Essa é a S60TR da LG. Uma das soundbar mais interessantes do ano. Ela é uma das poucas com 5.1 canais que é capaz de chegar no som surround verdade, graças às duas caixas laterais, separadas. Além do subwoofer. Será que ela é a certa para sua casa? A caixa lateral faz diferença ou é só firula?
Construção
Para começar, a S60TR é a soundbar mais barata, hoje, com 3 elementos. A separação dela é a seguinte: na barra são 3 canais de som (esquerdo, direito e centro). O “grosso” vamos dizer, dos sons, são emitidos por ali. Depois o subwoofer separado, lida com os graves.
E, claro, o grande diferencial, as duas caixas laterais, representando os canais “lateral esquerdo” e “lateral direto”. A forma que atuam, depende um pouco do modo de som, mas no geral, ela serve para fazer a ambientação – para te deixar totalmente imerso no som. E aqui é imersão de verdade, você está no meio, totalmente rodeado pelas caixas de som.

Existem outros modelos de soundbar com 5.1 canais que não possuem as caixas laterais separadas. Isso é possível porque os falantes responsáveis por essa parte ficam posicionados dentro da barra mesmo, geralmente um pouco para o lado, as vezes na diagonal – e fica bom.
Só que ter as caixas separadas possibilita um efeito bem mais legal. A sensação de surround não vai depender tanto da geografia da sua sala, ou da inteligência da barra e da forma que ela separa o som.
Já adianto que nem sempre o efeito, aqui, fica realmente bom. Depende um pouco do que você está escutando. Já entramos nisso, porque antes, você tem que se preocupar com uma outra questão, o espaço.
A S60TR não é uma barra grande. As dimensões exatas dela são 850 milímetros de largura, 63 de altura e 87 de profundidade. A nível de comparação, a S40T, que é a soundbar antes dessa na linha da LG – mais de entrada – tem 720 milímetros de largura. O resto igual. Acima, a S80TR, tem 1 metro. E essa nem é a maior que você encontra.

Então a S60TR está numa posição mediana. Não cabe embaixo de uma TV de 43 polegadas, talvez ela seja alta também para uma de 50, mas acima disso deve ter espaço.
O subwoofer já precisa de um espaço legal, mas como é para ficar no chão, costuma ser mais fácil encontrar lugar para ele.
O problema na verdade, ou melhor, problemas, são as duas caixas laterais. São dois motivos. Primeiro que nem todo mundo tem um lugar atrás do sofá para colocar elas.
Provavelmente você terá que pendurar, fazer uma baguncinha ali com uma furação. Se não quiser fixar dessa forma, dá para encontrar um estande, ou o próprio braço do sofá. Mas seja como for, não é em todo ambiente que fica bonito ou prático.
Somado a isso, o que eu considero um incomodo maior, é que as duas caixas ficam ligadas por dois fios. Elas não precisam de um cabo ligando elas com a barra principal, mas entre as duas, sim. E os fios são bem grandões. Eles atrapalham e também não são nada elegantes.

Se a gente tentar ser otimista, tem o lado bom, que é só precisar de uma tomada, mas eu não sei essa troca é tão boa assim. Geralmente, em modelos mais avançados, as caixas são independentes também.
É algo que torna a soundbar ruim? Não. É um corte de custos, algo chato… mas que talvez tenha sido necessário, para trazer caixas laterais para um produto intermediário. Veja bem o seu espaço ai na sala, se está tudo nos conformes – porque realmente a S60TR não é um dispositivo muito discreto.
Ajustes e configuração
Existe um segundo ponto que eu gostaria que fosse diferente. No caso é a interface da S60TR. Ela não tem um display, apenas esses 3 LEDS coloridos na frente.
Os LEDS, na verdade, são uma forma legal de comunicar algumas coisas. Por exemplo, quando você altera o volume, a intensidade e as cores mudam. O verde é o mais baixo, depois amarelo, e vermelho nos volumes mais altos. Algo parecido acontece com o equalizador – variando de azul para branco.

A grande verdade é que se os LEDS fossem um complemento, acharia super legal. Eles também seriam suficientes, se a S60TR fosse uma soundbar simples.
Só que como praticamente todos os botões do controle possuem sub menus, a LG precisou dar um jeito, para você saber o que você está fazendo – e a resposta foi colocar uma voz também, que fica ditando a opção que você está mudando.
Vou pegar os modos de som como exemplo. Você aperta o botão da nota musical, e uma voz fala qual o modo atual. Aí você aperta para o lado e a voz te diz para qual mudou.
Detalhe, tem que apertar rapidinho também para o lado, se não a soundbar sai do menu. Aí tem que apertar o botão da nota musical de novo.
Só que o pior é que se você estiver assistindo algo. Quando você aperta o botão, o volume do que você está vendo, fica mais baixo, e a voz fala por cima – e nem sempre é muito claro o que ela está falando -, principalmente se o som tiver já alto bem.

A parte boa é que a S60TR é compatível com o WOW Interface da LG. Alivia o problema porque você consegue alterar algumas coisas direto nas TVs LG compatíveis. Essa interface sim, é legal, mas te prende à TVs da LG. Tudo isso poderia ser evitado com um display direito.
Apesar disso, eu gostei das opções da S60TR. É melhor ter opções e ser um pouco mais difícil mexer, do que não ter nenhum tipo de configuração.
Qualidade de som
A S60TR tem uma clareza ótima, com graves bem presentes. Você só precisa aumentar eles lá na equalização, porque eu senti que no padrão de fábrica, ela vem sem graça. É perfeitamente possível colocar o subwoofer no nível máximo. Não é excessivo, a ponto de atrapalhar o som, só vai deixar ele mais interessante.
A S60TR se saiu bem em todos os tipos de mídia, melhor que qualquer modelo de 2.1 canais. Isso era esperado, afinal, essa é uma barra de 5.1 canais. Mas o principal é que ela consegue fazer o verdadeiro surround.

Nas barras 2.1, tem um monte de elementos faltando. Mas na comparação com as barras 5.1 sem as caixas laterais, dá para notar que o efeito não é exatamente o mesmo. Vou usar a SHQ7, da LG também, como exemplo. Ela tem esses falantes do lado, bem na ponta, para fazer o trabalho das caixas laterais.
Ela tem um som mais legal, só que ainda está vindo da sua frente. No máximo ele reflete na sala, para ter uma sensação de surround – mas não é igual.
Aqui, com os elementos separados, você pode posicionar eles certinho onde precisa, para ter o efeito de cinema.
O resultado é um pouco difícil eu te mostrar certinho. Mas dá para eu isolar a caixa lateral, e te mostrar o tipo de som que vai para ela. E aqui tudo depende do modo de som, que a LG chama de “efeito de som” ou se você tem um recurso ligado, chamado Surround.
Você ativa ele no botão da engrenagem. Aperta uma vez, põe para o lado e você escuta o “Surround”. O que muda então?
Começar pelo mais simples, o standard e o music. Nesses modos, a soundbar transmite o som como ele vem da fonte. O único problema é que praticamente tudo na internet é feito para 2.0 canais. Aí as caixas laterais não recebem nada. É zero mesmo – como se elas tivessem desligadas. Nem tem o que mostrar nesse caso.

Depois, com o recurso surround desligado, e em um desses modos aqui, por exemplo, o “esporte” – apenas uma parte do som vem para o lado. Você escuta ali a torcida, alguns efeitos mais agudos das músicas, e coisas do tipo. É uma caixa auxiliar.
Agora, se eu pegar a uma música e ligar o Bass Blast ou se eu ativar o recurso surround, nesse caso, tanto faz o modo de som. É como se a caixa lateral recebesse todas as frequências.
Um detalhe é que essa caixa lateral tem falantes bem fortes. Então, às vezes, nem parece que tem som vindo da sua frente, ou do outro lado. Parece que está tudo na lateral mais próxima de você.
A melhor forma de usar a soundbar depende do que você está assistindo. O que eu achei estranho foi o modo Music, que desliga o processamento de som, igual ao standard. E por causa disso, quase nunca é legal você escutar “música” no modo feito para música. Eu geralmente colocava no Bass Blast ou no AI Sound Pro mesmo, que aí pelo menos alguma coisa vinha para as caixas laterais.
Outro detalhe que eu estranhei, é que existem muitos modos, mas a maioria meio que faz a mesma coisa. Se você olhar no manual, ele tem lá uma descrição para cada modo. Mas na prática, é muito difícil escutar diferenças.
A S60TR tem um som bom, só que dá para perceber que o processamento dela é um pouco mais simples que uma top de linha. Nós testamos há pouco tempo a S95QR, e lá os modos tinham mais nuances.

Claro que era uma soundbar muito mais completa, com mais canais, mas ainda assim, se os modos da sua barra não são tão diferentes, talvez fosse melhor simplificar um pouco. Cortar alguns mais redundantes.
Outro ponto onde a S60TR perde para modelos mais avançados, é no suporte para formatos mais avançados de som. No caso, é compatível com Dolby Digital e DTS Digital. Apesar de ter 5.1 canais, ela não tem nem Dolby Atmos, nem DTS Real.
Qual a diferença entre eles: o Digital é uma espécie de simulação do efeito surround. Um software que vai trabalhar a espacialidade do som, ao invés de ser algo que vem do próprio filme. A qualidade é boa, mas no geral, inferior. O fato da S95QR ser tão melhor que a S60TR, também está relacionado a esses formatos.
Conclusão
Ou seja, é evidente que existem cortes. Ela tem um processamento mais simples, não tem Dolby Atmos, e não tem display. Tudo isso pesa um pouco contra ela, mas temos que lembrar da questão de preço.
Essa é uma barra com verdadeiros 5.1 canais, que custa agora, no lançamento, R$ 2.000. A longo prazo esse valor tende a cair, num mundo onde, não tem nada próximo. Na verdade, tem uma da LG, a S70TR, que tem 5.1.1 canais, que costuma ser 500 reais mais cara.
Mas fora ela, a Samsung com caixas laterais, mais barata, é a Q930D, que fica por volta de R$ 4.500. Na LG, a S95QR mesmo, passa de R$ 6.000. A mais barata que chega perto é a JBL Bar 800, que tem 5.1.2 canais, e custa em média R$ 3.500.
Então existe um vácuo que a S60TR preencheu, de “soundbar com mais elementos, por algo próximo de 2 mil reais”.
Ela vai ter o som da barra um pouco pior que uma Q600C, por exemplo, mas se você tem um lugar legal na sua casa, para colocar as caixas de som extra, a S60TR tem esse atrativo enorme.
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