Midea Dual Cyclone: boa no preparo e no preço

A Midea Dual Cyclone é uma fritadeira compacta e potente, com acabamento diferente do que a gente vê em outros modelos. Vocês já sabem que eu tenho um histórico de furos na dieta para poder testar fritadeiras, e aqui não foi diferente. Passei alguns dias fazendo receitas com elas pra saber o que ela tem de bom. Será que ela atendeu minhas expectativas?

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Construção

Tem uma coisa aqui que me chamou a atenção logo de cara, que é o acabamento dessa fritadeira. Primeiro porque ela não usa aquele prolipropileno brilhante, o famoso “black piano”. Esse acabamento é um ímã pra riscos, que uma simples passada de pano ou esponja podem marcar, e ficam bem aparentes.

Nessa fritadeira o acabamento é fosco e até lembra metal, mesmo sendo plástico também. Esse detalhe simples passa uma sensação de produto mais premium, e é um belo acerto da Midea.

Além disso, ela é bem compacta, e fica muito mais fácil de caber em cozinhas pequenas, nas bancadas que têm pouco espaço, e combinado com o preto, faz com que ela chame pouca atenção.

Mas o tamanho menor da circunferência tem uma outra implicação. Para dar conta dos 3,5 litros de capacidade, o cesto é mais alto do que o normal, já que sua área total é menor quando comparada a de outros modelos.

A única parte cromada é um anel em aço inox quase no topo da fritadeira, que ajuda a quebrar essa estética. No mais, apenas as inscrições dos botões, com os tempos e temperaturas são escritas nesse tom de dourado mais opaco.

Ela conta com dois botões manuais e giratórios para a temperatura, que vai de 80º C a 200º C, e temporizador de até 60 minutos. Tem um pequeno e discreto LED de funcionamento na parte frontal. Tão discreto que eu tentei limpar achando que fosse sujeira.

E outra coisa bem-vinda é a trava da alça, que ajuda a evitar toques desnecessários que podem quebrar tanto a alça quanto o cesto em caso de quedas. E acredite em mim, eu queria muito que a minha fritadeira tivesse essa trava, porque ela quebrou justamente por isso.

O suporte para fio também é importante pra deixar tudo organizado. Como é natural nesse tipo de equipamento, a tomada é de 20 A.

Espaço interno e utilização

Um dos recursos que eu mais gostei nesse modelo é algo que eu reclamo em quase todas as análises de airfryer. Diferente das outras, essa aqui interrompe o cozimento quando você tira a bandeja e só retoma quando você encaixa corretamente de novo.

Isso é mais segurança para quem está usando, e eu não sei porque outras marcas demoraram tanto pra incorporar essa tecnologia.

Mas tem outra coisa que ela flexibiliza bastante, e eu fiquei surpreso quando vi. A Midea permite o uso de papel manteiga, alumínio ou até outros materiais que resistam à temperatura de 200 graus dentro do cesto, mas eles nunca devem cobrir o fundo do cesto de cozimento.

Esse espaço é importante para que o ar quente da ventoinha consiga circular e cozinhar o alimento.

Aliás, é aqui que a Midea apresenta sua tecnologia DualCyclone, que inclusive dá o nome pra essa linha. A Midea garante que isso agiliza o preparo e deixa o alimento mais crocante.

Mas eu acredito que se a ventoinha fosse protegida para evitar que pedaços do alimento e gordura grudem nela, seria melhor. Ela exposta assim requer um cuidado maior na hora da limpeza.

Mas, se de um lado a resistência fica exposta, o restante é bem simples de limpar. Foi só passar a parte mais lisa da esponja com detergente neutro para tirar toda a sujeira que ficou sem arranhar o teflon do cesto.

Aliás, o material do cesto não me pareceu daqueles tipos de teflon que saem fácil quando você limpa, o que é um ponto bem positivo.

Para a parte externa, minha recomendação é um pano macio e úmido, nada mais. Nunca use álcool e produtos químicos com amoníacos, e também nem pense em usar escovas abrasivas ou esponjas de aço para limpar sua fritadeira.

Outro detalhe importante é sempre esperar a fritadeira esfriar totalmente, já que isso preserva o revestimento e evita que essa característica seja perdida com o tempo. O cesto e a bandeja também podem ser higienizados na lava-louças, se você tiver uma dessas em casa.

Pra quem precisa das informações técnicas, vamos lá. Sua capacidade é de 3,5 litros, a potência em 127V é de 1500W, e cai para 1375 quando ligada em 220V.

Ela pesa 4,1 kg, e nas medidas são 27cm de largura, 30 de altura e 37 de profundidade. Nos meus testes, 30 minutos de uso consumiram somente 0,256 KWh, ou seja, nem completou 1 kWh nesse período.

Preparo de alimentos

Fiquei surpreso positivamente com essa airfryer da Midea. Não querendo adiantar a conclusão, mas a diferença entre as airfryers mais caras, de mais de 1000 reais diminuiu bastante para essas que estão na faixa dos R$ 400, e não só na qualidade do acabamento como no resultado do preparo em si. O tamanho menor e a boa potência oferecem preparos bem rápidos.

O pão de queijo gourmet da Swift não precisou dos 15 minutos da embalagem, porque ele já estava pronto com 10, até um pouco mais passado do que a coloração que eu gosto.

E aqui o tamanho do cesto faz diferença. Eu não consegui colocar mais do que sete pães de queijo. Não dá pra empilhar, porque eles não podem grudar.

No caso da coxinha de costela, os oito minutos da embalagem deram conta do recado, e elas ficaram no ponto. Nem douradas demais, nem cruas. Mas para preparos mais pesados, ele precisa de mais tempo do que os manuais costumam pedir.

No caso das batatas palito, eu precisei de 18 minutos, não dos 15. Mas as batatas canoa ficaram prontas exatamente no tempo que a embalagem diz, e olha que eu usei o pacote inteiro, sem fracionar.

Pra tirar a prova, eu repeti a receita do filé mignon suíno na airfryer. Eu já tenho o benchmark da Philips Wallita, que conseguiu me entregar tudo pronto em 20 minutos. O modelo da Midea me entregou a mesma quantidade em 25 minutos, mas com um porém.

Apesar de bem dourada por fora, ainda dava pra ver pontos mais rosados por dentro, e como é carne de porco, o melhor foi colocar mais três minutos além dos 25 para não ter nenhum risco à saúde.

Não falta potência pra essa airfryer da Midea, mas o cesto mais alto tem uma clara influência no tempo de preparo de carnes, porque o ciclo de cozimento é um pouco mais demorado.

O lado legal é que mesmo com um preparo mais gorduroso, como da carne de porco, foi muito simples de lavar, como eu já expliquei antes.

Conclusão

Confesso que eu fiquei surpreso com essa fritadeira. Achei bacana o design que tenta fugir do padrão. Ela é compacta no tamanho e o acabamento fosco me conquistou, porque é mais difícil de riscar e dá uma sensação de produto premium.

Eu também preciso elogiar o sistema de desligamento automático ao tirar o cesto. É uma camada a mais de segurança, especialmente para quem tem crianças pequenas em casa. O único ponto é que o cesto menor e bem alto pode não ser o mais adequado para alguns tipos de carne, ou pra assar pão de queijo, que você vai ter que fazer em duas vezes.

Pra fechar, os 1500W de potência mandaram muito bem, além de ser moderada no consumo de energia. Mas o melhor é saber que não precisa pagar caro para ter uma dessas, e o melhor preço que eu achei no momento que eu escrevi essa avaliação foi de R$325.