A Xboom XG9 Power é a maior caixa de som portátil da LG, um modelo que veio para competir diretamente com a Boombox 3 da JBL. Eu já estou com ela há alguns dias e usei numa viagem, para ouvir música diariamente e até como uma espécie de soundbar para a minha TV, e nesse vídeo eu te conto o que eu achei dela e se vale a pena.
Construção e design
Eu citei a Boombox no início do review, e não foi por acaso. A JBL popularizou esse formato de caixas de som grande, com muita potência, graves e bateria. E a LG percebeu aí um nicho para apresentar seus pontos fortes.
A XG9 Power é uma caixa pesada, com 7,1kg e dimensões de 52 cm de largura, por 24,5 de altura e 19cm de profundidade. Mas, para facilitar o trabalho de carregar esse carinha, ela tem uma alça ergonômica de carregamento que facilita bastante o transporte.
Essa alça tem a parte interna com algum relevo para facilitar a pegada, e facilita mesmo, mas o peso dela é tão grande que incomoda carregar por bastante tempo.
Ela segue o padrão para essas caixas de som, mas não dá para negar que teve um toque da LG no design, que dá remete até mesmo a modelos antigos, como a linha PL.
Ela é toda em plástico, mas o corpo dela é revestido com um tecido bem rígido, que não dá a impressão de rasgar ou esgarçar com o tempo. Esse tecido também aprimora o som da caixa, e passa bastante elegância ao modelo.
Nas laterais, cercando os radiadores passivos, o plástico é emborrachado e não pega marcas de dedo, a não ser que ele esteja engordurado. Os cortes das extremidades são diagonais, e a inscrição Xboom fica nos radiadores.
As bordas deles são iluminadas, e você pode controlar essa luz no aplicativo LG Xboom. Mas eu falo dele já já.
Porque ainda falta falar de outra luz, que é a de palco, e é bem forte no máximo. No próprio app você consegue regular o modo de iluminação, o nível de brilho e as cores que gostaria de usar nesse modo palco.
Embaixo dessa luz fica uma entrada física para microfone, cabo auxiliar, USB e o modo service only. Não é a tarefa mais fácil do mundo abrir essa entrada, porque você acaba enroscando a mão na proteção dessa luz de palco, que eu tive medo de quebrar, inclusive. Essa entrada USB é para você carregar outros devices, e não para reproduzir conteúdo a partir de um pen drive, por exemplo.
No topo, você encontra o painel que tem o indicador de LED para bateria e os botões de toque para ligar e desligar, o bluetooth, volume mais e menos, o botão de play pause, sound boost e para ligar as luzes.
Aliás, se você apertar e segurar o botão de play/pause, ela ativa a assistente de voz do seu celular, seja Alexa, Bixby, Siri ou Google Assistente. Então dá para passar músicas ou fazer pesquisas por voz direto na caixa sem precisar do seu celular.
Eu só acho que essa função merecia um botão dedicado para isso. Eu mesmo descobri a função sem querer. Ou melhor, eu sabia que existia, porque conferi no lançamento, mas não lembrava como ativar.
Eu gostei porque ela fica reta no chão, e a LG, apesar de não colocar ângulos retos no design, deixou ela meio quadrada, então o risco de balançar e ela rolar é bem pequeno.
Por fim, o grande detalhe dessa construção é a proteção IP67, contra água doce e poeira. Eu lembro quando fui ao evento de lançamento, e a LG deixou uma dessa submersa na água e outra com areia até a metade para mostrar a proteção na vida real, e todas funcionavam.
Eu aproveitei que levei a XG9 Power para um passeio num lugar com piscina e fiz a loucura de colocar na água. Ela seguiu funcionando, claramente com as caixas abafadas, mas em menos de 3 minutos já dava para ouvir normalmente o som. Só mesmo o vidro que protege a luz de palco que ainda ficou com aquele vapor da água por um bom tempo.
Ou seja, a boa notícia é que você pode levar para a praia ou para piscina que, mesmo se acontecer um vento forte que leve a poeira ou caia água nela, tudo bem. Exceto se a água for do mar.
Alto-falantes e bateria
Mas além do tamanhão, a LG focou em algumas coisas para competir em alto nível nesse mercado de “caixonas” de som. E não podia começar por outra coisa: os graves.
O primeiro ponto que vale destacar é o algoritmo de aprimoramento de graves. Ele otimiza as frequências mais baixas em qualquer nível de volume. A ideia é que, independente do tamanho do ambiente ou do nível de volume, esse carinha seja capaz de entregar uma performance acima da média nos graves.
Mas algoritmos não fazem o trabalho sozinho. Ela também apostou em elementos da sua construção para conseguir esse grave mais poderoso. Começa pelos track woofers de fibra de carbono de 4,5 polegadas, que a gente não consegue enxergar, mas são capazes de entregar essa potência de som.
Mas como nem só de graves vive uma caixa de som, a LG caprichou nos tweeters, que têm compressão profissional, garantindo frequências médias e agudas bem equilibradas e não deixando o conjunto desequilibrado.
Falando em conjunto, ela entrega 120W RMS, sendo 80W para o conjunto de woofers e 40 para o de tweeters.
Outro atrativo para que ela bata de frente com a JBL é a autonomia de bateria, e a LG promete 24 horas ininterruptas de reprodução de conteúdo. Convenhamos que o único jeito de conseguir provar essa autonomia seria passar um dia inteiro acordado medindo o consumo, o que não é viável.
Mas eu posso dizer que passei um dia de trabalho inteiro ouvindo podcasts e músicas nessa caixa e ainda tinha 70% de bateria restante, mas isso com as luzes desligadas, pra não chamar tanto a atenção da minha filha. Então, pra dar conta de uma festa, de suas 5 horas, você não vai precisar se preocupar com bateria.
Mas quando você precisar recarregar, você vai precisar de mais ou menos 5 horas até ter a bateria completa. Diferente da RP9, que eu tenho em casa, essa não vem com o cabo de carregamento que você pode enrolar na base e seguir a vida normalmente.
Aqui a LG optou não por um cabo, mas por uma fonte, enorme, que lembra a de computadores mais potentes e antigos, vamos dizer. Essa fonte é aquela em duas partes, que vem num compartimento avulso da caixa.
Não encontrei o tamanho exato da bateria em mAh, mas o resultado que a XG9 me entregou foi impressionante. É tanta bateria que serve até como powerbank, entregando 10W de potência.
Conectividade
Você vai reproduzir música na XG9 Power de duas formas, pelo Bluetooth ou pela entrada de 3,5 milímetros. Aliás, você consegue conectar até nova caixas para reproduzir o mesmo som, mas aí eu tenho duas más notícias.
A primeira é que esse modo serve apenas para aumentar o volume, e não produzir som estéreo. A caixa, em si, entrega som mono, mesmo tendo dois woofers.
A segunda é que a conexão com outras caixas da LG só vale com a linha XG. Eu tenho aqui outras três caixas da marca: uma PL2, uma PL5 e uma RP9, e elas não se comunicam entre si.
O Bluetooth está na versão 5.1 e eu consegui conectar ela ao meu celular e à televisão ao mesmo tempo.
E como eu estou falando de conexões, vale comentar sobre o aplicativo. O Xboom, por sorte, é o mesmo que eu uso para meus outros aparelhos da linha, e ele ajuda em muita coisa.
Primeiro, é por lá que você controla a iluminação dos radiadores laterais e do modo palco. Eu já falei sobre isso antes, mas como o botão físico só liga ou desliga os dois modos ao mesmo tempo, é no app que você pode alternar um ou outro e usar os presets de iluminação para ambientar sua festa da melhor forma.
Por lá você também vê o nível de bateria e pode trabalhar a equalização. Eu usei na maioria das vezes pelo sound boost, que dá uma amplificada no som para ambientes abertos, mas que aqui funcionou muito bem, melhorando o som mesmo ouvindo no meu escritório.
Mas o grande atrativo, para mim, é a equalização. Para quem manja mesmo, dá para regular até seis bandas. Ainda tem um timer para desligar e você pode ativar o gerenciamento automático de energia, que é a função que desliga automaticamente a caixa depois de algum tempo de inatividade.
Por fim, se você for como eu e tiver arquivos em MP3 no celular, consegue reproduzir direto do aplicativo. Mas a maioria de vocês usa streaming de música, certo? O app funciona para Android e iOS. Mas a caixa em si é plug and play, então dá só para conectar ao Bluetooth e sair ouvindo seu som.
Qualidade de som
Bom, vocês vieram aqui para saber do som dela, certo? Eu basicamente usei em dois modos, ouvindo música conectada no Bluetooth do celular e como soundbar da minha TV da mesma forma.
Esse segundo modo não vai ser o mais usual para ela, mas eu estava curioso para saber como ela lidava com diálogos, em que não precisaria de um grave tão potente.
Foi surpreendente ver como ele foi fiel e entregou um áudio bacana. Mesmo não tendo falantes dedicados para os médios, ela lidou bem com isso, mesmo dando uma puxadinha para os graves.
Mas foi ouvindo música que ela brilhou. Não importa se em “212” da Ludmilla ou em “Me sinto abençoado”, do Felipe Ret, ela devolveu muita potência. Eu não senti que o grave incomoda, e rouba o resto das faixas, e os tweeters são os grandes responsáveis por isso.
Eles conseguiram entregar o equilíbrio necessário, especialmente na voz da Ludmilla, sem que os instrumentos de percussão ficassem de lado.
Mas foi em Humble, do Kendrick Lamar, que deu pra perceber os woofers trabalhando com força. E ela não decepcionou em volume máximo, mantendo a nitidez de todos os níveis.
Curiosamente, eu não percebi nesse modelo a assinatura da Meridian, empresa especializada em áudio que, por muito tempo, assinou o som dos produtos da LG.
Conclusão
Eu gostei muito do som, do design e da potência que essa caixa tem, e só vejo o peso como ponto negativo, porque é realmente incômodo carregar os 7 kg que ela tem.
Mas lá no começo do review eu disse que ela viria para concorrer diretamente com a Boombox 3 da JBL. Elas têm o mesmo nível de proteção, design parecido, nesse formato grande com alça e tem preço semelhante.
O que muda entre elas é a configuração de falantes, porque o modelo da JBL tem um subwoofer, dois falantes para médios e dois tweeters, enquanto essa trabalha com dois woofers e um tweeter.
A LG lançou a XG9 Go Power em novembro do ano passado por R$ 3000, e já caiu 10% no site oficial da fabricante. Mas no varejo ela já chegou a R$ 1999 nas Casas Bahia enquanto eu produzia esse roteiro.
O melhor preço que eu achei para a Boombox 3 foi de R$ 2374, com desconto à vista no Carrefour, mas ela está com preço médio de R$ 2499. Nesse cenário, com diferença de R$ 500, vale apostar sem medo na caixa da LG.
Lmilton diz
Ótimo seu comentário. Mas um detalhe que faltou foi como funciona o indicador de carga da bateria. E está difícil ver algo à respeito. Até no site da LG.
GheoSS Olliver diz
Comprei essa caixa, ela é top demais. Esqueceu de acrescentar às avaliações, a LG Xboom Xg9 permite quando o smartphone tocar uma ligação a pessoa falar diretamente pela caixa, já que ela dispõe de microfone, coisas que as JBLs da vida não permitem. Ou seja, se estiver na piscina, tocar o telefone será necessário sair pra atender caso seja às JBLs, coisa que não acontece com Xg9. Enfim, excelente construção e proteção e ainda com as luzes de palco ou nos radiadores passivos dá uma imponência à marca LG.