A TCL C755 reabre uma linha de TVs com bastante tecnologia e preço bom com o painel QD-Mini LED – que é a forma que a marca chama a combinação do quantum dot com o Mini LED. Esse modelo substitui a C745, que não veio para o Brasil, e fez falta, pois não temos muitas opções mais em conta com esse painel. Mas será que a C755 mantém o bom custo benefício?
TCL C755
- Tamanhos de tela: 65″ 75″ 85″
- Resolução 4K (3840 x 2160px)
- Frequência da tela: 144Hz
- Tipo de tela: QD-Mini LED
- HDR10+ e Dolby Vision
- 4 entradas HDMI e 2 entradas USB
- Smart TV com Google TV
O grande diferencial da C655 é a sua tela 4K QD-Mini LED. Esse tipo de painel ainda é considerado um dos melhores atualmente. Certamente é o melhor que você consegue, com um painel LCD, sem alterar a resolução.
Ela também é considerada uma das Gaming TVs da TCL, a mais barata nesse ramo também. Mas o que o termo significa? Olha, depende da marca. Algumas destacam tamanhos menores, outras maior taxa de atualização, mas não existe um padrão ainda.
No caso do tamanho, a C755 não tem tamanhos menores. Ela está mais voltada para filmes e para os consoles, começando em 65 polegadas, depois temos 75 e 85 polegadas. Não é uma grande variedade, e o foco em tamanhos maiores é evidente.
Design e conectividade
As concorrentes mais próximas costumam estar de R$ 500 a R$ 1.000 mais caras. Mais importante que isso, é que a C755 consegue essa vantagem de preço, fazendo cortes nas partes certas. Uma delas é a construção.
Ela é bem parecida com a C655, com a mesma pegada fina, porém com a base centralizada, ao invés dos pés paralelos. O vidro quase não tem borda, já que ele não tem cobertura. A TCL chama esse design de super slim, que dá mesmo um ar mais fino, sem precisar exagerar em materiais mais caros.
A base no meio também é uma marca de TVs de alto custo. Se fosse para apontar alguma desvantagem no design, seria apenas que o vidro é um pouco mais exposto sem a cobertura, e a base centralizada não é tão estável. Nada que cause muito incômodo, apenas o preço a se pagar, para ser mais chique.
De qualquer forma, se você não gostar da instabilidade, tem criança ou pet atrapalhado em casa, também é possível utilizar um suporte VESA. A furação é bem fácil de encontrar aqui na traseira, próxima das portas de comunicação da C755.
Ela tem 4 entradas HDMI, compatível com eARC. Saída óptica de som, antena e adaptador AV. Só para preencher a tabela, a comunicação sem fio é por Bluetooth 5 ou Wi-Fi 5.
Pensando na montagem ela é tranquila, sem elementos pesados. Tudo fica encaixado por parafusos, escondido atrás de uma cobertura na base. Essa placa tem superfície de plástico, mas embaixo, você encontra duas hastes de metal, onde os parafusos ficam presos. Tudo bastante seguro.
Som
Essa leveza, inclusive, pode ser considerada uma consequência de um corte de custos também na parte de som. Os altos falantes costumam ser os principais responsáveis pelo maior peso das telas de alto padrão.
A C755 tem um conjunto mais simples, de 2.1 canais e 50 watts de potência. Mas apesar da simplicidade, a TCL tenta compensar o som de duas formas. Primeiro que ela é compatível com Dolby Atmos e DTS Virtual-X, que é capaz de simular um sistema mais avançado, que tem mais canais. Os dois formatos conseguem um resultado bem legal, dentro até do esperado hoje em dia, para uma Mini LED.
E depois, a TCL tem parceria com a Onkyo, para trazer um som mais encorpado também. A forma que isso funciona, é com um subwoofer maior, que você consegue ver, inclusive, na traseira da tela. Esse círculo não é só enfeite, ele consegue destacar o grave das músicas, que é o ponto fraco de toda TV. Ainda não substitui uma soundbar, mas no geral, o som é bom.
Consegui testar a C755 junto da S522W, que é a soundbar mais barata da TCL, e na comparação, se eu desligo o subwoofer da barra, a C755 fica tranquilamente na frente. Ela só perde mesmo com o subwoofer ligado, pois, por menor que ele seja, ainda vai ser mais forte que o da TV.
Tentar montar um subwoofer direto na tela nem deve ser muito saudável, por conta da tremedeira que ia ficar. Dá para dizer, então, que o subwoofer da C755, e de outras TVs com Onkyo, tornam elas as melhores em questão de graves, sem um aparelho externo.
Qualidade de imagem
Em questão agora de imagem, aqui eu senti um pouco de limitação também, sendo bastante exigente com um painel Mini LED. Mas se a gente separar a qualidade de imagem, na parte física e na parte de sistema, na física ela manda muito bem.
Graças ao painel QD-Mini LED, as cores são bem equilibradas, preenchendo 90% das cores do padrão de cinema, DCI-P3. Ela bate aquela marca de 1 bilhão de cores, com gama ampla, sem precisar de exageros em saturação.
O brilho medido foi de 400 nits, que não é tão forte para uma Mini LED, mas isso é no modo assistível. A tela alcança um valor maior, em dois momentos, primeiro no pico de brilho HDR, que chega em 1309 nits. Esse é aquele flash, usado de forma mais breve mesmo, em uma parte menor da tela, em conteúdos HDR.
A outra forma de aumentar o brilho, é ignorando o contraste e a qualidade de imagem. Eu consigo aumentar para até 500 nits mais ou menos, porém lá os tons de perdiam. Sugere que a TCL segurou mesmo o brilho “base” vamos dizer, para poupar o painel talvez, ou não gastar tanta energia, mas se você precisar, dá para aumentar.
Depois contraste, temos dois, o nativo e o local dimming. Outra vantagem do Mini LED, é que os LEDs são menores e mais inteligentes, então você consegue aprimorar o resultado da iluminação controlada de forma local.
O que acontece é que a tela é separada em várias regiões, e aí cada uma delas tem um nível de brilho diferente. Se você tem um céu escuro com uma lâmpada no meio, o céu fica com um preto bem profundo, e a lâmpada com o brilho alto, com um branco forte.
Os dois contrastes da C755 são de 3.000:1 e de 12.000:1, com o local dimming desligado e ligado, respectivamente. A C755 só não tem uma quantidade muito alta de zonas. Varia com o tamanho, mas eles indicam em torno de 500. A C855 tem mais de 2.000, então vemos aí outro ponto de corte.
O problema de uma quantidade menor de zonas, é que o efeito pode não ficar tão legal quando um objeto pequeno é brilhante, levando ao blooming, que seria uma espécie de aura ao redor dele.
Entramos um pouco na questão de preço, porque se eles conseguissem trazer algo melhor por um valor parecido, teríamos por aqui, mas geralmente não é o caso. Não é esse o ponto fraco da imagem, desde que a C755 não fique super clara do nada.
A TCL também é uma das poucas empresas que implementa o recurso DLG, que é uma variação mais extrema de frequência de tela. Ela na resolução nativa tem 144 Hz, mas é possível subir para 240 Hz, reduzindo a resolução para o Full HD.
É um recurso voltado para o uso com computador, que é o único equipamento que consegue aproveitar essa frequência tão alta. O ganho de fluidez pode não ser tão alto assim, e ele pode ter alguns artefatos de imagem, então eu particularmente não gosto tanto dele, apesar de conseguir resultados bons em algumas situações.
Eu acho que a perda de resolução é muito forte, principalmente para uma tela tão grande. Resolução 4K, upscaling, FreeSync, baixa latência. Prefiro parar ali do que tentar arriscar uma frequência maior.
Sistema Smart TV
A TCL é uma das maiores marcas que consegue combinar Dolby Vision e HDR10+. Isso torna ela a mais abrangente, algo ótimo principalmente para o painel Mini LED.
Para quem não conhece, esses são formatos de imagem que a TV consegue ler, mais especificamente, quantos bits de informação a TV consegue interpretar. O Dolby Vision e o HDR10+ são os dois formatos que transmitem 12 bits de forma dinâmica. Ou seja, a informação de luminância pode mudar a cada cena.
O HDR10, por exemplo, é estático. Ele não tem essa capacidade. Se alguma vez você estava assistindo uma série, e achou que a cena estava muito escura, a culpa foi da ausência de algum deles.
Existem alguns modelos mais baratos também, da TCL e de outras chinesas, que são compatíveis com Dolby Vision e HDR10+. No entanto, como eles mexem muito com a parte de brilho, o alto contraste do painel Mini LED torna o resultado aqui muito superior.
Onde eu encontrei algumas limitações na C755, foi na parte mais inteligente. Na parte de interpolação de movimento. A interpolação é um recurso que aumenta a fluidez das imagens que não alcançam a frequência máxima da tela.
No geral, funciona bem em outras TVs, mas aqui eu não gostei tanto. A C755 traz uma quantidade altíssima de artefatos de interpolação, mesmo em conteúdos onde isso não é normal. Qualquer movimento um pouco mais rápido, já mostra problemas, por isso que o ideal é desligar ou reduzir bastante a força do efeito.
Nas configurações você consegue arrumar isso, e não é algo que vai prejudicar tanto o uso. A questão é que ele está realmente para trás de outras Mini LED, e até de outras QLED. A C655 não tem tantos artefatos assim, mesmo na configuração máxima.
No upscaling, quando ele aumenta a definição da imagem para o 4K, não reparei nada fora do normal, até porque esse está fácil faz tempo. Foi só a interpolação mesmo, que sugere uma limitação. Pode ser algo que seja corrigido numa atualização também, então vamos ver.
Falando do sistema smart, a TCL C755 utiliza o Google TV. Ele não é desenvolvido pela TCL, é da Google mesmo, então essa pode ser uma razão para o problema da interpolação. Talvez eles não estejam conversando direito.
Fora isso, o Google TV é uma ótima interface. Sua tela inicial é a melhor no quesito aglomeração de conteúdo, principalmente porque ele consegue entrar na sua conta e sugerir conteúdo baseado nela. É a mais intrusiva, mas também é quem tem as melhores recomendações.
A sua única limitação mesmo é a parte de configurações, que ainda não é tão prática. Você precisa dar muitas voltas para mudar o que quer e sofre com travamentos. Ela já travou mais, e as concorrentes já travaram menos. A verdade é que os sistemas estão ficando muito pesado, e os processadores não estão acompanhando.
Conclusão
Só faltou a gente falar de preço, onde o atualmente ela se encontra na faixa dos R$ 5.000 a R$ 5.500 no modelo de 65 polegadas. Como eu comentei, ela fica em torno de R$ 500 a R$ 1.000 mais barata, isso contra a QN85D, e QNED90, e a própria C855 da TCL.
Contra esses nomes, ela é um pouco mais limitada, mas isso em pontos pequenos, como a construção, aquele problema da interpolação e uma quantidade menor de zonas de local dimming.
A qualidade de imagem é parecida, e a tendência é que o preço da TCL C755 caia mais rápido que as outras. Se pensarmos em um valor por volta de R$ 4.000, aí ela será uma ótima opção custo benefício.
Wennas Ribeiro Gomes diz
Mais por esse valor entre 5000 e 5500 ela já num e uma boa opção pelo oq ela oferece d tecnologia 🤔🤔🤔😉
Gilberto diz
Essa diferença de 500 a 1000 reais é fato mas no caso as concorrentes são de 55 polegadas não 65 como a tcl. Se for ver a diferença de preço pra o modelo de 65 das concorrentes aí vai pra mais de 2k de diferença