Samsung Q60R QLED: um modelo de entrada competente

Tal como na nova linha A de smartphones, a Samsung decidiu pular das unidades para as dezenas ao nomear suas TVs mais recentes. A Samsung Q60R QLED é uma atualização direta da Q6FN, modelo mais barato das QLED presentes no mercado. Será que as poucas mudanças ainda mantém a Q60R como uma boa opção pra sua faixa de preço? A minha tarefa é tentar descobrir isso e falar se ela vale a pena.

Design e construção

Se você está procurando alguma alteração grande neste último modelo, não vai encontrar, principalmente na construção. A Q60R continua com o acabamento traseiro em plástico, com as conhecidas canaletas para cabos que permeiam vários modelos da marca e clips adicionais também em plástico para prender os cabos nos pés da TV e ninguém perceber que desceu pelo móvel.

Apesar da traseira ser bastante clean, essa foi a solução adotada para substituir a conexão única, que foi inaugurada lá nas primeiras QLED – como na Samsung Q7FN que nós fizemos um review -, mas retirada por aqui, já que a ideia dessa linha 6, agora 60, é trazer algumas qualidades de TV topo de linha sem precisar ser tão cara.

A exemplo disso, nós temos um painel utilizando a tecnologia de pontos quânticos, o diferencial dessa TV, mas com iluminação lateral, o que pode gerar um pouco de vazamento nos cantos se você ver muito, muito do canto, e que também elimina a presença do micro dimming, aquela função que chegou forte na linha no ano passado e que ajudou a deixar a imagem com um nível de contraste muito páreo com OLED. Isso ai você só vai ter funcionando bem nos modelos mais caros.

Por conta disso e da redução do brilho do display, não dá para dizer que a Q60R é uma evolução direta da Q6FN, apesar de ainda ser um baita de uma TV, com um bom contraste, ótima acurácia de cores, e claro, um bom nível de brilho. Mas também não dá para colocá-la como uma topo de linha. Se fosse comparar com o ano passado, a Premium UHD da própria marca seria melhor em alguns quesitos, mas no novo lineup ela faz todo o sentido.

Funcionalidades

Sabendo disso, eu tenho de comentar sobre o que ela trouxe de bom, que foi um input lag menor e as ferramentas para gerenciar movimento, ou seja, para manter a fluidez de cenas de ação ou até mesmo de jogos. Isso dai é uma característica que é bem legal, mas que desde que os modelos mais caros se transformaram em 120 hertz já estava de bom tamanho.

Para quem é muito chato com isso, no entanto, toda nova linha QLED traz essas funções, então se você quer jogar vídeo game, sucesso, porque com o modo de jogo ligado, são até 13,6 milisegundos de input lag contra mais de 40 sem o modo funcionando. Ah, mas isso só se aplica se a entrada for em até 2K.

Uma coisa que sempre vale comentar em TVs da Samsung é a qualidade do upscalling. É muito difícil perceber quando um conteúdo do Netflix está em 1080p ou em 4K, por exemplo. A maioria das TVs dessa faixa de preço vai entregar um bom nível nesse quesito, mas por passar mais tempo com uma Samsung posso ressaltar esse ponto.

Infelizmente, os ângulos de visão não são dos melhores, então se você sabe que vai ver a TV muito do chão ou de um sofá bem angulado pode ser um problema, principalmente se sua sala for muito clara, já que o brilho foi reduzido perante a Q6FN.

Sistema da TV

Outro ponto que me impressionou é a velocidade do sistema. Eu não puder sentir nenhum travamento durante todo tempo que eu a usei e todos os aplicativos vão totalmente bem. Eu sempre achei que o Youtube que era realmente um pouco lerdo, o aplicativo, mas não, era o processador mesmo.

Como sempre, eu gosto do sistema da Samsung mas me incomoda o fato de alguns aplicativos como o Twitch ficarem de fora. Por outro lado, todos os modelos de 2019 já estão vindo com o iTunes presente e botoes adicionais no controle para o Prime Vídeo e para o Netflix.

Para fechar essa parte de sistemas, a Bixby é complicada. Apesar de conseguir fazer algumas tarefas simples em português, o grosso ainda está em inglês, o que a coloca pra trás dos concorrentes quando o quesito é voz.

O que me incomoda no fim é o fato de que temos várias atualizações de software que nunca chegam pra modelos anteriores, afinal, não temos muitas evoluções em TVs ano a ano e as empresas precisam criar algum tipo de necessidade. Mas é legal ver alguma atualização de qualquer forma.

A única coisa que não muda é o número limitado de seleções de cena e outras configurações que temos. Seria interessante poder ter alguma opção personalizada de fácil acesso. Felizmente, qualquer alteração que você fizer em cada um dos modos é mantida mesmo que você troque e volte pra ele.

Conectividade e som

Na traseira, temos 4 entradas HDMI, sendo que uma delas é ARC, ou Audio Return Channel, usado para home theater. Felizmente ela já tem bluetooth também, então você tem algumas opções de como realizar a conexão com som externo.

Além disso, temos entrada para cabo de internet, de TV digital, saída ótica de áudio, saída auxiliar de áudio e mais duas entradas USB.

Sobre o som, os 20 W RMS presentes por aqui são bem condizentes com o preço, e certamente se você nunca usou um home theater ou um equipamento melhor já vai se sentir bastante satisfeito. Mas claro, o sistema de som da Q70 com o dobro de potencia ou qualquer home theater consegue trazer um resultado melhor.

Conclusão

A Q60R é uma TV com uma ótima qualidade, mas a Q6FN do ano passado entregava um pouco mais por quase o mesmo preço. Eu particularmente prefiro ter um pouco mais de brilho em detrimento da velocidade de resposta que pra mim já estava boa no modelo anterior. Então se ainda encontrar o modelo antigo no mercado, vale pegar.