A versão global da Xiaomi Mi Smart Band 7 acabou de ser anunciada, mas já estava no meu pulso há algum tempo. Ela traz tela maior, AMOLED, monitoramento de vários esportes e ainda mantém aquela carinha de Mi Band. Como foram esses dias com ela para preparar o review?
Xiaomi Mi Smart Band 7
- Tela AMOLED de 1,62″ (192 x 490px)
- Bluetooth 5.2 BLE
- Frequência cardíaca e oxímetro
- 5 ATM (resistência à água)
- Bateria de 180 mAh
- Compatível com Android e iOS
Nas duas últimas edições, a Xiaomi abandonou o Mi e rebatizou sua pulseira para Mi Smart Band, mas o costume de chamar de Mi Band é grande e, se eu me confundir e chamar pelo nome antigo eu já peço desculpas.
Essa smart band me fez voltar ao passado, já que esse foi o meu primeiro wearable, que junto com meu Redmi Airdots e um Pocophone F1 formavam o meu ecossistema Xiaomi, vamos dizer assim. Eu tive a 3 e a 4, fiquei um tempo sem usar e voltei agora com a 7.
O preço dela é relativamente baixo, então acaba servindo como uma porta de entrada para o mundo dos wearables. Eu usava uma Mi Band e depois evoluí para um relógio da Amazfit e na sequência os relógios da Samsung, que se integravam melhor com meus celulares Galaxy.
Tela e pulseira
E a primeira impressão ao tirar da caixa foi: como esse carinha cresceu! A tela está enorme e bonita, com 1,62 polegada e um AMOLED daqueles de boa visualização mesmo sob o sol, e o sistema se aproveitou bem desse preto profundo pra entregar uma interface colorida e de ótima visualização. A tela agora tem visualização 24% maior do que a Mi Band 6.
Gostei bastante do fundo que tem um globo terrestre girando embaixo do indicativo de horas, que só é possível graças ao chipset de nova geração que suporta mais efeitos de animação suave na tela.
Mas o que eu mais gostei mesmo, e que mudou o jogo, foi a chegada do Always On Display. Poder ver as horas mesmo com a tela bloqueada é o que faz você ter um relógio. Pra ser chato mesmo só faltou ela ter brilho automático.
Ainda foi legal perceber que ela não mudou o formato dela pra colocar mais informações na tela. Diferente dos modelos da Huawei, Realme e da própria Redmi, ela não adicionou uma tela quadrada maior que a largura da pulseira que descaracteriza o nome pulseira e transformou os concorrentes em relógios.
A Xiaomi Smart Band segue o formato consagrado da Xiaomi e, com uma tela maior e capaz de transmitir bastante informação, foi um acerto dos grandes.
Por falar em manutenção, a pulseira também segue o mesmo formato consagrado das antigas Mi Bands com esse feixe de botão que se encaixa no buraco da correia. Eu tenho impressões distintas aqui: por um lado é bom não ter fivela, pois fica mais fácil, mas ela abre com facilidade, e como ela é muito leve, uma pessoa desatenta pode não perceber que perdeu a Mi Band.
A parte traseira da cápsula também mantém o design clássico sem grandes mudanças. Os sensores que precisam estar em contato com o pulso seguem centralizados, enquanto os pins de carregamentos ficam na parte inferior. O encaixe com a pulseira é perfeito e também fácil de tirar, e nessa geração a Xiaomi criou pulseiras com seis cores diferentes pra quando você enjoar da mesmice do preto.
Aplicativo
A segunda impressão foi “cadê o Mi Fit?”. Por instinto, eu baixei o Mi Fitness, mas a Mi Band 7 não era compatível com ele, e só depois de pesquisar um pouquinho eu entendi que o aplicativo certo para ela é o Zepp Life, mas a aparência em si não é tão diferente do antigo.
O processo ainda é o mesmo: a pulseira vem desligada por padrão, você precisa dar uma carga rápida para que a tela ligue e apareça o QR Code para conectar a pulseira ao aplicativo. Feito isso, é legal você já dar as permissões para que ela controle algumas funções, como localização e notificações.
Depois disso ela vai ajustar as configurações e colocar os dados. A decepção inicial é que, apesar do Zepp Life funcionar em português e a Xiaomi dizer que a Mi Band funciona no idioma do dispositivo, nada de português no primeiro momento, mas uma primeira atualização de software corrigiu esse problema e já dá pra usar a sua Mi Band na sua língua.
Olhando o aplicativo dá pra perceber que ele é bem completo e que precisa ser assim, já que a pulseira não tem a mesma autonomia quando comparada a um relógio.
Então, por exemplo, se você quiser mais watchfaces do que as que aparecem disponíveis na própria Mi Band 7, é só entrar na loja que dá pra baixar e sincronizar por lá. São mais de 100 watchfaces e dá até pra se perder por lá.
Também dá pra escolher quais itens vão aparecer nos widgets laterais e a ordem dos menus quando você arrasta debaixo pra cima, pra que tudo faça sentido no seu dia a dia.
Tem um menu completinho de saúde, em que você controla o tempo que a pulseira vai medir seus batimentos cardíacos, o sono, estresse e oxigenação no sangue.
Todas essas funções acabam consumindo mais bateria, mas compensam pelos resultados que entregam. Afinal, se você tem uma Mi Band, é porque provavelmente você tem interesse nesses dados.
O aplicativo ainda permite controlar o push e tem até respostas rápidas, e o mais legal é que dá para responder até mesmo mensagem de WhatsApp usando essas mensagens pré-programadas.
Tem ainda a aba de página inicial, que mostra um resumo e mais detalhes das suas atividades físicas e todos os cards aqui são editáveis. Tem o treino, e você precisa começar pelo celular para ele sincronizar as informações com o GPS e uma aba amigos pra que vocês compartilhem essas informações entre vocês.
O aplicativo funciona todo em português e pra quem normalmente fica em dúvida, ele é compatível com iPhone e Android e só precisa de um aplicativo, nada de plugins ou vários apps pra usar um único gadget.
Experiência de uso
Ela chegou numa quinta-feira e sem o monitoramento de oxigênio no sangue e de estresse contínuo ligados, consegui chegar até o sábado seguinte com 8%, e aí eu precisei recarregar para baixar uma atualização que havia chegado ao aplicativo.
Ainda no assunto bateria, eu levei algo próximo de duas horas para carregar completamente a minha Mi Band. A Xiaomi promete até 14 dias de uso sem precisar carregar, mas claro que é nesse modo em que todos os sensores de monitoramento contínuo estão desligados e sem nenhum treino mais pesado, que consome mais da bateria.
Por falar em carregador, ele conta com os pins mas é magnético, e é o mesmo carregador da Mi Band 6, então se a sua ideia é o upgrade, pode contar que o modelo antigo serve. Aliás, essas coisas pequenas ajudam a Xiaomi a manter o custo da Mi Band baixo.
O modo de uso dela se mantém bem parecido com todas as gerações anteriores. Deslizar de cima pra baixo leva para as notificações e, de baixo para cima, você acessa a lista de menus, que tem um resumo de atividades, frequência cardíaca, o PAI (aquele sistema da Xiaomi que calcula suas atividades físicas e dá pontos pra isso), monitoramento de oxigênio no sangue, a parte treinos, um histórico de treinos, status dos treinos, estresse, controle de sono, clima, controlador de músicas, alarme, eventos, configurações e o mais, que ainda traz lanterna, saúde feminina, respiração, cronômetro, temporizador, etc.
Na aba treino a Xiaomi colocou nada menos que 120 opções, e eu espero que vocês não queiram que eu cite cada uma delas, mas até mesmo equitação, xadrez e jogos de tabuleiro estão inclusos por lá.
Tem 14 tipos diferentes de dança e 25 esportes com bola. Ele não conta com GPS, então você ainda vai precisar do celular para monitorar treinos externos, como corrida, caminhada e bike, mas a tela maior permite ver essas informações dentro da própria Mi Band.
Ela ainda reconhece se você estiver fazendo alguma atividade física e começa a monitorar automaticamente. Esse recurso não vem ativado por padrão, mas você consegue ativar entrando nas configurações.
Estava quase esquecendo de falar que ela tem resistência a água até 5ATM, que dá 50 metros, então não precisa ter medo de entrar na água com ela e nem de monitorar seus treinos aquáticos.
Aliás, outra melhoria são as análises mais aprimoradas de treino, como as avaliações de VO2 máximo, recuperação pós treino e tudo mais pra te ajudar a se manter saudável, como o cálculo de calorias e o aviso para o seu próximo treino.
Outro avanço que eu achei bem legal é poder ver as informações de sono direto na tela também, e saber que ela monitora o sono com maior nível de precisão, calculando até mesmo o sono REM, que é aquela fase do sono em que os sonhos estão mais vívidos, e que é importante no processamento das memórias e conhecimentos.
Aliás, pra você não perder a hora, dá pra acionar alarmes diretamente nela e na hora de acordar você sente a vibração no pulso. Ainda dá pra controlar a música que seu celular está tocando ou ainda controlar remotamente a câmera.
Nem tudo é exatamente novo aqui, mas é um indicativo muito bom de que a pulseira, com tela maior, fica menos dependente do smartphone para acessar informações e funções extras.
Conclusão
Gostei da Mi Band 7, ou Xiaomi Smart Band 7, porque ela segue fazendo o feijão com arroz bem feito. Suporta muitos modos de treino que conseguem ser acessados diretamente nela, tem tela muito maior e bonita mantendo o formato padrão, trouxe sensores aprimorados e uma interface de uso simples, que pode ser controlada pela própria pulseira ou no celular.
Até por isso, ela vai continuar sendo uma excelente porta de entrada para o mundo dos wearables ou, em muitos casos, ser o suficiente para quem quer se monitorar e não gosta de nada muito pesado no pulso ou não gosta de dormir com relógio grande.
Se fosse para adicionar funções que eu gostaria de ver aqui seria o suporte à Alexa, que já existe nos relógios da Amazfit e quem sabe um NFC para pagamentos globais. Mas eles seriam complementos, porque a proposta inicial da Xiaomi Smart Band 7 está muito bem cumprida.
Frederico diz
Parabéns pelo post, bem detalhados e com informações importantes. Um dos melhores que li sobre a “mi band 7” rsrs… Reforçou o desejo de trocar a 6 pela 7.