Chegou a LG OLED Evo C4, nova TV com painel OLED da marca sul-coreana. Com tanta tradição e um nome explosivo desse, será que ela continua sendo uma das melhores TVs do mercado? Nosso review vai tirar todas as dúvidas para te ajudar a decidir se vale a pena comprar esse modelo.
LG OLED Evo C4 OLED55C4PSA
- Tamanhos de tela: 42″ 48″ 55″ 65″ 77″ 83″
- Resolução 4K (3840 x 2160px)
- Frequência da tela: 120 Hz
- Tipo de tela: WOLED
- Dolby Vision e HDR10
- 4 entradas HDMI e 3 entradas USB
- SmartTV com Sistema WebOS
A LG C4 pode não ser a melhor OLED da marca – existe ainda a G4, com painel superior, e a Z3, que é 8K. Ainda assim, ela é a principal TV da linha, a mais vendida das top de linha LG, aquela que vai receber mais atenção e, quem sabe, mais promoções.
Por isso, ela tem que fazer bonito. Tem que ser chamativa. E a LG entende que é possível fazer isso de duas formas: com o design, para ter uma boa primeira impressão do produto, e depois com o brilho mais forte, algo visto como o ponto fraco das OLED.
Construção e design
A traseira da C4 agora tem um aspecto de pedra, bastante exótico, inclusive com uma textura mais rugosa, para fazer referência mesmo a um mineral.
De longe, é um cinza manchado, mas de perto você percebe qual é a intenção do design.
Ele deu o que falar aqui no estúdio. Temos os dois extremos, quem amou e quem odiou. Eu pelo menos aprecio a tentativa de ser mais interessante, apesar da aparência não agradar todo mundo.
Tirando a textura, a C4 está idêntica, na régua, igual a LG C3. Esse modelo de 55 polegadas tem 122 cm de largura, 70 cm de altura e 4,5 cm de espessura, isso no ponto mais grosso, desse quadrilátero até que extenso.
Essa parte levantada serve para proteger o hardware interno, enquanto que o resto, onde tem a textura diferente, ela é bem mais fina.
Existem formas de tornar o OLED mais fino que isso, mas eu já disse isso algumas vezes por aqui, e vou repetir. Eu não acho legal quando a tela é extremamente fina. Geralmente esquenta mais, pode envergar, e é horrível de manusear.
Aqui, a C4, tem uma espessura que eu acho adequada. No uso normal, ela não esquenta, aparenta ser resistente, igual a C3, e a montagem dela foi simples.
Ela tem essa base, central, relativamente pequena, que é feita de metal na frente, e plástico na parte que você prende na tela. No geral é boa e tem esse passa fio, mas o tamanho menor deixa a tela balançar um pouco.
É algo que você já via antes e continua aqui. A LG parece estar confortável com esse nível de balanço, mas eu diria para você pensar bem se tem pets ou crianças mais bagunceiras em casa. Nesse caso é melhor pendurar ela.
Além de você conseguir concentrar os fios com a própria base, na caixa você encontra também uns ganchos encaixáveis para auxiliar na arrumação. Eu nunca uso, mas é uma opção.
No entanto, o maior elogio que eu tenho a fazer para construção, é na posição das entradas, que não é para baixo, igual na linha G. Todas elas ficam na lateral, de uma forma bem explícita. Nada de recorte ou uma parte mais funda. Não é a mais elegante, mas é fácil de alcançar, ainda mais nessa versão de 55 polegadas.
São 4 entradas HDMI 2.1, que transmitem sinal 4K até 144 Hz, apesar do painel ser nativo 120 Hz. Essa é uma das poucas mudanças de especificação para esse ano.
O aumento é bom para quem joga pela TV, principalmente para manter o padrão com os monitores gamer. O OLED é a tecnologia de painel com o melhor tempo de resposta, então até daria para chamar a C4 de tela gamer, se a LG quisesse.
Mas além disso, para o público geral, a taxa variável pode ser boa também para economizar energia, e quem sabe diminuir o desgaste do OLED.
Pensa que você pode ligar a tela de descanso da TV, e nela, a taxa fica em 30 Hz. Depende da aplicação, mas pode ser útil.
Voltando agora, para completar as entradas, temos ainda 3 entradas USB, saída óptica, antena e internet. Tudo na lateral, nada voltado para baixo. Na conexão sem fio, Bluetooth 5.1 e Wi-Fi 5.
Tudo isso é válido para os tamanhos de 55 polegadas, até 83. A LG disponibiliza, como de costume, dois tamanhos menores, 48 e 42 polegadas – que tem menos entradas, e também algumas diferenças em construção e na imagem.
São um pouco mais simples no geral, apenas preservando o nome mais popular. Não consegui testar elas em específico, mas são opções para quem quer uma OLED mais em conta.
Para 55 ou mais, então, a construção da C4 não mudou muito contra a C3. Podemos considerar esse, um caso de “não mexer em time que está ganhando”.
Ela tem a textura talvez polêmica, para diferenciar ela de alguma forma da C3 e de outras topo de linha, mas fora isso, a própria espessura pequena do OLED é suficiente para chamar atenção.
Som
Apesar de, na superfície, não termos tantas mudanças nas especificações na nova geração. Esses assuntos de som e também de imagem estão cheios de detalhes a serem explorados.
Vamos começar pelo mais simples, que é a qualidade de áudio, onde a C4 possui 2.2 canais, que totalizam 40 W de potência.
É um som legal? Sim, é mais do que o suficiente para o dia a dia, até com uma presença legal de graves. É o que eu esperava de um modelo que custa de 6, 7 ou até 40 mil reais nas versões maiores? Com certeza não.
Existe TV com conjunto melhor? Olha, dentre as novas, só algumas mais caras, e às vezes nem isso. Como o OLED é um painel mais fino, a LG nunca trouxe muitos alto falantes junto da linha C, então o que ela faz é a implementação de um sistema inteligente.
Ela chega a simular 9.1.2 canais, que gera um som mais legal, porém depende de uma simulação – e certamente não fica tão bom quanto um conjunto de 12 canais de áudio, de verdade.
O jeito é arrumar o software então. Pelo menos nisso a LG C4 vai bem, e ela é compatível com Dolby Atmos e DTS-X, real. Ela só não é capaz de expressar isso.
A resposta para tudo isso é a soundbar. Eu realmente recomendo que você busque um combo caso você esteja subindo para uma OLED, para realmente ter aquela experiência melhor que de cinema.
E junto disso temos algo positivo, que é o sistema de integração da TV com um alto falante externo. Você pode conectar múltiplos dispositivos e criar uma salinha, numa interface de configuração, onde você escolhe a posição dos alto falantes.
O recurso é mais completo que em outras marcas, porque além da posição, você pode escolher dois modos. Surround ou saída simultânea.
A saída simultânea é auto explicativa. É o método mais tradicional, onde você fica só com dois canais, mas soma a definição e a potência de todos os elementos. Fica um som mais rico e que preenche melhor o ambiente, apesar de não ter canais extra.
Já no surround, ela faz algo diferente. Os altos falantes do dispositivo externo, como a soundbar, vão ocupar uma função diferente dos alto falantes da TV. Eu testei isso aqui no estúdio com uma S40T, e no final fiquei com um sistema 4.1 canais.
O recurso é compatível com qualquer soundbar ou alto-falante Bluetooth. E olha, o resultado nem sempre é bom. Não é todo alto falante que foi feito para agir como caixas traseiras, mas é legal ter liberdade e ver qual fica melhor – sem ficar preso a apenas uma marca.
Ele funciona melhor e de forma mais completa com as barras WOW Orchestra, da LG, mas não precisa ser uma delas.
Na parte sonora, a C4 tem boa qualidade de áudio e esses recursos somam bastante a experiência. Ela ainda quer vender soundbar, mas pelo menos oferece uma plataforma mais customizável, para você configurar sua sala – e que não está limitada apenas para produtos LG.
Qualidade de imagem
Passando agora para imagem, a LG C4 é uma TV OLED 4K. Eu falei isso várias vezes nos reviews, mas só para explicar melhor, essa é a tecnologia dos pixels que se auto iluminam.
Esse é o termo de marketing que você mais escuta sobre ele, mas é porque realmente, ele funciona de uma forma bem diferente do LCD, que tem iluminação separada do pixel.
Dentre as vantagens mais citadas, a pureza das cores e o contraste são suas maiores vantagens. Porém algo importante também, é que quanto mais complexa a imagem, mais detalhes, maior diferença de iluminação uma cena tiver, melhor será o resultado do OLED, contra a sua concorrência de LCD.
Mas, claro, que como nada pode ser simples por muito tempo, hoje existem dois tipos diferentes, o WOLED e o QD-OLED.
O WOLED tem um LED branco separado que serve, principalmente, para intensificar o brilho da tela. Como benefício extra, por serem quatro pixels, que nunca estão acesos ao mesmo tempo, o WOLED tem potencial para desgastar mais lentamente que o QD-OLED, que tem 3 subpixels.
Por outro lado, o WOLED tem uma gama de cores menores. A LG C4 consegue preencher 98% da gama de cores do padrão de cinema, com brilho padrão de 220 nits e contraste infinito.
Explicando os valores, eu falei que era uma cor mais limitada, mas não falei que era uma cor ruim também. 98% da gama de cores, do chamado DCI-P3, significa que o cara em Hollywood filmou e editou as cenas dele, e apenas uma pequena faixa a C4 não conseguirá reproduzir.
Na prática, ela consegue praticamente tudo, só perdendo para o QD-OLED em padrões mais expandidos, o REC2020 por exemplo, que tem uso bem limitado ainda.
Na questão do brilho, 220 nits, subiu contra a C3 e também é maior que a sua concorrente direta, a Samsung S90D. Mas esse também não é o brilho máximo que você consegue.
Com a opção de intensificação de brilho, eu consegui ler 410 nits. Fica um brilho bem mais forte, que praticamente elimina o que é, em essência, o único ponto fraco da OLED.
Não é algo que precisa ficar sempre ligado, até para não forçar o painel, deixar a TV esquentar, ou gastar energia à toa, mas é um potencial bom.
Use o pico de brilho alto quando você tiver com alguma janela aberta, onde a sala está muito iluminada, aí a TV precisa de uma força extra. Inclusive, recomendo mudar um dos modos de imagem, para ser esse “modo super iluminado”, assim fica mais simples você sair dele quando não precisa mais.
E na questão de contraste, eu digo infinito, pois o preto aqui é absoluto. No entanto, agora eu tenho que entrar em detalhes. A C4 tem acabamento brilhante, porém acontece algo aqui que eu só tinha visto em telas foscas, que é um valor de contraste diferente.
Deixa eu explicar. Normalmente, quando eu faço o teste com o colorímetro numa OLED, o valor medido de contraste é de 0:1, não 3.000:1, como um exemplo de LCD. Quanto maior, melhor, mas o zero indica o infinito, que é o melhor de todos.
No entanto, alguns acabamentos mudam um pouco a forma que a luz reflete nela, e com isso meu aparelho conseguiu ler um valor. Foi um número bem alto ainda, na maioria dos modos, passando de 17.880:1, mas ainda assim, leu um número lá.
Também acontece algo parecido com a Samsung S95D, que tem o acabamento fosco anti reflexo. De certa forma, é uma limitação do Spyder, mas ainda assim, existe algo na tela que impede que eu consiga ler o contraste esperado.
Talvez, relacionado a isso, temos outra anomalia aqui. Por algum motivo, quando você olha de lado para tela, numa imagem toda branca, você percebe que a cor não está super homogênea. O branco fica levemente esverdeado.
É bem sutil, mas aparece quando está perto, de lado, e com imagens sólidas, geralmente brancas. E quanto mais brilho, mais você percebe também.
Não está claro qual é a origem do problema, se está relacionado com o contraste que você consegue ler. Se é uma camada anti reflexo nova ou alguma outra coisa. De qualquer forma parece ser algo do painel, não de software, então não dá para arrumar depois.
Mas não se preocupe, o OLED, qualquer OLED ainda está muito à frente de qualquer LCD. Essa é a tecnologia de painel com melhor qualidade de imagem.
Na parte de brilho, que é onde o OLED tinha desvantagem, a C4 conseguiu melhorar bastante, enquanto que essas pequenas anomalias, não afetam o uso ao ponto de deixá-la pior. Sem contar que o LCD tem o blooming, que atrapalha muito mais.
O legal é que nem fã da Samsung pode me contrariar agora, porque ela também tem TV OLED. Mas já que passamos pelo painel, podemos nos aprofundar um pouco mais num dos pontos fortes da LG, que é a parte de processamento.
Processamento de imagem
A LG trouxe processador atualizado, o Al Alpha 9 Geração 7. Pois é, agora até sua TV tem processador com nome. O ponto é que ele saiu muito bem nas funções de inteligência artificial. Lembrando que elas existem há muito tempo já, não é algo super novo, junto do hype novo pela sigla AI.
São 3 funções principais: a interpolação de movimento, o upscaling e o que podemos chamar de configurações inteligentes. Podemos juntar aqui o Imagem AI PRO, Som AI PRO, Brilho AI, e outras assim. Eu falei que TV não tem recurso inteligente pelo hype, mas quando chegou a hora de nomear os recursos, aqui a LG entrou nessa onda.
Muitos deles existiam já, mas a diferença que o processador novo trouxe, é que esses recursos todos estão melhores. O upscaling melhora de uma forma mais aprimorada a definição de imagens em baixa resolução. A interpolação não adiciona uma quantidade tão grande de artefatos.
Além dos modos habituais, padrão, eco, cinema, filmmaker, dentre outros, a LG traz a compatibilidade com o Dolby Vision, que abre um leque de opções.
O Dolby Vision é um formato de imagem que transmite mais dados, e com isso explica melhor para TV, o que aquela cena precisa. Especialmente na parte de brilho e de contraste.
Onde precisa ficar mais destacado, e onde mais apagado. Se você estava vendo uma série, e a cena estava muito escura, pode ser que a TV só não saiba exatamente o que ela tem que fazer, por não ter o Dolby Vision.
Mas além do formato estar disponível para filmes e séries, você consegue utilizá-lo nas conexões HDMI. Existe essa opção agora, dentro do sistema, na aba dispositivos externos, que habilita o Dolby Vision para PC. Além de outras opções que afetam a compressão de dados e a qualidade geral da sua conexão externa.
Com o Dolby habilitado, pode ser que a imagem fique muito melhor. Aqui, só é um pouco parecido com as soundbars, onde o PC tem que ser relativamente bom também, com uma boa placa de vídeo, para conseguir um efeito bom.
Existe o concorrente, o HDR10+ para PC, mas ele ainda está para trás no desenvolvimento, então é vantagem para as telas com Dolby Vision. Pelo menos por enquanto.
Só vale comentar que a imagem pode ficar um pouco pior nesse modo, e em alguns outros também. No geral, o modo Dolby Vision e o modo gaming derrubam algumas especificações, principalmente brilho.
Isso é normal de acontecer, afeta quase toda TV, mas o impacto varia. Aqui parece que a C4 perde um pouco mais de especificação que outras OLED e, também, como o brilho padrão é menor, você pode sentir mais falta dele, quando estiver jogando numa sala clara.
É a única parte chata de usar os modos, mas a C4 ainda manda bem na conexão com um computador. As OLEDs possuem delay baixíssimo, tem Freesync, e, como eu comentei, a novidade são os 144 Hz.
O WebOS, especificamente, não mudou tanto. Ele ainda é uma ótima interface, com o menu rápido que eu mais gosto atualmente, e no geral é fácil de achar o que você precisa e configurar tudo. Continuando já os acertos que o WebOS 23 trouxe.
Mas a novidade é que agora a sua TV atualiza! Igualzinho seu celular. Eles prometem 5 versões do WebOS. Ou seja, esse modelo vai até o WebOS 28.
É uma atualização geral, de sistema mesmo, que vai manter os aplicativos atualizados por mais tempo. Isso é bom, pois aumenta a vida útil da TV, e também traz melhorias de uso, que podiam nem chegar antes.
É uma iniciativa legal da LG, que eu espero que crie um efeito bola de neve, e todas as outras marcas sigam o exemplo.
Conclusão
A LG C4 é a melhor TV do momento? Olha, o embate dela contra a Samsung, principalmente, sempre é cheio de depende. O painel QD-OLED é mais colorido, mas a WOLED parece mais agradável da caixa, sem tons super saturados.
Mas aí temos o branco meio esverdeado, e as situações onde o preto não fica super profundo. Em questão de brilho, as duas ficam se estapeando, mas ambas vão bem e mal em situações parecidas.
O que separa as duas, mesmo, é o preço. Hoje a C4 é a mais cara das OLEDs que vamos chamar de “populares”. Fica de 500 a 1.000 reais acima da S90D, sem ter tanto motivo para isso.
Talvez seja melhor esperar uma promoção, principalmente com soundbar junto, mas também dá para escolher ela só porque você prefere o sistema da LG.
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