A Xiaomi Mi Band 9 está aqui entre nós, isso indica que um dos vestíveis mais famosos e acessíveis no mercado acabou de ganhar uma atualização, e nesse review eu vou te mostrar o que tem de novidades nessa geração e porque ela ainda é tão popular.
Xiaomi Smart Band 9
- Tela AMOLED de 1,62″ (192 x 490px)
- Bluetooth 5.4 e frequência cardíaca
- 5 ATM (resistência à água)
- Bateria de 233 mAh
- Compatível com Android e iOS
Acabei de chamar de Mi Band 9, porque foi assim que ela ficou globalmente conhecida, mas já faz tempo que a fabricante chama esse dispositivo de Xiaomi Smart Band, mas eu já quero deixar combinado com você que nós vamos chamar essa pulseira de Mi Band, fechado?
Aliás, já que a gente está combinando coisas, deixa eu te explicar mais uma coisa, especialmente se é a primeira vez que você está pesquisando sobre esse produto.
A Mi Band é historicamente projetada para ser um produto simples, que te entrega algumas métricas de saúde, e não é um smartwatch completo e independente do celular.
E a ideia dela é justamente essa. Por isso que a Xiaomi consegue ter sempre preços competitivos. Ela é uma espécie de porta de entrada dos dispositivos vestíveis, por isso é o mais simples possível pra economizar.
Design e tela
Tanto que a Mi Band não tem nem mesmo um botão. Então, pra quem quer ligar a pulseira e não sabe como fazer, é só colocar o carregador.
Ou melhor, o cabo que vem na caixa com uma fonte que você tiver em casa. Pode ser uma powerbank, se você tiver, ou um carregador tradicional de parede.
A Xiaomi usa um carregamento proprietário, que mistura pins e magnetismo. Na outra ponta, saída USB padrão. O cabo mede 50 cm e não mudou em relação às versões anteriores.
Com ele você tem o primeiro contato com a Mi Band ligada, e a boa notícia é que já vem nativo a opção de português do Brasil entre os idiomas.
Em gerações anteriores era difícil mudar o idioma, porque normalmente vinha o inglês e você precisava esperar uma atualização de firmware ou algo do tipo, mas agora você não precisa esperar.
E eu quero destacar essa tela AMOLED de 1,62 polegada e brilho de até 1.200 nits e resolução de 192 x 490 pixels. É um display muito brilhante e confortável de visualizar em ambiente aberto.
Mas antes de falar sobre a tela, eu queria falar sobre a construção da pulseira em si. Eu estou testando aqui o modelo padrão, com pulseira preta, mas nessa geração, que já foi anunciada oficialmente no Brasil, a Xiaomi apostou em muitas opções de personalização.
Tem Mi Band com acabamento em cerâmica, Mi Band com pulseira rosa, de couro e plástico, tem Mi Band com pulseira que lembra uma joia, cores diferentes e pulseira de aço. É legal ver que finalmente essas opções, que já estavam lá fora, chegaram ao Brasil.
A pulseira padrão é de fluoroelastômero, e eu preciso dizer que senti bastante alergia usando a Mi Band 9 por uma semana. A pulseira usa um sistema muito parecido com o da Samsung no encaixe com o corpo do relógio. Ele tem três pontos de contato, que garantem firmeza, e se solta com muita facilidade em apenas um clique.
O conector principal é de metal, o que garante boa durabilidade, e é uma evolução bem bacana dos primeiros modelos de Mi Band, que a pulseira se encaixava usando a elasticidade da pulseira.
Isso facilita na troca de pulseiras, que é algo bem comum pra quem usa Mi Band. Meu único ponto é que o botão que a pulseira tem para fechar na pulseira me pareceu fácil de abrir. Eu ainda prefiro um feixe mais tradicional, como Huawei e Samsung usam em suas pulseiras.
Falei sobre pulseiras, construção, mas deixa eu voltar para a tela. Como ela está maior e a interface se aproveitou disso para aumentar o tamanho do texto. Isso permitiu enxergar qualquer informação que você precise de forma rápida.
Ela ainda tem recursos bem bacanas, como um Always On Display, dá pra definir quanto tempo ela fica ativa até desligar automaticamente, ou definir um período para o display permanecer ativo e ainda desativar a tela apenas cobrindo a pulseira com a mão.
Usabilidade
Eu sempre comento que a Mi Band é uma porta de entrada dos dispositivos vestíveis. Foi a minha primeira pulseira inteligente, e aqui você segue dois caminhos. Entende que ela é suficiente para as suas necessidades ou precisa de mais dados e parte pra um dispositivo mais complexo.
Eu disse isso porque ela tem medições mais básicas. Você vai ter cálculo de passos, medição de batimentos cardíacos, oxigenação no sangue e níveis de estresse. Teve uma melhora de 16% no monitor de frequência cardíaca, de acordo com a Xiaomi. E isso tem embutida uma notícia boa e uma ruim. A boa é que realmente houve uma melhora de uma geração para outra.
A ruim é que se havia espaço para uma melhora de 16% no sensor de batimentos cardíacos, fica a dúvida se as gerações anteriores tinham um sensor realmente confiável e acurado o suficiente.
Ainda sobre os sensores, eu gostei bastante da medição de sono, que bateu quase perfeitamente com os dados do Galaxy Ring e do Watch Ultra, que eu usei ao mesmo tempo.
Aliás, aqui tem um recurso parecido com o da Samsung, que é um treinamento de sono. Você precisa medir por sete dias e ele vai te atribuir um animal, de acordo com as características do seu sono, seja o tempo, a leveza e tudo mais.
Por exemplo, os tubarões tendem a pegar tarde no sono e dormir por poucas horas. Pinguins dormem cedo e bastante, mas seu sono é bem leve. Corujas ficam acordadas até muito tarde e dormem pouco, ficando sempre alerta.
Por outro lado, o que me pegou foi a contagem de passos. No dia que eu escrevi esse roteiro, a diferença de um para outro foi de mais de 2 mil passos a mais para o vestível da Samsung.
Tem uma estreia nessa geração que é a pontuação de vitalidade, um índice que a Xiaomi está trazendo para uma pontuação mais global de saúde. Ela te sugere atividades, como treinos ou corridas, que vão contar para essa medição.
É um movimento das fabricantes de wearables de propor uma forma de manter seus usuários mais ativos. Aliás, a Xiaomi usa estatísticas em meia lua com três métricas: calorias gastas, passos e minutos em movimento.
Fora isso, a pulseira ainda tem um grande leque de esportes para monitorar. São 16 esportes aquáticos, 10 atividades radicais, 40 tipos de treino, 14 estilos de dança, 12 esportes de contato, 26 esportes tradicionais, 11 esportes de neve, 5 jogos de tabuleiro, 14 esportes mais exóticos e outras 3 atividades na categoria outros.
Se não deu tempo de somar tudo, eu te conto. No total são 141 atividades cobertas, que você pode começar diretamente na pulseira. Mas é bom lembrar que ela não tem GPS, então ela vai conseguir monitorar seus dados e a quilometragem percorrida, mas não vai conseguir traçar a rota sem o auxílio do seu celular.
Iniciar um treino é bem simples. Quando você começa a atividade, três abas ficam disponíveis. A central mostra as informações de treino, como calorias gastas e tempo transcorrido. Do outro lado, você pode pausar ou encerrar e, arrastando para a direita, o player de musica está lá pra facilitar sua vida.
Eu gostei aqui do curso de corrida e caminhada, que prepara um treino para você, do básico ao avançado, combinando as duas atividades.
Conectividade e bateria
Por falar em celular, quem garante que você consiga ver suas informações no seu aparelho é o aplicativo Mi Fitness, a interface da Xiaomi pra você gerenciar seu dispositivo e informações de saúde. Para fazer isso, a pulseira tem Bluetooth 5.4.
Ele se divide em quatro abas. A primeira vai te mostrar na tela as principais métricas de saúde, permitindo ver bem fácil passos dados, batimentos cardíacos, estresse, e oxigênio no sangue, por exemplo.
A segunda aba é sobre treinos. Vai te permitir iniciar atividades por lá, especialmente aquelas que precisam de GPS para traçar rota, além de mostrar seu histórico de treinos e tem até um modo de cursos, para quem precisa de uma ajudinha pra se manter ativo.
Na terceira aba você controla a sua Mi Band. Você pode configurar como e quais notificações do seu celular deseja receber na sua pulseira, escolher o intervalo que a Mi Band vai monitorar seus sinais de saúde.
Tem uma área de aplicativos, que serve para ter uma ligação mais precisa entre apps do seu dia a dia, como o player de música e o obturador, e sua pulseira.
Em “sistema”, você personaliza tudo, define a ordem dos widgets e aplicativos, a intensidade da vibração, sincroniza o não perturbe e define um modo sono.
A ultima aba é a perfil, que vai ter suas informações pessoais, vai ser por onde você define quais permissões dá para o aplicativo, atualiza o software dele e ainda pode sincronizar dados de outras plataformas, como Strava e Google Fit.
Outro ponto positivo da Mi Band 9 é como ela se dá bem com o celular a que está conectada. As notificações do seu aparelho aparecem na tela da pulseira, você ainda pode sincronizar despertador, agenda, controlar o obturador da câmera e o player de música. Ela funciona para Android e iOS, e é uma companheira versátil de quem quer um estilo de vida mais conectado.
Aliás, para ser conectado, é bom não se preocupar em ficar carregando a bateria o tempo todo, né? Por isso, a Xiaomi fala em até 21 dias de uso típico, mas isso quer dizer usar os sensores ao mínimo possível, limitar as notificações e ter um uso que não faz sentido.
Por aqui, usando tudo no máximo, eu consegui gastar 57% da bateria em seis dias de uso, o que dá uma estimativa de 9 a 10 dias sem precisar usar o carregador dela. É um numero ótimo. Esse número vai mudar de acordo com o seu perfil de uso. Se você treinar todos os dias, essa autonomia deve cair, já que são mais horas com a tela ligada e brilho alto.
Always on display também é um fator que vai alterar a autonomia, assim como a frequência com que você mede seus batimentos cardíacos e outros dados. Vale ainda lembrar que ela tem resistência à água de 5 ATM.
Conclusão
A Mi Band 9 vale a pena ou não? Se você já tem a Mi Band 8 não precisa correr para atualizar.
O sensor de batimentos cardíacos teve uma melhora significativa mas, na prática, a versão do ano passado tem muito dessa. Se você está na Mi Band 7 e quer um upgrade, aí sim ela faz sentido.
Mas ela é pensada pra ser assim. Por ser um vestível mais básico, a ideia é que não aconteça uma revolução de um ano para o outro. Chegam adições importantes a cada geração, mas elas são graduais, e nunca um pacotão de novidades.
E é justamente isso que faz com que a Mi Band seja tão popular e continue ocupando esse papel de porta de entrada dos wearables.
E o preço? Bom, a gente precisa fazer um racional. Enquanto eu testava a Mi Band 9, a Xiaomi anunciou o dispositivo aqui no Brasil custando R$ 499, o que é um preço que faz sentido na estratégia da Xiaomi no varejo, mas que está bem salgado para quem já conhece e sabe quanto uma Mi Band custa normalmente.
Eu achei por preços em torno dos R$ 250 no Mercado Livre para a versão global, e pesquisando no Aliexpress, tem preços abaixo dos R$ 200, mas você precisa lembrar que na hora de fechar a compra será incluído o imposto estadual, e ainda existe a chance de taxação na receita federal.
Por esse preço do Mercado Livre, ela realmente vale o investimento, porque vai te entregar bastante coisa cobrando pouco, e vai ter uma tela e uma bateria que valem a pena. Mas se você tem a Mi Band 8 ou a 7, não precisa de tanta pressa para trocar pelo modelo mais novo.
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