A Philips PUG7625 é uma TV 4K que tem como principal mote entregar uma boa imagem por um preço razoável. Como estamos falando de um equipamento de entrada, perto dos 2000 reais, ela tem suas limitações, mas também pontos positivos. Será que em um mercado competitivo como o de TVs 4K ela consegui fazer as escolhas corretas? Nesse review, vamos responder exatamente esse questionamento.
Philips 50PUG7625
- Tamanhos de tela: 50″ 55″ 58″ 65″ 70″
- Resolução 4K (3840 x 2160px)
- Frequência da tela: 60Hz
- Tipo de tela: LCD VA
- HDR10+
- 3 entradas HDMI e 2 entradas USB
- SmartTV com Sistema SAPHI
Hoje, quando falamos de marcas de televisores 4K podemos separar o mercado brasileiro em basicamente dois grupos: temos as coreanas Samsung e LG, que colhem os frutos de ter um market share maior através de sistemas operacionais proprietários e preços superiores, e o segundo grupo utiliza sistemas de outras empresas como Android TV e Roku, com foco em entregar um pouco mais de preço. A Philips segue um terceiro caminho, utilizando um software próprio e com foco em preço.
Design e construção
Esse é um modelo bastante procurado não só por isso, mas por que consegue se destacar em alguns pontos, começando pela construção.
Atribuo isso às suas bordas, apesar da inferior, onde estar o logo da marca, ser mais padrão em sua espessura, todas as outras são realmente finas, o que valoriza bastante o equipamento, causando a impressão dela ser um equipamento premium.
No entanto, o comprimento da PUG7625 vai no caminho contrário – especialmente na parte inferior da traseira. Nesse sentido, ela acaba sendo bem grossa, de uma forma que outras marcas já não fazem mais.
Aqui, o maior problema seria se você decidisse pendurá-la, já que ficaria bem distante da parede. Por aqui, melhor deixar em cima de um móvel. Seus pés são prateados, em formato de V, que ficam totalmente perpendiculares a TV, e no fim, eu até gosto do layout geral que ela entrega.
Para mim, a Philips preferiu investir numa frente mais parecida com a de TVs caras, e economizar na traseira, até porque é onde a gente realmente enxerga. Só vai ficar estranho mesmo pra quem quer colocar na parede.
Qualidade de imagem
Só que o mais importante para uma TV é a sua qualidade de imagem! E nessa frente, como ela se sai? Depois de testar bastante e colocar lado a lado com outros modelos, chegamos à conclusão de que apesar de boa, não tem jeito, ela ficou para trás das coreanas.
A diferença não é tão gritante, mas tem um problema que faz ela parecer pior: utiliza um painel VA, que infelizmente não aproveita o possível contraste maior. Segundo nossos testes com um SpyderX PRO, esse valor é de 290:1 contra pelo menos 1000:1 numa LG IPS, por exemplo.
Quando falamos de cor, esse televisor alcança apenas 71% do espectro DCI-P3, o padrão de cinema. As limitações são bem grandes nos tons mais quentes, principalmente para o lado do verde e do amarelo. Isso afeta a pele das pessoas, ainda mais os tons mais escuros, e as cenas de natureza, mas aí entra o maior problema, que são os exageros de algumas funcionalidades extra.
O “reforço de cor” tenta compensar a gama menor, mas o resultado ou é quase irrelevante, ou exagerado demais. O contraste dinâmico é outro exemplo de funcionalidade que é melhor ser desligada, já que quase sempre ele acaba totalmente com os detalhes de uma cena.
Tecnologias boas e ruins
Mas o que eu acho pior é a interpolação de movimento, que funciona aumentando a taxa de quadros por segundo de um vídeo, de 30 para 60 quadros por segundo. Geralmente o software não consegue acompanhar as cenas com movimentos muito rápidos, resultando em algo pouco natural e com erros.
Isso foi bastante problemático enquanto eu assistia a nova temporada de Castlevania. Desenhos já não costumam ir bem com a interpolação de movimento, e ele ainda é de ação, cheio de movimentos rápidos, o que piorou a experiência.
Para resumir, o processamento da Philips PUG7625 para essas funcionalidades mais avançadas, não é dos melhores, então a gente recomenda muito que você ajuste algumas dessas configurações, assim que tirar a TV da caixa. Não precisa fazer nenhum ajuste super fino, mas fuçar um pouquinhos nos recursos avançados, e desligar ou diminuir a intensidade dessas funções, pode ajustar BASTANTE a melhorar a imagem final.
E se isso não for suficiente, é só mudar para o “modo cinema” que desliga todo o processamento, para tentar entregar o filme na qualidade mais próxima possível daquela pensada pelo diretor do filme.
Não quero passar a impressão de que a PUG7625 tem a imagem ruim. O que é ruim é a tentativa de compensar as limitações de uma TV mais barata, com tecnologias que ela não é capaz de entregar.
Depois de todos esses ajustes feitos, a Philips PUG7625 é sim uma boa TV, desde que você maneje suas expectativas, e claro, pague mais barato por ela do que uma TU8000, o que geralmente esse será o caso.
Também tem o caso da gente ser “chato”, até porque nós estamos aqui para procurar pelo em ovo, e acabamos ficando mais sensíveis a algumas falhas na imagem. É bem provável que você não perceba tudo isso caso compre uma Philips, e nem precise ajustar muita coisa para se sentir feliz com o que ela é capaz de entregar.
Aumentando a resolução
A Philips PUG7625 tem um ponto alto que outros modelos similares não se saem tão bem na nossa opinião, e que é deveras importante: o upscaling. Essa é uma tecnologia que, para resumir, utiliza inteligência artificial para aumentar, digitalmente, a resolução de uma imagem.
Isso é importante porque a maioria dos conteúdos ainda não estão disponíveis em 4K. Os filmes e séries dos serviços de streaming costumam estar limitados ao 1080p, ou, em alguns casos, custam mais caro para chegar até o 4K, e programação da TV a cabo é ainda pior, onde a resolução não passa do 720p.
Sendo assim, quase sempre o upscaling está lá, atuando, só que nem sempre as TVs mais baratas conseguem se sair bem nisso, deixando um pouco a desejar em qualquer conteúdo em uma resolução mais baixa.
Felizmente, esse não é o caso da PUG7625, que consegue aumentar a definição das imagens em 1080p, até elas ficarem quase indistinguíveis das 4K, e até as fontes em 720p ganham bastante definição.
Outro campo onde o upscaling faz diferença é na hora de jogar. Seja com um console mais antigo, ou com um PC, a sua jogatina fica melhor se você manter o jogo em 1920×1080 pixels, ao invés do 4K, para ter mais performance, e deixar a própria TV aumentar um pouco a definição da imagem.
Esse é um ótimo uso para a PUG7625. Eu conectei meu PC nela e, para escrever roteiro ela não tem um desempenho muito bom, mas para jogar Resident Evil Village, foi ótima. No modo gaming, a resposta fica bem rápida, e todas aquelas funções que eu reclamei, como HDR e o reforço de cor, ficam desligados, apenas com o upscaling atuando, que é onde ela se sai bem.
Pensando no som, são dois falantes de 10 W. O volume é regular e a definição de som também é razoável, o que não é algo ruim. Todas as TVs dessa categoria possuem praticamente o mesmo kit, que já está ótimo para o uso do dia a dia. A Philips até anuncia o suporte ao formato Dolby Atmos, o que não é nenhum grande diferencial, já que todas as TVs de hoje em dia são compatíveis com ele.
Sistema Smart TV
Onde a Philips começa a se diferenciar e ficar um pouco pra trás é na presença do SAPHI, um sistema operacional desenvolvido para as TVs da Philips. Na nossa opinião, essa acaba sendo a maior desvantagem das marcas que não são coreanas, ou que não utilizam o Android TV.
Aqui são diversos pontos que estão atrasados perante os concorrentes, e realmente não tem muito o que fazer. A disponibilidade de aplicativos é a primeira coisa que sofre. O SAPHI, por enquanto, tem uma seleção bem limitada de streaming, apenas trazendo o Netflix e o Prime Video.
Para algumas pessoas isso pode ser suficiente, mas para mim, Disney+ já é um dos grandes nomes de streaming no Brasil, e faz falta por aqui. O HBO Max também está chegando em breve, e tenho minhas dúvidas se ele será suportado aqui, já que parece que nem lá fora ele funciona com o SAPHI. No fim, se você acha que YouTube e esses dois já são o suficiente, beleza, mas até o número de atualizações me preocupa.
Além de não ter todos os aplicativos, mexer nas configurações também não é uma experiência tão fluida quanto em outras TVs. O painel rápido exige mais cliques do que eu gostaria para chegar em algum lugar, além de ser cheio de informações inúteis na maioria das vezes, que só servem para poluir o cenário e deixá-lo mais pesado.
E por fim, faltam alguns cuidados na interface. A porta HDMI conectada, por exemplo, não fica destacada das demais, e sempre que você vai abrir algum aplicativo, que exige internet, parece que ele precisa se conectar, ao invés de já ficar conectado assim que você liga.
São vários detalhes pequenos, que passam a impressão de que o SAPHI ainda está na versão beta, e que precisava de mais tempo no forno.
Não é tão ruim quanto seria se a Philips usasse um sistema genérico que ela tem pouco controle sobre. Ainda assim, eu prefiro quando as marcas mais baratas utilizam o Android TV, que também não é perfeito, mas oferece um pouco mais que esses desenvolvidos pelas fabricantes – ou a pedido das fabricantes – e fica à frente de todo mundo quando o assunto é disponibilidade de aplicativos.
Conclusão
O grande resumo é que a Philips PUG7625 tem suas limitações, mas como sempre, se ela vale a pena ou não vai depender bastante do preço. Se você já tem um Chromecast ou similar que já usa para acessar uma biblioteca maior ou topa ficar no Netflix, Prime Video e YouTube, e achou ela por um preço barato, pode valer a pena, principalmente se você manjar e curtir ficar trocando os modos de imagem.
Mas se ela estiver perto de outros modelos mais conhecidos, é mais fácil investir um pouco mais e pegar um modelo equilibrado com um sistema também mais confiável.
Com o mercado estando uma loucura, a 7600 está quase 1000 reais mais barata que a TU8000 atualmente, onde faz bastante sentido, mas por favor, compare antes de sair comprando e tenha em mente tudo que comentamos aqui.
Alexandre diz
Eu comprei 2x Philips PUG7625/78 uma 58″ e outra 70″, e com relação a durabilidade da Philips eu tenho a experiência de ter em casa 3x TVs antigas da Philips, todas funcionando OK, 1x TV 3D 55PFL6007G/78 de 2010 com imagem de 240hz excelente e mais 1x TV LCD 32PFL5605D/78 120 HZ e 1x Monitor 224E5QHAB/00.
Com a relação as atuais PUG 7625/78, a velocidade HDR eu não tive problemas nem ao jogar Need for speed ultimate no PS4, nem ao ver filmes no Bluray ou apple tv 4K. A velocidade de acesso ao menu achei igual as coreanas.
Com relação as Coreanas:
– Eu tenho ainda uma LG 55 OLED55B7P que com foi comprada em 08/2017 e no começo de 01/2020 já apresentava burn in, principalmente quando tenho imagens com fundo roxo ou fundo amarelo com logo depois de 1 ano ( já fora de garantia final de 2018) a tela do nada ficou toda verde, tendo o técnico da LG que vir aqui na minha e trocar a placa mãe, ou seja um produto que com 3 1/2 anos com 2x defeitos para um produto considerado premium.
– Tive também um Samsung 47″ que foi doada após ter problemas nas das caixas de som ( problema recorrente em diversos foruns no google).
Ou seja a imagem das coreanas pode ser um pouco melhor, mas durabilidade são fracas
Flavio Willian diz
Comprei a minha em março de 2021. Agora em fevereiro, 1 mês antes do fim da garantia, apareceu diversas listras em todo o painel, como se vários LEDs em sequencia não ascendessem. Solicitei a garantia, que foi atendida. Nesse aspecto palmas para a TPvision, dona da Philips. Porém, em menos de 1 ano dar problema é de perder a credibilidade.
Em relação a tv em si: o ponto negativo, de fato, é o sistema Saphi. Além de baixos aplicativos chave (apenas prime, netflix e youtube), o layout é lento e desorganizado.
Agora, som e imagem são bons. Uso a tv ligada ao Xbox Series S e um PC. Os conteúdos 4k 60fps são bem definidos e fluídos. Detalhe, eu não uso o som da tv, utilizo sistema 2.1 da Edifier.
Quando comprei paguei 2300 reais, o modelo TU8000 estava 3000. A diferença de preço me fez arriscar.
Aluizio Abreu Rosa diz
Admiro os comentários de profissionais no assunto, mas na maioria das vezes, nós, consumidores leigos, não conseguimos ter essa percepção toda de pós e contras. É até muito legal saber sobre essas minúcias, mas acredito que o fator durabilidade do produto vem em primeiro lugar, qdo a diferença de um aparelho pra outro só pode ser percebido por especialistas. A maioria dos consumidores é de pessoas leigas, que precisam de um bom equipamento, com bom custo/benefício e esses detalhes técnicos geralmente não chegam a incomodar.