A Lenovo começa o ano com uma grande novidade no mundo gamer, uma nova linha com nome e design mais simples, a Lenovo LOQ. Ele traz hardware pouco visto no mercado, com uma placa de vídeo RTX 2050, num corpo relativamente pequeno para uma máquina desse calibre, além de estar mais em conta. Será que um processador moderno e uma placa de vídeo que não puxa tanta energia ajudam essa máquina ou vai faltar desempenho?
Lenovo LOQ RTX 2050
- Processador Intel Core i5-12450H
- 16 GB DDR5 4800MHz
- SSD 512 GB M.2 2242 PCIe Gen4
- GPU GeForce RTX 2050 4GB GDDR6
- Tela WVA 15,6″ 60Hz (1920 x 1080px)
- Wi-Fi 6 11AX (2×2) e Bluetooth 5.1
- 2,4 kg
Construção
Para começar, o Lenovo LOQ entra numa espécie de nova categoria gamer “ultrafino”, que ganhou força em 2023 – e deve se expandir ainda mais em 2024.
Não é “ultrafino” de verdade, como se fosse um MacBook ou Dell XPS, mas você coloca ele ao lado de um gamer potente, e nota a diferença nas dimensões.
Outro atrativo da linha como um todo é o preço. O LOQ não substitui o Lenovo Gaming 3 e 3i, pelo menos ainda não. Na verdade, ele se encaixa no meio.

Existe o Lenovo Gaming 3i com GTX 1650, que é um pouco mais barato que esse Lenovo LOQ, com RTX 2050, que é mais barato que o Lenovo Gaming 3i com RTX 3050, e no topo, o Lenovo Gaming 3 com a RTX 3060. O salto é de mais ou menos 1000 reais por categoria.
Mas não entenda o LOQ apenas como um Lenovo Gaming 3,5. O design é bem diferente, começando pela construção. A proposta de simplicidade é aparente no acabamento, parecido com uma liga de alumínio, que dá um ar mais fino para o produto, embora não seja tão simples assim.
O LOQ possui a traseira avantajada, alguns centímetros além do limite da tela, que ajuda a dar espaço para as peças internas, e também carrega a maioria das conexões do notebook.
Isso é algo bastante comum em máquinas gamer avançadas, e não está presente, por exemplo, no Lenovo Gaming. Isso o torna menos simples, mas é uma troca válida. O que você perde em aparência, ganha em usabilidade, em temperaturas melhores.

Isso se você achar essa parte um problema. Eu não acho que deixa ele feio, mas não é tão simples. E as decorações em azul também dão uma cara mais gamer para ele.
Olhando para a praticidade da traseira maior, por aqui você encontra duas saídas de ar, o encaixe da fonte do notebook, duas portas USB, a saída de vídeo HDMI e a porta ethernet.
Nas laterais, como várias conexões foram para a traseira, a Lenovo consegue incluir saídas de ar grandes por aqui também. Mas se precisar, você encontra uma porta USB-C e outra padrão, além do fone de ouvido, nessas posições mais fáceis de acessar. E na direita, você encontra a trava mecânica da webcam.
É uma posição diferente para ela, geralmente as marcas preferem incluir uma cobertura física, que traz mais confiança para o usuário.

Na parte inferior, a tampa de plástico tem muitas perfurações, porém eu queria chamar atenção para os pés emborrachados, no fundo do note. Geralmente, para não derrapar, a ponta sempre é desse material. Só que dessa vez, a Lenovo, deixou o corpo inteiro mais maleável.
Não é algo que afeta a função principal do pé, que além de dar a base, também levanta o note – mas, a impressão que ele dá, é que você tem que tomar cuidado com o que fica dentro da mochila, junto do note. Algo mais cortante pode machucar o material.
Teclado e tela
Da parte externa, só faltou comentar do teclado e do touchpad, que no geral, são bons. O teclado tem teclas médias, com resistência até que alta. Nada que gere fadiga a longo prazo, mas você sente mais a resposta dele. Gostei de usar para escrever.
Por ser um note de 15 polegadas, as teclas não precisaram ficar apertadas também, apesar de que esse aspecto pode variar um pouco na versão brasileira, já que nós recebemos o LOQ modelo américa latina, não o ABNT. Quem comprar no Brasil receberá ele certinho para o nosso padrão. Não precisa se preocupar com isso.

Já o touchpad, tem tamanho mediano, mas eu senti dificuldade algumas vezes, para fazer movimentos mais finos. Não é algo que costuma ser colocado como um ponto negativo, mas achei estranho, pois a Lenovo costuma ser bem parecida nesse quesito – mesmo na comparação entre linhas mais caras e mais baratas.
Como eu comentei, a tela tem 15,6 polegadas para ser exato, na proporção 16:9, e resolução Full HD.

O painel é um WVA de qualidade mediana. Pelas medições do colorímetro, ele cobre 68% do sRGB, com contraste de 1110:1. Tem bons ângulos de visão, e um brilho de 286 nits. Está dentro do esperado para a categoria, com exceção das cores mais apagadas.
O que podemos colocar como ponto negativo é a taxa de atualização de 60 Hz. Isso porque, existem modelos gamers com frequência maior e mais baratos – e frequência alta costuma ser um grande atrativo para o público gamer.

Infelizmente, essa é uma limitação comum dos notes da Lenovo, até o Gaming 3i para em 60 Hz. Claro que o LOQ quer ser um modelo mais em conta – que terá algumas limitações – mas eu não esperava que essa fosse ser uma delas. Vamos ver se versões futuras do LOQ perdem essa limitação.
Mas existe uma outra questão aqui, porque uma tela de 120 Hz só é útil quando o notebook tem desempenho suficiente para rodar os seus jogos em 120 quadros por segundo. E será que o LOQ consegue?
Configuração
Claro que depende, mas no geral, a resposta é positiva. Vamos falar do hardware agora. O processador é o Intel Core i5 12450H. Ele é da 12ª geração, que possui aquela separação entre núcleos eficientes e potentes. Eles estão divididos igualmente por aqui, quatro para cada lado, para um total de 8 núcleos. Lembrando que apenas os núcleos de potência são multithread.
Passando pelo perfil completo, a placa de vídeo eu já comentei, é uma RTX 2050, de 4 GB de memória. São 16 GB de RAM DDR5 e 512 de SSD, e por enquanto essa é a única versão do Lenovo LOQ.

Removendo a tampa inferior, vemos que todas as memórias são substituíveis. O LOQ vem com os dois espaços de RAM preenchidos, formando o chamado dual channel – duas memórias trabalhando em paralelo.
Ter o dual channel já foi mais importante, na geração passada, com os notebooks com RAM DDR4 – no entanto, mesmo no DDR5, existe um pequeno ganho, então ponto positivo para o LOQ.
Para o SSD, são dois slots tipo NVMe, um já preenchido que pode ser trocado. Não vejo tanta necessidade, pois ele tem boa velocidade – 3468 MB/s de leitura e 2277 MB/s de escrita. Comparado com o Lenovo Gaming, não temos espaço para um disco SATA aqui, abandonando de vez esse formato mais antigo e lento.
Bateria e sistema de resfriamento
E vamos aproveitar que estamos aqui embaixo, para olhar a bateria, que, puxando a comparação com a geração passada, tem a mesma capacidade, 60 Wh. Até o carregador é igual, 135 W, com a mesma entrada.
Como todo notebook gamer, não dura muito na bateria, a menos que você diminua bastante o brilho da tela e não use quase nada do processador. Eu costumo conseguir em torno de 4 horas no meu dia de trabalho, isso com o modo silencioso ligado. Mas eu não recomendo, pois prefiro ter as ventoinhas funcionando.
Falando nelas, vamos para o sistema de arrefecimento do notebook.

Vou colocá-lo contra o Lenovo Gaming mais uma vez, para vocês verem o que o espaço extra rende para ele – porque as diferenças são pequenas, mas todas relacionadas ao tamanho.
As ventoinhas, essas não parecem maiores, mas o espaço dedicado para elas, é. Os heatpipes cresceram, e ao invés de dois, são 3 linhas passando pelas peças – um a mais que passa pela parte debaixo da ventoinha.
Vale comentar que a Lenovo desenvolveu um modo térmico inteligente, que equivale a vários modos diferentes. Ele identifica o tipo de uso do notebook, e troca de um perfil mais econômico para um que acelera a velocidade das ventoinhas.
Além disso, você pode configurar o perfil da velocidade manualmente, que eu prefiro. Geralmente as marcas preferem deixar o note esquentar um pouco para economizar energia, igual comentei, enquanto que eu prefiro gastar energia para manter ele mais frio.
De qualquer forma, o sistema está mais robusto, principalmente próximo das saídas de ar.

No uso do dia a dia, utilizando o modo térmico inteligente, o LOQ esquenta um pouquinho, mesmo sem usar a placa dedicada, mas nada preocupante, igual aos ultrafinos. Reparei que começo a sentir a temperatura aumentar quando fico com a CPU acima de 70% por um tempo. Isso deixa o notebook morno, e ele só esfria de verdade quando as ventoinhas ligam.
Rodando o Cinebench, a temperatura sobe um pouco mais, entre 60 a 70 graus internamente, que ainda é uma temperatura controlada. Enquanto falo de temperatura, deixa eu comentar também da pontuação dele, onde o 12450H se saiu bem. Foram 10200 pontos, em média, no teste rápido e 9990 no teste de 10 minutos.
Testei ele em todos os modos térmicos de onde a vantagem do modo “desempenho”, não chega a ser 5% maior. Na verdade, nos testes mais duradouros, a pontuação no modo inteligente costuma se manter mais alta, pois ele realmente segura melhor a temperatura.
Só lembrando que Cinebench não, necessariamente, representa o desempenho absoluto do notebook. Não só porque a placa de vídeo costuma ser o gargalo da máquina em várias atividades, como nos games, mas também porque a temperatura interna sobe quando a CPU e a GPU estão trabalhando a todo vapor.
Desempenho
Quanto mais quente, menos desempenho, e com duas peças aquecendo a parte interna, mais rápida a temperatura sobe. Então vamos para o teste prático, de desempenho e de temperatura.
No Valorant, o resultado foi ótimo, afinal o jogo é mais leve. Na configuração de fábrica, ele passa de 300 quadros por segundo, mas na forma que eu costumo testar os notebooks, a média foi de 258 quadros por segundo. Para essa modalidade, de shooter competitivo, seria ótima uma tela melhor, de 144 Hz.

Outro teste que fiz foi do Cyberpunk, para colocar o ray tracing da RTX 2050 para funcionar. No entanto, logo no RT baixo, a média não passava de 30 por segundo. Se mexer pontualmente em algumas configurações, fica estável pelo menos, nessa faixa de 30, mas não vai passar muito.
Para chegar mais perto da média de 60 quadros por segundo, considerando só os presets, precisamos abaixar a qualidade para o médio. Nele, a média foi de 52 quadros por segundo, de forma estável também.
Acho que esse é mesmo o resumo da capacidade do LOQ. A RTX 2050 fica para trás da 3050, mas se mantém estável, por não esquentar em excesso.
Conclusão
Vamos voltar então, para aquela pergunta do começo. Vale a pena pegar uma máquina um pouco menos potente, para ter uma máquina mais estável, que não esquenta tanto? No geral eu diria que sim, mas depende do preço.
Na comparação dentro da família LOQ, esse modelo está mais atrativo que o Gaming 3i, por conta do corpo mais robusto. Mesmo contra a RTX 3050. Só que no mercado como um todo, existem Nitro 5 e Dell G15, que podem estar até mais baratos, por serem mais antigos – e a tela de ambos é melhor também.
Precisamos ver onde o LOQ se encaixa, então, depois daquela queda de preço esperada, pós lançamento. Abaixo desses dois, na casa dos 4 mil reais, ele pode ser bom, desde que você tope a tela pior.
Você chegou a testar ele transmitindo para outro monitor? eu geralmente uso o monitor do note desligado e uso meu setup de monitores
A placa mãe dele consegue expandir a RAM para até 64GB?