O Galaxy Tab S10 Plus é o melhor tablet Android para quem quer um tablet competente. Ele é menor que o Ultra, mas não perde em potência e funcionalidades por isso, e ainda tem bastante inteligência artificial embarcada nele. Nesse review a gente conta tudo o que você precisa saber antes de comprar.
Design e construção
Faz três anos que a Samsung mudou a abordagem dos seus tablets de linha S. Assim como nos celulares, eles passaram a ter três modelos, inclusive com o mesmo nome dos smartphones.
Eram os modelos de base, Plus e Ultra. Foi assim no Tab S8 e no S9, mas essa geração chegou com mais uma mudança, sendo apenas dois modelos, o Plus e o Ultra.
Normalmente, é o modelo maior que ganha mais atenção, até pelo tamanho e algumas outras tecnologias que ele acaba ganhando, mas quem não precisa de uma tela com tamanho de notebook tem no Plus uma boa opção.

Sim, porque se o Ultra exibe uma tela enorme de 14,6 polegadas, o Tab S10 Plus fica num tamanho intermediário, de 12,4 polegadas, mas usa a mesma construção do seu irmão.
Toda a traseira é em alumínio, com um tom de cinza mais brilhante e claro que as gerações anteriores. Aliás, é uma versão aprimorada do Armor Aluminum que está presente nesse ano. O logo da Samsung aparece mais, os frames da câmera estão mais claros, e as antenas de sinal também estão mais claras.
É uma traseira de tablet, que não tem tanta graça, mas que a Samsung fez questão de melhorar quando a gente compara com as gerações anteriores.
Além disso, ele está bem leve, mais que seu irmão mais velho, pesando 571 g e também ficou mais fino quando comparado com o S9 Plus. E ainda tem proteção IP68, a máxima contra água e poeira, que já estava presente na geração anterior.
Os frames laterais também são de alumínio e algumas coisas seguem como nas gerações anteriores.
No chamado topo ficam os botões de energia e de volume mais e menos, e uma gaveta para cartão microSD. É isso, apenas cartão microSD e nada de chip.
Por algum motivo, a Samsung não traz mais as versões 5G para seus tablets aqui no Brasil, apenas um modelo Wi-Fi, e eu acho isso um downgrade. Deixa eu explicar.
Eu tenho um Tab S8 Ultra, e já fiz alguns conteúdos sobre ele aqui no canal. Ele me ajuda demais, especialmente quando eu quero viajar ou fazer alguma cobertura, e não quero levar um notebook.
Acontece que em alguns lugares nem sempre contam com Wi-Fi disponível, e eu já deixo um chip com dados móveis lá no tablet. Nesses casos eu simplesmente uso o 5G, sem me preocupar.
Não ter a versão 5G é um downgrade que eu não curti nas duas últimas gerações, e que me faz torcer pra não precisar trocar meu Tab S8 Ultra tão cedo.

Eu estava falando dos frames laterais, e neles ficam os quatro alto-falantes, que fazem um ótimo trabalho nesse modelo e contam com suporte a Dolby Atmos.
Essa linha também estreou um recurso legal, que é um boost de som para diálogos. Sabe aquelas cenas em que tem uma conversa e um ruído bem forte no fundo, como em filmes de ação? Então, o software reforça a conversa para que você não perca o diálogo durante o filme ou série.
Além disso, no geral o som é imersivo, potente e bem definido para um tablet, o que melhora bastante a experiência de uso dele. Do lado direito fica a entrada USB-C.
Acessórios
No que seria a parte inferior estão os conectores de carregamento. Dois nas pontas e os três pins centralizados para a carga magnética da capa teclado.
Uma coisa que vale destacar é que desde a geração passada a capa teclado vem na caixa, e não é vendida como um acessório à parte. Aliás, a capa teclado vem em duas partes.
A capa traseira de folio, que tem uma case para segurar a S Pen e um stand que permite manter o tab S10 Plus em diferentes ângulos, além do teclado, que se destaca e se encaixa na parte inferior do tablet, como eu já comentei.

A S Pen também está mais clara, e ainda mais inteligente, mas os ganhos em si não estão exatamente na velocidade de resposta dela, mas no que ela vai fazer em termos de inteligência artificial.
Antes, eu quero voltar para o teclado. Como nesse ano a Samsung me mandou os dois tablets ao mesmo tempo, ficou mais fácil comparar e perceber algumas diferenças.
Embora os teclados sejam bem parecidos, o S10 Plus tem um perfil um pouquinho mais alto de teclas chiclete. Por ter o Tab S8 Ultra e ter testado o Tab S9 Ultra no ano passado, eu me acostumei com as teclas quase na mesma linha da base do teclado, mas no Tab S10 Plus elas são um pouco mais altas.
Apesar de o teclado ser menor para poder se encaixar no corpo do S10 Plus, a distância entre as teclas e o tamanho delas ainda é muito bom, e permite digitar com conforto mesmo em períodos mais longos, como foi a finalização desse review.
Quem ficou um pouco menor foi o trackpad, que ainda faz sentido para um tablet um de tamanho mais reduzido, mas só de ele permanecer por lá, eu já acho uma vantagem.
É um teclado grande a ponto de caber ainda uma linha de teclas de função, que vai permitir acessar vários recursos mais rápido, como emular os três botões do Android, pesquisar por algo no Finder, usar Play, Pause e voltar ou ainda acessar o Samsung DeX, o modo desktop da Samsung.

Senti falta aqui de um recurso que tem no teclado do Ultra, que são os atalhos de aplicativos. Você pode escolher no F1, F2 e F3 qual aplicativo você abre quando pressiona o botão por mais tempo junto com o botão Fn. Senti falta também de ele ser retroiluminado.
Mas a grande novidade mesmo está na tecla Galaxy AI. A Samsung emulou o botão Copilot dos notebooks para dar um acesso rápido aos recursos de inteligência artificial. Quando você pressiona, escolhe se quer abrir o Google Gemini ou o Galaxy AI.
Talvez hoje, com o leque de opções que a gente tem atualmente em inteligência artificial, esse botão ainda não seja algo primordial. Mas daqui um ou dois anos esse botão pode ser muito mais útil.
Tela
O display é um assunto que merece bastante atenção em um tablet, e nem todos os raciocínios que a gente faz pra um celular cabem nesse tamanho maior.
Dito isso, o Tab S10 Plus conta com uma tela Dynamic AMOLED 2X com 120 Hz de frequência e recurso Vision Booster, que vai melhorar os níveis de brilho e contraste em conteúdos de vídeo.
Como eu já comentei, são 12,4 polegadas, e deixa eu passar mais alguns números. Ele tem resolução de 1752 por 2800 pixels e proporção de tela 16:10. A densidade de pixels é de 266 pixels por polegada e ele tem uma proporção de tela para corpo de 84,3%.
Isso significa que ele tem bordas um pouco mais espessas que a do Ultra. E tem um motivo pra isso. Um tablet menor vai ser mais fácil de segurar na mão, e com bordas maiores, as marcas de dedo, e os seus dedos, não atrapalham a tela.

Quando a gente olha para o Tab S10 Ultra, por exemplo, a relação de tela pra corpo é de 90,7%, mesmo ele tendo um notch para abrigar as duas câmeras.
Explicado isso, tem outra novidade que vale mencionar, que é o revestimento antirreflexo na tela, que deu as caras pela primeira vez no S24 Ultra.
É como se fosse um acabamento matte, que ajuda muito naquele momento que você está perto de uma fonte de luz. Antes, ela ia refletir e atrapalhar sua visualização. Agora essa camada na tela resolve o problema.
É chover no molhado elogiar a qualidade das telas da Samsung. No caso da linha S10, eles procuraram entregar o que tinham de melhor, e o resultado é um display daqueles que dá gosto de consumir conteúdo de todos os tipos.
Câmeras
Eu vou falar de câmeras agora porque elas não são fundamentais em um tablet. Quer dizer, as traseiras não são, mas a frontal é.
Inclusive, o Tab S10 Plus mantém a mesma configuração de câmeras do seu antecessor, com uma câmera frontal de 12 megapixels, que é uma ultrawide com 120º de ângulo de visão e abertura f/2.4.
Na traseira são duas, uma principal de 13 megapixels e abertura f/2.0, combinada com uma ultrawide de 8 megapixels e abertura f/2.2.
Não houve uma grande evolução aqui, aliás, os resultados são os mesmos do Tab S9 Plus do ano passado. O conjunto traseiro, até por não ter uma abertura de luz tão grande, produz imagens um pouquinho mais escuras do que o que a gente está acostumado.

Mas mesmo assim são boas fotos, só que para anotações ou algum registro. Na tela maior do tablet, você já consegue perceber alguns artefatos e perda de nitidez em imagens feitas com a ultrawide, o que me faz pensar uma coisa.
Será que não era melhor trocar por uma lente telefoto? Sabe quando você está no fundo da sala de aula ou de um local de reunião e precisa tirar uma foto da anotação que está no slide? Eu acho que uma lente de zoom, com 3x óptico, pode ajudar ainda mais na produtividade.
E por fim a grande função da câmera frontal é servir boas imagens na chamada de vídeo, e ela faz isso muito bem. Por ser ultrawide, ela consegue fazer um crop da imagem e te aproximar durante a conferência, e a combinação entre hardware e software manda muito bem nesse sentido. Ela alcança 4K a até 30 quadros por segundo, assim como as câmeras traseiras.
Desempenho
Se os dois últimos Galaxy Tab S contavam com chips da Qualcomm, dessa vez a parceira da Samsung é a Mediatek, que colocou o Dimensity 9300+ como plataforma pra esse cara.
É um processador de quatro nanômetros, octacore, que só tem núcleos de performance, sem economia de energia, que vem acompanhado de 12 GB de RAM e 512 GB de memória interna, que eu já disse que pode ser expandida por cartão de memória.
A Samsung também aumentou bastante sua câmera de vapor, que está uma vez e meia maior que a do S9 Plus, tudo isso pra que ele resfrie melhor que a geração passada.
Os usos de tablet e celular são diferentes, é sempre bom lembrar disso. Vai ter gente que faz tarefas que demandam bastante durante um intervalo menor de tempo, aqueles que fazem tarefas que não pesam tanto o sistema, mas que usam esse cara durante um dia inteiro de trabalho.

Mas o chip dá conta de jogar ou também de produtividade. Como referência, ele fez 1.739.735 pontos no Antutu Benchmark, o que coloca ele num patamar realmente de dispositivo móvel topo de linha.
Só que o hardware aqui é um coadjuvante para dar suporte a tudo que o software é capaz de fazer, e aqui eu estou falando do Galaxy AI. Essa linha é a primeira da Samsung a vir com todos os recursos de Galaxy AI já no lançamento, e não receber por atualização de software.
Isso porque os primeiros recursos chegaram na linha Galaxy S24, e chegaram a vários outros dispositivos por atualização de software. Desembarcaram outros recursos com os Galaxy Z Fold, e agora a linha Tab S10 completa o conjunto.
Qual é o ponto, pra mim? Todo o produto é feito para tirar o melhor proveito dos recursos. O teclado tem um botão de acesso rápido. Você pode escolher qual assistente usar, definir uma delas por padrão e mudar sempre que quiser nas configurações do tablet.
Além disso, a S Pen está lá para complementar a experiência. Circular para pesquisar, por exemplo, fica muito mais fácil usando a caneta.
Usabilidade
Tem bastante recurso, mas eu quero destacar alguns que eu realmente gosto de mexer no dia a dia. O primeiro é a transcrição de gravações. Várias vezes eu levo meu tablet pra uma reunião ou apresentação, e pra não perder nada, eu gravo tudo.
Antes, me dava um trabalhão ouvir tudo de novo e fazer as anotações que eu precisava. Agora o Galaxy AI resume pra mim a conversa, e é capaz de me levar ao ponto que eu preciso procurando um nome ou uma citação.
O gravador, além de transcrever, ainda traduz as conversas. Esse eu ainda não acho confiável, porque a inteligência artificial precisa de condições muito ideais de barulho e ritmo da conversa pra fazer uma tradução satisfatória.

Na maior parte das vezes, o que eu vi foram erros grandes, que me fizeram voltar no áudio original para buscar o que eu queria.
O segundo recurso é o modo conversa, que está no pacote de tradução do Galaxy AI. Como dá pra atender chamadas no tablet, se você vincular o seu telefone no S10 Plus, pode usar o modo de conversa para traduzir a chamada.
Mas também pode usar em aplicativos de mensagem, e a Samsung aumentou o leque, permitindo traduzir em vários aplicativos de terceiros.
O terceiro é que o Samsung Notes agora é um protagonista dos aplicativos da fabricante. Eu já adorava os recursos de notas dele há bastante tempo, mas antes eu me sentia usando sozinho. Agora ele ganhou tantos recursos, que dava pra deixar um tópico do review só pra ele.
Primeiro, permite resumir as conversas, formatar e transformar em arquivos doc ou pdf. Sabe aquele brainstorm, aquele monte de ideias que você escreveu e quer mandar pra alguém? O Galaxy AI formata.

Mas tem um ponto aqui. A gente falou das notas digitadas, mas tem novidades também para as notas escritas. Sabe aquelas pessoas que escrevem rápido e fica tudo torto? O Galaxy AI tem um modo que traça linhas pra facilitar a escrita ou ainda arruma a posição das palavras.
Chegou também um tradutor de pdf, que vai buscar ao máximo manter a formatação original do arquivo que você pediu a tradução, e isso aumenta demais a produtividade. Abre o arquivo no Samsung Notes e pede pra inteligência artificial traduzir. Pronto.
Eu quase esqueci do esboço para desenho, que ajuda aquelas pessoas que não nasceram com o dom a produzir imagens quase artísticas. Faz um esboço, seja de uma praia, um carro, um animal, e a inteligência artificial cria uma imagem a partir disso. Eu confesso que não uso tanto, mas acho bem legal.
Eu ainda quero lembrar que o mais legal dos tablets da Samsung é que você tem duas formas diferentes de usar a interface. Ou melhor, três.
Tem a One UI original, que é a interface móvel, e o modo DeX agora tem duas formas diferentes de funcionar. Uma é o DeX clássico, que é o meu preferido, que emula um desktop com Windows. Os menus ficam embaixo, tem barra de tarefas, e é ideal pra quem tem um tablet, mas ainda não desapegou da experiência de computador.

Mas tem também o novo DeX, que tenta unir o melhor dos dois mundos, ter uma interface bem próxima da One UI padrão, mas abrindo os aplicativos em cascata, o que te permite usar mais de um app por vez sem perder a cara de dispositivo móvel.
Em bateria, são 10.090 mAh, ou o equivalente a mais ou menos dois celulares. E por mais que ele suporte carregamento de até 45 W, a Samsung manda na caixa um carregador mais tímido, de 15 W.
Como os usos são diferentes, eu não vou repetir aqui os mesmos testes que a gente costuma fazer em celulares. Não faz o mesmo sentido. O que eu posso dizer é que ele aguenta sem problemas uma rotina de um dia inteiro de trabalho, algo próximo de 8 horas de tela.
Conclusão
O Galaxy Tab S10 teria tudo pra não me animar, por ser um produto bem próximo ao seu antecessor. A principal mudança quando você olha é o chipset, mas os desempenhos são bem próximos de um ano para o outro.
Mas mesmo assim, tem alguns ganhos importantes. O alumínio reforçado da construção deixa ele mais resistente, e mesmo assim ele é mais fino e leve nessa geração.
A tela ganhou a camada antirreflexo, que vai fazer diferença no dia a dia. Em software, ele vai ser atualizado por sete gerações de Android, o que é ótimo, já que a gente costuma trocar de tablet com bem menos frequência do que troca de celular.
Mas o que mais me animou aqui foi o pacote completo de recursos de inteligência artificial. Nem tanto o botão no teclado, mas o que os aplicativos são capazes de fazer. Só que tudo isso vai chegar ao Tab S9 Plus em algum momento.
Então, antes de sair correndo para comprar esse cara, vale pesquisar. Porque ele foi lançado com preços bem altos. A Samsung anunciou esse cara por R$ 8.999 à vista, mas no site da própria fabricante ele já sai por R$ 8099.
Se comprar um tablet é uma urgência pra você, vale olhar para o modelo mais velho. Se der pra esperar, o Tab S10 Plus deve cair de preço naturalmente nos próximos meses, e vai ficar num patamar mais confortável.
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