O Redmi Pad SE é um tablet pensado para ser barato e competente, e que agora está com um preço interessante. Mas será que ele é bom o bastante para valer seu rico dinheirinho? É o que eu te conto nesse review.
Xiaomi Redmi Pad SE
- Processador Snapdradon 680
- 256GB com 8GB RAM
- Tela de 11″ 90Hz (1200 x 1920 px)
- Câmera de 8MP f/2.0 (traseira) e 5MP f/2.2 (selfie)
- Bateria de 8.000 mAh
- Android 13
O Redmi Pad SE foi pensado pra ser o mais barato da linha, e pra isso ele tem configurações intermediárias de entrada, mas vamos falar um pouco delas, e da experiência de uso dele ao longo do review.
A gente já trouxe o Redmi Pad, que tem configurações um pouquinho mais robustas, e esse modelo é o membro de entrada da família, mais barato e mais básico.
Construção
O desempenho é algo que eu quero abordar bastante, porque algumas coisas me assustaram, só que eu falo disso daqui a pouco, porque antes, deixa eu passar pela construção e o design desse tablet.
Vou ser sincero em dizer que eu só falo sobre ele porque é parte do review, porque tablet é tudo bem parecido um com o outro.
A traseira dele é de alumínio, e aqui temos um verde bem interessante, num tom mais pastel e acabamento brilhante, que a Xiaomi chama de Mint Green.
No topo, do lado esquerdo, está o nome Redmi, e do outro lado o módulo de câmeras. Ele trem uma única lente, em um frame enorme, e uma proteção vitrificada em dois tons de verde.
Os frames laterais também são de alumínio, e você vai reparar que essa parte não tem os recortes para as antenas de telefonia celular, porque esse cara não aceita chip físico, apenas conexão Wi-Fi.
Aliás, tentar abrir a gaveta para cartão de memória foi uma tarefa bem difícil porque ela enroscou bastante no tablet para sair. Primeira vez que isso acontece em um produto que eu testo.
Como a câmera frontal foi posicionada pra você usar o tablet na horizontal, na parte de cima encontramos o botão de aumentar e diminuir volume.
O botão de energia fica na lateral esquerda, acompanhado de duas saídas de som e a inscrição Dolby Atmos. Esse botão merecia ter biometria, mas não temos essa opção por aqui.
Do outro lado ficam as outras duas saídas de som, a entrada de 3,5 mm para fones de ouvido e a entrada USB-C.
Se você tem agonia por simetria, essa entrada de fone de ouvido vai te incomodar, porque ela está muito desalinhada.
Eu entendo que é aquela batalha por milímetros para acoplar os componente, mas aqui a gente pode concluir que foi uma falha no design, né?
Voltando para as bordas, na base não tem nada, e isso significa que ele não tem pins para se conectar com um teclado, por exemplo. Ou seja, capas teclado para ele vão ser apenas Bluetooth.
Tela
Virando de frente a gente vê uma tela IPS LCD Full HD de 11 polegadas com bordas largas, que dão uma proporção de tela corpo de 81,4%, que é até comum para tablets, já que você precisa colocar as mãos na borda para segurar o aparelho.
E olha, é uma tela básica, que condiz com a faixa de preço desse tablet. 90 Hz é algo presente em celulares mais simples, e aqui ela conta com brilho de 400 nits, que é bem pouco, e tem densidade de pixels de 207 pixels por polegada, que é um número também de entrada.
Em lugares fechados, com luzes acesas, você vai ter um nível de visualização bom, mas esse não é um tablet para você usar em lugares externos, sob sol forte ou nada disso.
Por padrão, a tela vem no modo vívido, mas eu troquei para saturada e não vi grandes diferenças nos dois modos. As cores me pareceram lavadas também. Olha, é tablet, né? É tudo muito parecido, e até meio sem graça, mas eu preciso explicar.
Outra coisa que é bem parecida em tablet são as câmeras. E aqui a Redmi talvez não tenha entendido que a principal câmera desses dispositivos é a frontal, que vai ser usada em chamadas de vídeo, especialmente. A traseira está ali porque precisa estar. Mas não espere nada de especial dela, inclusive deu pra reparar uma dificuldade no foco.
Tudo bem, você pode precisar escanear um documento, gravar uma aula ou uma apresentação. Mas, olha, eu uso tablet regularmente há quase dois anos e conto nos dedos quantas vezes eu precisei usar a câmera traseira.
Aliás, ela tem um modo na câmera justamente para escanear documentos, além de um modo de vídeo curto e um modo noturno, além dos tradicionais foto e vídeo.
Dito isso, ele tem câmera principal de 8 megapixels e uma frontal de 5 megapixels, que gravam em Full HD a 30 quadros por segundo, e é isso.
Desempenho
Agora chegou o momento de tirar o Band-Aid da ferida. Vai doer, mas precisa ser dito. Esse é um tablet intermediário, só que possui configurações que mais se assemelham à um tablet de entrada.
Nessa versão que eu testei, o chipset é o Snapdragon 680, combinado com 8 GB de RAM e 256 GB de memória interna. Existem versões com 128 GB de memória interna e 4 GB ou 6 GB de RAM.
Eu esperava um desempenho melhor do Snapdragon 680, mesmo com resultados modestos nos testes sintéticos. E quando eu falo em resultados modestos, são modestos mesmo. Foram 275.232 pontos no Antutu Benchmark, e no Geekbench 6, foram 416 pontos no single-core e 1.457 no Multi-Core.
Mas olha, a experiência de navegação, de uso do sistema, o tempo de resposta entre ação e o que acontece na tela, foi tudo bem decepcionante. O sistema é lento, e mesmo a velocidade de conexão dele me pareceu mais devagar que o normal. Tanto que eu demorei quase 40 minutos para baixar o Antutu Benchmark, que tem 700 MB de tamanho.
Com o tempo e duas atualizações da MIUI Pad, essa sensação de lentidão foi melhorando, mas ainda assim, para o dia a dia, ele me pareceu lento demais para ser um dispositivo que melhora sua produtividade.
Dá pra perceber engasgos até na animação no sistema, na troca entre aplicativos e até mesmo quando você gira o tablet do modo retrato para o paisagem.
Em jogos, eu consegui jogar Asphalt 9 com taxa de quadros e qualidade gráfica no alto, mas em Call of Duty eu precisei escolher. Se a qualidade gráfica fosse alta, os quadros iriam para o médio. Se os quadros forem para o alto, a qualidade gráfica cai para o médio.
Eu consegui jogar bem os dois games, especialmente depois de atualizar a MIUI Pad, respeitando as configurações do jogo e consegui uma experiência razoável para um tablet com as suas configurações.
No Genshin Impact, ele automaticamente colocou o jogo em 30 fps com qualidade de gráficos muito baixa, e eu nem julgo, afinal é um dos jogos mais pesados da Play Store.
Quando você aumenta a taxa de quadros para 60 fps, ele não te permite ter gráficos muito altos, e avisa que isso vai sobrecarregar o sistema.
Software
A MIUI Pad roda sobre o Android 13, e como todo tablet Android, é uma interface de celular esticada, com algumas adaptações para parecer feita para tablets.
Por padrão, ela vem com a gaveta de apps desabilitada, mas dá para alterar isso tocando em alguma tela da página inicial e acessando as configurações.
E seguindo o padrão, são duas ações quando você arrasta de cima para baixo. Do lado direito, o painel de ações rápidas e do lado esquerdo as notificações.
Ele tem modo de tela dividida, e dá ainda para adicionar um terceiro aplicativo via janela flutuante. É só arrastar da base para o centro da tela ou para o lado que você quer que o aplicativo fique.
E o que eu achei diferente na interface da Xiaomi é que, quando você deixa um aplicativo na metade da tela, o sistema força a MIUI Pad a funcionar na outra metade da tela, reduzindo o tamanho dos ícones para que ele funcionasse nesse modo mais quadrado.
Faltou falar que ele tem suporte a capa teclado e caneta, mas você vai precisar importar esses acessórios, e talvez as taxas não deixem essa opção interessante.
E uma coisa que eu gostei bastante nesse cara foi o som. São quatro alto falantes, dois de cada lado, com suporte a Dolby Atmos, que deixam a experiência sonora dele bem boa.
Eu assisti a vídeos e ouvi músicas com ele sem sentir distorção no volume máximo, apesar de ter um equilíbrio tonal mais voltado para os médios. É um som maravilhoso? Não, mas é bom o suficiente para acompanhar uma aula ou assistir um vídeo.
Bateria
Em bateria, esse cara vem com 8.000 mAh, e um carregador de 10 W na caixa, com um cabo USB para USB-C. E eu recomendo paciência para quem quiser fazer a carga completa dele.
Eu precisei de incríveis 3 horas e 42 minutos, para ter a carga completa dele. Meia hora me deu apenas 16% de bateria e com 1 hora na tomada eu não tinha nem 30%.
O lado bom é que vai demorar para você ver essa bateria zerada. O Snapdragon 680, embora não seja o melhor chipset do mundo em desempenho, consegue ser bem econômico em termos de eficiência energética.
Ele já consegue bom resultados em smartphones, e em tablets, que têm um uso diferente, a autonomia realmente é boa. Você só precisa estar sem pressa de recarregar.
Como exemplo, eu consegui correr duas vezes em Asphalt 9 com a bateria em 1%, e ele ainda avisa quando a bateria vai acabar, com um prazo de 30 segundos para você colocar um carregador.
Ele suporta carregamento Quick Charge 3.0 de até 18 W, e em outros conteúdos que eu vi sobre esse modelo, se você tiver um carregador com essa tecnologia, o tempo de carregamento cai para 2 horas e 45 minutos, o que está mais normal para um tablet Android.
Conclusão
Confesso que eu esperava bem mais do desempenho do Redmi Pad SE. O Snapdragon 680 é um bom chip e 8 GB de RAM deveriam dar pra esse cara um pouco mais de fluidez, sabe?
Mas não foi o que eu encontrei aqui. Talvez a camada de MIUI Pad tenha ficado pesada e isso comprometeu um pouco a velocidade no multitarefa e até no carregamento.
Eu também não gostei da velocidade de conexão dele. Apesar de se manter conectado ao Wi-Fi, ele demorava para baixar jogos e aplicativos, mesmo próximo ao roteador.
Só que ele pode fazer sentido para um estudante que precisa de um tablet como apoio para plataformas online, pra quem quer um tablet legal pra consumir conteúdo em uma tela maior que um celular, ou simplesmente pra quem não é muito exigente.
Mas aí entra o assunto preço. E primeiro eu preciso dizer que não está fácil achar esse cara. O mais fácil seria importando da China via Aliexpress, mas as taxas vão deixar esse cara meio caro.
No Brasil, até por conta da ofensiva contra o mercado cinza, está mais difícil encontrar, mas ainda é possível pegar ele por aqui na faixa de R$ 1.500 na versão que testamos com 8 GB de RAM.
É mais alto que o Galaxy Tab A8, mas próximo do Galaxy Tab S6 Lite 2024, esse cara que já está no terceiro lançamento, por isso fica difícil indicar o Redmi Pad SE.
Ele vai se tornar interessante se chegar a uma faixa próxima dos R$ 1000 vendido por aqui, mas ainda está distante. Ou melhor, só vai encontrar o modelo de 128 GB e 4 GB de RAM que deve limitar ainda mais seu uso.
Malena Garcia diz
Ele aceita chip virtual???