A Skape Mini é atualmente meu principal meio de transporte. Uma bike elétrica que também é dobrável, o melhor de dois mundos, e claro, com um design que foi amor à primeira vista. Eu optei pela Skape justamente para eu levar para qualquer lugar e não precisar sofrer tanto nas subidas perto de casa. Será que ela vale a pena? Depois dos meus primeiros 250 km com ela eu estou convencido?
Para começo de conversa, deixa eu definir um pouco meu uso. Eu já andava de bike até que constantemente, indo para o trabalho com ela e passeando nos finais de semana. Mas eu enfrento uma subida chatinha de 60 metros em 2,5 km. Um caminho que não é difícil, mas que eu morria de preguiça de fazer as 8 horas da noite depois de trabalhar um dia inteiro.
Em situações como essa, eu chamava um Uber e ia pra casa, e no próximo dia já não dava pra descer com a bike de novo porque tinha deixado no trabalho. Com a Skape, minha frequência de usou aumentou demais, já que tirando dias de chuva, eu não tenho mais desculpas.
Bike elétrica vs patinete elétrico
Saindo diretamente de uma experiência com patinete elétrico, que eu fiquei por quase 2 meses, eu tenho alguns pontos para comentar e comparar. Você conseguirá ir mais rápido que um patinete, precisará de mais espaço em alguns momentos e menos em outros, a cubagem é diferente, mas você pode empurrá-la, mesmo fechada, ou sentar no metrô.
Ela certamente tem mais estabilidade e passa uma sensação de segurança bem maior, sem contar que é muito mais fácil passar em buracos ou em ruas mal pavimentadas, coisa que a gente encontra bastante por aí. Você geralmente terá um desempenho maior de bateria, contanto que não deixe de pedalar por muito tempo.
Sempre que eu falo que eu tenho uma bike elétrica a pessoa dá uma risadinha achando que eu sou preguiçoso, mas para você ter um desempenho minimamente bom, principalmente em leves inclinações, a Skape Mini exige que você pedale. Nem sempre precisa ser uma pedalada forte, mas você precisa mantê-la girando, seja para ativar o sistema de assistência de pedal ou para dar uma ajudinha.
Desempenho
Consegui atingir 30 km/h na reta e 15 km/h em subidas pesadas utilizando a velocidade máxima da bicicleta e dando uma ajuda boa, mas ainda sim eu estava fazendo bem menos esforço que em uma bike sem tal função.
Aliás, ocorreu uma situação engraçada com todo mundo que testou a bicicleta aqui no estúdio. Logo que você pega, quer claramente testar a potência e jogar lá para o nível 5 (máximo).
Jogar para o nível 3 faz parecer que você está andando com um peso muito maior do que em qualquer outra bike, mas conforme precisa economizar para caminhos mais longos, vai baixando o nível de assistência até o ponto em que em retas, eu geralmente usava a assistência nível 1 ou até mesmo desligando, sem sentir que ela era tão pesada assim por conta da sua roda pequena.
Depois de 1 semana de viagem eu voltei a usar a velocidade em níveis maiores e fui reduzindo lentamente. Então sim, peso e velocidade são questão de perspectiva. Achei que parecia que eu estava lento, mas minha média de 17 km/h em trajetos comuns é basicamente a mesma que fazia com a minha bike anterior.
O que eu queria tentar explicar um pouco mais com esses dados é que claramente a Skape Mini não é uma bike para o ciclista urbano mais hardcore.
A velocidade máxima dela, até por não ter opção de marchas, nem chega perto de uma speed, mas ela é bem espertinha e em conjunto com um acelerador que pode ser adquirido a parte, ela passa a ter uma ótima arrancada, coisa que gosto bastante de usar no dia a dia, e que sinceramente, é um dos melhores upgrades possíveis por aqui.
Com isso, em ruas com velocidade mais baixa, consigo até acompanhar os carros e surfar entre eles se necessário. Em qualquer avenida maior no entanto, você fica para trás.
Como a Renata do “Bike é Legal” já comentou no vídeo dela, essa bicicleta te convida a subir na calçada. Como ela tem um guidão bem estreito, te deixa despreocupado em passar naquele espaço entre o poste e a parede. Ela pode não ser incrivelmente estável, principalmente se você estiver em uma grande descida e bastante rápido, mas dá para ser bem ágil com ela. Como não ando tão rápido, sempre me senti seguro.
Ergonomia
O que me incomodou um pouco foi a altura do banco. Eu tenho 1,73 m e para que a altura ficasse correta, precisei levantar até o limite. Qualquer pessoa maior que eu já vai perceber que não fica na melhor posição. Alguns usuários do grupo da Skape tentaram resolver um pouco disso com um banco que já fica mais alto por si só.
O display contém algumas informações bem legais e é com ele que você determina a velocidade da assistência. Apesar de no papel parecer que vai ser incômodo ficar trocando de velocidade na mão, me acostumei bem rápido.
Se estiver de noite, dá para acender a tela e ver de forma fácil sua velocidade atual, velocidade média, máxima e até mesmo quantos quilômetros já pedalou – desde o começo da atividade ou desde que pegou essa bike. “Gamificar” meus passeios ajudou a aumentar as minhas marcas.
Com esse computador de bordo, você ainda pode fazer algumas alterações em características do equipamento, deixar mais potente ou mais econômica.
Isso pode acabar sendo importante por conta do desempenho, uma vez que usando o padrão que veio de fábrica, consegui perto dos 34 quilômetros de autonomia, sendo bem comedido e usando velocidade 1 na maior parte do tempo, arrancando em alguns momentos com força total e pegando uma bela de uma subida em velocidade 3 ou 4 no final do percurso.
Calculando bem, dá pra saber quando precisa levar o carregador, que não é um exagero de tamanho e que carrega a bike totalmente em mais ou menos 4 horas.
Acho engraçado que sempre que eu dobro a bike antes de entrar em algum lugar, as pessoas até que olham, acham legal e perguntam, mas nunca me barraram. Um colega que me indicou o produto e que usa bastante no metrô, disse que nunca teve problemas em levá-la no transporte público e olha que ele faz isso diariamente.
A Skape Mini é boa?
Com isso, podemos concluir essa análise dizendo que a Skape Mini é exatamente o que eu esperava e queria de uma bike dobrável e elétrica. Rápida, fácil de dobrar, com um design legal e um preço que não extrapola no segmento.
No entanto, precisamos considerar o fato de que ela é um produto de nicho. Quem não quer pedalar, vai se decepcionar, quem quer fazer longos percursos como em uma bike comum pode ficar na mão, e quem precisa economizar teria de abrir mão do lado elétrico. Para você que se identificou com a proposta dela, sem dúvida vale bastante a pena.
ROQUE diz
BOA DICA VALEU TENHO UMA DOBRAVEL MAS NAO E ELETRICA