A JBL SB180 é uma soundbar com subwoofer, que abre a linha Cinema da marca. É a primeira e mais em conta da geração atual, substituindo a SB170. O que ela mantém, é o seu objetivo: aprimorar o som da sua TV, sem cobrar muito por isso. Será que vale a pena? Isso que eu tento responder nesse review.
Design e construção
A JBL SB180 se encaixa nessa categoria de soundbar para TV, pois além da barra, ela traz também o subwoofer. É ele que faz toda diferença, pois potencializa os sons graves, que é o que falta nas TVs.
Claro que a qualidade da barra é importante, e você pode usá-la com outros dispositivos, não só uma televisão. Mas quem justifica a compra e o valor do produto, é a presença do subwoofer. É o que deixa a SB180 – e modelos similares – bem à frente de tudo que for mais barato e que não tem o subwoofer separado.
A ideia aqui é que você consiga meio que encaixar a barra embaixo da sua TV, enquanto que o subwoofer tem mais liberdade de posicionamento.
Por isso, é todo mundo sem fio. Acaba que essa é a grande vantagem de uma soundbar, não ter que se preocupar com conexões, com o cabeamento entre os elementos. É para ligar na tomada e funcionar. E essa maleabilidade te ajuda a adaptar a soundbar em praticamente qualquer ambiente.
Pensando na sua construção, a SB180 não é uma soundbar grande. Ela tem 92 cm de largura, por 9 cm de profundidade. Cabe na parte debaixo da maioria das TVs de 43 polegadas ou mais.
O subwoofer também fica dentre os menores. Arredondando para cima, ele tem 21 x 32 x 25 cm, pesando 3 quilos e meio. Você precisa deixar ele no chão mesmo, mas fora isso, dá para escolher o lado que achar melhor.
Caso você tenha uma TV pendurada, sem um móvel embaixo, não se preocupe também, pois aqui na parte de trás você encontra os encaixes para o suporte de parede. O kit de montagem vem na caixa, são apenas duas buchas e dois parafusos, mas funciona bem.
Preciso fazer um grande elogio, que vem de uma correção de um ponto fraco da SB170, que era a falta do display. A SB180 não tem uma super tela aqui, mas nem precisa.
O importante é que você consegue o que acontece, seja com o volume, modo de som ou a conexão utilizada. Parece algo bobo, mas faz falta, principalmente quando a TV tem um volume, e a barra tem outro.
Conectividade
Nessa versão ela recebeu uma grande melhoria, a conexão sem fio. O Bluetooth foi atualizado para a versão 5.3, subindo dá 4.2 na barra anterior. A versão mais nova, para resumir, é muito mais estável e transmite dados numa velocidade bem maior.
Todas as partes irritantes do Bluetooth, no geral, foram resolvidas da versão 5 para frente, por isso a versão nova é essencial em dispositivos modernos. Graças ao Bluetooth mais rápido, a necessidade da conexão cabeada entre a TV e a soundbar é bem menor. A perda de qualidade, por estar numa conexão sem fio, é quase irrisória, muito pequena.
Sem contar que você abre o leque de possibilidades também. Antes podia ser bem chato trocar de um dispositivo Bluetooth para outro, mas agora dá para deixar a TV, celular, notebook, todos conectados direto na SB180, e funciona bem.
Só lembrando que é sempre a versão mais antiga que manda. Então se algum dispositivo for mais antigo, pode ser que você não consiga aproveitar de todos os benefícios do Bluetooth.
Se for uma TV, talvez seja melhor usar a conexão cabeada, onde o SB180 possui uma porta HDMI ARC. Geralmente as TVs possuem uma porta HDMI ARC também, aí é só ligar o cabo entre as duas, que o som vem por ali.
Temos apenas uma HDMI aqui, junto da entrada óptica, que é a terceira fonte de dados. A porta USB existe, porém você não consegue tocar música a partir dela, com um pendrive por exemplo. Ela serve apenas para a assistência técnica.
A SB180 bem que poderia ter mais entradas, uma segunda HDMI, por exemplo, ou a própria USB seria legal. As barras rivais costumam trazer um pouco mais, porém aqui a JBL preferiu focar no Bluetooth – o que, para ser justo, é uma ideia bastante válida, quando se trata de um Bluetooth 5.3.
Para controlar a barra, são duas opções, os botões no topo ou o controle. Desses botões da barra, como são apenas 4, e um deles é o botão de energia, o sistema precisou ser criativo com a usabilidade deles.
O mais e o menos, com um clique, controlam o volume. Se você segurar um deles, você volta ou passa a música. E se apertar os dois ao mesmo tempo, põe ou tira o som do mudo.
O terceiro botão é da fonte, que controla entre aquelas três possibilidades que comentei. Nessas horas que é importante ter um visor para conseguir saber que a barra está efetuando o que você deseja.
Já o controle, esse não tem nenhum código secreto. Todos os botões estão aqui, não precisa nem segurar o Bluetooth para entrar no modo pareamento. Só de selecionar a fonte Bluetooth, a JBL SB180 já pode ser encontrada pela TV ou pelo celular.
Essa simplicidade do controle é um reflexo da simplicidade do sistema. Nem mesmo um botão de “configurações” é necessário aqui, pois todos os ajustes que você pode fazer estão em um botão próprio.
Talvez você sinta saudade de algo. Não dá, por exemplo, para fazer um ajuste fino da equalização ou controlar o nível específico do subwoofer, para deixar ele mais ou menos forte. São opções que você encontra nas barras rivais, mas não aqui.
Nessa parte ela prezou por algo simples e de fácil configuração, muito semelhante a SB170 nesse ponto.
Qualidade de som
O que é diferente, é a qualidade de som, e essa é a outra grande atualização que a JBL SB180 trouxe. Se você apenas ler os títulos dos anúncios, as especificações mais superficiais, pode achar que as duas estão iguais, pois ambas têm 110 W de potência.
No entanto, o valor da potência, sozinho, não conta muita coisa. Você pode usá-lo para ter uma ideia do direcionamento do produto. Uma caixa de 10 W, provavelmente é uma caixinha bluetooth de deixar do lado da piscina. Um sistema de 20.000 W deve ser para o carro, para ser bem alto.
Entre 100 W e 1000 W, que é a faixa onde esse produto se encontra, você costuma encontrar a típica soundbar para sala, domiciliar. Mas um modelo de 100 W não é 5 vezes pior que um modelo de 500 W.
Entrando em detalhes, a SB180 recebeu alto falantes novos. O subwoofer aumentou de 5,25 para 6,5 polegadas. Maior e mais forte. Você sente mais a presença dele nos sons.
Os falantes da barra também mudaram, inclusive a barra ficou quase 1 kg mais pesada, e o ganho foi principalmente na definição sonora.
Claro que ela ainda tem algumas limitações. São 2.1 canais aqui, com o som surround simples. Ela não possui nem Dolby Digital ou DTS Virtual, então nem mesmo simular algo mais complexo ela consegue.
Isso significa que o som é projetado todo na sua frente, numa linha. Um modelo 5.1, ou, aqui na categoria de entrada, com o Dolby Digital, conseguiria projetar o som de forma mais envolvente.
Essa questão de distribuição é onde a SB180 vai ficar para trás da LG e da Samsung, mas como a concorrência faz esse efeito de forma simulada, também não é uma perda gigante.
No resto, em definição, em clareza, ela é boa. Você consegue distinguir bem os instrumentos, a música está encorpada e é um belo upgrade para o som da TV.
Como eu comentei, também, você não tem muitas formas de configurar o áudio, apenas os três modos que estão no controle.
O “cinema” e o “música” são parecidos, enquanto “TV” é o modo “voz” de outros modelos. Os dois primeiros vão destacar um pouco mais os graves ou os agudos, mas é uma diferença sutil ao vivo.
O modo “TV” não é para ser bom mesmo, ele serve para te ajudar quando está difícil de entender algum diálogo. Algumas pessoas tem a voz mais grossa, ou talvez tenha um som de fundo atrapalhando, aí se tiver difícil, clique em TV. É para ser um modo que você entra e sai de acordo com a necessidade.
Na comparação com a SB170, a qualidade sonora da SB180 está bem mais agradável. Ficou equivalente a outros modelos de entrada, numa posição bem mais competitiva.
Recursos adicionais
Onde a JBL realmente não entrega tanto, é na questão de recursos e integrações externas. Pensando em alguns diferenciais de outras marcas, a SB180 não tem assistente de voz, como a Alexa. Não tem formas mais rápidas de se conectar com celular, nem com a casa inteligente.
Em integrações, a soundbar da LG e da Samsung costumam ter melhor sincronia sonora e a possibilidade de mexer nas configurações da barra, pela TV. Não são dois sistemas separados quando elas estão conectadas a uma tela da mesma marca.
Nesse assunto que podemos chamar de “dispositivo inteligente”, a JBL não entrega nada. Pode ser considerado um ponto fraco, pois é um pouco diferente do sistema simples que comentei antes.
Tudo bem não ter uma configuração tão profunda, mas isso não impede ela de trazer mais conectividade, mais inteligência mesmo? Nem mesmo um kit básico de conexão com Android, que seria útil já.
A razão é bastante clara, a JBL não tem grandes pretensões no mundo do ecossistema. Aí se isso é um problema, depende.
A SB180 é uma boa soundbar no quesito som, e ela trouxe melhorias muito necessárias. Basicamente tudo que era um grande ponto negativo na SB170, foi resolvido. O que ela mantém é o foco na simplicidade, que, de certa forma, só vai afetar a usabilidade de quem tem TV de uma marca que vende soundbar também.
O problema para a JBL, é que essa lista só cresce. As três maiores marcas, Samsung LG e TCL, possuem boas soundbars de entrada. Para modelos mais baratos de marcas menores, geralmente são TVs mais baratas, e quem paga menos de 1500 reais numa TV Full HD, provavelmente não vai pagar 1200 reais numa barra de som, por melhor que ela seja.
Por isso essa questão de sistema é importante. Você já está na desvantagem, precisa ter algo a mais para atrair o pessoa. E muitas vezes, só a qualidade de áudio não é suficiente.
Conclusão
Mesmo assim, o veredito final é que a JBL Cinema SB180 vale a pena. O preço mais comum é de R$1.200, porém ela aparece com frequência por R$1.000. Fica um pouco mais barata que a Samsung.
De ponto positivo, a SB180 tem a simplicidade na configuração e a qualidade do áudio surround. De ponto negativo, faltou Dolby Digital ou equivalentes, assim como outros recursos para diferenciá-la das outras marcas.
Se é algo assim, mais simples, sem firula, que você procura, ela combina bastante, apesar do preço não ser super mais baixo que a Samsung, e estar mais cara que a TCL e a LG de entrada.
Deixe um comentário