Se você tem um Z Fold antigo, certeza que você vai querer atualização pra essa sexta versão do fold. A Samsung mudou a construção, a pegada e o peso do aparelho, melhorou também a tela externa e a resistência do Galaxy Z Fold 6, detalhes todos bem importantes para a durabilidade do aparelho. Tem mais um monte de detalhes que eu descobri em 15 dias de testes e vou te contar nesse review.
Samsung Galaxy Z Fold 6
- Processador Snapdragon 8 Gen 3
- 512GB com 12GB de RAM
- Tela principal: AMOLED de 7,6″ (2160 x 1856px)
- Tela externa: AMOLED de 6,4″ (968 x 2376px)
- Câmeras traseiras: 50MP (f/1.8) + 12MP (f/2.2) + 10MP (f/2.4)
- Câmeras selfie: externa de 10MP (f/2.2) + interna de 4MP (f/1.8)
- Bateria: 4400 mAh
- Android 14
Para quem é usuário da linha Fold, sabe que até a terceira geração, tivemos mudanças bem significativas na estrutura, construção e design no equipamento – muita coisa foi aprendida pela Samsung nessa época e o aparelho ainda precisava amadurecer bastante.
Na quarta e quinta geração tivemos pequenos avanços, e o Fold 5 apesar de bem interessante, ficou esquecido por causa do Flip, que foi a grande mudança de 2023.
Agora, em 2024, temos uma mudança bem drástica no tamanho e na construção do Fold, coisa que eu acho que pode movimentar muita gente a fazer a atualização.
Construção
A primeira delas está no design da dobradiça, que, pela primeira vez, fecha completamente, ao contrário das versões anteriores, que ainda mantinham aquela abertura em gota, que deixava entrar objetos e sujeiras entre as duas partes da tela principal.
Outra mudança que você vai perceber é o quão retas estão as linhas do Galaxy Z Fold 6. Os cantos são mais pontudos, o acabamento da tela externa tem menos metal em volta e isso deu margem para a Samsung aumentar 0,1 polegada, deixando ele mais próximo de um smartphone convencional, quando dobrado.
Ainda não está como eu gostaria, mas já conseguimos usar com mais conforto, o que é importante.
Na parte de dentro também tivemos mudanças, como a melhoria da câmara de vapor para resfriamento, mudanças na dobradiça, que agora é muito mais suave e agradável e, por consequência, o vinco na tela ficou bem menor.
A tela que aguenta ainda mais pressão, também tem bordas menores e, quando usamos a caneta sobre o vinco quase não percebemos que ela está afundando, enquanto nos modelos 4 e 5 é muito fácil de perceber isso.
É engraçado estar falando dessas coisas enquanto estou falando de construção e não propriamente de tela. Mas, celulares dobráveis têm essa diferença na estrutura e precisamos destacar sempre.
Tela
Inclusive, algo que a Samsung já poderia ter resolvido há muito tempo é o furo da câmera frontal interna, que está debaixo do painel Dynamic AMOLED.
Quando estamos com uma imagem escura, é difícil de enxergar, mas com telas claras para mim fica mais difícil de ignorar do que o próprio vinco no meio da tela.
Como os pixels precisam ser espaçados, para a câmera conseguir “enxergar”, as cores brancas ficam oscilando um pouco e chamam a minha atenção às vezes.
Na minha opinião, a Samsung está guardando isso para dizer: conseguimos projetar um ótimo painel, melhorado e que esconde a lente selfie de 4 megapixels por completo. Porém, eu sempre vou destacar que a Xiaomi e o Mix 4 já fizeram isso bem antes, e com uma câmera de 20 megapixels.
A qualidade do painel ainda é muito boa, mas se eu puder destacar um detalhe que me incomodava muito, mas que a Samsung resolveu por aqui, foi a resistência maior a sujeira da gordura da pele.
O Galaxy Fold 4 e 5 ficam muito sujos com um uso comum e é bem difícil de limpar, já o Fold 6 está bem melhor.
Outra melhoria entregue e bem vinda é o brilho de 1600 nits para a tela interna e externa, assim como 120 Hz. O que faltou na tela de 6,3 polegadas foi o HDR10+, que só foi colocado no painel de 7,6 polegadas.
Fora a surpresa que tivemos em saber que o smartphone também ganhou uma certa resistência a poeira, com o IP48. Eu não esperava ver uma proteção contra água e poeira num dobrável tão cedo.
Só faltou eu falar das 14 gramas a menos, de uma geração para a outra que, aparentemente não faz diferença, mas eu sinto o Fold 6 mais leve do que o iPhone 15 Pro Max com capinha.
Algo que impressiona, já que o Fold e o smartphone da Apple têm a mesma espessura, quando o Galaxy dobrável está sem capa, é claro.
O que isso significa é um smartphone mais confortável para usar por mais tempo, além de facilidade na hora de usá-lo no bolso da calça, na bolsa, ou mesmo carregá-lo na mão.
Desempenho
O Galaxy Z Fold 6 veio com o Snapdragon 8 de terceira geração, além de 12 GB de RAM e opções que começam em 256 GB de armazenamento, batendo na casa de 1 TB, sem expansão.
A velocidade é a mais alta possível para o mercado Android, com uma facilidade absurda de rodar qualquer jogo e de fazer qualquer tarefa. Editar vídeos curtos, fotos, criar artes no app Designer da Microsoft.
Com um Fold 6 e uma S-Pen você já consegue fazer muita coisa. Agora, imagina colocar esse smartphone junto de um monitor, mais um mouse e um teclado? Você tem uma verdadeira estação de trabalho.
Para quem gosta de jogar, a sexta geração está bem melhor nesse ponto também, com controle de temperatura aprimorado. Pelo menos é o que minhas mãos me disseram enquanto eu passei algumas horas jogando com ele no final de semana. A experiência é muito boa.
O hardware potente vai atender tanto a galera da produtividade, como quem quer ter uma tela grande para aproveitar a gameplay.
Bateria
Quando o assunto é bateria, eu também percebi ele melhor, em relação as gerações passadas, não porque ele traz mais capacidade, porém, com o controle de temperatura e com a otimização do novo SoC, ele conseguiu durar mais na minha mão.
Os números do Fold 6 foram o seguinte: 1 hora e 24 minutos para recarregar os 4.400 mAh de bateria. Eu achei que demorou, já que o S24 Ultra, com 5.000 mAh, fez o mesmo tempo, com os mesmos 25 W.
Jogando, todos os títulos gastaram um pouco a mais do que eu esperava, com exceção do SpeedStorm, que sempre gasta bastante bateria, por querer tirar o máximo de cada hardware. Inclusive, ele foi o que mais drenou energia, com 23% de consumo por hora.
Genshin Impact veio logo atrás, com 21%, seguido pelo Call of Dutty, Wild Rift e Asphalt, com 19%, 18% e 14%, respectivamente.
Para quem vai gravar vídeos, aí sim vai ter um impacto maior, porque foi um dos poucos momentos que eu consegui sentir o telefone esquentando na minha mão. Isso resultou em 26% de consumo da bateria com uma hora de vídeo em 4K.
Já com YouTube e Chrome, o smartphone drenou quase a mesma coisa, com 8% e 9%. Dá pra considerar um empate.
Apesar disso tudo, precisamos lembrar que os testes de bateria não foram feitos com a tela externa, mas a interna, que é maior e recursos que exigem um pouco mais, como o HDR10+.
Para jogar ele não vai aguentar o dia inteiro, mas se você, assim como eu, usa o Fold para tarefas mais básicas, como pesquisar, ver uma fonte da notícia, escrever um roteiro e usar as redes sociais, claro que ele vai durar até mais de um dia inteiro.
Porém, já passou da hora da Samsung colocar mais bateria nesse cara. O Flip já tem o mesmo tanto de bateria que ele, com a metade do tamanho.
Câmeras
A Samsung está batendo muito na tecla de que os dobráveis agora estão com a mesma qualidade do S24 e S24+, porém eu já achava o Z Fold 5 muito parecido com a linha S. O atraso mesmo estava nas lentes do Z Flip, mas esse fica para outro review.
No conjunto do Z Fold 6 continuamos com 50 MP na frontal, 10 MP na lente zoom 3x e 12 MP para a ultrawide. A frontal externa vem com 10 MP, que já é menos que o S24 e a frontal interna nem se fala, com esses 4 MP, que servem só para chamadas de vídeo.
E, pelas fotos que eu fiz, posso dizer que o smartphone está muito bom mesmo, as cores vivas, os detalhes das fotos, ficou bem bom.
O sensor com mais resolução tem a opção de 50 ou 12 MP no aplicativo padrão, mas no Expert RAW ele vem por padrão em 24 MP.
Você até consegue fazer as fotos rápido, mas vê-las na galeria é um pouco mais demorado, porque a imagem fica processando durante bastante tempo, mas o resultado é bom.
Já nas fotos feitas com o aplicativo padrão, também temos resultados bons, no entanto, como ele salva tudo em JPEG, o pós processamento é mais rápido.
O que eu continuo não gostando é da qualidade da selfie. Essa é a mesma desde o Fold 4, que fica meio desfocada, sem qualidade. Mesmo em ambientes bem iluminados, eu ainda achei abaixo do esperado. A qualidade do conjunto traseiro pode até estar igual ao da linha S24, mas a frontal está longe disso.
Porém, como conseguimos usar os sensores traseiros para fazer selfies, esse problema se torna um pouco irrelevante. Inclusive, se você quer se gravar e não tem um retorno para te ajudar, o Fold é uma baita ajuda para quem produz conteúdo sozinho.
E com os recursos de HDR, frame automático e tantas outras melhorias, você consegue sim produzir muito mais com ele.
Claro que o smartphone ainda precisa ser bom no conjunto todo, não só numa parte ou em outra. Mas, como eu disse antes, existem coisas que a Samsung não está dando tanta prioridade, para conseguir melhorar mais para frente.
Sendo assim, para os amantes de vídeo e fotografia, o melhor ainda é apostar na linha S, que vai fazer tudo um pouco melhor, cobrando bem menos.
Conclusão
O Galaxy Z Fold 6 foi lançado aqui no Brasil por nada mais, nada menos que R$ 12.500. Durante minhas pesquisas, nem o Fold 5, o modelo do ano passado, estava mais barato. Pelo contrário, ele está mais caro em várias lojas.
Eu sei que a tecnologia envolvida no smartphone faz dele uma opção bastante cara mesmo, porém, assusta um pouco ver que um telefone possa custar tão caro, na versão mais básica.
No fim desse período com o Fold 6 eu pude notar que, para os entusiastas, ele é a escolha mais segura do mercado, porém, não se trata de um smartphone que vai atender todos os públicos.
Para os menos aventureiros, o Galaxy S24 Ultra é a melhor indicação. Agora, para mim, que uso um dobrável, as melhorias feitas são muito bem vindas. A construção mais leve e mais firme, a tela externa mais larga e as melhorias na câmera traseira são bastante interessantes.
Só dele vir com IP48 e não ter uma abertura entre as partes da tela quando fechado, já é uma conquista. Fica a seu critério decidir se ele é o melhor dobrável para você, ou não.
Como eu disse antes, se você comprou o Fold 5, não tem motivos para trocar de smartphone ainda. Agora, se sua versão é a 4 ou anterior, pode trocar se você estiver com vontade, já que as melhorias são muito boas.
Eduardo Cantagalo diz
Estou querendo comprar um celular nesse modelo e que tenha uma camera de qualidade. Gostei da materia, já selecionei o meu! Valeu!