A Samsung DU8000 é uma das TVs mais em conta da marca, e claro, uma das mais populares. Um dos seus atrativos é que, apesar de ser um modelo de entrada, todas as atualizações de sistema para 2024, que chegaram nas TVs mais caras, vieram para cá também. Isso se traduz no ótimo Gaming Hub, e a novidade, atualização para casa inteligente. Será que ela dá conta de tantos recursos? Será que trava?
Para começar, apesar da Samsung trazer atualizações para a DU8000, a linha Crystal, como um todo, está relativamente estagnada. Em anos anteriores, vimos grandes mudanças nela, na parte interna e externa.
Internamente, o Tizen trouxe um design mais avançado, com recursos muito bons, como o Gaming Hub que eu comentei. Externamente, o corpo ficou extremamente fino para uma tela de entrada. É sempre essa jogada de “coisas que você não vê em outras telas de entrada”.
Mas dessa vez, a DU8000 não tentou inovar em muita coisa não. Ela acompanhou as atualizações da geração nova, mas não mudou muito o que nós já conhecíamos lá na CU8000. E o corpo é um desses casos.
Construção
A DU8000 continua com o design Air Slim, que nessa peça que temos aqui, significa apenas 25 milímetros de espessura. A traseira não tem nenhuma parte mais alta, ela é bem fina mesmo. E não é nem “para uma TV de entrada” só, é para todas as telas LCD do mercado.
Dentre as vantagens, além de impressionar o vizinho, a tela fica muito bem quando pendurada. Você deixa ela rente a parede, parece que foi feita para isso.
Além das dimensões, a montagem também é diferente, bastante simplificada. É um esquema que não precisa de nenhuma ferramenta. Os pés são encaixados, deslizando eles dentro dos vãos da traseira, e você ainda pode escolher entre duas opções de altura. Uma mais rente a superfície do móvel, e a outra mais alta, para dar espaço para uma soundbar, por exemplo.
Mas existe uma pequena desvantagem também, porque, por ser um corpo de plástico, ele pode envergar um pouco mais fácil que modelos mais grossos. Aconteceu duas vezes já aqui no estúdio. Não foi nada que impedisse o uso da TV, mas aconteceu. A informação aqui é para tomar cuidado no manejo dessa TV, principalmente quando ela ainda estiver na caixa, ou durante uma mudança.
Em questão de tamanhos, sem novidades também. Ela começa em 43 polegadas, que é o modelo que temos aqui, vai até 85 polegadas, com 7 possibilidades no total. O maior deles ainda tem um diferencial, a tela de 120 Hz.
É quase um requisito para jogos, e quando combinado com um sistema legal, pode deixar até os movimentos nos filmes mais fluidos. É algo que separa TVs de entrada das intermediárias. Mas para isso, é necessário um sistema bom, algo que a gente só descobre testando mesmo o modelo de 85 polegadas.
No entanto, temos uma questão aqui. Tamanho é um dos fatores que mais encarecem a TV. Uma diferença de 10 polegadas pode duplicar o valor dela. Por isso, tem que tomar cuidado – e isso vale para toda TV de entrada grande. No caso aqui da DU8000, tirando a 85, que é uma TV um pouco diferente, o limite do limite é 55 polegadas.
Dá para encaixar um modelo de 65 polegadas, se o seu sofá realmente estiver bem longe da tela, mas é bom checar se uma TV de 55 não fica bem também. De qualquer forma, o ideal é parar em 50 polegadas, porque quanto maior a tela, mais evidente são as limitações na qualidade. Você vai perceber que a definição não vai ficar tão legal em imagens que não são 4K.
O som também será bem fraquinho para uma tela desse tamanho. O problema aqui é o mito de que TV grande é uma TV melhor. Muita gente ainda pensa assim, e não! Isso não é verdade.
Um dos meus principais objetivos aqui, é te convencer que sempre é melhor subir de linha, ao invés de tamanho, se sua sala comporta uma TV menor. De novo, isso vale para qualquer TV de entrada.
Se você não consegue gastar muito, mas quer uma TV de 65 polegadas ou mais, considere primeiro uma QLED 5 ou 10 polegadas menor. Ela é a primeira evolução da tela LCD, e com ela você terá uma imagem melhor, muitas vezes mais recurso, mais durabilidade, e talvez até economize.
Conectividade e som
São 7 tamanhos, mas considere os 3 primeiros como os mais atrativos. 43, 50 e 55 polegadas. Principalmente 43 polegadas. Esse modelo que temos aqui tem uma particularidade legal, que você não encontra em toda TV barata.
Caso você esteja pensando nela como um monitor de computador ou console, a DU8000 é capaz de receber o sinal HDMI sem compressão. Fica uma imagem mais clara, com letras mais legíveis. Você só precisa ativar o modo de expansão de sinal, e ter um cabo HDMI compatível.
Se você tentou usar sua TV atual como monitor e achou que a imagem estava estranha, provavelmente é porque ela não tem essa opção. Por isso que gosto bastante do modelo de 43 polegadas. É maior que um monitor, mas não é absurdamente grande, e a TV aguenta mostrar a imagem sem compressão, e possui alguns recursos especiais ainda, no modo game.
Falando em HDMI, aqui são 3 entradas, todas aguentam a resolução máxima da tela e uma delas é compatível com eARC, para passagem de som. Todas ficam do mesmo lado da TV, aqui na traseira, e estão acompanhadas de duas portas USB, saída óptica de áudio, ethernet e antena. A única ausência é a entrada AV, que sumiu faz um tempo das TVs coreanas.
Por fim, em qualidade sonora, o sistema é bastante básico. São apenas 2 canais de som, com potência nominal de 20 Watts. A Samsung tenta trabalhar na parte de processamento de som, com o modo adaptativo, e também o recurso de som em movimento.
O primeiro tenta adaptar a equalização de acordo com o conteúdo, e o segundo imita um som surround mais complexo, baseado na posição do objeto na tela. Ambos são bons recursos, presentes em todas as TVs Samsung. Mas, o efeito é limitado aqui, por conta da quantidade pequena de canais.
Você pode aproveitar melhor deles, quando combina a TV com uma soundbar, que é, de certa forma, a ideia da Samsung. A DU8000 possui a sincronia sonora, que funciona com soundbar da linha Q. A Q600C ou D, por exemplo.
A Samsung melhorou o recurso nessa geração, e agora a TV consegue controlar melhor os canais da soundbar, está mais equilibrado. É algo que falamos com mais detalhe no review das barras, mas é legal saber que existe essa possibilidade por aqui.
Qualidade de imagem
A DU8000 é uma TV mais simples, com painel LCD. Essa é a parte mais estagnada, independente da marca, pois não tem muito como evoluir esse painel básico. O teste com colorímetro mostra valores bons, mas que praticamente não mudaram ano a ano.
A DU8000 é capaz de reproduzir 84% do DCI P3, que é o melhor padrão utilizado pelos filmes e séries. O contraste dela é de 2850:1, com pretos não tão profundos, e um brilho razoável de 342 nits.
Esse nível alto de cor, é uma vantagem da TV Samsung, porém os tons não são tão naturais. Você percebe que a saturação está alta, então ela chega lá naquele vermelhão, mas não consegue um gradiente tão bom. Ou seja, a cena perde detalhe.
Para subir de nível, precisaríamos de um painel QLED, que não necessariamente exibe mais cores, porém é capaz de deixá-las mais naturais. O contraste é algo parecido, pois é um valor bom, porém na QLED, o resultado costuma ser melhor. Ou seja, sem novidades, uma TV de entrada tem qualidade de imagem limitada.
O que muda esse ano é que a Samsung não conseguiu evoluir ainda mais o que a CU8000 já era capaz de fazer. Enquanto isso, outras marcas podem chegar mais perto, então pode ser que o grande diferencial aqui, seja perdido ou reduzido.
Mas a maior rival da DU8000, na verdade, não está em outras marcas, e sim dentro da própria Samsung, a Q60D. A questão é que a DU8000 é uma TV de entrada boa, mas o painel QLED da Q60D é melhor, e está ficando mais barato.
A distância entre as duas pode ser minúscula, menos de 150 reais para alguns tamanhos. Nesses casos, de valor próximo, é bem evidente que a Q60D tem custo benefício melhor. Imagino que a própria Samsung comece a impulsionar mais a Q60D, para quem já tenha uma TV 4K, e queira atualizar sua tela.
Mas os problemas da DU8000 não param por aí. Chegou também a DU7700, que é um modelo mais barato, mais básico, porém não tão distante em qualidade de imagem. Então, se é para economizar, porque não economizar mais e pegar o modelo mais básico de todos?
Essa é uma conversa que nós tivemos ano passado já, na geração da CU8000, da CU7700, e da Q60C. A CU8000 ainda foi a TV mais vendida, apesar das desvantagens dela perante as outras duas.
Imagino que o mesmo aconteça nessa geração, mas saibam que as desvantagens são um pouco maiores agora, justamente porque a Q60D desce um pouco mais o nível, para ficar mais barata, e mais atrativa. O resumo da imagem é que a série 8000 é boa, mas só está tão boa quanto antes.
Enquanto isso, TVs mais simples, como as da série 7700, estão cada vez mais próximas em qualidade, e as linhas melhores, cada vez mais em conta. E temos ainda mais uma vantagem para a linha QLED: a velocidade da TV.
Sistema Smart Tizen
De certa forma, TVs possuem pequenos computadores dentro dela, e isso inclui um processador. Os processadores da linha QLED costumam ser mais rápidos que os da linha Crystal. Somado a isso, o sistema smart da Samsung, o Tizen, está cada vez mais pesado, então ele pode travar mais na linha Crystal.
Nós sentimos um pouco mais de lentidão na DU8000, então se essa é uma preocupação para você, é também mais um motivo para você optar por subir de linha. Ainda assim, é uma lentidão que não incomoda, pois não torna a TV inutilizável, e o Tizen é, com certeza, um dos melhores sistemas smart.
Eu queria fechar falando dele, pois o Tizen recebeu atualização. Não foi nada grande. Visualmente, o banner está um pouco diferente, com uma barra preta no banner, para facilitar a leitura. Só não ficou muito elegante.
Já o menu completo, a aparência, está igual. O que temos de novidade é uma aba nova na tela inicial. Para quem não conhece, o Tizen tem como filosofia de design, as abas, ou telas com usos direcionados.
Um dos grandes atrativos continua sendo o Gaming Hub, onde você encontra as plataformas de jogos na nuvem. São aplicativos que te permitem rodar jogos pela internet, então dispensam a necessidade de um PC ou console.
Nós testamos bastante o GeForce Now e o Xbox, e ambos funcionam bem. Você fica dependendo de um servidor de terceiro para jogar os seus jogos, mas na maioria das vezes funciona bem. Lembrando que é necessário ter uma conexão boa com a internet.
A aba recebeu novos serviços também, que não testamos ainda, mas mostra que a ideia de jogar na nuvem está evoluindo, e pode ser uma boa economia. Ao invés de gastar 3 ou 4 mil reais num console, é mais barato só pagar a assinatura de um deles.
Mas a novidade é a aba chamada Daily+. Essa é a central de produtividade e conectividade da TV, onde a ideia é ampliar ainda mais as capacidades dela, como a central de casa inteligente.
As atualizações, mesmo, chegaram para o Smart Things. A Samsung está investindo bastante nele, e o app realmente está ficando mais legal. O que a TV faz, é adaptar o Smart Things aqui dentro. Então pela sua tela, você acessa o mapa da sua casa, conecta e mexe de forma mais fácil nos seus outros dispositivos.
Temos também o que para mim é o recurso mais legal: as informações de consumo de energia. Isso está disponível em toda a linha, inclusive aqui nos modelos mais baratos, onde a única limitação é que a linha Crystal não possui o hub da Zigbee embutido na TV.
É algo que, mais uma vez, aparece na Q60D e modelos superiores. No geral, é uma utilidade legal, apesar de não ser uma super novidade, no sentido de uso, até porque já dava para fazer tudo isso no celular antes, agora você ganha uma interface melhor e que facilita o acesso.
Conclusão
A Samsung DU8000 pode ser sua próxima TV com central de casa inteligente, desde que a Q60D e a DU7700 não estejam com o preço mais interessante.
A popularidade da linha Crystal vai manter ela como uma TV popular, mas quem leu até aqui esse review, sabe que deve ficar de olho nesses outros dois modelos, para encontrar uma tela com melhor custo benefício.
Gustavo diz
Entre uma 85”DU8000 e uma 75”Q60D o que você acha? Acredita que uma diferença de R$800,00/R$1.000,00 faz mais sentido a DU8000? Tamanho e taxa de atualização