O Umidigi Z2 é provavelmente o melhor celular lançado pela marca até o momento. Ele segue tudo o que a empresa sempre colocou como prioridade – preço, adoção de tendências, bateria e especificações acima de usabilidade real. Já passou mais de um ano que analisamos um modelo da marca e a dúvida que fica é: será que a evolução é suficiente para recomendar a marca?
O que mais impressiona em marcas como a Umidigi, Elephone, Doogee e outras que brigam no segmento de intermediários é a necessidade de aplicar tudo quanto é tendência atual em um produto único, mesmo que isso seja feito de uma forma porca para economizar.
Design
Em questão de construção, o Z2 é provavelmente o melhor aparelho da marca, com uma traseira em vidro e que tem chanfros ergonômicos, bastante similares aos da linha S da Samsung. O acabamento das laterais é bom e a partir daí começam os problemas para mim.
Em uma menção direta à traseira degradê do Huawei P20 Pro, temos uma transição entre roxo e verde que me fez agradecer bastante o fato de o celular acompanhar uma capinha com uma textura meio de couro plástico ou plástico de couro.
Ele tem duas câmeras, apesar de uma delas ser inútil. Fizeram o favor de retirar a saída P2 de um celular perto dos 1000 reais. Claro que o notch não poderia ficar de fora.
Apesar das duas saídas de áudio na parte de baixo, ele é apenas mono e com não só uma qualidade ruim como um volume baixo, ponto negativo.
O Umi Super e o Plus que tivemos por aqui no começo do ano passado eram bem mais chucros, eram robustões, maiores do que a média, justamente para entregar uma bateria maior, que está presente por aqui sem comprometer esse lado.
O S2, que o Rodrigou usou até pouco tempo atrás, já era de um alumínio meio safado e dava pra ver q ficava faltando um cuidado maior, mas em questão de construção, sim, a empresa evoluiu.
Tela e software
A tela, também ganhou um upgrade quando comparado com o S2. Apesar de ser uma “tendência” ter bom brilho e cores bem saturadas, que surpreendem olhando a primeira vista, eu achei ok. As cores são sim um pouco saturadas mas não me incomodam, e sinceramente, achei as fontes utilizadas e o sistema operacional como um todo um pouco mais avançado do que no ano anterior.
Eu não falo isso porque ele incrementou muita coisa, já que temos aquele típico Android stock, quase sem opções adicionais, mais um starter pack chines que consiste em silenciar ao virar o celular, uma opção de otimização de aplicativos que te permite fazer algum deles parar de rodar em paralelo e mais algumas coisinhas pequenas que realmente não são um atrativo.
A cara do sistema pelo menos não é tão stock assim, o que me agrada, consegui deixar ele bonitinho. E claro, ele tá com Oreo, no 8.1 e provavelmente não deve receber o 9.
Desempenho
Em questão de desempenho é complicado, porque nenhuma dessas marcas mais baratas optam pelo Snapdragon, que apesar de ter níveis de benchmark bem parecidos com seus comparáveis da Mediatek, vai melhor na GPU.
Isso fica bem claro na hora que um Asphalt 9 roda com quedas de frame expressivas aqui no Z2 ou quando um Arena of Valor no máximo também dá uma boa engasgada em momentos de mais ação. Você consegue jogar reduzindo um pouco os gráficos na maioria dos casos, mas provavelmente o datado Snapdragon 625 não só tem números de benchmark bem parecidos como entrega uma gpu melhor.
O que tem de bom nesse equipamento aqui são os 6GB de memória RAM que ficam bem acima da média para sua faixa de preço. Isso, sinceramente, não é um grande atrativo para mim que preferia um processador melhor, mas tá ok, até porque a velocidade média dele e dos 64GB de armazenamento interno são extremamente satisfatórias.
Câmera traseira e frontal
Aliás, satisfatórias são as câmeras do Umidigi Z2. Elas sofrem muito em baixa luz e em um teste rápido, o Blu Vivo XI+ e um Redmi Note 5 conseguem superá-la, não só em fotos comuns como em funcionalidades.
A frontal, que também é dupla, conta com os mesmos 16 e 8 megapixels simultaneamente. Com isso, até que as selfies saem acima do esperado, mas não tente usar nenhuma função adicional. O modo bokeh é basicamente um filtro de borrar as bordas, tal como outros modelos com segunda lente “fake”. Em nenhum momento tampar as segundas lentes muda algo na foto.
Como está de fora a estabilização ótica presente nos modelos topo de linha, tanto na traseira quanto na frontal, o uso para vídeos é bastante limitado, até porque o aplicativo é extremamente limitado e vai até Full HD apenas.
Bateria
Apesar de contar com 3850mAh, um número superior a média, o seu tempo de tela não é nem de perto superior, tendo dificuldades pra chegar em 7 horas. De novo, sempre puxado pelo Mediatek que gasta mais mesmo. O carregador é de 18W e por isso conseguimos uma carga completa em 1 hora e 20 minutos, uma ótima marca.
Ele conta com um GPS que conseguiu 5 metros de precisão aqui em São Paulo e navegar com ele até que vai bem porque tem giroscópio, aceleração linear e mais uns sensores. Deu uma saltadinha aqui ou ali? Sim. Já vi piores e melhores. Fica de fora o NFC.
Conclusão
A Umidigi claramente evoluiu de um aparelho para o outro. Temos um celular com um acabamento melhor, software melhor, mas não só o processamento e câmeras que ficam pra trás, como a implementação de características de forma fraca na cor do design, retirada do P2 e câmeras duplas “fake” acabam por tornar o aparelho duvidável.
Além disso, após 5 meses de uso o Umidigi S2 de um dos nossos editores começou a surtar, não pegar sinal, a tela perdeu sensibilidade e por aí vai, então eu sinceramente recomendo que você vá com um Redmi Note 5, um Mi 8 SE ou coisa do tipo, porque são bem mais confiáveis e consistentes.
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