A Samsung Q80T é um modelo de TV 4K que dá para ser considerada intermediária. Apesar do seu preço já ser superior, ainda tem muito equipamento mais caro aparecendo no mercado. Para mim, ela parece um modelo interessante por trazer mais o necessário do segmento premium do que o desnecessário. Por isso mesmo, a minha ideia hoje é tentar explicar um pouco mais o que você pode ganhar com uma TV da faixa de preço da Q80T, e claro, questionar se ela é realmente custo benefício quando comparada com suas concorrentes diretas.
Para começo de conversa, precisamos posicionar a Q80T. Como toda linha da Samsung sobe um número ano a ano, a Q80T está mais para uma Q70R nas suas configurações de painel. Ela traz algumas características mais atuais, algumas evoluções interessantes, mas se for olhar painel por si só, a Q80R é superior.
A Q80T é o terceiro modelo QLED, acima da Q60 e Q70T. Pra mim, ela é basicamente a primeira QLED de verdade, já que os modelos anteriores não tem um brilho alto nem uma acurácia de cores superior – características que a Samsung “marketeia” para a linha QLED.
Uma pena eles ficarem baixando os números assim e nomeando tudo quanto é modelo de QLED. Atualmente temos a TU8000 e pronto, o próximo modelo intermediário já utiliza os pontos quânticos. Eu acho que isso confunde, afinal, vc vai ter uma QLED que não chega perto do que era um modelo de 2 anos atrás.
Construção e qualidade de tela
Mas vamos voltar para a Q80T, por que pegando uma dessa você vai finalmente ter os benefícios prometidos. Para começar, tal como toda a linha de TVs 4K desse ano feita pela Samsung, as bordas estão ainda menores, dando uma sensação legal.
A traseira da TV parece com o que encontramos na própria TU8000 e consolida o design da empresa como um todo. Onde esse modelo ganha mesmo são nas laterais, e no seu suporte central bem pesado que deixa a TV um pouco mais equilibrada, parecendo um grande monitor. No ano passado, apenas o modelo que estava uma geração acima tinha essa característica.
Vale comentar que diferente das OLED da LG que são superfinas em cima e mais gordinhas em baixo, essa tv é mais balanceada também para ser carregada de um lado para o outro – mesmo que esse não seja um ponto tão importante no dia a dia.
Como eu disse anteriormente, alguns dos pilares da QLED sempre foram o brilho alto e as cores, que devem ser retratadas de forma fiel. São com essas duas características principalmente, que ela briga de frente com a OLED, que por conta do seu contraste infinito e menor brilho, acaba sendo mais indicada para espaços com baixa luz.
A Q80T abriu mão de listar os seus NITS, com aquele HDR com número que a Samsung gostava de mostrar anteriormente. Segundo alguns sites gringos de teste, os valores de brilho são menores por aqui, mas temos pelo menos algo parecido com um HDR1000, que ainda é bem superior à Q70T e outros modelos OLED.
No geral, é fácil assistir esse modelo de televisor em ambientes abertos, onde modelos mais baratos sofrem. Pode ser que você precise ajustar algum modo de imagem para exibir um brilho maior, mas no geral, a TV vai bem.
A importância da alta fidelidade de cores se aplica justamente ao fato de que ao dar mais brilho você pode perder mais informação, e a Samsung realmente tem números legais nesse ponto, até porque deixar a TV com o brilho no talo não estraga o conteúdo.
Um ponto de atenção, no entanto, fica para o contraste. A própria Samsung sabe que o melhor contraste está no OLED e toda sua linha de celulares AMOLED, uma variação da tecnologia estão aí para não deixar ela mentir. Mas a Samsung optou pelo QLED em televisores e para tentar melhorar os números dessa característica, implementa o Local Dimming, uma tecnologia que ajuda bastante nesse quesito.
A Q80T tem o Full Array 4X, contra os 8x da Q80R. Isso faz com que mesmo os 48 pontos de dimerização presentes tenham um resultado inferior ao modelo do ano passado, mas que são bem superiores aos presentes na Q70T.
Funcionalidades e som
A Q80T também se posiciona como uma TV gamer, e na boa, nesse quesito ela anda levando vantagem, mas não é só ela não. Toda a linha 2020 da Samsung conseguiu reduzir o input lag, e esse modelo aqui promete chegar perto de 10ms, valor ótimo para TVs, que são display que fazem um certo processamento.
Esses valores são alcançados no modo game, que já traz também algumas funções adicionais como freesync, black equalizer e funções de motion, mas que retira o processamento mais pesado de upscalling e afins, já que atrasam um pouco mais a imagem.
Esse modo também dá uma aumentada em saturação, brilho, e claro, mexe nessas especificações pra deixar tudo mais fluido. A TV é capaz de detectar consoles e mudar rapidamente para esse modo, voltando para o modo HDR no Netflix, por exemplo. Além disso, ela é capaz, através do HDMI 4 de aceitar input de até 4K 120fps, o que a torna preparada para os consoles da próxima geração.
E claro, já vem equipada com VRR através do HDMI 2.1, e tem também o FreeSync para placas AMD, com a NVIDIA ficando de fora. Essa é uma TV que está super preparada para os novos consoles, mas que vai exigir um pouco mais de pesquisa e escolha para quem joga no PC, que podem acabar optando pela LG C9, primeira compatível com G-Sync, mas também mais cara.
Para game está ótimo, motion blur fica bem controlado, altas opções de resolução, baixo tempo e mais: o som desse modelo está bem legal, principalmente para jogar.
A potência total subiu de 40W RMS para 60W – acréscimo que ocorre pelo complemento de 2 saídas que ficam posicionadas mais para o topo da tela. Elas prometem dar um som espacial para o equipamento, e apesar de ser um pouco complicado identificar a função com a maioria dos conteúdos, o volume e qualidade de áudio no geral já sobem o suficiente para você gostar dele.
Eu precisei colocar um home theater de mais 1500 reais para conseguir ter um desempenho superior a essa TV. A soundbar de 900 reais que utilizo em casa, fica até um pouco para traz em qualidade, mas não em volume. Isso é importante, por que você pode acabar investindo direto na TV, ao invés de pegar uma geração abaixo e precisar de mais um equipamento de som.
HDR e sistema Smart TV
Ficou faltando a Samsung implementar o Dolby Vision, tecnologia de HDR que alguns tipos de conteúdos e principalmente o Amazon prime vem priorizando na parte de imagem. A Samsung continua dando prioridade para o HDR10+ e o HLG.
Ter um chip dedicado, como a maioria das outras TVs do segmento permite que a Samsung seja mais inteligente. Primeiro que ela tem um sensor de iluminação para fazer ajuste em brilho e outras características da TV dependendo do espaço em que está.
Depois, temos dois assistentes por aqui: Alexa da Amazon e a Bixby da própria Samsung. A empresa promete que ainda no Q3 teremos ela já para o português e o Assistente do Google também será implementado posteriormente, ainda esse ano. Com isso, temos uma TV bastante completa em assistentes, já que a Samsung implementou também o Smart Things, que atende o protocolo da própria empresa.
Aliás, falando em tecnologia proprietária, um dos diferenciais das linhas mais altas da Samsung é a facilidade em parear com os celulares através de algumas opções. A primeira e mais fácil forma de deixar seu celular aparecendo na tela é o SmartView, disponível como atalho em qualquer celular Samsung.
Se você não tiver um celular da marca, dá para baixar o app Smart Things e passar a usufruir também da tela dividida. Para fechar, dá para vovcê usar o tap view para encostar seu celular e enviar diretamente o sinal depois que ele já tiver sido reconhecido anteriormente.
Gostei bastante da função e fiquei bem surpreso com a qualidade do sinal enviado, já que alguns anos atrás, com o Galaxy Tab S4, eu havia testado a função e havia uma queda expressiva de resolução, coisa que não acontece mais. No dia a dia eu gostei bastante dessa função.
A samsung deu também uma ajeitada no Tizen, colocou ele na cor escura mas ainda deixou de fora um app que eu acho bem importante: o Twitch, que acabou de chegar ao WebOS da LG.
Conclusão
A Q80T é uma opção bem interessante de TV. Dentro da linha da Samsung ela dá um bom salto de funções quando comparado com a Q70T sem um acréscimo tão alto de preço.
Essas características são justamente o que a diferenciam também dos concorrentes. O som de 60W que eu gostei bastante, o brilho da tela maior do que de telas OLED, melhores ângulos quando comparado com modelos mais baratos da Samsung e o foco em games.
Infelizmente, conteúdo muito escuro ainda sai meio mal pela falta de contraste, mas isso some rápido em ambientes um pouco mais iluminados. Para quem realmente quer uma TV bacana, vale a pena considerar para o que será utilizada, sem precisa adicionar mais um home theater e como prefere sua imagem ao comparar com uma OLED, mas no geral, eu vejo um mercado bem claro para Q80T.
Sílvia diz
Melhor review que encontrei.Estava olhando a parte traseira da tv pra comprar um suporte articulado compatível.Tô pesquisando pra comprar junto e vi muitas reclamações sobre furacão e parafusos.Tem alguma indicação de suporte articulado?
Marcelo Silva diz
Ótimo conteúdo !
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