Algum tempo atrás nós fizemos um guia de projetores, passando pelos modelos mais baratos até chegar em alguns voltados para home cinema que eram Full HD. Só que o mercado mudou bastante e acabamos de receber esse BenQ TK800, um projetor 4K UHD, também para home cinema e esportes, que promete uma boa taxa de brilho.
Pronto, tudo funcionando e confesso que fiquei perplexo! Em uma distância de 3 metros da parede consegui uma imagem de 203 centímetros por 110 centímetros, ou em tradução direta, um pouco menos de 100 polegadas, que só é alcançado em 3 metros e 25 centímetros.
Isso já é com o zoom de 1,2x aplicado, então mesmo com o projetor parado no mesmo lugar você tem a versatilidade para conseguir fazer alguns ajustes.
O limite desse projetor é de 200 polegadas, mas daí se prepara que você vai precisar de um pouco mais de espaço.
O BenQ TK800 já vem com as configurações para ser configurado invertido, preso no teto. É bom saber que direto da caixa ele consegue fazer isso e facilita a instalação sem “gambiarras”.
Liguei ele ainda com a janela aberta e já achei uma imagem legal, mas foi na hora que eu fechei a cortina que deu o baque. Temos por aqui 8,3 milhões de pixels – o necessário para uma imagem 4K, o que torna esse projetor aqui um 4K certificado, apesar do uso de pixel shifting para conseguir tal feito.
Sinceramente? O salto de Full HD para o 4K me impressionou e ter isso em 100 polegada é melhor ainda, afinal, com uma TV do mesmo tamanho você gastaria consideravelmente mais.
Para jogar é bom demais ter mais detalhes. Conseguiria ter um resultado melhor com uma tela de projeção ou uma pintura adequada na parede, o que não é o caso aqui do estúdio.
Deu pra ajustar bem o projetor com os pés, que oferecem 40º de versatilidade para cima e pra baixo se ele estiver de ponta cabeça, é claro. Isso só funciona através da correção de Keystone que serve justamente para arrumar a imagem quando você muda o ângulo da projeção.
Desempenho e qualidade da projeção
O interessante do BenQ TK800 é que ele tem uma taxa de brilho maior do que a média, atingindo 3.000 ANSI Lumens. Isso quer dizer que você consegue enxergar melhor mesmo em ambientes com um pouco mais de luz.
Para vocês terem um parâmetro, em um ambiente com média iluminação, sei lá, luzes de escritório, é recomendado que você tenha 2.000 lúmens para fazer uma projeção de 72 polegadas.
Em uma sala totalmente escura, com esse nível de brilho, você consegue com certa facilidade uma tela de 120 polegadas. Então no caso dos 3.000 lúmens do TK800, a chance de conseguir uma imagem de 200 polegadas é grande.
Só para explicar com mais clareza, quanto menor a projeção que você precisar, mais iluminado poderá estar o ambiente sem afetar tanto a qualidade de imagem. Então, se você tem um bar e quer botar o Globo Esporte no almoço pode ficar legal.
Sempre bom lembrar que qualquer fonte de luz que incida diretamente na projeção atrapalha qualquer projetor, e numa intensidade menor, até mesmo TVs.
O único ponto é que esse aumento em brilho vai tirar um pouco a fidelidade de cores que só os mais exigentes vão notar.
Para ser um pouco mais específico, o BenQ TK800 entrega 92% do padrão Rec.709. O HT2550, outro modelo da BenQ bastante similar, chega em 96% ao diminuir o brilho para 2200 lúmens.
A roda de cores RGBW também ajuda na perfomance dos lúmens brancos, por outro lado lúmens coloridos perdem um pouco de brilho e fidelidade, mostrando que esse é realmente um projetor focado em esportes e pra ambientes um pouco mais iluminados.
O número de configurações é bom: é possível trocar perfil de cor, ativar o modo HDR – que diminui a resolução do aparelho para 1080P -, selecionar perfis pré definidos para cinema, esportes e games, além de mexer nos modos de energia.
No normal, temos 4.000 horas de uso da lâmpada, no SmartEco 8.000 e Economic 10.000. Se você assistir 2 horas por dia nesse projetor, a expectativa é que só precise trocar a lâmpada em 5 anos utilizando-o no modo normal.
Essas configurações também mexem um pouco no gasto energético que tem um máximo de 240W. Para assistir algo e estar 100% presente, eu não optei pelo medo econômico em nenhum momento, eu prefiro ter o projetor em toda sua potência.
Som, ruído e conectividade
O sistema de som de 5W até que vai bem se você não tiver outra opção e se tiverem poucas pessoas para assistirem contigo. Próximo ao aparelho alcançou uma média de 74 decibéis de pressão sonora.
As equalizações fazem efeito, mas é difícil imaginar que depois de pagar um preço alto no projetor, a pessoa não queira terminar o projeto completo de seu home theater.
Vou aproveitar que estamos falando de som para comentar do próprio ruído dele, que é bem baixo. Quase não dá pra perceber quando você começa a assistir algo. Só dá pra notar quando você desliga ele e a ventoinha continua funcionando por alguns segundos até desligar completamente.
Como é de se imaginar, ele esquenta, embora não seja um incômodo incomoda. Não tive problema com superaquecimento, mesmo depois de 2h30m de uso.
Eu não consegui ir mais a fundo porque não tinha a trilogia estendida do senhor dos anéis em mãos, mas não parece que ele tenha problemas nesse quesito.
Ainda temos as conexões VGA, que apesar de não entregar uma resolução baixa, ainda recebe um belo de um upscalling. Tem também um HDMI 2.0 que aguenta 4K a 60 quadros e o HDMI 1.4a que se limita nos 30 quadros.
Temos entrada e saída de som P2, uma entrada USB para você rodar conteúdo diretamente no projetor e o RS232 para controlar o projetor remotamente.
Conclusão
Ficou claro que se você está procurando um projetor de qualidade para substituir sua TV e conseguir um baita tamanho de tela, nada melhor do que subir a resolução e pegar diretamente um 4K.
O BenQ TK800 é um dos modelos de entrada no segmento e já entrega uma boa qualidade de cor, brilho e resolução. Ele manda bem na hora de criar um home cinema, servir de telão pra jogos ou para fazer algumas apresentações com maior qualidade, já que pensando 4,2kg ele pode ser considerado portátil.
Muitos vão comentar que os 11 mil reais cobrados por esse modelo são demais, mas é preciso comparar com TVs gigantes e ver que ela sempre saem mais caro.
Se você quer montar uma sala de home cinema enxuta, não tem jeito, projetores ainda são o melhor custo benefício.
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