Essa é a LG UT8050, uma TV mais básica da LG, que foca em custo-benefício. Ela traz, logo de cara, uma grande novidade, a atualização de sistema. É o grande diferencial contra a UR8750 de 2023, mas será suficiente? O que mais muda? Será que a UT8050 vale a pena?
LG UT8050
- Tamanhos de tela: 50″ 55″ 65″ 70″ 75″ 86″
- Resolução: 4K (3840 x 2160px)
- Frequência da tela: 60Hz
- Tipo de tela: LCD
- HDR: HDR10
- Entradas: 3x HDMI; 2x USB
- Sistema Smart TV: WebOS
Construção
Olha, se vocês não gostassem tanto de ver o design da TV, eu provavelmente pularia essa parte de construção, porque o corpo da UT80 é idêntico a UR8750, que é idêntico a UQ lá de 2022.
Pensando nas 3 grandes marcas atualmente no Brasil, Samsung, LG e TCL, o modelo de entrada da LG é o que tem dimensões mais antiquadas.
Ela é relativamente fina, porém não é a mais fina. Ela tem bordas ok, porém não tem a menor borda. O foco é custo-benefiício, e inventar muito no design não é uma prioridade para LG. Não considero isso um ponto negativo. Prefiro uma construção mais simples, com uma durabilidade maior, do que uma peça bonita que tem possíveis fraquezas de design.

De novo, pensando nas 3 principais marcas, a UT8050 é a mais simples porém a que passa a maior sensação de robustez.
Segue idêntico a outros anos também, a quantidade de conexões. São 3 HDMIs, somado a 2x USBs, saída ótica de áudio, antena e RJ45. 1x USB e 1x HDMI ficam voltadas para trás, enquanto que o resto está para o lado, num pequeno recorte.
Nas conexões sem fio, Bluetooth 5.0 e Wi-Fi 5. Ambos suficientes para hoje em dia, apesar de não serem os mais atualizados.
Som
Queria mudar o foco agora para a qualidade de áudio, algo que a LG costuma acertar. O conjunto não é mais avançado, são 2.0 canais com potência total de 20 W. Mas, a marca investe bastante em software de som, e na qualidade do alto falante, então o resultado é um som bem mais agradável que os concorrentes.
Ela sinaliza essa atenção maior nas próprias especificações do site, com o Virtual 9.1.2 Up-mix. Claro que o áudio não ficará com a mesma ambientação de uma soundbar topo de linha, que são as únicas com esse tanto de canais.
Mas a TV consegue sim se destacar e simular um som mais legal. Ou seja, faltam graves, assim como toda TV, mas você sente menos falta dele.

Outra questão são os recursos. A UT80 tem as mesmas opções que as TVs mais caras, de saída de som, incluindo o uso simultâneo de um alto falante externo e os falantes da TV. Esse externo pode ser ligado por saída óptica ou Bluetooth.
Só que além disso, você tem mais algumas opções, por exemplo, controlar o volume da saída ótica pela própria TV – o que nem sempre é possível. O mais interessa é o que a LG chama de WOW Interface. É uma versão simplificada do WOW Symphony, que veio para os modelos mais baratos – tanto de TV como de soundbar LG.
Quando você forma esse casal, tela e barra com WOW Interface, você consegue configurar a soundbar, mudar os modos de áudio, direto da TV. É um nível de integração acima das concorrentes, considerando que entre TV e barra Samsung, apenas os modelos da linha Q, mais caros, possuem algo parecido. E na TCL, meio que não existe nada – ainda mais aqui no Brasil que não recebeu muitos modelos de soundbar.
Por hora, é ótimo que a TV de entrada também tenha mais recursos de som, porque o áudio é algo que costuma estar bem fraco nessa categoria.
Qualidade de imagem
A UT8050 possui um painel LCD básico. Ou seja, sem Mini LED, sem QLED, sem Nanocell. Pelas nossas medições, esse modelo de 50 polegadas – e eu já explico porque falar o tamanho é importante – conseguiu preencher 77% da gama de cores do padrão de cinema DCI-P3.
O contraste medido foi de 1820:1, com brilho na casa dos 350 nits. A LG não deixa claro qual é o tipo de painel utilizado, mas parece muito que o modelo de 50 polegadas está utilizando o tipo IPS, que tem cores um pouco mais realistas para um LCD básico, porém com contraste mais baixo.

Eu digo isso pois no modelo de 55 polegadas, o contraste é bem mais alto, 3660:1. Salve aqui para o pessoal do Envolto Tech, que me ajudou nessa investigação. Se esse painel realmente for um IPS, significa que a LG não está mais seguindo aquela ordem de Par, painel VA, ímpar, painel IPS.
Por isso que eu não gosto muito dessa troca de painel dentro de um mesmo modelo. As marcas não falam e a maioria das vendas são pela internet, onde não dá para você olhar o contraste e os pretos, e descobrir se ele é alto ou baixo. Isso quando a pessoa sabe verificar essas questões.
Mas qual é a diferença no mundo real? Primeiro que quando as pessoas acham que uma imagem está vibrante, o responsável não é só a cor, mas um contraste maior também. Além disso, apesar de não serem sinônimos, geralmente, quanto melhor o contraste, mais profundo são os pretos. Ele fica mais escuros – ao invés de azulados ou acinzentados. E isso você consegue perceber, mesmo sem saber a razão exata.
Basicamente, a imagem do painel VA é melhor para TVs. De novo, não temos confirmação absoluta da marca que esse é um painel IPS, e tentando olhar os subpixels, não fica tão claro, pelo menos não com a câmera que a gente tem aqui. Mas, de qualquer forma, a versão de 55 polegadas tem maior contraste que essa de 50.

E isso é uma desvantagem, mas não torna a versão de 50 polegadas ruim. As cores são bem bonitas, e, apesar de levemente azulados, os pretos não são manchados, o que eu acho muito importante em um modelo de entrada. Se você está olhando uma imagem completamente preta, ela é relativamente homogênea, considerando que esse é um painel LCD básico.
Contra a geração anterior, a UR8750, se a gente fizer a comparação entre painéis de alto e baixo contraste, a UT8050 melhorou. No caso dessa daqui, ele subiu de 1200:1 para 1800:1. E você consegue aumentar um pouco mais esse contraste, reduzindo o brilho. O melhor nível eu consegui com 75% do brilho, onde ele bateu 1890:1.
Se, agora, a gente comparar contra os principais concorrentes, aí, independente do tamanho, 50 ou 55, a UT8050 fica para trás dos dois, da TCL e da Samsung. As cores nas duas é bem mais saturada, e o teste já revela também uma maior capacidade, 88% e 83%, respectivamente. Elas conseguem cores com mais nuances, dependendo da situação.
O contraste do modelo de 50 polegadas, das duas, também fica no nível da UT de 55 polegadas.
Outro ponto onde a LG está mais limitada, é na compatibilidade do HDR. Ela possui uma versão especial do HDR10, mas a Samsung tem HDR10+, e a TCL, tem o HDR10+ e o Dolby Vision. Isso faz diferença em conteúdos mais, vamos dizer, sofisticados. Um filme ou uma serie nova. Geralmente você consegue verificar isso na própria tela do streaming.

A LG, apesar de ter parceria com a Dolby nas TVs mais caras, não vê a necessidade de trazer o Dolby Vision nos modelos mais baratos. E posso ser sincero? Eu entendo porque.
Entre essas 3 marcas, pensando nas TVs LCD básicas, vou ser bem diretos, a TCL P755 é a que tem o maior potencial.
Mas, as situações onde isso aparece, são bem raras, e em todas as outras situações, eu gosto mais da imagem da UT8050. A P755 porque ela tem baixa homogeneidade de pretos. Ela tem aquelas manchas em cenas escuras. E a Samsung, com a DU8000, tem as cores muito saturadas no modo padrão.
Em toda TV LCD básica, a minha maior recomendação é usar o modo Filmmaker ou equivalente. Ele sempre fica melhor, muito porque ele desativa alguns recursos de pós processamento e neutraliza esses exageros das telas. Fica uma imagem mais equilibrada.
E como a UT8050 já não tem um painel super tunado, usar o filmmaker aqui não derruba tanto as especificações dela.
Ou seja, resumindo. A LG, no papel, tem as especificações mais fracas das 3 principais TVs LCD básicas do mercado. Mas na prática, essa diferença é mínima, e o melhor é usar o modo filmmaker, que deixa as 3 bastante balizadas.

Muitos dos filmes e séries que você assiste, tem lá o Dolby Vision, ou, mais raramente, o HDR10+? Aí a UT8050 fica para trás. Em todos os outros casos, ela está tranquila, com uma imagem bem bonita, bem viva também, e até o contraste, nessas versões de nível menor, está bem ok. Com cores escuras bem sólidas.
Mas posso dar uma dica mais geral? Se você busca qualidade de imagem, independente da marca que você escolher, considere uma TV QLED, ou, no caso da LG, Nanocell ou QNED, que são as duas tecnologias juntas.
Geralmente você paga só um pouco a mais, as vezes 50 a 100 reais nesses modelos de 50 polegadas, e a imagem é muito melhor. Pode ser, da LG, a Nano80T ou a QNED 80T, e das concorrentes, a Samsung Q60D ou a TCL C655. Procure uma dessas se você busca imagem superior, num modelo custo-benefício.
Sistema WebOS
Fora a imagem, onde as marcas tentam se diferenciar é no sistema. E aqui a LG tem um dos melhores, o WebOS 24. Eu realmente me impressionei com a evolução dele! Lá no começo, quando os sistemas começaram a investir mais nessa ideia de tela inicial, estava fraco. Mas a LG se encontrou no WebOS 23, se tornou a melhor em usabilidade, e agora o WebOS 24 melhorou alguns detalhes, e também é o primeiro que será atualizado.
Basicamente, são 5 versões por TV agora, começa no WebOS 24, depois vai até o WebOS 28. Algumas TVs da LG recebiam atualizações também, mas geralmente era só de interface, não o sistema como um todo. Isso significa que se a LG criar algum recurso novo, ele vai chegar aqui. Pelo menos essa é a ideia.

Aqui a LG manda, na caixa, o Smart Magic, o controle varinha, que tem um mouse integrado. Funciona bem, principalmente depois que você se acostuma. Além disso ele realmente não é minimalista, mas eu vejo isso como um ponto positivo, pois os números aqui tem funções. Eles são atalhos. É só você segurar um número, que você configura o aplicativo aberto, para aquele botão.
Essas facilidades para o dia a dia, são encontradas direto no sistema também. É o que torna o WebOS tão bom, ao meu ver. Eu achei muito bom esse menu rápido. Ele tem um tamanho legal, funciona da forma que você imagina, e é totalmente customizável. É melhor que a barrinha limitada do Tizen, da Samsung, e sei lá do que é aquilo no Google TV.
Claro que esses outros dois tem pontos positivos também. O Tizen tem um foco maior em aplicativos, e o Google TV em conteúdo. Mas os menus do WebOS 24, tanto o rápido, quanto o tradicional, são os mais intuitivos e mais completos atualmente.

E o WebOS também não fica para trás em recursos. Eu comentei lá da integração entre soundbar e tela, mas além disso, ele tem o ThinQ integrado, assistentes de voz, canais gratuitos e tudo mais.
O sistema só não é muito rápido. Todas as marcas estão colocando bastante coisa integrada direto na Smart TV, mas, isso deixa o sistema mais pesado, claro, e os modelos de entrada – que tem processadores mais lentos – sofrem um pouco mais com isso. O que mais acontece é você apertar um botão, e ele não responder tão rápido. Não é lento a um ponto extremo, mas dá para perceber.
Conclusão
Em questão de preço, a UT8050 está caindo rápido e a tendência é continuar caindo. E, olha, ela tem que cair mesmo. A P755 da TCL é a TV com preço mais baixo hoje, custando menos de 2 mil reais. A DU8000 está mais teimosa, bem mais cara que o resto, mas a DU7700 da Samsung deve ser a mais competitiva, também por aí, nesse valor de 2300 reais. As duas coreanas precisam chegar em pelo menos 2 mil reais, e daí argumentar que o sistema delas é melhor.
Nessa situação, com ela mais em conta, o balanço geral da UT8050 é até que positivo. O WebOS é, realmente, muito bom, mas o sistema dos concorrentes também não são ruins.
A imagem da UT, apesar de ser a mais equilibrada, pode não se destacar tanto na comparação lado a lado na loja. Só lembrem-se também das questões do painel, o que pode tornar a versão de 55 polegadas, a mais interessante.
Além disso, reforçando. Verifique o preço da Nano80T, da Q60D e da C655. Essas TVs com painel mais avançado são melhores, e podem até estar mais baratas.
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