A Mi Box S é um upgrade da conhecida TV box da Xiaomi que voltou a aparecer mais por aqui depois que seus produtos começaram a pipocar nas lojas brasileiras. Conhecida por tornar praticamente qualquer TV em Smart, essa caixinha aqui ganhou um software atualizado e possibilidade de enviar sinal em 4K. Será que agora no final de 2019 ela ainda vale a pena?
Construção
A Mi Box S trouxe um pequeno redesign quando comparado com a versão anterior. Ela abandonou as curvas, trazendo um visual mais “sério” e reto. O logo foi reposicionado para o centro do aparelho e houveram algumas outras mudanças com o intuito de dissipar calor com maior facilidade e deixar bem claro que estamos com a versão nova.
Fora isso, ela continua bastante compacta e se mescla facilmente com o ambiente domiciliar. Eu não diria que ela é bonita, afinal, estamos falando apenas de uma caixinha retangular preta, mas pelo menos não é tão grosseira quanto um decodificador padrão de TV a cabo.
Na parte de trás, você tem a sua disposição: a porta HDMI 2.0 para conectar a box e a TV, e uma saída de som bastante útil para ligá-lo em home theater ou equipamento de som se a sua TV não tiver HDMI ARC ou se o seu monitor nem som tiver. Está presente também uma porta USB 2.0 e a entrada de energia, que é alimentada por uma fonte de 5,2 W. Isso é bom porque se tiver algum problema essa é uma configuração fácil de encontrar.
Sendo bem sincero, não é uma grande quantidade de portas, e algumas soluções de outras marcas oferecem um maior número de conexões USB, permitindo conectar mais um HD, um mouse e teclado ou até mais um controle. Mas sendo ainda mais sincero, o que temos aqui já é o suficiente e abre mais usabilidade do que o Chromecast da Google, que ainda precisa de um smartphone para funcionar. A Mi Box dispensa esse item graças ao controle remoto que o acompanha.
Controle
Ele é todo de plástico e com botões que não passam muita confiança, mas também é bastante compacto, me lembrando o controle das Smart TVs da Samsung, o que é algo muito bom. Fora os botões básicos direcionais, e para ligar, o controle conta com atalho para o Netflix e mais 3 botões de navegação: o home, voltar e a “bandeja de apps”, para navegar pela Android TV como se você estivesse com um celular na mão.
No geral eu ainda preferi usar o celular para controlar os aplicativos com suporte a função Chromecast, por ser bem mais ágil que tentar selecionar pelo controle, sem contar que você ainda ganha um teclado sempre que quiser buscar algo.
Outro problema é que o botão de volume controla apenas o som do sistema, não da TV, então seu uso acaba ficando bem limitado. A maior vantagem por aqui é o microfone adaptado por dentro, habilitando o uso de comandos por voz do Assistente da Google.
Jogos
Falando no sistema, a Mi Box S vem com Android TV versão 8.1, uma adaptação do Android para a TV. Sua interface é bem limpa e deixa bem destacado os apps que você mais utiliza. Nela você encontra praticamente todos os aplicativos mais usados em Smart Tvs – Youtube, Spotify, Netflix, até Amazon Prime e Twitch. Esse último não está disponível nos sistemas LG nem Samsung, por exemplo. O mesmo vale para o Hulu, que é bastante limitado entre as TVs. Nessa briga de novos sistemas de streaming e conteúdo espalhado, uma Android TV tem mais possibilidades de compatibilidade.
Além de assistir vídeos e escutar música, dá também para jogar alguns games. A Mi Box S tem suporte a controle bluetooth e a própria Play Store possui aplicativos de TV que trazem alguns games adaptados para esse sistema, porém o mais interessante, na minha opinião, são os emuladores, que você consegue carregar facilmente com a ajuda da porta USB.
Os jogos em si não tem dificuldade para rodar, desde que o console que você esteja emulando seja dos mais antigos. Como o hardware é o mesmo do modelo anterior, 2GB de RAM, 8GB de armazenamento interno e o mesmo processador quadcore, tudo que o antigo conseguia rodar, o novo também consegue. A Xiaomi poderia ter aproveitado o modelo novo para trazer algo mais potente, porém o foco foi manter o mesmo preço e não colocar algo mais potente.
Imagem
Até porque esse modelo é capaz de transmitir conteúdo em resolução 4K a 60 frames, mas a interface no geral fica um pouco mais lenta – nada que incomode muito – é só que a gente comparou ele com uma TV mais cara, de processador melhor e aí sim as limitações ficaram evidentes.
Outra reclamação minha é que o sistema parece não reconhecer a resolução máxima da tela plugada nele e jogou minha TV 4K para resolução 720p logo na primeira utilização. Ajustar isso é fácil, porém, alguém mais desatento pode achar que a Mi Box está com problemas, ao notar a qualidade inferior de imagem.
Nas duas TVs em que eu testei, também tive problemas ao ligar o modo HDR, que conflitou com o da própria TV. Talvez você consiga um resultado melhor em televisores mais simples que ainda não tem essa função, mas por aqui ela se manteve desligada.
Conclusão
Para resumir, eu coloquei algumas reclamações, mas no geral, para quem não tem uma SmarTV e passa a usar esse equipamento, o salto é bem grande. Para quem tem uma TV um pouco mais antiga ou barata também não. É só pra quem tem uma mais cara que vai perceber que o YouTube demora um pouco mais para carregar ou que o Twitch dá uma engasgada.
Mesmo assim, o maior número de aplicativos e de opções, e até a presença de emuladores podem ser um grande atrativo, principalmente se considerarmos o preço próximo da casa dos 300 reais.
Ainda mais interessante é fazer um setup de TV portátil, seja com uma tela pequena que testamos aqui, ou só levar numa casa alugada na praia, onde você sabe que tem uma TV, mas quer suas configurações e seus aplicativos todos configurados.
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