O Moto G9 Plus chegou mais cedo, quebrando, mais uma vez, a nova geração no meio. Esse ritmo mais acelerado de lançamentos é algo comum para algumas empresas, como a Xiaomi e a Samsung, mas, enquanto o ritmo ainda não está tão acelerado por aqui, ele não deu muito certo na oitava geração. Será então que o Moto G9 Plus conseguiu quebrar a monotonia ou vamos ver mais do mesmo?

Motorola Moto G9 Plus
- Processador Snapdragon 730G
- 128GB com 4GB de RAM
- Tela: LCD IPS de 6,8″ (1080 x 2400px)
- Câmera principal: 64MP (f/1.8) +8MP (f/2.2) + 2MP (f/2.2)
- Câmera selfie: 16MP (f/2.0)
- Bateria: 5000 mAh
- Android 10
Construção e tela
À primeira vista, deu para notar que o Moto G9 Plus finalmente levou à serio o nome, pois ele adiciona 12 milímetros em altura e 40 gramas ao Moto G8 Plus, que é um crescimento bem atípico para uma mesma linha.
O espaço extra possibilitou a tela alcançar as 6,81 polegadas, graças também as bordas mínimas e a adoção do furo no canto da tela para abrigar a câmera frontal. Esse ainda não é o maior modelo da Motorola nos últimos tempos, pois o Razr do ano passado é mais alto quando aberto, mas em questão de área útil, é, de fato, o G9 Plus que leva a coroa.
Já em questão de design, infelizmente não tem muito o que falar. O corpo de plástico reluzente, com um modulo enorme de câmera num canto, e o logo na marca no meio é praticamente o estilo padrão para todos os intermediários do ano.

A Motorola até tenta trazer algo diferente de vez em quando, como o próprio Razr, e alguns modelos da linha Motorola One, mas a linha G parece que virou produto secundário da empresa, ficando relegada ao caminho menos criativo e mais econômico.
A tela segue caminho parecido, e também puxa para o lado mais barato. Ela é feita com tecnologia LCD IPS, que por si só não seria um grande problema, no entanto, as cores são mais apagadas, e o contraste poderia ser melhor.
O tamanho bem maior também não ajuda muito, pois mesmo trazendo a resolução FullHD, a densidade de pixels é reduzida, diminuindo junto a definição de tudo que aparece na tela. Não chega a ser tão ruim, a ponto de você conseguir distinguir os pixels individuais com facilidade, só que se você parar para reparar com mais atenção, vai notar que os círculos não estão tão certinhos quanto poderiam estar, piorando ainda mais a situação da tela.
Onde teve mudança foi na forma de liberar ela. Por aqui, você não vai encontrar o leitor de digitais nem na traseira do celular, nem na frente, até porque a tela nem é AMOLED. Ele foi para a lateral, para você liberar com o dedão, ou com o dedo indicador se você for canhoto.

Não importa qual é a sua mão dominante, o desbloqueio é rápido e costuma ser certeiro, o único incomodo, talvez, é que as vezes você vai pegar o celular só para ver as notificações, mas acaba liberando a tela sem querer. Não é nenhum sacrifício se acostumar, mas tem gente que reclama bastante disso, então vale avisar.
Ainda por fora, o P2 parecia que ia sumir dos intermediários, mas felizmente, essa realidade ainda não se concretizou. Você o encontra no topo do celular, oposto à saída do alto falante, que fica na parte debaixo do aparelho. Falando nele, diferente das versões passadas, o G9 Plus deixou de ser estéreo, e essa saída ficou responsável por todos os sons externos do celular.
É uma pena, pois a linha Moto G era praticamente a última com intermediários que ainda traziam um som um pouco melhor, mas esse corte virou tendência, e era questão de tempo até a Motorola também optar por simplificar essa característica.
Desempenho
Em questão de conectividade, nenhuma novidade, ele utiliza Bluetooth 5.0, tem suporte a rede Wi-Fi de 5 Ghz, para quem mora numa região com muitas redes diferentes numa mesma área, e os principais sensores de navegação estão aí, o que pode ser algo bom para um carro, já que a tela maior também te permite ler mais coisas na tela, você só vai precisar de um suporte forte o suficiente para aguentar o peso dele.

Os 128GB de armazenamento proporcionam bastante espaço a esse grande celular, e com mais 4GB de RAM, junto do Snapdragon 730G, a evolução em desempenho de uma geração para outra foi significante. O G8 Plus já era ok, só que esse chip beira a ostentação, se a gente considerar o uso da maioria das pessoas, mesmo se você joga bastante.
No CoD Mobile ele fica na configuração máxima, no Mu Online também, e ambos de forma estável, e há benefícios até nos jogos mais leves, como um Arena of Valor, que é um moba que o Bruno gosta de jogar. Numa partida, a tela fica cheia de coisa, então o espaço extra do G9 Plus ajuda a deixar a jogatina mais confortável.
Bateria e sistema
E se você ainda tem alguma duvida se essa é uma boa opção para os jogadores de plantão, é só olhar para a próxima característica, a sua bateria. Não se faz um celular desse tamanho com uma bateria pequena, algo que a Motorola parece entender e por isso trouxe uma para o G9 Plus de 5.000 mAh, quantidade antes reservada apenas para a versão Power da linha.
Apesar de ser menor e com umas configurações mais simples, o consumo entre os dois é meio que empatado, por conta da boa eficiência do 730G. A única exceção é que, se você estiver jogando algo mais pesado, gravando em 4K ou fazendo algo mais pesado, que demanda mais do processador, o chip vai priorizar desempenho, aumentando o consumo de energia.

Para conservar, você pode diminuir a qualidade do chip, ou ativar o modo econômico, mesmo se ela não estiver vazia, porque dai as prioridades mudam um pouco. De qualquer forma, mesmo no “modo gastão” ele não tem um tempo ruim, e pode alcançar uns 2 dias longe da tomada, se você segurar um pouco mais.
Para carregar, uma surpresa, o carregador de 30W. Ele precisa de umas 2 horas, que é bastante, mas para essa quantidade de carga, no entanto ele carrega bem mais rápido no começo, e com uma hora, uma hora e meia, já consegue carregar bastante, mais de 60%, que nesse caso já é o suficiente para um dia inteiro de uso.

Tudo isso, tanto a boa bateria quanto o bom desempenho, são bastante auxiliados por um sistema relativamente simples e bem leve, quase o mais leve possível, pois a Motorola não faz praticamente nenhuma alteração em cima do sistema básico Android, apenas adicionando um aplicativo por cima, onde estão os Moto Gestos, algumas opções visuais e atalhos para as novidades do próprio Android 10.
É mais legal quando a empresa traz algo próprio, como a One UI ou a OxygenOS, que é a minha favorita, mas é melhor manter tudo básico, do que inventar demais, e desse jeito, a gente tem certeza que o resto do aparelho não será prejudicado.
Câmera
Só faltou falar das câmeras. A lente principal possui 64MP, fazendo uso da tecnologia quadpixel, que hoje está bem difundida no mercado. Ela está acompanhada de uma ultrawide de apenas 8MP, o sensor de profundidade, para fazer o modo retrato, e uma lente macro, ambos de 2MP. E na frente, a lente para selfies de 16 megapixels.
Esse nunca foi o forte do celular, mas a qualidade da foto está muito boa. Nas selfies, o rosto fica corado, sem muita saturação, e o HDR sofre um pouquinho, mas nada que arruíne completamente a foto.
Nas principais, você pode tirar as fotos com todos os 64MP, mas como é de costume, o pós processamento é bem simples, então geralmente o resultado vai ser melhor nas fotos com o modo principal. Existe também o modo noturno, que ilumina bem a foto e consegue limpar os chiados, mas não chega a ser melhor que a solução de outras marcas.
Pensando nas auxiliares, o recorte é bom, mas tanto nesse modo, quanto no ultrawide, a falta de luz prejudica bastante a foto final, e você também vai precisar evitar fontes mais fortes de luz. E tem a lente macro, que é bastante dispensável, sofre com qualquer situação adversa, mas pelo mesmo filma também.
Os vídeos suportam 4k, e tem estabilização boa, mas ele fica um pouco com aquele efeito gelatina, e o que aparenta ser uns problemas no foco, então, de novo, não é ruim, mas não é nenhum grande diferencial.
No final, é uma câmera boa, que está melhor que a do G8 Plus, mas evoluiu junto com o mercado, o que pode não ser o suficiente quando olhamos para aparelhos na mesma faixa de preço dele, porém que são mais focados em fotografia.
Conclusão
O Moto G9 Plus veio como uma grande opção para um mercado que está cada vez mais cheio, principalmente dentro da própria Motorola, que nesse ritmo mais acelerado de lançamento, passou a soltar 10 aparelhos quase iguais, que se sobrepõe, ao invés de estarem distribuídos para vários mercados diferentes.
Dentro desse mundo, o G9 Plus encontrou um espaço para ele, unindo tamanho com bom desempenho e uma ótima bateria, subindo a altura do A71, e outros intermediários com um toque mais premium.
O seu preço de lançamento, como sempre, estava exageradamente alto, mas agora está começando a aparecer por menos de 1800 reais, que começa a ser uma faixa mais razoável, o ideal mesmo seria por uns 1500 reais, mas vamos ver ainda se os celulares voltam a cair de preço tão rápido quanto antes.
O próximo passo é torcer para o G9 Power não tornar esse aparelho totalmente irrelevante, de novo, mas até lá, vale a pena pelo menos ficar de olho no Moto G9 Plus.
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