O Nintendo Switch é um dos consoles mais falados dos últimos tempos. Ele não só deu uma nova vida para o mercado de portáteis, como ajudou a Nintendo a se manter relevante depois do Wii U. Depois de 1 ano e meio, o sistema está bem mais maduro e a linha de jogos bem maior, mas será que ele vale a pena?
Design e construção
O grande trunfo do Nintendo Switch foi ser capaz de mesclar o mercado de portáteis e os de console de mesa, pelo menos do ponto de vista da Nintendo. Pra mim e pra muita gente que eu conversei o ponto é justamente esse, conseguir títulos profundos e de qualidade em qualquer lugar, coisa que o smartphone poderia prover mas que não é viável para um mercado que está acostumados com jogos gratuitos e muito baratos.
Conseguir jogar no Uber, em uma viagem, no sítio, no caminho para algum lugar sem precisar levar um trambolho, foi meu fator de compra, e para isso ele vai muito bem.
Às vezes a TV está ocupada e é só tirar do dock. Se estiver liberada, tenho uma baita tela para jogar. Estou com preguiça ou já planejando cochilar? Levo ele pra cama e já fico por lá. E dependendo do jogo e de suas exigências, é possível ter em torno de 3 a 4 horas de bateria através dos 4310mAh.
Ele tem uma entrada USB-C, o que o torna recarregável com qualquer power bank que temos por aí, e claro, é capaz de dividir o cabo com o meu celular. A gente fez um vídeo falando sobre como 2018 é o ano em que o USB-C vingou e acho que essa versatilidade é ótima.
A tela, para jogar em lugares bem iluminados não é das melhores e o brilho poderia ser até mais forte, mas no geral eu consegui usufruir bem. Não que eu queira fritar no sol junto com ele.
Catálogo de jogos
O catálogo aumentou bastante e o interesse das produtoras e distribuidores também cresceu com o sucesso do equipamento. Já tivemos algumas adaptações de jogos triple A bastante inusitadas como Doom, Skyrim, Wolfenstein 2 e até um remaster de Dark Souls.
Essa temática adulta se junta com ótimos jogos da própria Nintendo, como Mario Odyssey, Zelda Breath of the Wild e Xenoblade Chronicles, e ainda faz uma grande mistura com os jogos indies para deixar o catálogo extenso.
Isso aliás, é um dos problemas. Toda semana temos uma enxurrada de lançamentos de jogos na plataforma que não são sempre da melhor qualidade. Tem muito jogo independente experimental ou bastante simples com foco em mobile mesmo, e às vezes parece que o foco se perde no meio de tanta opção.
A Nintendo tenta ajudar melhorando um pouco as listas de mais vendidos e deals, mas alguns reviewers já se mostraram um pouco incomodados.
Um grande problema para mim não é nem a quantidade, e sim o preço. O Switch está saindo perto dos 2 mil reais aqui no Brasil, preço similar ao do PS4 e acima do Xbox. Só que apesar do esforço da Nintendo para trazer os jogos para o Real em sua loja Nintendo, não tem lançamento que saia por menos de 250 reais, ou até mais se você quiser uma mídia física que tem de ser importada.
Preços e acessórios
Os custos associados com o cartucho e com o processo de fazer o port do jogo – que demanda um kit exclusivo da Nintendo – também encarecem o jogo na própria loja. Há um tempo eu estava com vontade de comprar o South Park. No PS4 estava por 80 reais na promoção. No Switch? 60 dólares, mais de 250 reais quando consideramos as taxas. Alguns meses depois consegui pegar uma promoção de 30 dólares, mas ainda sim saiu 130 reais.
O mesmo vale para Mario Odyssey e Zelda que nunca baixam de preço e que me fizeram desembolsar quase 300 reais cada um. Então, se você quer jogar esses exclusivos da Nintendo ou jogos mais completos, pode se preparar que não sai barato.
Além disso, o que não sai barato é se equipar. Para o bem ou para o mal o Nintendo Switch tem muitos acessórios. São controles adicionais, case, película de proteção, adesivos, controles estilizados, borrachas para melhorar os direcionais e por aí vai. Tem coisa que eu acho super bonitinho, mas quase tudo sai uma paulada. São 400 reais só de controle. Dependendo do que você quiser jogar online, também precisa pagar 20 dólares por ano para conseguir.
Muito dos jogos gratuitos que eu ando aproveitando no console como Arena of Valor, Paladins e Fortnite não precisam pagar nada, já que abusam das microtransações para sobreviver, mas qualquer outro jogo pago exige a assinatura do serviço que guarda seus saves na nuvem e ainda te permite acessar mais de 20 jogos do NES. A cada mês tem mais 3 jogos novos.
O grande valor do Switch, no entanto, está nos jogos cooperativos locais. Primeiro que a Nintendo exige dos seus títulos algum tipo de interação, então vemos o Mario Odyssey possibilitando que você jogue simultaneamente com o Mario e com o Cap, faça um contra local no Mario Kart ou que consiga jogar em até 4 jogadores no Overcooked.
Isso é impulsionado pelo fato dos joycons virarem 2 controles menores logo que o Switch sai da caixa. E olha, esse Overcooked é o maior sucesso na família.
Para fechar, os 32GB de espaço que vem nele são bem limitados, mas o fato de aceitar cartões micro SD dá a liberdade de conseguir armazenamento de forma “ barata” – um cartão de 64GB fica perto dos 100 reais. Os próprios cartuchos ajudam na revenda, e infelizmente o pareamento via bluetooth para fones não existe, então tem de usar a saída p2 – coisa que eu gosto.
Conclusão
Sabendo de tudo isso, o que dá para concluir? 1 ano e meio depois o Nintendo Switch solucionou alguns de seus problemas. A lista de jogos está bem maior e bem mais versátil, você consegue colocar os seus saves na nuvem e até que temos uma lista legal de jogos competitivos gratuitos para aproveitar o console, que realmente virou uma mescla de portátil com mesa, algo que nenhum outro está conseguindo fazer.
O problema é o preço que você paga por tudo isso. Jogos são caros, acessórios são caros, manter seus saves na nuvem é caro, afinal, eles podem apagá-los se você parar de assinar. Isso vale a portabilidade? Bem, pra mim sim. Eu sempre tento comprar jogos físicos para poder revender e ter um orçamento mensal para não acabar estourando o cartão e nem jogar nada depois.
Atualmente eu até emprestei meu PS4 de tão pouco que andava usando, mas estou com saudade de triple A mais pesados como God of War e Uncharted, que quero logo jogar e que dificilmente chegam por aqui.
Caue diz
Nintendo é super ultrapassado… Aí já não vale mais a pena.
Só agora lançou um console pra rodar Skyrim kkkkkkk x box e os já rodam desde a geração passada que é por volta de 2008/09 se não me engano… 10 anos pra mais
Caio Henrique diz
A Nintendo possui um tipo específico de público e não está nem um pouco preocupada com o seus concorrentes (PS4 e Xbox One), pois ela não tenta concorrer de fato com eles.
O Nintendo Switch se vende simplesmente pela experiência que oferece, pois a Big N sempre foi mais ousada nesse quesito, sempre querendo inovar, e cada console novo que lança possui uma abordagem diferente e traz um novo conceito e forma de experienciar o vídeo game. As demais empresas concorrentes se acomodaram há muito tempo em um formato mais rentável e de baixo risco, investindo em potência de hardware e gráficos potentes.
Gosto de pensar que o público da Nintendo é, em geral, mais maduro na avaliação do que realmente faz um jogo ser bom e divertido, deixando de lado as características mais aparentes (como potência gráfica) e focando mais no gameplay por exemplo. Isso sem contar as franquias de sucesso, que são sempre cativantes e com fãs fieis, justamente porque não se enquadram em modelos estritamente focados nas vendas, mas sim na qualidade e manutenção do seu legado.
caue diz
quando falam jogo caro é caro mesmoooo… qualquer porcaria de jogo não os mais famosos custa 300 reais aqui… e o mesmo jogo na concorrencia custa 80