que a gente reclamou lá da One UI 1.0.
Fora isso, o Samsung DEX ainda está disponível, mesmo que o ciclo de atualizações tenha esfriado um pouco, e agora exista um modo de sincronização com o Windows.
Você pode receber e ver as notificações do seu celular pelo computador, dá para transferir fotos também e até espelhar a tela. As funcionalidades ainda são bem limitadas, mas já ajuda a deixar o ecossistema da Samsung um pouco mais perto da Apple.
Outro recurso novo, semelhante ao do iOS, é o Quick Share, que por enquanto, só está disponível no S20, mas funciona basicamente igual o AirDrop, capaz de transferir arquivos entre qualquer equipamento que também tenha o Quick Share.
Por conta da falta de aparelhos com essa função, fica difícil testar a fundo tudo que você consegue fazer, mas dá para notar que existe uma preocupação em trazer mais soluções de software por parte da Samsung, além de hardware, para se tornar competitiva em todas as frentes.
Lá fora o S20 também entra na onda das redes de internet móvel de 5G, porém, os modelos que virão para o Brasil não terão esse suporte, pois o 5G ainda está bem longe de ser implementado por aqui.
Conclusão
É bem provável que o Samsung Galaxy S20 trouxe avanços em algo que você valoriza. Esse review mostrou que ele é um pouco melhor que o S10 em várias frentes e sem dúvida o que mais chamou a atenção foi a novidade da tela de 120Hz.
A bateria do modelo americano com Snapdragon é melhor, mas esse Exynos ferrou um pouco, já que não avança tanto em desempenho e nem na própria bateria. Por isso e por conta da grande queda de preço que sempre temos no primeiro ano dos topos de linha da Samsung, a melhor indicação é esperar.
Daqui alguns meses o preço melhora, o software atualiza e o S20 começa a fazer sentido. Por enquanto, o S10 ainda é um baita de um aparelho, e que certamente não falta em nada comparado com esse aqui, sendo apenas “mais simples” em alguns pontos.
Carlos Alberto Leivas diz
Muito bem a informação,estou ligado no Escolha Segura para estar bem informado.
Alessandro diz
Ótima matéria!
Aonde eu consigo esse papel de parede do cachorro?
Alessandro diz
Boa matéria!!!
Aonde eu consigo esse papel de parede do cachorrinho?