O Amazfit GTR 2e é a versão mais recente do smartwatch produzido pela Huami, uma das muitas subsidiárias da Xiaomi, que não é uma atualização, nem uma versão muito mais barata do modelo padrão. Ela apenas traz ajustes pequenos, só que ainda pode ser mais interessante para quem busca algo focado em saúde e prática de esportes. Será que esse é o modelo certo para você?
Amazfit GTR 2e
- Tela AMOLED de 1,39″ (454 x 454px)
- Bluetooth 5.0 e frequência cardíaca
- GPS + GLONASS
- Caixa de 46,5mm e pulseira de 22mm
- 5 ATM (resistência à água)
- Bateria de 471 mAh
- Compatível com Android e iOS
Design e construção
Pensando nos modelos de relógio inteligente que existem no mercado, a linha GTR, da Amazfit, puxa mais para o estilo dos relógios de pulso normais, na mesma onda dos Galaxy Watches, no formato circular, em vez dos retângulos parecidos com os produtos da Apple, que é o caso da GTS, ou as cápsulas pequenas das smartbands.
O corpo do GTR 2e é feito em alumínio, sem a opção de aço inoxidável, igual o GTR 2 mais antigo, e também sem o revestimento de ODLC – o que significa que ele pode ser menos resistente, tanto o corpo como a tela -, e que ele suja mais rápido, só que também é mais leve e mais barato, sem contar que os dois são resistentes à água até 5 ATM, então é até melhor que seja assim, já que o 2e é mais voltado para esportes.
Até por conta disso, ele vem com a pulseira de silicone, o material certo para mergulhar ou suar bastante, mas você tem a opção, e até ganha de brinde, no site global, uma pulseira de couro, que é mais estilosa, porém, pode desgastar mais rápido, dependendo do seu uso.
O Amazfit GTR 2e tem também um tamanho bom, pelo menos para quem não tem pulso fino, graças à sua tela de 1,39 polegadas. A qualidade também é legal, com resolução de 326 pixels por polegada, num painel de AMOLED, ou seja, com ótimo contraste e cores fortes, além de um brilho que até vira lanterna. Tudo bem que não é tão forte assim para iluminar, mas, no escuro, é suficiente para te ajudar a encontrar uma chave.
Para fechar essa parte externa, seu controle é feito pelo touch screen da tela, e pelos dois botões da lateral. O esquema de controles, que apesar de não ser muito intuitivo, funciona bem.
É basicamente um celular, onde o deslizar para baixo traz a central de controle, com alguns atalhos, para cima são as notificações, e para os lados, os aplicativos instalados.
O botão de cima é o home, ou as configurações e tudo que está instalado, caso você já esteja na tela inicial, e o botão de baixo funciona como um atalho rápido para alguma atividade especifica. Como padrão, esse segundo botão abre os treinos, mas nas configurações, consegue alterar para algo como clima, música ou cronômetro.
Pessoalmente, eu prefiro a coroa móvel, mas para isso você precisaria gastar um pouco mais, pensando, pelo menos, no Galaxy Watch 3. Só que entramos num ponto importante aqui da Amazfit. De todos os smartwatches vendidos pela Xiaomi, e suas subsidiárias, essa nova linha do GTR está entre a mais cara de todas.
A justificativa para o valor mais alto de lançamento está na grande quantidade de sensores, na qualidade de leitura e na longa duração de bateria, só que, eu já te adianto, ele só é bom mesmo em alguns desses pontos, mas vamos por partes.
Sensores e monitoramento
Primeiro na quantidade de sensores, onde, de fato, ele é bem variado. O GTR 2e possui acelerômetro, giroscópio e sensor geomagnético, tudo bastante necessário para uma boa leitura do GPS, que ele também tem, além dos sensores de luz, de pressão de ar, e agora, presente apenas aqui, e não no GTR 2, o termômetro.
No entanto, o seu “carro chefe” por assim dizer, é o sensor desenvolvido pela própria Huami, para leitura de seus dados biológicos, e isso inclui batimentos cardíacos, estresse e oxigenação do sangue.
Até aí tudo bem, porque você está super monitorado, mas quando partimos para a qualidade dessas leituras, os resultados são bem medianos.
Os dados biológicos acabam sendo os mais certeiros, quando comparado com um oxímetro profissional, mas também não é sempre. Para mim, por exemplo, a leitura de oxigenação de sangue sempre estava dentro de uma margem de erro bem aceitável, com uma margem de 1% de diferença.
Só que quando vamos para os batimentos cardíacos, aí depende bastante do que você está fazendo. Em repouso, a diferença dele para um equipamento professional é quase nula, igual a oxigenação, então para medir seu sono, ele vai bem, inclusive por combinar os dados de todos os sensores, mesclando batimentos com oxigenação.
Nos dias que eu testei, pareceu que ele conseguiu perceber o momento certo que eu comecei a dormir, que eu levantei para ir no banheiro no meio da noite, e até os sonos leves na tarde de domingo.
Mas em atividade física, os resultados não são consistentes nem com ele mesmo. Levei o GTR 2e para uma corridinha matinal, e percebi que havia uma diferença de 50 bpm de um braço para o outro, quando comparado com o que ele costuma ver no Apple Watch, porém, quando mudei o GTR 2e para o braço direito, o valor registrado estava mais próximo, então você não consegue ter certeza da acurácia dessa medição.
Isso é um baita problema, pois uma das grandes utilidades dos smartwatches de corrida, é exatamente monitorar seus batimentos, para você saber se está no ritmo certo, então pode ter um pouco de erro, só que se o relógio fica variando tanto, é quase impossível ter uma métrica certa para o seu treino.
Nessa mesma onda, a gente comentou que ele tem GPS, só que o uso continua estranho, sem parear com um Android de forma completa. Em uma corrida de 5 km, ele captou 5,52km, quase 500 metros de diferença, que vai bagunçar toda a informação de velocidade, dificultando ainda mais a gameficação dos seus exercícios. Para piorar, ele também perdia o sinal com certa facilidade, e mandava um alerta toda vez, algo que incomoda bastante.
Pareamento e aplicativo
Outro problema, mas que, dessa vez, deve afetar um número menor de pessoas, é que ele não funciona direito com os iPhones, algo que, para ser justo, é quase universal – é bem raro encontrar um smartwatch para Android, que funciona bem num iOS, e pode até ser que a própria Apple complique um pouco essa integração, para te levar ao produto dela, então não vou considerar esse um baita ponto negativo, é mais um aviso porque eu não o recomendaria para quem tem um iPhone.
No Android, eu só tive dificuldade para configurar algumas notificações, mas no geral, funciona bem. O aplicativo, que agora se chama Zepp, é bem estruturado e fácil de usar. Eu só senti falta de algumas configurações do relógio, que só estão disponíveis no próprio GTR 2e, mas por ele, você consegue configurar os alarmes, a face, suas metas e até uma senha, para bloquear o relógio, enquanto ele não estiver no seu pulso. A única funcionalidade que eu senti falta foi o assistente de exercícios, que, ao meu ver, combinaria bastante com a proposta dele.
Pelo app você também tem as informações do sistema PAI. Ele é meio que um diferencial de todos os wearables da Amazfit, que cria um relatório de saúde, acumulando os dados de todos os sensores disponíveis, para pontuar a sua saúde.
É outro processo de gameficação, que pode servir de estímulo para o pessoal mais competitivo, mas pode ser útil até para quem só se preocupa com a saúde, já que as pesquisas da Xiaomi indicam que manter esse valor acima de 100, pode trazer redução de riscos de doenças cardiovasculares, e até aumentar sua expectativa de vida.
É claro que a marca vai tentar elevar bastante o sistema, mas mesmo sem exagerar na sua importância, pode ser um indicador legal para te dar uma ideia de quão ativo você está, algo extremamente relevante nos dias de hoje, com tanta gente trabalhando de casa, se mexendo muito pouco durante o dia.
Bateria
E por último, onde o GTR 2e manda melhor, é na bateria, que tem uma duração até que grande, mesmo com todos os sensores e o GPS funcionando. Esse, inclusive, é um diferencial do modelo com final “e”, que consegue, no geral, quase o dobro de vida útil, sem alterar a quantidade de carga de 471 mAh. Pelo menos de acordo com a Huami.
A gente sabe que eles costumam exagerar nessas medidas, então, em vez dos 24 dias que a marca sugere, meu uso foi de aproximadamente 5% por dia, que daria uns 20 dias, mas isso com os testes de exercício, monitoramento de sono com todos os sensores e o GPS de vez em quando, como ele não é tão bom assim para exercício, por exemplo, se você se manter no básico, pode ser que dê para ficar até um mês sem carregá-lo.
E quando chegar a hora dele ir para a tomada, o carregamento é relativamente rápido, precisando de pouco mais de 2 horas para uma carga completa. Talvez você tenha que perder o monitoramento do sono por um dia, ou deixá-lo carregando enquanto assiste TV, mas é pouco comparado com outras marcas, que exigem carregamento diário.
Conclusão
O GTR 2e até consegue ter uma leitura melhor que vários smartwatches no mercado, mas ele não melhorou tanto assim, quando comparado com o que a gente via na versão anterior dele, ou nas outras linhas mais baratas, que compartilham a maioria desses problemas.
O problema era seu preço de lançamento alto já que você não precisava investir tanto a mais, para pegar um Galaxy ou Apple Watch, que resolvem a maioria desses problemas, e estão integrados de uma forma melhor com seus respectivos sistemas. Agora, com um valor mais amigável, o cenário muda um pouco.
Por isso, pode ser um produto que vale a pena se você tem um celular Android, e busca algo estiloso, com bastante bateria, e para monitorar sua saúde em repouso, sem se preocupar tanto assim nos relatórios de atividades físicas.
Leonardo diz
Não recomendo a COMPRA GTR 2e, pois o GPS falha com peda de sinal constantemente quando está correndo e agora depois de 2 meses o mesmo não carrega. E o pior não tem assistência técnica.
Ana diz
Comprei e ameii, melhor compra que fiz. Estou usando há 4 meses e amando.
Kênyo Mailton diz
Tenho a cerca de 6 meses, o que me decepciona sempre é o GPS, perde o sinal a todo instante, em uma corrida de 3.2km exatos, o relógio marcou 3.8km, uma taxa de erro extremamente alta, sem contar o fato que toda vez que perdia o sinal, ele ficava vibrando.
Humberto Medrado diz
Comprei o smartwatch no intuito de utilizar para praticar esporte. Contudo é impossível, porque o GPS é o pior de todos os Smartwatch que utilizei e acredito que é o pior GPS do mundo.
ANDERSON diz
GPS É UM LIXO!!
Albuquerque diz
Algo que reparei, não sei se tem alguma forma de mudar isso: para utilização de treino de força e corrida em esteira, não fica mostrando o tempo decorrido e as demais marcação, a tela simplesmente entra em descanso, o fato tambem de receber notificação a cada KM percorrido, onde os outros produtos que eu tinha, sendo bem básicos faziam: Miband 5 e Bip S(gps). Não sei se por ser a primeira semana, mas a bateria não durou 5 dias. Alguem saberia se tem como entrar em contato com algum setor que possa melhorar isso com alguma atualizção?
PAMELA LIMA DA SILVA diz
GPS um lixo . Demora para pegar sinal e marca além do que foi feito . Bateria não durou nem 5 dias.
PAMELA diz
GPS lixo, demora para pegar sinal, e fica vibrando durante o exercício pq perde sinal o tempo todo. Bateria não durou 5 dias. Carreguei sábado de manhã em 100% e hoje é segunda de manhã e já está em 34%…
PAMELa diz
Outra coisa monitoramento de sono não fica salvo , só da noite atual. Demais noites para comparativo não fica salvo