O Redmi Note 9 é o menor e mais barato aparelho da última geração da família mais popular da Xiaomi. Ele chega depois de pouco mais de um ano do lançamento do 7, finalmente trazendo melhorias significantes para a linha. Será que ele é o modelo que mais vale a pena para você? Ou as outras duas versões podem ser mais interessantes? É o que vamos descobrir no review de hoje.
Xiaomi Redmi Note 9
- Processador Snapdragon 855
- 64/128GB com 3/4GB de RAM
- Tela: OLED de 6,53″ (1080 x 2340px)
- Câmera principal: 48MP (f/1.8) + 8MP (f/2.2) + 2MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 13MP (f/2.3)
- Bateria: 5020 mAh
- Android 10
Construção e tela
Dentre os 3 aparelhos que levam a marca Redmi Note 9, esse, o sem nenhum sufixo, é aquele que tem o formato mais familiar para quem já possui um Redmi Note 7, seguindo a proporção mais quadrada de 19,5:9, e sem aumentar muito as dimensões.
A maior diferença por aqui é a traseira de plástico, contra o vidro das versões anteriores. Esse é o primeiro corte de custos que a gente encontra nesse aparelho, o que mostra que o Note 9 vem com um foco maior para o mercado de entrada, enquanto os dois outros preenchem a demanda por aparelhos mais intermediários.
Outra economia foi a instalação do leitor de digitais tradicional, localizado na traseira do aparelho, em vez de utilizar a tecnologia de leitura por debaixo da tela. A linha Redmi Note é uma das poucas que ainda não aderiu a esse método, mas os outros dois aparelhos da linha utilizam o leitor na lateral, que talvez nem seja tão mais caro assim, mas foge um pouco do tradicional, e até ajudam a posicionar os aparelhos para públicos diferentes.
O maior problema por aqui é o local onde ele está localizado, em um módulo super estranho, bem parecido com aquele utilizado pela Samsung, que por sua vez é uma versão piorada do iPhone, quase fazendo uma brincadeira de telefone sem fio, só que com um final bem trágico.
Para ser mais justo, a aparência fica boa com a capinha, até porque, nesse caso, como o leitor de digitais fica vão que ela deixa, existe uma desculpa prática para o design ser assim, diferente do 9S, mas de qualquer forma, espero que essa tendência não continue tão popular assim ano que vem.
Existem ainda algumas semelhanças entre o Note 9 e outros Redmi na tela, pois o Note 9 utiliza o painel de LCD IPS, de qualidade praticamente igual às duas últimas gerações. Mas houveram sim algumas melhorias, pois as bordas menores e a aposentadoria do entalhe aumentaram a relação entre o corpo e tela, chegando ainda mais próximo dos almejados 100% da frente ser tela.
Algo que ajuda bastante o Note 9 nesse quesito, é que o furo no canto é bem menor que os presentes nas telas LCD da Motorola, por exemplo, diminuindo a chance dele ficar na frente de algo importante num vídeo ou jogo, principalmente porque ele costuma ficar na parte de baixo, onde você até esquece que ele existe.
Fora isso, sem maiores novidades. O alto falante continua ali quase que por obrigação, pois é bem fraco, com uma saída única na parte inferior do aparelho. Por ali você encontra também a entrada para fones de ouvido, mas a Xiaomi não manda um fone junto, como é de costume, você só ganha uma capinha, mas é daquelas mais molengas, não tão boas quanto as que acompanham os aparelhos mais caros da empresa.
Em questão de conectividade, o Note 9 utiliza bluetooth versão 5.0, suporta a conexão Wi-Fi de 5 Ghz e as redes de telefonia utilizadas aqui no Brasil, além do NFC, e sim, até o infravermelho, para você substituir o seu controle, se assim desejar.
É o mesmo kit das últimas duas gerações, que está de bom tamanho para os dias de hoje, mas que é importante comentar, pois houve uma mudança na escolha do chipset da empresa, saindo de um Snapdragon para o Mediatek, que nem sempre é compatível com tudo igual vemos no Note 9.
Desempenho e bateria
Essa mudança acaba sendo a mais importante de todo o aparelho, pois altera bastante a usabilidade. O Note 9 utiliza o Helio G85, que deixa a linha mais potente, sem aumentar a faixa de preço do aparelho, pelo menos lá fora.
No teste de benchmark Antutu, ele sobe da pontuação de 166 mil no Redmi Note 7 utilizando o Snapdragon 660, para um pouco mais dos 200 mil por aqui, aumentando a performance em aproximadamente 20% de acordo com o Antutu. No entanto, isso não significa muito nos jogos.
No Asphalt 9 e Arena of Valor, por exemplo, você consegue colocar na configuração alta, só que o gameplay sofre com quedas de quadros de vez em quando e uma ou outra travada.
Já no CoD, você ainda está limitado à configuração mais baixa, e taxa de quadros média, que é basicamente o que o Note 7 conseguia. Além disso, o aparelho fica relativamente quente depois de uma ou duas partidas, apesar de estar melhor que o Redmi Note 8 Pro por exemplo, que esquentava bem mais e perdia bastante carga.
Aliás, essa foi a principal evolução do Note 9, a bateria, campo onde o Note 7 ia relativamente ok, até conseguindo melhorar no 8, só que sem melhorar praticamente nada do desempenho.
No Note 9, além de uma carga total de respeito, alcançando 5020 mAh, a média de consumo por hora é bem baixa, consumindo, por exemplo, apenas 12% numa hora de Arena of Valor, e 8,7% no youtube, uma diferença menor que 1% do Note 9S em alguns casos, que possui chip Snapdragon.
Isso é uma boa vitória tanto para quem precisa comprar o Redmi Note mais barato, quanto para a Mediatek, que finalmente passa a oferecer chips competitivos, que não esquentam demais e nem diminuem a longevidade de uma carga.
Para carregar, o tempo de tomada para ir de 0 a 100% foi de 2 horas e 10 minutos, que é um tempo alto, só que bom para aparelhos com toda essa carga.
Câmera
Mas em câmeras, a MediaTek ainda não está num ponto legal, mas antes vamos falar das lentes. A frontal do Note 9 possui 13MP, e na traseira as lentes são de 48MP na principal, 8MP na ultrawide e 2MP tanto na macro quanto no sensor de profundidade.
Começando pelas selfies, você consegue tirar fotos boas, mas a cara branca, o HDR ruim, fácil de estourar os brancos, e uma certa dificuldade em média luz, fazem com que ela fique para trás da concorrência e até mesmo de aparelhos nessa mesma faixa de preço da Xiaomi.
Por coincidência, nós estávamos testando o Galaxy M31 na mesma época, e dá para notar como as fotos do Note 9 perdem detalhe quando colocamos as duas lado a lado.
No caso das fotos com a câmera principal, o problema aqui é o contrário daquele que estamos acostumados a ver, pois falta saturação nas cores, o que deixa o cenário meio tristes e sem graça.
Se é para errar aqui, com certeza é melhor exagerar do que faltar. Além disso, nem mesmo a alta resolução da lente conseguiu deixar a definição da foto legal, e você inclusive começa a notar chiados nas fotos em média luz.
Isso é ainda pior nas câmeras auxiliares, onde todas acabam ficando com um resultado não tão legal se o dia estiver nublado ou algo assim. Em alguns casos eu também precisei tirar varias fotos seguidas, pois o foco da câmera é meio lerdo, principalmente na macro, onde até em dias ensolarados a foto parece ter sido tirada há 5 anos.
Por outro lado, o pós processamento tira bastante da distorção das fotos ultrawide, e se o dia estiver legal, você consegue resultados bem legais com todas elas, só é preciso tomar cuidado mesmo com ambientes pouco iluminados, e deixar o celular no bolso depois que anoitecer.
O foco dos aparelhos da serie Note da Redmi nunca foram as câmeras mesmo, então essa relativa desvantagem que ele leva é aceitável, até porque você tem o Note 9S e o 9 Pro que já mandam muito bem nessa frente.
Conclusão
A nossa expectativa era que o Note 7 fosse substituído por um aparelho um pouco mais moderno e mais potente, algo que a gente finalmente encontra no Note 9. Só que a Xiaomi deu um passo a mais e trouxe também uma bela bateria, além de outras opções, um pouco mais caras, caso você prefira um modelo com câmeras melhores ou mais completo como um todo.
O Note 9 tem tudo para substituir o sucesso do Note 7, dependendo apenas do quão barato ele ficará, e é aí que está a grande dúvida, pois, por um lado, estamos num período meio complicado para importar aparelhos. O ideal é esperar para que ele fique perto da casa dos 1200 reais, onde faz mais sentido com relação ao que estamos vendo no mercado nacional.
Deixe um comentário