A quarta geração de consoles da Microsoft chegou, e dessa vez, ela veio em par, com um modelo parrudão Series X, e o Xbox Series S, que é a opção que sofre alguns cortes aqui e ali, mas que cabe de forma mais “confortável” na sua sala e no seu bolso. Depois de passar quase 2 meses usando o Series S, chegou a hora de discutir onde ele se enquadra, quais são as principais diferenças entre ele e o modelo mais caro.
Xbox Series S
- CPU Zen 2 de 8 Núcleos 3,6 GHz
- GDDR6 de 10 GB
- SSD NVMe de 512 GB
- GPU RDNA 2 de 4 TFLOPS, 20 CUs 1.565 GHz
- Resolução de 1440p até 120 FPS
- HDMI 2.1
- 6,5 cm x 15,1 cm x 27,5 cm (1,93 kg)
Para começar, a queda de preço do Series S, em relação ao modelo mais caro, chega a ser 40% menor, e isso não é de graça. Logo na resolução, ele dispensa toda aquela conversa do passado, se console consegue ou não trazer 4K, e se limita a ficar entre o 1080p e o 1440p em alguns casos – além de sofrer algumas reduções de gráfico, principalmente quando falamos de Ray Tracing.
Mas calma que isso não significa que não tiveram avanços legais. O Series S conseguiu evoluir mesmo economizando, mesmo que não seja de uma forma tão grande quanto o Series X.
Em questão de especificações, o Series S traz 10 GB de RAM, o que é menos que os 16 GB do Series X e 12 GB do One X. Porém, utiliza a mesma CPU do grandão, baseada na tecnologia Zen 2 – que está só um pouco capada. Para a GPU, ele utiliza a nova arquitetura RDNA 2, com 20 unidades de computação, e 4 teraflops.
O mercado adora usar esse valor para simplificar o poder gráfico dos consoles, e, de fato, olhando para esse valor, parece que o Series S é um baita downgrade perante o Series X, que bate lá em 12 Teraflops, e até o Xbox One X, que tinha 6, só que a gente tem que lembrar que tem arquitetura nova em praticamente tudo que importa, com uma CPU que salta de 2,3 GHz para 3,4 GHz, e menos RAM, só que com velocidade maior e acesso à memória de forma mais rápida.
Com tudo isso dito, antes da gente entrar em desempenho, experiência e afins, existem dois pontos importantes a serem considerados. Primeiro é o seu preço, o Series X continua difícil de encontrar, e quando aparece, chega a estar 2 ou quase 3 vezes mais caro que o Series S, que em épocas de estoque cheio, já baixou para 2600 reais, com a redução dos impostos.
Depois, por ser menos robusto, ele consegue também ser consideravelmente menor, e isso olhando para os dois modelos “X”, o Series e o “One”. Basicamente, ele é tão pequeno que cabe em qualquer mochila e sacola, sem ocupar um espaço enorme no seu rack.
A evolução nos gráficos e na capacidade de hardware, estão muito mais incrementais do que exponenciais, como foram no passado, e assim, a diferença na qualidade dos jogos do Series S, e em alguns casos, até o Series X, comparados com o One X, não estão super extremas.
Num jogo como o Forza Horizon 4, por exemplo, que estava bastante presente nos materiais promocionais do Series S, você repara que o fundo até fica um pouco melhor, mas no geral, é bem difícil notar alguma diferença na qualidade das texturas.
Outro título que também está parecido entre os dois consoles, mas que eu esperava mais era o Control. Ele é um jogo que faz bom uso do Ray Tracing e que teoricamente deveria ser bem melhor no novo Series S, mas por aqui ele não chegou a impressionar. Isso e o HDR são dois elementos que dependem bastante do que o desenvolvedor fez, então pode ser que essa seja uma característica que melhore de forma mais evidente no futuro.
Não ser tão potente também ajuda o sistema de resfriamento do Series S, que mesmo menor, consegue ser o modelo com melhor controle de temperatura, e o mais silencioso.
Mas o erro é achar que a única questão que importa é a beleza do jogo. As novas arquiteturas, além de não terem sido totalmente otimizadas ainda, tem capacidade extra para trabalhar com inteligência artificial e som espacial 3D.
Isso abre a porta para os sistemas de realidade virtual, ou simplesmente para entregar mais imersão em sistemas de som melhores. Mas isso é detalhe comparado com o benefício enorme que Series S traz em estabilidade e velocidade da memória de armazenamento.
A começar pela taxa de quadros por segundo, que fica bem constante no Series S, o que nem sempre foi verdade para o One X, ainda mais em momentos onde muita coisa acontece ao mesmo tempo.
Além disso, toda a nova geração utiliza agora um SSD do tipo NVMe, com velocidades de leitura de até 4,8 GB/s, contra 150 MB/s na geração passada. Imagino que eu nem precise explicar muito a diferença que isso faz, só de ver o tempo de carregamento dos jogos no Series S, você já vai entender o quão melhor ele é.
Esse tipo de memória é uma das principais evoluções de uma geração para outra, tanto na parte técnica, com carregamento mais rápido e diminuição na repetição de arquivos, o que deixa os arquivos menores, mas também no jogo em si, onde os desenvolvedores podem colocar mais NPCs em um local único, aumentar a dimensão dos mapas e afins. Parte dessas novas possibilidades também necessitam de uma CPU melhor, que, felizmente, o Series S tem.
Só que, o que podemos dizer ser a cereja no topo do bolo, é a nova função de acesso rápido, que funciona quase como um multitarefa do seu celular e computador. Decidiu trocar de jogo e voltar? Já continua instantaneamente de onde parou! O Series S consegue segurar até 3 jogos dessa forma – 2 a menos que o Series X.
A única parte ruim é que você perde um pouco de espaço de armazenamento no seu SSD, espaço esse que não está exatamente sobrando. O Series S vem 512 GB de armazenamento, que depois da instalação, cai para 300 GB e pouco.
Só que dai temos mais 2 agravantes. O primeiro é que o Series S é 100% digital. Nada de leitor de mídia física. Isso não é um grande problema porque geralmente precisamos instalar o jogo no console e baixar mais 80GB de atualizações, mas no geral, isso faz com que você guarde mais arquivos no console.
No entanto, apesar dessa tendência ser bastante criticada no mundo dos consoles, não tem muito para onde fugir. Essa é uma realidade há um tempo tempo nos PCs, e apesar de existir alguns problemas de licenciamento, de quem é o dono real do jogo e tudo mais, o ganho de praticidade, tanto para os usuários, quanto para as distribuidoras, é muito grande, e veio para ficar – principalmente enquanto você pagar menos por isso.
Depois, um dos grandes diferencias da Microsoft, nesse momento, é a presença do Gamepass, que traz uma biblioteca enorme de jogos – inclusive alguns lançamentos – e cada jogo tem de 15 a 30 GB, aí com uma biblioteca maior você também terá de começar a fazer malabarismos.
Mas existe uma solução, se você estiver disposto a desembolsar uma grana. Isso porque, o upgrade com um SSD é possível, mas com uma peça proprietária, que sai por R$2299 por TB. Você instala ele na traseira do equipamento, e lá ele funcionará igualzinho ao armazenamento interno. Pelo menos essa é a garantia que a Microsoft te dá.
Ainda há esperança se você quiser guardar jogos do Xbox 360 e do One, pois eles funcionam com qualquer driver externo, independente da forma que você o adquiriu. A velocidade de transferência será o grande gargalo nesses casos, mas pelo menos você não precisa gastar tanto assim.
Vale comentar também do controle, que não mudou em praticamente nada de uma geração para outra. Agora ele é branco, para sujar mais rápido, tem uma textura na traseira, que ajuda na pegada, e utiliza a conexão USB-C. Fora isso é o mesmo de sempre, com as mesmas pilhas de sempre. A Microsoft fala que quer dar a opção de cada um botar a pilha que quiser, mas eu me incomodo.
O mesmo vale para o sistema operacional, que era um dos grandes avanços e que dava a sensação de estar mudando de console. O Series S traz basicamente a mesma interface do modelo anterior. Quer dizer, ocorreu uma atualização logo que a novo geração chegou, mas ela também se aplicou ao Xbox One X, então você tem a mesma experiência.
No geral em questão de desempenho a evolução na jogabilidade do Series S foi boa, mas sutil. Os jogos vão rodar melhor que na geração passada, vão abrir muito mais rápido e uma ou outra cena fica mais bonita, mas tem o mesmo controle, e a forma que você o usa é praticamente a mesma.
É bem provável que, daqui uns meses, depois que você se acostumar com a velocidade de carregamento, e parar de perceber a melhoria gráfica, vai até acabar esquecendo que está num console da nova geração.
Só que não podemos esquecer que atualmente ele está até mais barato que o One X, enquanto que, se a gente fosse encontrar um PC com performance parecida, o seu preço também seria muito mais alto.
Claro que existem muito mais questões nessa comparação, mas se a gente só olhar para performance por preço, o Series S leva vantagem, com certa facilidade.
Acho que vale muito a pena comprar o Xbox Series S. Pequeno, bem mais barato atualmente que um PC que entregue o mesmo desempenho, bem mais fluido na abertura de aplicativos e uma ótima plataforma para rodar o Gamepass.
E reforço que para nós brasileiros, com real desvalorizado, o melhor custo beneficio é essa combinação: Gamepass com Series S. Agora é esperar saírem jogos só pra essas plataformas pra extrair o máximo desses novos consoles e continuar respondendo se esse modelo mais simples continua capaz.
Antônio silva diz
Essa questão de armazenamento, da para mim jogar tranquilamente quantos jogos, por exemplo FIFA, EFOTTEBOL e mais quantos?
Antônio Silva diz
Ele Vai ter todos os jogos do one na biblioteca?