O Samsung Galaxy A8 tem a proposta de ser um intermediário premium com câmeras frontais superiores a de seus concorrentes. Mas será que ele vale realmente a pena?
Design
A Samsung evoluiu bastante nos últimos anos quando o quesito é design e o Galaxy A8 continua uma boa tendência de mostrar aparelhos com uma construção impecável.
Diferente da linha S que vem ficando cada vez mais redonda e curvada, a empresa adotou um layout mais reto e quadrado, tanto nas suas medidas quanto na tela, que falo logo mais.
O corpo é todo em vidro, o que sim, dá uma cara mais premium. Ainda mais premium é a capinha que acompanha o equipamento que é de plástico duro.
Nos dois pontos o A8 ganha do Moto G6 Plus, por exemplo, já que digitais ficam marcadas mas não com tanta facilidade quanto no modelo da Motorola, e a capinha que acompanha é mais mole e parece mais frágil.
As cores escolhidas também são, para mim, de bom gosto – temos ametista, que é esse da nossa análise, dourado e preto.
Toda a construção é bem fechadinha, até porque o aparelho tem a proteção a prova d’água com a certificação IP68, uma característica também presentes nos outros modelos da linha A da empresa, de onde ele herdou também a saída de som lateral – que alguns gostam e outros odeiam.
Eu achei sua qualidade ate que parecida com o do Galaxy S8, mas pior do que do Galaxy S9, que melhorou nesse quesito.
Felizmente o botão da Bixby ficou de fora e ainda temos fone de ouvido, bem como uma entrada USB-C. A traseira apesar de clean foi um prenúncio para a nova posição do sensor de digitais, que chegou também para o S9 e que eu particularmente gostei.
Desbloqueio facial
Esse aparelho tem como um dos diferenciais o fato de ter duas câmeras na sua parte frontal, o que te permite realizar o desbloqueio via análise facial, chamado de face unlock.
Diferente do iPhone ou mesmo do OnePlus 5T que também contam com um escaneamento extremamente rápido, o A8 demora entre 1 e 2 segundos depois que você está na posição certa para te identificar.
Aliás, ficar na posição certa é outro trabalho complicado, já que o ângulo de visão não é dos maiores. Na verdade eu tive muitos problemas – a ponto de o A8 decidir em alguns momentos que não ia reconhecer meu rosto e ponto, sem ter algo que resolvesse.
Dai eu pego destravo, travo de novo e ele decide voltar. Sem luz a qualidade diminui e se você usa óculos pode ter também um pouco de dificuldade em alguns momentos.
Felizmente é possível usar simultaneamente tanto o sensor de digitais quanto o de face, o que ajuda no dia a dia.
Tela
A tela é outro destaque deste equipamento por alguns motivos. A Samsung teima em chamar qualquer tela 18:9 de Infinity Display e ela é bem bonita.
Conta com tecnologia super amoled, bom contraste, o brilho é bem alto, mas ainda tem muita borda para ser chamado de “tela infinita”.
Eu gosto de telas retas e o LG G6 foi um dos aparelhos em que mais senti dó de parar de usar depois dos testes.
Voltando ao Galaxy A8, é um aparelho bonito, tela bonita, mas a pegada é um pouco grande demais, tanto no modelo Plus quanto no menor, ate porque ele é “quadradão”! Coisa que eu gosto e que me incomoda ao mesmo tempo.
Desempenho, bateria e software
Eu não tenho do que reclamar de sua performance, afinal, temos um Exynos 7885, um octa core com dois núcleos em 2,2Ghz e os outros seis com 1,6Ghz que chega ali perto dos novos Snapdragon 660.
Ele consegue rodar tudo de boa mas fica levemente pra trás do Galaxy S8 quando colocado lado a lado em teste de velocidade de aplicativos, que demoram sim mais para carregar. O problema pra mim no entanto, está nas limitações de câmera que o processador ajuda a captar e que eu já falo mais pra frente.
Com 4GB de RAM e 64GB de armazenamento, o padrão para sua faixa de preço, o A8 vai dar e sobrar pra maioria, principalmente porque a Samsung Experience não está com problema algum de otimização de RAM, apenas aquele lance de transições mais longas e o peso do sistema.
Algumas pessoas comentaram sobre alguns jogos estarem rodando com travamentos no A8, mas parece que estão corrigidos. Temos por aqui a Samsung Experience 8.5 que deve ter pelo menos uma atualização grande para o Android Oreo.
Seria legal chegar até ao Android P? Sim, mas sabemos que a Samsung é um pouco demorada mesmo com relação a isso.
Eu sinceramente gosto das funcionalidades do sistema da Samsung e fico feliz do botão da Bixby não estar por aqui para atrapalhar, mas ainda temos a presença da Bixby Home para trazer algumas informações do dia a dia.
Com relação a bateria, eu esperava que o A8 fosse um pouco melhor que o S8, mas parece que o modelo menor entregou uma média de quase 7 horas de tela, com o modelo Plus batendo quase 9 horas.
Isso faz sentido pelo tamanho da bateria ser igual, 3.000mAh no modelo menor e 3.500mAh no Plus, mas o processador mais fraco deveria também ser menos gastão, o que não é o caso.
Agora, o lado bom é que pelo menos temos um carregador rápido por aqui que permite ir de 0 a 100% em 1 hora e 40 minutos no caso do menor e perto de 2 horas no Plus.
A saída de som do aparelho é bem ok, sem grandes surpresa. Ele tem todos os sensores normalmente encontrados nesses aparelhos mais caros, além do NFC para a utilização do Samsung Pay.
Câmera traseira
A traseira possui 16 megapixels com uma abertura de f1.7 e faz fotos com uma boa qualidade, logo acima dos intermediários.
O S8, por exemplo, tem melhor contraste, pega melhores as cores e dá uma sensação melhor de profundidade, mas no geral o A8 entrega uma câmera muito legal e que você nunca perceberá que fica atrás de um flagship se não colocar lado a lado.
Infelizmente, a falta de estabilização ótica faz com que o celular utilize mais do processador para a estabilização digital e deve ser um dos principais fatores para não termos gravação em 4K na câmera traseira, um downgrade estranho, já que qualquer modelo abaixo da sua faixa de preço já faz isso.
A falta da estabilização também faz com que fotos fiquem borradas com maior facilidade do que com os topos de linha da empresa.
Tivemos alguns problemas também com o foco em vídeos que não se decidia, demorava ou travava, e em menor parte nas fotos, onde só demorou um pouco mais que a média.
De novo, se você sair de uma linha J ou ate mesmo uma linha a um pouco mais antiga esse ainda é um bom upgrade, mas poderia ser um pouco melhor pelo seu preço.
Câmera frontal
Na câmera frontal, temos uma lente principal de 16 megapixels com abertura f1.9 e uma segunda lente de 8 megapixels e mesma abertura.
Com isso, conseguimos uma resolução muito boa principalmente em boa luz, onde a câmera, dá um show. Eu não quero me exaltar muito, mas junto do OnePlus 5T, o A8 tem provavelmente a melhor câmera frontal do mercado. Pelo menos do que testei até agora.
O estranho é que em baixa luz ela fica muito perto do que é entregue pelo S8, mesmo tendo o dobro de resolução.
O ponto alto desse par de lentes é a possibilidade de fazer o modo retrato, que vai muito bem obrigado. Na hora de pré-visualizar, tanto o contorno como o efeito embaçado parecem estranhos, mas com o processamento é só alegria. Afinal, apesar de nunca recortar certo minhas orelhas, o cabelo fica até que bem certinho, uma vitória.
Enfim, a câmera frontal filma em Full HD e tem uma boa estabilização também, tornando-a uma opção interessante pra quem quer fazer vlogs.
Conclusão
O Samsung Galaxy A8 é um celular bem consistente em todas as frentes, ele tem um processador legal, bateria ok, acabamento impecável apesar de um pouco menos ergonômico, uma câmera satisfatória e um sensor de face que poderia ser melhor.
Sua câmera frontal é realmente um diferencial e a falta de gravação em 4K junto com outras coisinhas me fazem chegar a conclusão que o seu preço de lançamento é um pouco acima do desejado.
Algo perto dos R$1800 colocar ele em um patamar melhor e menos do que isso ele ia ser um sucesso, desbancando concorrentes. Mas como não é o caso, fica a minha dica de que é um produto legal sim, que vale a pena, principalmente se estiver disposto a pagar o preço ou encontrá-lo mais barato.
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