Samsung CU8000: na briga pelo mercado de entrada

A Samsung CU8000 está disponível para vendas, e essa é uma TV especial. Depois do grande número de novidades da BU8000, com construção premium, painel com HDR melhorado, e o sistema com telas novas, a CU é a geração dos aprimoramentos. A Samsung aprendeu algumas lições com a BU e nós colocamos esse modelo à prova nesse review para saber se vale a pena.

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Construção e design

Para começar, a CU8000 veio acompanhada, novamente, de mais um modelo dentro da linha, a CU7700. Já posso adiantar que, assim como ano passado, a separação entre elas não é apenas o tamanho. Não é uma para 43 polegadas, e outra para 50, igual foi o caso por algumas gerações.

A CU8000 está disponível nesses dois tamanhos, e mais um monte, até 85 polegadas. Mas como sempre, fiquem focados aqui nos tamanhos menores, 43, 50, 55 e, no máximo, ali em 65 polegadas.

Mesmo com os upgrades ano a ano, para esses tamanhos muito maiores, o preço sobe demais, e as limitações do painel LCD normal, ficam mais evidentes.

Fique por aqui mesmo nos tamanhos menores, de preferência nas 50 polegadas, onde a CU8000 está mais confortável.

A construção continua sendo um ponto forte dentro da sua categoria. A tela é extremamente fina, o design que a Samsung chamada de Air Slim, é, talvez, o mais fino que um painel LCD pode ser.

Tão fina, inclusive, que alguns modelos do ano passado acabaram ficando um pouco envergados. Acredito que foi um pouco de descuido nosso, no entanto, é um ponto a se considerar. A finura toda do corpo também traz menos resistência. Esse é um dos casos onde um produto um pouco mais pesado, pode te dar mais segurança.

De qualquer forma, ela é uma das TVs de entrada mais bonitas do mercado, com esse atrativo extra, que torna ela interessante para quem busca uma TV para parede, ou para um suporte a parte. Você encontra as furações na traseira, caso esse seja o seu objetivo.

Caso você não queira pendurar, ela possui dois pés, paralelos, com ajuste de altura. O formato é reto, com uma cor um pouco diferente, tanto ele como o resto do corpo. Saiu do preto para um tom de cinza mais escuro. Muda a identidade visual da TV, mas não afeta a usabilidade de forma alguma.

A Samsung continua trazendo também o conceito de simplificação de montagem – algo sendo aplicado em toda a linha. Você não precisa de ferramentas, apenas escolhe a altura do pé, e encaixa ele na parte de trás. Fácil e rápido, só cuidado na hora de manusear ela pelos pés.

Conectividade e som

Em questão de conectividade, são 3 HDMIs, onde o segundo é compatível com o formato ARC, serve para passar o áudio por um cabo HDMI. Outra opção é a saída ótica, ou, até melhor, o bluetooth, que está na versão 5.2. O sinal é mais forte e a conexão com múltiplos dispositivos é estável. Hoje em dia, se o equipamento tem bluetooth, eu acho melhor usar ele direto. Evita cabos, e as vezes você até ganha algumas funcionalidades.

Ainda no tema conectividade, são duas portas USB, uma de 5 W, e outra de 2,5 W. Se você tiver algum acessório, presta atenção em qual porta está usando. Não vai queimar, nem nada, mas pode não prover energia suficiente, dependendo do caso. E diferente da Q65C, a CU8000 não tem as entradas AV. Fica o aviso para os donos de equipamentos antigos.

No caso da qualidade de som, a CU8000 continua com o bom e velho sistema de 2.0 canais, com agudos estridentes, e baixos ausentes. As frequências mais baixas realmente somem, mas é o padrão de toda TV de entrada recentemente, e até umas que não são de entrada. Nesse assunto, é onde eu vejo o maior espaço para melhorias em outras linhas e marcas.

Qualidade de imagem

Mas tudo bem, porque o que interessa mesmo é a imagem, o som dá para resolver com uma soundbar. Então vamos falar dela, mas antes, só aquele lembrete para vocês se inscrevem no canal e deixar um like, que nos ajuda bastante.

Esse ano, encontramos várias mudanças, mais do que eu esperava inclusive. Lembrando sempre que os painéis das TVs não são todos iguais, então pode ser que alguma característica da sua CU8000, esteja um pouco diferente do que eu observei.

Começando então com a analise técnica. Nas nossas medições, a CU8000 preenche 85% do espaço de cor DCI P3, com contraste de 3270:1, e brilho de 250 nits.

Esse ano, então, a TV ficou um pouco mais colorida, ganhando mais vermelhos e verdes. Apesar de que, nós percebemos que, em algumas situações, ela puxa muito o vermelho. Parece que está todo mundo bronzeado. No geral ainda está mais colorida, e melhor que o modelo do ano passado.

O que não mudou foi a tendência de saturar bastante a cor, da Samsung. Eu acredito que é uma tentativa de tentar te impressionar quando você vê ela lá, funcionando na loja, mas para grande maioria dos conteúdos, fica muito exagerado. Você consegue neutralizar um pouco o efeito, de preferência com uma ferramenta de calibração, mas ainda assim, dá para perceber perda de detalhes nas transições das cores.

Deixa a imagem mais forte, mais bonita, e, no geral, melhor que outros modelos LCD, no entanto não ganha de uma QLED, que consegue dar vida as cores, sem perder detalhes no meio do caminho.

Um ponto negativo, na verdade, é no contraste. Aquele valor, mais de 3000:1 é bom, é alto. Mas modelos dessas TVs com painel VA, hoje em dia, costumam bater quase 5000:1, como foi o caso da BU.

Na CU, você percebe que os pretos estão mais claros, puxando para o cinza já, prejudicando a profundidade dos pretos, e a homogeneidade da tela. Se você colocar uma cor sólida na tela, ela pode ter mudanças de tom em algumas áreas. Ambos são pontos que pioraram nessa geração, quando comparado com o ano passado.

Tudo isso em conteúdos SDR, ou seja, Youtube, TV aberta, e filmes mais antigos. Mas no balanço geral, como o brilho se manteve o mesmo, a CU8000 está equilibrada. Perde de um lado e ganha do outro.

A história muda um pouco quando partimos para conteúdos HDR. Assim como no ano passado, a CU8000 é compatível com o HDR10+, algo raro em TVs de entrada. Menos raro hoje do que foi no passado, mas ainda são poucos os modelos que suportam o formato mais avançado. Basicamente, com ele a TV tem mais informações, para ajustar melhor as cores e, principalmente, o contraste da imagem.

Se comparamos com TVs mais caras, claro que não está igual. O LCD, sem quantum dot ou mini led, é mais limitado. O que ela melhora é a performance do HDR10+, comparado com a geração anterior.

Assistindo, por exemplo, um filme novo – eu gosto de testar com o Pantera Negra por exemplo – você percebe que as texturas, e os detalhes, estão muito bons na CU, melhores que nos conteúdos SDR, que ficam com brancos estourados, e pretos sólidos demais, sem detalhes – e um teco a frente também da BU. Você até esquece, de verdade, que o contraste dela é menor.

Mas apesar dos elogios, essa minha CU8000 tem um problema. Ela está com a nitidez baixa, em situações de baixa definição. Ou seja, quando a imagem não é 4K – indicando, talvez, uma limitação do upscaling.

Objetos grandes e pessoas, não estão piores, mas no texto, dá para perceber bem o que eu estou falando. Fica uma fonte levemente desfocada, que talvez você não perceba do sofá, mas está diferente de perto. Por isso, os piores casos são nas telas iniciais das plataformas de streaming, qualquer uma delas, e com o PC plugado na TV.

Dá para ignorar no streaming, mas não no computador. E como alguém que gosta bastante de usar a TV como um monitor gigante 4K de 50 polegadas, eu diria que a situação da CU8000 nesse uso, não está legal não. Eu não recomendo as Crystal UHD desse ano, para quem quer essa experiência de monitor, não porque está horrível, mas dá para encontrar algo melhor pelo mesmo preço, ou até menos.

Sistema Smart TV

Outra limitação, ainda nesse tema, é que o sistema da CU8000 ainda não recebeu a mudança de proporção de tela, que você encontra da QLED para frente. É uma função pensada especialmente para a tela como monitor, um diferencial da Samsung, que te permite transformar a TV num monitor de 21:9 ou 32:9. Expande possibilidades, garante mais conforto, só tem ponto positivo, e eu duvido que o sistema não aguentaria tal função.

A CU tem apenas mais uma limitação no seu sistema, que ajudaria bastante, que é a calibração automática. Esse é um recurso do aplicativo, que está disponível para as QLEDs, e poderia resolver o problema do vermelho em excesso, com mais facilidade.

De resto, a interface Samsung, chamada Tizen, continua bem parecida com o ano passado, apenas com mudanças bem pontuais. Você pode configurar a posição dos ícones no banner agora, de preferência puxando as configurações gerais do fundo, mais para frente, e jogando o multitela para o fundo.

A página inicial possui suas 4 abas, mas uma delas mudou. Não em utilidade, mas na forma que ela é exibida. No caso é o “dispositivo conectados”, que virou uma aba, ao invés de uma opção dentro do menu, para ficar mais óbvio do que se trata. De mais importante, a câmera é uma forma de usar uma webcam, conectada pelo USB, por exemplo, para fazer vídeo chamadas, ou exercícios.

Só fica ligado com as necessidades de internet. Precisa ter uma conexão boa e rápida, e também não são todos os jogos que estão disponíveis dessa forma. Vale olhar o site das empresas antes de comprar essa TV por causa da função.

As outras são, a “mídia”, para os aplicativos e para o Samsung TV Plus – que alias, tem alguns canais do pluto TV agora, então tem mais conteúdo de antes, sem precisar baixar nenhum outro aplicativo.

O “ambient mode”, com, basicamente, telas de descanso, sumiu por enquanto, mas pode ser uma questão de atualização. Não seria a primeira vez. Eu só espero que ele estejam revitalizando a utilidade dele.

Depois, a aba “jogos” é a casa do Cloud Gaming. O Xbox Gamepass e o Geforce Now vem instalados, para você jogar em um console da Microsoft ou PC gamer, direto da sua TV. É um sistema bem legal, que eu já fiz vídeo aqui no canal, e continua sendo uma das formas mais baratas de jogar tanto num Xbox, quanto num PC.

Existe também o workspace para conectar o Dex, um Mac ou um PC, na TV, que não funciona tão bem. Vamos ser sinceros aqui, o delay é muito grande. Pelo menos para o PC. Mas se você precisa de uma conexão remota, e quer usar a TV para isso, tem essa opção aqui, apesar de que, como eu comentei, a CU8000 está ruim nessa parte. É aquele problema da nitidez.

Vale comentar que o Smart Things atualizou, está bom agora, com algumas funções próprias, que depende um pouco da TV, mas é legal. Eu comentei que a calibração automática, a CU8000 não tem, mas o Tap View funciona. Dá para dar uma batidinha no canto da TV, para conectar a tela ao seu celular, e mostrar ali o que você quiser. Tem delay também, só para avisar, mas pode ser uma saída caso esteja faltando algum aplicativo que você usa no Tizen.

Conclusão

Como ficou, então, a TV com melhor nome de todos? Em imagem, pequenas melhorias, mas nada extremo. O preço de lançamento é exatamente o mesmo da BU8000, 3200 reais no modelo de 50 polegadas. Alto, mas o importante é que o preço é o mesmo, não o valor. Isso porque a Samsung lança caro, depois de 2 dias cai, para cair mais ainda depois de 3 a 6 meses.

Vamos pensar então na evolução de preço da BU8000, que hoje está cara, 2800, mas já bateu 2500, que é o ideal. A BU, inclusive, teimou para cair, se justificando nesses valores mais altos, com uma qualidade que, no geral, é superior às outras TVs LCD.

Tem só um probleminha aí. A Q60B, lá na época, lançou por 3700 reais, distância segura para BU. Já a Q65C, a QLED nova, que é melhor, no preço do site hoje, está apenas 100 reais mais cara que a CU8000. O problema das LCDs, é que as QLEDs estão chegando com preço de entrada, deixando a competição acirrada.

Por isso, com certeza, vale mais a pena ir direto com a Q65C, que tem imagem, som, e sistema melhores, com aquelas funções de calibração e proporção de tela, que eu comentei.

O futuro da CU8000 depende bastante de quão grande serão as quedas de preço, mas já digo que ela não sobrevive, se for teimosa igual a BU8000. Tem que cair, bastante, 2500, para ser legal, e pelo menos 400 reais mais barata que a QLED. Caso contrário, é Q65C na cabeça.