O Huawei P10 Plus foi um dos topos de linha da marca em 2017 e veio para atacar um segmento bem claro, desempenho e câmera. Agora, será que o uso de processador próprio e a parceria com a Zeiss conseguem entregar o necessário pra valer seu preço?
Design
Como sempre, a Huawei trouxe um design bem comum para o P10 Plus, mas acrescentou um toque característico na parte traseira, essa linha preta com as duas lentes com detalhes de abertura e o nome Zeiss.
Eu particularmente acho esse design acima da média por ser simples ao mesmo tempo em que é diferente das outras marcas. O mesmo vale para a linha matte que conseguiu se diferenciar bem na traseira.
Os botões de liga/desliga tem detalhes em vermelho de ótimo gosto e uma textura para você não apertar por engano, já que o botão de volume fica logo acima.
Esse botão de liga e desliga ainda tem um acabamento em seu entorno que o deixa mais baixo na carcaça, é um cuidado para você ter uma sensação legal na hora de bater uma foto. Coisa que como eu falei, é um dos focos desse aparelho aqui.
Na parte da frente, não tem jeito. apesar das bordas extremamente reduzidas nas suas laterais. ainda temos bastante espaço inutilizado na frente, afinal, ainda estamos falando de um smartphone de 2017, com proporção 16:9.
Tela
A tela, utiliza tecnologia IPS-NEO, que é basicamente um painel IPS com uma nomenclatura própria da Huawei. Temos ótimos contraste e cores, até porque o celular conta com resolução de 2560x1440px.
O próprio sistema possui uma ferramenta de bateria que vai ajustando a resolução da tela e que eu nem percebi surtindo efeito. Mas no geral, você não vai encontrar nada muito melhor que isso no mercado não – no máximo a do Galaxy S8 e Galaxy S9 que trazem uma experiência mais interessante.
Um ponto chato dessa tela é que ela não possui um tratamento oleofóbico, então é muito mais fácil suas digitais aparecerem. Logo, uma película se torna quase que essencial, e não vem na caixa, então boa sorte para achar.
Desempenho e software
Possui processador Kirin 960, um octacore que tem metade de seus núcleos em 2,4ghz e outra metade em 1,8ghz. Em notas de benchmark esse modelo é bastante equivalente ao Snapdragon 835, topo de linha da Qualcomm no mesmo período.
Em testes reais um do lado do outro realmente a abertura de jogos é basicamente a mesma, então é fácil perceber que quando associado aos 4GB ou 6GB de RAM, o P10 Plus consegue rodar tudo quanto é aplicativo e jogo.
Processador parrudo com tela 2k é ótimo, mas é uma faca de dois gumes para a bateria.
Um dos principais diferenciais desse aparelho está no software. A primeira coisa que você nota é que tem horas que a EMUI é bonita e horas que ela é meio cafona, nos desenhos dos aplicativos por exemplo.
Tirando isso, temos menus bastante parecidos com a Apple, alguns fundos de tela bonitos, e claro, muitas opções de configuração.
Ele tem basicamente as mesmas possibilidade de gestos da linha Moto G aqui no brasil, atalho para captura de tela e funções de otimização de bateria bastante similares à Samsung.
O modo de economia pesada de bateria te deixa escolher 6 aplicativos que você pode abrir no total, mas você pode escolher qualquer um, então dá uma liberdade grande pra você sair pra fotografar com o aparelho por exemplo.
Ela possui um botão de navegação flutuante que pode ser útil para algumas pessoas e tem um modo de desktop que funciona na hora que você liga o equipamento em um monitor através da saída USB-C.
O Huawei P10 Plus conta também com atalhos para gravação de tela e aquele esquema de duplicar aplicativos para você poder ter dois Whatsapp.
Eu deixei passar um monte de funcionalidade, mas a questão é que além dos vários bloatware incômodos como o aplicativo de “espelho” que é basicamente a câmera frontal, ele traz funções à rodo, somando tudo que a Motorola e Samsung fazem.
Câmera traseira
A câmera traseira possui um sensor de 12 megapixels com abertura f1.8 e estabilização ótica. O segundo sensor é monocromático e possui resolução de 20 megapixels, com algumas funções bem legais como o modo retrato de boa qualidade e uma função de zoom de até 2x sem perda de informação.
Esse modo de zoom é feito através das duas câmeras em conjunto e perde desempenho em baixa luz quando comparado com modelos que tem uma segunda lente tele.
O próprio modo monocromático é muito bonito mas apenas útil quando você já quer ter uma ideia de como a imagem ia ficar na hora que tira a foto. Digo isso porque é possível chegar em um resultado muito similar tirando uma foto colorida e transformando-a em preto e branco.
Agora, se você já quiser aplicar um filtro e tirar a foto desse jeito, modelos como o Galaxy S8 vão perder bastante informação. É bom ter a opção e aqui isso não falta.
Algo bem bacana é o modo ultrarápido, em que eu configurei para que ele abrisse a câmera e tirasse uma foto sempre que eu apertar duas vezes o botão de volume com a tela desligada. A velocidade é ótima, mas você meio que tem de chutar onde estarão os objetos.
Você pode tirar fotos quando o volume chegar em uma altura específica, então dá criar qualquer tipo de cenário ou comando para disparar a câmera.
O botão de liga/desliga também pode ser configurado para tirar foto contínua ou simplesmente focar objetos. Não faltam opções de personalização.
O modo PRO aliás, é bem fácil de ser ativado, bastando arrastar pra cima para definir que configurações você quer pra sua foto.
Esse grande número de opções pode ser também o problema do Huawei P10 Plus.
Consegui tirar fotos em baixa luz incríveis selecionando “longa exposição”, inclusive melhores que o Galaxy S8. Porém, no modo automático o S8 leva vantagem e isso que é engraçado, porque o P10 Plus tem tudo pra levar a melhor nas possibilidades, mas faz algumas escolhas ruins.
Câmera frontal
A câmera frontal conta com um sensor de 8 megapixels e teima em aumentar a exposição quando não precisa. O modo de embelezamento é feito para o público asiático, então dá uma bela exagerada, o que não me agrada muito não.
Em questão de vídeo, estamos bem servidos, já que além das opções de ajuste de botões e modo pro, a estabilização ótica é de boa qualidade e é aprimorada digitalmente em Full HD.
No geral, dá pra dizer que o P10 Plus tem uma das melhores câmeras do mercado. Muitas opções, necessidade de paciência e conhecimento para conseguir melhores resultados, além de algumas funções únicas da marca.
Bateria
O chato é que talvez você não tenha esse tempo todo para tirar fotos ou gravar, já que de longe, o Huawei P10 Plus parece ter uma ótima bateria com capacidade de 3750mAh, só que esse é baita de um aparelho “gastão”, atingindo no máximo do máximo 5 horas de tela.
Outro problema da bateria do equipamento é que ele gasta bastante energia também em stand by, então deixar ligado a noite leva facilmente 12% embora.
O pessoal comentou que isso pode ter relação com o Wi-Fi, então desligar a sincronização automática pode ajudar. De qualquer forma, você vai precisar carregá-lo uma vez no meio do dia, tem jeito não.
O Galaxy S8 tesava nesse mesmo pique depois da atualização para o Android Oreo e já melhorou um pouco, mas ainda incomoda muito.
Felizmente, temos um carregador rápido que já ajuda bastante – ele basicamente vai de zero à cem em 1 hora. Mas de novo, precisa estar com o carregador e cabo proprietário para conseguir toda essa potência.
O P10 plus tem um microfone bastante aceitável para ligações e áudios do Whatsapp, já atende a banda B7 para 4G (uma das principais aqui no Brasil) e possui todos os sensores, coisa que um topo de linha realmente tem de trazer.
Conclusão
Sabendo de tudo isso, o Huawei P10 Plus pode fazer um estrago enorme na mão daqueles que querem tirar fotos de qualidade e que gostam de um bom desempenho, desde que você ande com uma powerbank no bolso.
Com um preço médio entre 430 e 500 dólares, eu particularmente acho que ele ainda se mantém competitivo mesmo com o OnePlus 5T na jogada.
Processador bom, construção bacana, funcionalidade à rodo e infelizmente uma bateria que geralmente não chega até o final do dia se você exagerar um pouquinho.
Deixe um comentário