O Xiaomi Mi 9 SE chegou no mercado pra ser uma versão mais barata do Xiaomi Mi 9 e brigar com os “intermediários premium”. Ele economiza em alguns pontos, mas sem deixar de lado o design e a experiência da última linha da empresa. Será que vale a pena gastar um pouquinho a menos ou ir com o topo de linha para aproveitar tudo que a Xiaomi tem a oferecer? É o que vamos discutir hoje nesse review.
Design
Eu começo esse review falando sobre o design, porque ele lembra e muito o irmão mais parrudo, o Mi 9. Eu posso estar sendo o meio óbvio falando isso, mas a Xiaomi tem a mania de mudar totalmente mesmo dentro da mesma linha.
Nesse caso ele tem as mesmas cores e estética geral do irmão maior, com esse detalhe na câmera superior. É quase a mesma coisa por aqui, tanto em cores como na estética geral, mas com uma traseira menos chanfrada, mais pra linha Mi 8 Lite ou Redmi Note 7.
Ele também é mais compacto, o que me agradou muito e por várias vezes me fez lembrar do Galaxy S10e, justamente pela proporção mais esticada.
Tela
Falando em tela, por aqui temos um painel Super AMOLED da Samsung com 5,97 polegadas, um tamanho que eu acho ótimo. Diferente da sua linha de produtos top, a linha do Mi Mix 3, a Xiaomi decidiu manter o Mi 9 SE barato e colocou um entalhe de gota, que é bem ok, já que as bordas laterais são pequenas.
O ponto alto pra mim, está embaixo da tela! Assim como o Mi 9, Galaxy S10 e Huawei P30, o sensor de impressões digitais fica embaixo dela. Ele infelizmente não é o mais rápido e por muitas vezes erra no reconhecimento da digital, mas é uma opção legal que deve amadurecer nos próximos anos.
A tela tem uma taxa de brilho de 600 nits com um contraste bom e uma tecnologia que eles chamam de Sunlight Mode 2.0, que nada mais é do que o ajuste automático de brilho para deixá-lo no talo. A samsung já tinha algo parecido, você meio que ultrapassa o “limite” normal que a tela impõe.
Achei a qualidade do display muito boa, principalmente a fidelidade de cores que o AMOLED sempre peca um pouco e que aqui através de configurações fica bem legal para fotografia.
Câmera
Essa tendência se mantém no quesito câmeras. O Xiaomi Mi 9 SE tem um sensor frontal de 20 megapixels com abertura f/2.0 que entrega resultados muito consistentes, principalmente quando está tudo bem iluminado.
O recorte no modo retrato é muito bem feito e o que ainda me incomoda, é um filtro de embelezamento que eles insistem em usar. Quando a luminosidade cai, o recorte se perde um pouco, mas ainda assim, entrega um resultado muito interessante para um intermediário.
Na traseira, temos 3 sensores: a câmera principal de 48 megapixels que já vimos em outros aparelhos da marca, uma lente responsável pelo zoom de duas vezes que tem 8 megapixels com abertura f/2.4 e uma lente ultrawide com um ângulo de visão de 123º, 13 megapixels e abertura f/2.4.
As lentes secundárias possuem uma resolução inferior do que o Mi 9 comum, mas a lente principal é a mesma. Assim como na câmera frontal, para a câmera traseira também vale comentar que a hora que a luz cai essas opções ficam com resultados um pouco piores, mas de modo geral, achei o conjunto competente.
Em fotos, a diferença com o Mi 9 é muito pequena, com avanços em HDR e presença de um pouco mais de detalhes no modelo mais caro, a diferença fica maior na estabilização em vídeo e nas câmeras secundárias. Se você quiser colocar o aparelho em um tripé ou não liga muito pra isso, dá para passar batido.
Eu vi alguns usuários tendo problemas com o áudio do Mi 9 SE nos stories do Instagram, mas eu acabei nem passando por isso, porque logo que eu peguei o equipamento ele foi atualizado, então, o problema foi resolvido por software mesmo.
Som
O microfone melhorou na captação dos vídeos, coisa que estava bem ruim na geração anterior, então ponto pra Xiaomi por ter melhorado. Eu fiquei sentindo falta de uma saída estéreo no entanto. Por diversas vezes eu me vi tampando o alto falante localizado na parte de baixo. Ah, e como sempre sem p2.
Pelo menos ele tem bluetooth 5.0, que é sempre bom pra quem usa fones de ouvido sem fio, porque consome menos energia e tem uma estabilidade maior.
Sistema
Inclusive, o Snapdragon 712, chipset que permite a presença dessa tecnologia foi também uma grata surpresa por aqui. Eu não senti tanta diferença entre ele e o Zenfone 5Z que vinha usando até então e que conta com o Snapdragon 845.
Por conta da Adreno 612, eu consegui rodar PUBG e Asphalt 9 com os gráficos no alto, o que é basicamente a mesma experiência que eu tenho no Zenfone e por conta dos 6 GB de RAM, não tive engasgo algum na multitarefa e tudo fluiu muito bem.
Hoje em dia a linha 800 traz como principal benefício muita coisa para inteligência artificial e uma potência que a maioria dos jogos ainda não conseguiu aproveitar.
Ele tem opção única de 6 GB de RAM, mas em armazenamento, são duas opções: 64 GB e 128 GB. Nesse ponto aqui é bom você pensar bem, já que não existe armazenamento externo adicional por aqui.
Bateria
Agora, eu tenho de ser sincero e dizer que a bateria foi uma das poucas decepções desse modelo. Ela tem 3.070 mAh, o que por várias vezes foi esgotado na metade do dia através do tipo de uso mais intenso, mas pelo menos, eles enviam um carregador rápido de 18 W, que carrega o aparelho em 50% com pouco mais de 30 minutos.
Nos nossos testes, o Mi 9 SE gastou, em média, 19% de bateria a cada hora de uso, que incluíram jogos, navegação na internet, gravação de vídeo e reprodução de conteúdo no Youtube. Então, resumindo, você tem no máximo, cinco horas de uso nesse mesmo ritmo.
Poderia ter uma otimização melhor da bateria, e porque não colocar uma bateria maior? Não entendo. Eu consigo ser um pouco mais econômico e ter um desempenho perto do Galaxy S8, que dava pra levar, mas dava pra ser melhor. Tem modelo mais barato da marca com mais bateria.
Conclusão
Mas pra fechar, o Mi 9 SE vale a pena? Sim, bastante. É fácil indicar um modelo que manda bem em tela, processamento e câmera. Com o microfone “arrumado” e desconsiderando a qualidade de saída de áudio que é só ok, não temos muitas ressalvas além da bateria e da estabilização de vídeo, que só melhora no modelo mais caro e que é o padrão dos intermediários.
Com a Xiaomi meio que chegando oficialmente no Brasil nos próximos tempos, fique de olho no preço dos importados que não tem suporte por aqui, no preço do nacional e pondere bem a sua escolha.
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