O Galaxy Tab S6 Lite é a versão essencial do que a Samsung vem fazendo de melhor em seus tablets. Ele não tenta ser o seu próximo computador, nem exagera em qualquer uma das características. Ele tenta ser um apenas um bom tablet, mas será que ele consegue esse feito? E será que vale a pena o quanto ele cobra por isso?
Samsung Galaxy Tab S6 Lite
- Processador Exynos 9611
- 64GB com 4GB de RAM
- Tela: LCD TFT de 10,4″ (1200 x 2000px)
- Câmera principal: 8MP
- Câmera selfie: 5MP
- Bateria: 7040 mAh
- Android 10.0
O mercado de tablet ganhou um pouco de força com a pandemia, e o Tab S6 Lite é um equipamento bastante portátil que mesmo com 10 polegadas de tela cabe fácil em qualquer lugar, já que tem uma proporção mais esticada de 15:9 – um pouco menos esticado que o padrão de TVs.
Ele é um tablet com um acabamento mais consistente em alumínio, que já dá uma presença e que diferente da maioria dos equipamentos já vem com uma capa e uma caneta.
Me anima muito saber que eu consigo estar preparado logo que ele sai da caixa, porque para alguns modelos pode ser muito difícil encontrar uma capa que seja boa e não muito cara.
Dessa forma, já entregando a capinha, a Samsung consegue criar uma experiência mais legal, que apesar de quase únicos no mercado de intermediários, nunca conseguem chamar muita atenção para uma funcionalidade específica.
Atualmente, se você precisa de um tablet para estudar barato, a Samsung é a opção, com a linha A entregando soluções a partir de 1700 reais. Mas para ter um Galaxy Tab S6 Lite, o preço sugerido começa em 2999 reais.
Eu quis abordar esse preço agora por que isso influencia em tudo que eu for falar daqui pra frente, mesmo a gente sabendo que ele vai mudar um pouco com o tempo e chegar perto dos 2599 do S5e, que começa a sair do mercado a partir de agora.
O S6 Lite chegou pelo mesmo preço do S5e, mas com a capa e com a caneta. Isso pode mexer um pouco com a decisão de quem quer pegar um iPad, que vai precisar de uma caneta de pelo menos 800 a 1000 reais e uma capinha que não sai por menos de 200 reais se você não quiser pegar a ruim.
Tela e som
Por isso mesmo, o S6 Lite teve que mexer em alguns pontos para a conta fechar. A primeira característica marcante foi sua tela, que agora é um LCD TFT com um brilho bem bom e com cores e contraste que me agradaram.
Eu realmente não tenho o que reclamar dessa tela, apesar de suas especificações serem de um equipamento mais barato, o contraste é bom o suficiente para o modo noturno ser utilizado de uma forma bem satisfatória. Como a sua resolução é um pouco acima do Full HD apenas, todas as reproduções ficam limitadas à essa resolução.
O fato da tela ser LCD obrigou a Samsung a retirar o leitor de digitais sob o display e reduzir o desbloqueio apenas para as opções de senha e desbloqueio facial. Isso seria bem razoável se o sistema não fosse tão lento para te reconhecer. No geral, a maioria das vezes eu tive de colocar minha senha nos dias de uso que tive com ele.
Outro ponto de economia foram nos alto falantes. Ao invés de 4 saídas, o Tab S6 Lite opta apenas por duas e faz pequenas alterações conforme você o modifica do modo retrato para o paisagem. Ele é melhor que um celular, melhor que um tablet de linha A, melhor que um iPad de entrada, mas pior que um iPad Pro e um Tab S6. Ou seja, é bom, mas não é incrível.
Mudanças e S-Pen
O mesmo vale para sua conexão USB-C, que perdeu funções perante o irmão mais velho e não envia mais sinal HDMI. A empresa afirma que a melhor forma de solucionar isso é usar o smartview com equipamentos ou telas Samsung, mas a gente sabe que a qualidade não é a mesma.
Pra mim esse é um dos principais pontos que mostram que o Tab 6 Lite tem como foco ser um tablet e não uma estação de trabalho compacta como o S6, que não só tem mais funções como uma tela mais quadrada e maior. Usar um Tab S6 meio que te puxa para um teclado e mouse, aliado ao DeX com monitor externo.
O Tab S6 Lite me parece muito mais focado em continuar como um tablet, no modo retrato. Ao dividir o teclado ao meio, encontrei uma forma confortável de digitar sem um acessório adicional. Uma parte boa desse texto foi feita assim, e apesar de dar sim para se acostumar, eu voltei rápido para o teclado.
Um ponto que gostei bastante por outo lado foi a caneta. Eu tive de procurar uns reviews de artistas para tentar entender melhor se em aplicações mais específicas ela vai bem, mas para o meu dia a dia de linhas de compras, assinatura de documentos e marca texto, supriu perfeitamente.
Mas voltando para a caneta, parece que os 4 mil níveis de pressão dela funcionam bem para quem quer desenhar de forma mais profissional ou complexa. Então esse é basicamente o tableto completo com caneta mais barato atualmente para quem quer desenhar.
A caneta é boa e vai depender dos softwares presentes no Android. Para o dia a dia de escrita, o que a Samsung já entrega no app Notes é suficiente, até por que ele consegue até identificar sua escrita e transformar em texto, para que você possa copiar e enviar. Algo que o teclado da Samsung para tablets também já traz nativamente.
Só pra fechar essa sessão, a rejeição de toques pela mão enquanto se está usando a caneta não é 100%, então está tudo indo bem e de repente aparece um risco aleatório. A One UI tem algumas ferramentas para eliminar por completo o toque em algumas regiões desde muito tempo – e elas são essenciais para mim que sou canhoto -, mas seria legal se isso já fosse nativo.
Outro ponto importante desse tablet é a capinha, que fica em 3 posições e consegue segurar a caneta. Deixá-lo na mesa ou no colo é legal, mas pegar o tablet na mão para digitar me fez derrubar a caneta e não é a melhor das opções. No mais, gostei bastante da capinha, por ela ser fina e usar imãs pra tudo.
Desempenho
Agora vamos para um ponto que importante para um grupo específico. Vocês lembram que esse é um tablet de 3 mil reais, né? Então, ele usa um Exynos 9611, uma adaptação do 9610 que já está no mercado desde 2018 e que de forma alguma é ruim, mas que equipa os intermediários e deixa esse tablet aqui engasgar em algumas tarefas.
Nada de ficar pulando em abas do browser, alterando entre apps rapidamente e nem jogos pesadíssimos. Fortnite passa longe por aqui. Agora, a maioria dos outros estão de boas, mas sem streaming. Eu lembro que no Tab S4 a Samsung ainda tinha uma solução nativa para fazer isso que foi tirada, e por aqui nem ia dar mesmo.
Lembrem-se que eu não estou falando que o Tab S6 Lite é ruim em desempenho, mesmo os intermediários de hoje conseguem levar as tarefas do dia a dia na boa, mas nada de gravação em 4K, edição em 4K, jogos monstrões, DeX, e claro, colocar duas janelas em paralelo, mais uma em suspensa as vezes exige bastante dele. Definitivamente não é tão fluido quanto no Tab S6 ou em qualquer iPad.
Apesar de 64GB ser um valor bom, nós conseguimos fazer um upgrade de cartão SD, ponto que me agrada bastante e já temos o 4G para acessar a internet de qualquer lugar. Lembre-se que em qualquer outro equipamento, tal função sai mais cara, então ponto para o S6 Lite por ser bem completo nesse quesito.
Câmera e bateria
Onde ele não é tão completo é em suas câmeras e eu acho isso super razoável, afinal, dificilmente esse é o foco de quem procura um aparelho assim. Eu realmente acho que tablets podem ter câmeras piores para terem preços mais competitivos e deixar essa função para os celulares. E é exatamente o que o S6 Lite faz.
8 megapixels na traseira e 5 megapixels na frontal. Isso quer dizer que vídeos em Full HD são apenas aceitáveis e com um foco bem mais ou menos. Isso quer dizer TAMBÉM que a Samsung exagera bastante na saturação para tentar melhorar um pouco o resultado e que mesmo a câmera traseira tem dificuldades em baixa luz.
O mesmo vale para a frontal, que até grava em 1080p, sendo um pouco melhor que a sua webcam padrão de notebook – o que já está de bom tamanho. Ela vai suprir muito bem o básico e também servirá para escanear documentos, e outras tarefas do tipo.
Sua bateria conta com 7040 mAh, e isso quer dizer que você dificilmente ficará impressionado com o tempo fora da tomada, com 1 hora de YouTube levando 15% dela embora, por exemplo.
Com isso, você pode esperar algo em torno de 7 a 8 horas de consumo de conteúdo ininterrupto. Suficiente para durar bem um dia inteiro, mas dependendo do que você usar, pode precisar fazer uma visita rápida à tomada, que leva aproximadamente 2 horas para carregar utilizando o carregador de 15W que vem na caixa.
Conclusão
O Galaxy Tab S6 Lite é um tablet interessante, que entrega caneta, 4G, armazenamento e acessórios num pacote que deveria tentar substituir um notebook para estudantes ou pessoas que querem ter um fluxo de trabalho de fácil acesso em qualquer lugar. Quando comparado com um iPad, o S6 Lite ganha ao trazer esse conjunto e principalmente a caneta por um preço mais condizente, mas perde bastante em fluidez e tela.
Seguindo a mesma linha, o S6 Lite pode tentar roubar o público estudante dos notebooks, mas o desempenho o faz bater apenas os equipamentos abaixo dos 2 mil reais. Com os 3 mil reais que estão pedindo nele, dá para pegar um Lenovo S145 com 8GB de RAM, 256GB de SSD e um processador AMD bem mais parrudo.
No fim, eu gostaria que o S6 Lite fosse um pouco mais barato ou que tivesse um processador um pouco melhor e mais atual para aguentar as demandas de multitarefa que um tablet tem. Mas não é isso que temos, então eu basicamente recomendo ele para quem quer escrever e desenhar, com uma uma boa experiência com a caneta e sem a necessidade de sair para comprar acessórios.
Walisson Oliveira diz
Olá! Muito obrigado pelo review. Estou em duvida entre o S6 Lite (por 2,100) e um Ipad 8 Geração (2900, 23Gb). O que vale mais a pena se tratando de durabilidade e desempenho para vídeo aulas, chamadas, notas e estudos (documentos e textos em geral. Obrigado mais uma vez e uma ótima semana!!!
João Scherer diz
Samsung Galaxy Tab S6 não foi feito para desenhos. Nao tem todas as funções de uma tablet especialmente feita para designers .
quero sugestões de modelos de tablet gráfico como XP-PEN ( https://www.xp-pen.pt )!