Com a chegada do Zenfone 5 no mercado brasileiro com configurações de intermediário bastante similares ao modelo anterior, ainda vale a pena pegar o Zenfone 4 ou é melhor ir direto pro modelo mais novo com seu belo notch?
Design
Desde o Zenfone 3 a Asus já entrega uma construção muito boa para os seus intermediários, e eles conseguiram melhorar mais uma vez. O vidro na parte traseira e as bordas de metal permanecem na nova geração, porém, a inspiração no iPhone X ficou evidente, já que as câmeras se tornaram verticais e levemente saltadas.
Acho bem legal o fato da versão 4 ter as câmeras na mesma altura de todo o resto, mas isso possibilita que um rachado na traseira prejudique sua lente.
Mantiveram a entrada p2 na parte de baixo do aparelho, juntamente com o USB-C e a saída de som, que permanece estéreo, por usar o alto falante frontal para emitir o som também. A pegada e o tamanho do aparelho são basicamente as mesmas e ele tem essa traseira reta que eu gosto.
Outro ponto que diferencia os equipamentos é a localização do sensor de impressão digital. Enquanto no Zenfone 4 está na frente, no Zenfone 5, fica na parte de trás. Por conta do aproveitamento da tela maior, que ocupa 90% da área frontal, a Asus habilitou no Zenfone 5 a navegação por gestos, que funciona como no OnePlus 5T e que permite mostrar ainda mais informação na tela.
Tela
Por falar em tela, o Zenfone 4 utiliza tecnologia IPS LCD com 5,5 polegadas, enquanto no Zenfone 5 são 6,2 polegadas em proporção 19:9 e o notch, no topo.
A tecnologia da tela é a mesma nos dois aparelhos e eu já gostava muito do equilíbrio de cores no modelo mais antigo, mas a Asus conseguiu evoluir este ponto no Zenfone 5 e tenho que admitir que essa é a melhor tela que já usei, comparando com a linha Galaxy, com tela super amoled.
Colocada as devidas diferenças, que no amoled tem o contraste infinito, pretos mais profundos e cores mais saturadas, a tela IPS tem um brilho muito bem equilibrado, as cores estão vibrantes e se você gosta de fotografia, vai preferir uma tela IPS a uma tela amoled, já que as cores são mais realistas.
Desempenho
O 4 chegou no Brasil em algumas variações: a mais básica tem o Snapdragon 630 com 3GB e 4GB de RAM e depois temos o 660 com 4GB e 6GB de RAM, sendo que o de 6GB está bem difícil de encontrar. Entre eles, você tem 32GB, 64GB ou até mesmo 128GB de armazenamento. Vindo do mais barato para o mais caro.
Já o Zenfone 5 chega com o Snapdragon 636, 4GB de RAM e 64GB ou 128GB de armazenamento.
Na prática, o processador do aparelho mais novo é superior ao snap 630 do modelo anterior e inferior ao snap 660, porém, vale ressaltar aqui que se você está atrás de um aparelho pra trabalhar com muitos apps abertos – ter desempenho e velocidade – o Snapdragon 630 com 6GB de RAM ainda é uma opção melhor. Caso queira os recursos de inteligência artificial do Zenfone 5, ai não tem escolha, porque mesmo o snap 660 entregando muita potência, o 636 ainda sai na frente com relação a esses recursos.
Para o usuário padrão, qualquer um dos dois vai conseguir rodar tudo numa boa. O que muda mesmo é se você é um pouco mais hardcore, se gosta do sistema mais fluido e otimizado possível.
Falando em sistema, os dois carregam a interface ZenUI com Android Oreo, que ainda não está totalmente acertada e alguns bugs ainda podem ser encontrados. Entretanto, recursos para ativar a câmera somente tocando duas vezes no botão de volume e atalhos através de desenho de letras na tela deixam a interface mais rápida e inteligente.
É esperado que o Zenfone 5 receba atualizações mais rápido e por mais tempo, mas até mesmo o Zenfone 3 recebeu Android Oreo nos últimos tempos, então imagino que a Asus irá continuar o suporte aos seus aparelhos.
Câmera traseira e frontal
Nas câmeras, apesar das mesmas especificações, encontramos algumas diferenças entre os dois modelos. Diferenças que eu imagino que são evoluções. Para contextualizar, ambos possuem uma lente de 12 megapixels com abertura f/1.8 e uma lente secundária, wide angle, de 8 megapixels.
Na frontal, são 8 megapixels com abertura f/2.0 com o modo retrato, que vem funcionando muito bem, sendo feito somente via software.
O principal diferencial do Zenfone 5 quando comparado com o anterior é o HDR e o pós processamento da imagem. Não era difícil fazer uma foto em ambiente bem iluminado e ficar tudo muito claro, ou estourado, como a gente costuma dizer, para o ato da foto perder informação nas áreas claras.
Com os testes que eu venho fazendo com o Zenfone 5 já deu pra perceber que eles evoluíram muito nesse quesito. Só que o pós processamento ocorre depois da foto tirada, então você tem uma composição de cor em mente e na hora que tira a foto, ele processa um pouco diferente. Isso incomodou, mas realmente, no geral, esse processamento deixa a foto melhor do que no modelo anterior.
De qualquer forma, essa evolução começa a deixar o Zenfone 5 um pouco mais perto dos flagships, apesar de ainda não ser. Muito desse resultado é culpa também da inteligência artificial, que consegue identificar o cenário da foto – seja um animal, comida, paisagem – e ajusta a velocidade do obturador, ISO, nitidez, contraste e balanço de branco pra gerar uma foto bem melhor. Muitos equipamentos estão começando a trazer tal função, que já vimos por exemplo no Xiaomi Mi 8, e que sim, dá uma ajuda.
Em vídeo a melhora também foi significativa tanto em estabilização – que é ótica novamente -, quanto na faixa dinâmica.
Pra fechar, deixa eu comentar mais da bateria. Os dois tem a mesma capacidade – 3300mAh – porém, o meu Zenfone 4 é mais gastão que o Zenfone 5 e isso é um efeito colateral do Snapdragon 660, que equipa a versão que eu possuo.
O Zenfone 5 está se saindo muito melhor nesse quesito nos últimos dias e eu reparei que depois de umas duas semanas o optiflex fez muita diferença no consumo geral. Ando conseguindo 6 horas de tela.
Você precisa usar algumas semanas para ele começar a aprender e otimizar. Até porque dessa forma ele consegue definir certas prioridades de acordo com o seu uso e deixa a potência do aparelho mais equilibrada com o passar do dia. Por exemplo, se durante o dia eu não abro vários aplicativos e jogos, ele pode capar o processamento. Entretanto, no final do dia, eu costumo jogar um pouco mais, e isso exige que o equipamento fique no modo full de processamento.
Este recurso também está presente no Zenfone 4, mas eu notei que no Zenfone 5 ele consegue economizar mais bateria ao longo do tempo.
Outro ponto importante é que os dois equipamentos tem carregamento rápido, e a carga é completa com uma hora e quarenta, utilizando o carregador padrão do aparelho.
Conclusão
Os dois aparelhos não são os tops de linha do mercado mas vão te oferecer uma boa experiência com seus jogos, tarefas mais rotineiras e a até em câmeras.
O Zenfone 4 é uma escolha mais assertiva se você está pensando em ter muito desempenho que pode ser encontrado com boas opções de memória RAM e processamento. Inclusive, em mais versões que o próprio Zenfone 5.
Já o modelo mais novo pode ser uma escolha mais interessante se você quer ter uma tela melhor, que já usa o novo formato mais esticado de tela, que é bem melhor pra consumir conteúdo, recursos de inteligência artificial e câmeras mais preparadas para o dia-a-dia.
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