Nos últimos tempos, com o preço de eletrônicos antigos subindo bastante, uma das alternativas mais procuradas para quem quer atualizar a TV de casa para um modelo 4K é a Samsung TU7000. Ela é a básica da linha Crystal UHD, com um preço que, em comparação com o resto, é bem atrativo. Mas será que vale a pena? Dá para comprar sem medo, mesmo com a nova geração chegando? Essas dúvida que vamos tirar nesse review.
Samsung TU7000
- Tamanhos de tela: 43″ 50″ 55″ 58″ 65″ 70″
- Resolução 4K (3840 x 2160px)
- Frequência da tela: 60Hz
- Tipo de tela: LCD VA
- HDR10+
- 2 entradas HDMI e 1 entradas USB
- SmartTV com Sistema Tizen
Para começar, existem versões da TU7000 de 43, 50, 55, e subindo até 70 polegadas, mas eu já adianto que o preço das maiores, não está muito legal, e por ser um modelo mais barato, ela tem suas limitações, que passam a ser um problema maior, a medida que a tela cresce. Por isso, nós consideramos ela uma opção apenas com 43, ou no máximo, numa baita promoção, com 50 polegadas.
Construção
Nessa situação, a TU7000 até que manda bem. Pela construção, vemos basicamente as mesmas características da TU8000, com bordas finas, para o segmento de entrada, pés que se encaixam sem necessitar de ferramentas, e um acabamento bem bonito – fora o suporte VESA, que está reforçado nessa geração.
Por fora, o único detalhe que eu não sei porque não está presente aqui, foram as proteções que vem na tela.
Pode parecer besta, mas é o tipo de coisa que evitaria dela ficar cheia de dedo logo na montagem, algo que, eu imagino, muitos não vão tomar os cuidados necessários para evitar, até ser tarde demais, sem contar que ajuda na hora de apoiar, para encaixar os pés e que deixa o processo mais seguro.
Não é isso também que vai torná-la uma opção ruim. O que conta mesmo é a qualidade de imagem, e nisso a TU7000 vai bem, desde que você entenda as suas limitações.
Qualidade de tela
Primeiro que seu painel é do tipo VA, ou seja, com alinhamento vertical, que é a alternativa ao IPS, presente geralmente em monitores e na tela do celular. Nessa briga, as duas possibilidades são boas para as TVs, mas cada uma tem seu ponto forte e seu ponto fraco.
Aqui o contraste é ótimo, alcançando 5000:1 pela nossa medida, com pretos bem uniformes e brilho até que razoável, mas os ângulos de visão são menores do que numa tela IPS. Não é tão pior assim, e dá para assistir TV do canto do sofá, mesmo que isso seja uma das poucas coisas que pode ser pior em modelos menores.
Tudo isso, no entanto, é verdade independente do preço. Onde você começa a ver que o valor baixo começa a afetar, é nas cores, porque a TU7000 não tem suporte a ampla gama de cores, ou WCG. Ela alcança 73% do espectro DCI P3, o padrão de cinema, com desvios de cor em praticamente todos os lados, mas principalmente nos verdes.
Esse é um valor de 5% a 10% menor que a TU8000, por exemplo, mas a parte boa é que você pode nem notar direito essa diferença, já que, para a maioria das cenas, o que pega mesmo é o amarelo e vermelho, áreas onde esse modelo não está tão carente assim.
Isso significa que cenas com grama e natureza podem ter uma quantidade de tons esverdeados menor do que a realidade, mas os rostos das pessoas estarão bem corados, sem cara de fantasma, nem uma camada esbranquiçada, que pode aparecer em TVs 4K baratas.
Outro ponto que você começa a ver falhas é nas funções inteligentes, como o upscalling, por exemplo. Esse é um recurso que possibilita que a TV utilize software, junto de muita inteligência artificial, para preencher os espaços sem informação, de uma cena de resolução menor, ao invés de duplicar ou quadruplicar os pixel próximos a essas lacunas.
É meio que um chute que, no geral, funciona, e deixa a definição da imagem bem perto do 4K, principalmente se você não tiver uma outra TV ao lado para comparar. Mas, se a resolução for muito baixa, como 720p, ou a imagem aparecendo for mais complexa, será possível notar alguns pontos onde o resultado não está tão legal, e que TVs mais caras conseguiriam acertar.
Depois, tem o recurso de interpolação, que pega vídeos de 30 quadros por segundo, e os transforma em 60, causando um efeito que muita gente estranha, e muita gente reclama.
Por isso que os modos de cinema costumam desligá-lo, algo que pode ser que você também prefira fazer, pois além de ter efeitos variados, onde algumas cenas ficam perfeitas, e outras com artefatos de imagem estranhos, também gera um certo ghosting na movimentação do que tiver na tela, e depois que você repara, começa a incomodar bastante.
Dá para mexer um pouco nas configurações dela, para ver se alivia o problema, e eu percebi também que é mais difícil de notar os rastros quando o brilho está mais fraco.
Aliás, essa é uma recomendação geral para essa TV. Quase todos os problemas de cor e de função, que eu comentei até agora, são muito reduzidos quando você assiste TV numa sala escura, com o brilho mais baixo.
Essa é a forma mais “correta” de se assistir TV, seja ela de entrada ou topo de linha, mas os benefícios são ainda maiores por aqui, onde há mais limitações que num modelo mais caro.
O resumo quando o assunto se trate de qualidade de imagem, é que a TU7000 não é o melhor que Samsung tem a oferecer, mas numa sala escura, assistindo um filme, ou num conteúdo onde tudo isso tanto faz, como no jornal, seu desempenho é ótimo, e você pode aproveitar bem o conteúdo que está assistindo, mesmo economizando.
Games, som e conectividade
Além disso, outras funcionalidades do painel, que não necessariamente afetam a qualidade de imagem são: a latência, que no modo jogos é bem baixa, apenas 10 milissegundos; e a taxa de atualização variada, que ela não tem.
Isso a torna boa para jogar, mas não o melhor dos mundos, pois pode aparecer o problema de screen tearing em algumas situações, que é quando a parte de cima da tela, não acompanha a de baixo, e aparece uns rasgos no meio da tela, que além de feios, pode te distrair e atrapalhar num FPS, por exemplo. Não aconteceu muito comigo, geralmente eu só vejo isso em modelos maiores, mas caso aconteça, a saída é usar o V-Sync, que pode gerar mais input lag, mas resolve.
Fora isso, tem a questão do som, onde as TVs da Samsung quase sempre mandam muito bem. Por aqui, são 2 canais, de 10 W cada, praticamente a mesma qualidade da TU8000, que não é um baita de um som e nem substitui uma soundbar, mas é ótimo já para todos os tipos de conteúdo.
Se fosse para ser chato, comentaria que falta um pouco das batidas mais graves, mas quase nunca isso foi relevante enquanto eu curtia uma série ou clipe no YouTube.
Mas se você for mais exigente, a TU7000 também possui conexão bluetooth versão 4.2. Essa é a versão antiga, que a gente costuma reclamar em smartphones, principalmente pela distância limitada que você pode ficar do seu dispositivo, mas é raro encontrar TVs com o 5.0. Então, nada do que reclamar.
Nessa parte de conexões, a TV Também tem suporte a conexões Wi-Fi de 5 GHz, ideal para escapar da interferência do vizinho se o cabo da internet não chega até ela.
São 2 entradas HDMI, 1 USB e a entrada ethernet, para transmissão de dados, além da entrada componente, saída de áudio digital e a entrada de antena RF.
E para finalizar, a TU7000 utiliza o Tizen, sistema de Smart TV presente em praticamente todos os modelos da Samsung. Dentre as três grandes marcas, ele é quem tem a interface mais limpa e mais simples, com a única desvantagem de ser mais chato encontrar algumas configurações. Sem contar o controle, que segue a mesma pegada minimalista e bonito, só que com bem menos espaço para atalhos, igual vimos na LG, por exemplo.
Vale comentar, no entanto, que a TV dá uma travadinha no que você está assistindo, quase sempre que você abre o menu principal. Imagino que o problema seja o quick view, que carrega uma prévia do que você pode querer assistir, ou estava assistindo, quando coloca o “cursor” por assim dizer, em cima de um aplicativo.
Isso é bastante prático para alguns, como no prime ou no Netflix, mas inteiramente inútil no YouTube, e exige um pouco mais de processamento, que a TU7000 pode oferecer.
Conclusão
A Samsung TU7000 oferece uma experiência bem parecida com a de outras TVs baratas, como alguns modelos da TCL ou Philips, só que com um sistema mais robusto por trás. Ainda assim, ela consegue oferecer um pouco a mais de qualidade de imagem, som e funções, sendo um dos poucos modelos da Samsung que você ainda encontra próximo dos 2 mil reais.
É um valor relativamente alto, ainda mais quando pensamos em quanto ela já chegou no passado, e até por isso, não recomendaria pagar muito mais que isso. A TU8000 é melhor em tudo praticamente, e se for para gastar mais de 2300 reais, melhor ir com o modelo melhor e um pouco maior. Mas se você precisa economizar tudo que dá, e está atrás de uma TV 4K hoje, a TU7000 certamente é uma boa opção.
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