O Redmi 9 é o baratinho da Xiaomi que todo mundo gosta. Um aparelho de entrada que geralmente entrega bem o básico e que segue a linha do que é necessário, sem abrir mão de tantos itens como a linha 9A. Sendo um dos que mais progrediu quando comparado com suas gerações passadas, será que isso faz com que ele volte a valer a pena no mercado de importados ou no mercado nacional?
Xiaomi Redmi 9
- Processador Snapdragon 855
- 32/64/128GB com 3/4/6GB de RAM
- Tela: IPS LCD de 6,53″ (1080 x 2340px)
- Câmera principal: 13MP (f/2.2) + 8MP (f/2.2) + 5MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 8MP (f/2.0)
- Bateria: 5020 mAh
- Android 10
Construção e tela
O Redmi 9 nem tenta esconder que o seu corpo é todo de plástico, utilizando um material reflexivo ou algo assim, você pega ele e já tem uma sensação até nostálgica, um pouco mais firme que de costume, e com texturas, seguindo um design bem difícil de encontrarmos hoje em dia.
As câmeras posicionadas no centro também não é a forma mais comum de encontrarmos, e o formato de semáforo dentro de um circulo sem textura nenhuma ajuda a deixá-lo bem destacado perante a concorrência, o que na minha opinião pode ser considerado um ponto positivo.
Por outro lado, o Redmi 9 segue a tendência de ficar cada vez maior, alcançando 6,53 polegadas de tela. Aqui pela frente ele até é mais parecido com o Redmi 7 e 8, por conta do entalhe em forma de U, mas houve uma boa redução das bordas, principalmente no queixo do aparelho, que ajudaram a aumentar um pouco mais a proporção de corpo para tela.
Em questão de qualidade, o painel parece ser praticamente o mesmo IPS LCD de antes, mas agora ele vem no formato 19,5:9, um pouco mais esticado que antes, e na resolução Full HD.
A gente já comentou várias vezes que não é nenhum fim do mundo viver com um celular de tela HD, mas como a qualidade desses painéis mais baratos também costumam ser mais baixas, a resolução extra ajuda bastante a valorizar o aparelho.
Na parte superior você encontra mais um diferencial legal, quase exclusivo da Xiaomi, que é o emissor infravermelho. Dá para você usar para controlar TV, ar condicionado e uma porção de outras coisas. Tudo bem que grande parte das TVs hoje em dia possuem seus aplicativos próprios, porém, o infravermelho não precisa sincronizar, conectar por bluetooth ou qualquer coisa assim, então ele é bem mais ágil.
Desempenho e bateria
Fora isso, o Redmi 9 traz o que a gente espera de um celular dessa série da Xiaomi, a começar pelo hardware. Ele utiliza o Helio G80, que é um chip da Mediatek extremamente parecido com o Helio G85 lá do Redmi Note 9.
A única diferença entre os dois chips está na velocidade placa gráfica, o que deixa os gráficos nos jogos um pouco pior por aqui.
Não é por muito, até porque esse não é um chip muito potente, então a maioria dos títulos rodam iguais nos dois, nas configurações mais baixas e em taxas de quadro também inferiores.
Ainda assim é um belo salto quando comparado com os modelos antigos da linha, que eram simples de verdade.
Agora o Redmi 9 fica a frente, por exemplo, do Galaxy A50 e do Note 7 do ano passado, e, o mais importante, sem aquecer tanto, que é uma das preocupações dos chips da Mediatek. Assim como acontece lá no Note 9, o aparelho fica morno depois de um tempo jogando, mas nada que chegue a prejudicar demais a jogatina.
Já o sistema em si funciona sem engasgos. O aparelho vem com Android 10, na versão 11 da MIUI, que é relativamente leve e bastante customizável. Ele está também no cronograma para receber a MIUI 12, só que é provável que várias das novidades mais pesadas dela, como o papel de parede especial, não fiquem tão fluidos por aqui, ou nem mesmo sejam suportados.
No entanto, para mim, o maior destaque do Redmi 9 é a bateria. Eu já comentei que o aparelho não esquenta, e uma das consequências disso, para a Aediatek, é que seus chips se tornam mais eficientes, gastando consideravelmente menos bateria, pelo menos quando comparado com os outros chips dela.
Quando você junta essa novo patamar de eficiência com a bateria enorme de 5020 mAh, você tem um aparelho realmente capaz de durar mais de um dia com apenas uma carga.
Durante uma sessão jogando, a consumo ficou entre 11% e 13% de bateria por hora, e assistindo YouTube, apenas 8% foi embora depois dessa mesma uma hora. Então você nem precisa segurar muito para chegar de boa no final do dia, mas se você economizar, dá para quase chegar em dois dias de uso.
Câmera
Vamos falar do único ponto que não evoluiu tanto de uma geração para outra, que são as câmeras. O Redmi 9 traz uma lente principal sem valores extravagantes, apenas 13MP, e o resto é o “conjunto padrão”, que você encontra em vários outros aparelhos da Xiaomi, com a ultrawide de 8MP, macro de 5MP, e o sensor de profundidade de 2MP.
As fotos não ficam tão boas, principalmente num dia nublado, mas considerando o histórico dos Redmi de entrada, ele até que melhora em alguns pontos.
Nas selfies, o HDR consegue limpar bem os brancos estourados, tendo dificuldade com luz apenas nas fotos com o modo retrato ligado. Além disso o rosto fica bem definido e com um bom contraste, sem aquela pele branca e artificial.
Apenas de noite as coisas complicam um pouco, pois a falta de um modo noturno faz com que a foto fique cheia de chiado ou sem definição nenhuma, até mesmo se você tiver uma luz artificial forte em cima de você.
Com a câmera principal, a situação não melhora muito, inclusive fazendo com que a diferença entre a lente principal e a ultrawide, de noite, não seja tão diferente assim, basicamente é ruim igual.
Voltando para a luz do dia, ainda nublado, você vê que o HDR ainda faz um ótimo trabalho, tanto com a lente principal quanto na ultrawide, mantendo as cores e o contraste bem equilibrados, e até com o zoom de 2x, o nível de detalhes é bom.
Num dia melhor, você até consegue um céu azul, só que em ambientes internos você começa a ter um pouco de ruído e de perda de definição, que são toleráveis, mas é bom tirar umas duas ou três fotos para ter certeza que você ter certeza que o pós processamento vai ficar legal.
A câmera macro não é a pior que eu já vi da Xiaomi, mas tem as típicas dificuldades com iluminação, pouca definição e dificuldade para encontrar o foco. E para gravar a intensidade das cores está boa, só que falta estabilização para as duas lentes.
Como um conjunto, a câmera do Redmi 9 é uma câmera razoável de entrada, que parece sofrer um pouco mais que de costume por conta do chipset da Mediatek, que ainda não tem um processamento de imagem tão bom quanto as outras marcas, um problema que é compartilhado com o Note 9.
Conclusão
Importar aparelhos muito baratos, que tem mais chance de quebrar a curto prazo, por conta de uma produção mais econômica, não costuma ser um ótimo negócio, até porque o imposto padrão é de 200 dólares, acima do valor real desse carinha.
Achar uma loja com um estoque no Brasil pode ser uma opção, justamente por que o Redmi 9 sobe bastante o nível dos aparelhos de entrada da Xiaomi, batendo perto até do Note 9, que não se diferente tanto desse cara aqui. Claro que se o preço estiver parecido, o Note é melhor, mas se tiver bem mais barato o Redmi Note 9 faz sentido.
De qualquer maneira o preço dele ainda é bem difícil de justificar, mas com uma promoção boa ou redução do dólar, o Redmi 9 pode fazer bastante sentido, já que conta com uma bateria bastante duradoura e um desempenho legal. Ele sofre mais com suas câmeras, mas pra ser bem sincero, o Redmi Note 9 também.
Deixe um comentário