A Samsung Q60B é uma TV com pé em duas categorias diferentes. Ela faz parte da linha QLED, então é um pouco mais avançada, mas ao mesmo tempo, a qualidade da imagem dela não é tão melhor que a linha de entrada da marca, a Crystal UHD. É bem provável que, sem colocar uma do lado da outra, poucas pessoas vão perceber o que está melhor, pois realmente são detalhes pequenos. E nesse review vamos falar se vale a pena pagar um pouco mais.
Samsung Q60B
- Tamanhos de tela: 50″ 55″ 65″
- Resolução 4K (3840 x 2160px)
- Frequência da tela: 60Hz
- Tipo de tela: LCD VA
- HDR10+
- 3 entradas HDMI e 2 entradas USB
- SmartTV com Sistema Tizen
Design e construção
Para começar, na parte externa a gente não vê muitas novidades. A Q60B utiliza o design Air Slim, super fina, quase reta, que fica muito bem pendurada na parede. Esse corpo chegou ano passado, para praticamente toda linha, o que continua verdade agora em 2022.
No entanto, para uma QLED, eu esperava uma base mais elaborada. São dois pés, paralelos, bem parecidos com o que a gente viu esse ano na BU8000. O próximo modelo, a Q65B, traz uma base centralizada, única, mais bonita, que também contribui para tirar a sensação de TV de entrada vista aqui.
O curioso é que a Q65B também não é uma TV muito mais cara. Vamos entrar mais a fundo nessa comparação mais para frente, mas eu cheguei a ver a Q65B apenas 100 reais mais cara, então parece ter sido uma escolha de design mesmo, e não um corte de custos. Talvez para deixar mais claro qual é a ordem dos modelos.
De qualquer forma, o pé paralelo não é feio, e tem altura ajustável. É uma inovação vista nas TVs com o design Air Slim, que te dá duas opções de altura. Parece besteira, mas é um bom diferencial, pois as vezes seu móvel é pequeno, ou então você prefere a tela mais alta. Te permite mais personalização para sala, e tem ainda o caso da soundbar. Se você tem uma em casa, pode deixar a TV mais alta, para colocar a barra embaixo dela. É uma opção que eu queria ter na minha TV.
Tamanho e conectividade
Por outro lado, você não tem muitas opções de tamanho com a Q60B. Ela está disponível apenas versões de cinquenta, cinquenta e cinco e sessenta e cinco polegadas. Vou dar minha opinião aqui também e dizer que não vejo isso como um fator limitador.
Esses três tamanhos são os únicos que eu recomendaria, mesmo se ela estivesse disponível em 75” ou mais. Até esse tamanho de 65” aí está um pouco demais, pois a qualidade do upscaling de resolução, da Q60B, não é muito boa.
Ela faz o básico, mas se você chegar perto, ou se aumentar muito o tamanho da tela, aí as imperfeições do processo começam a ficar muito evidentes, com uma imagem que fica devendo no campo de definição. A estratégia de trazer apenas tamanhos pequenos, então, para as TVs de entrada, é algo positivo, inclusive porque temos aqui a TV de 50”, tamanho bastante procurado e mais em conta.
Em questão de conectividade, são três portas HDMI, todas versão 2.0, e mais duas portas USB. Uma variedade legal, mas a novidade maior é na conexão sem fio, com o upgrade do bluetooth para a versão 5.2.
Nela, além da conexão ficar mais estável, você pode conectar mais de um dispositivo, e deixar os dois funcionando. É algo essencial para o funcionamento dos jogos em nuvem, para conectar dois controles e um fone sem fio, ou qualquer outra combinação que você conseguir imaginar.
Não é algo presente apenas na Q60B, mas representa um avanço perante os modelos do ano passado. Já o som está igual. São 2 canais, com 20 watts de potência, e alguns recursos extra de software, como o som em movimento. A Q60B tem um som equilibrado para novelas, filmes e séries, mas é claramente inferior ao que a gente encontra nas TVs mais caras da marca. Pelo menos, só com dois alto falantes, ela se manteve leve.
Qualidade de imagem
Bom, passamos pela construção, pelas conexões e pelo som, que, convenhamos, tá bem parecido com o que a gente vê em outras TVs. Mas como eu te falei lá na introdução, a semelhança que mais vale a pena a gente explorar, é na qualidade de imagem.
A Q60B fica muito próxima de dois outros modelos desse ano, a Q65B e a BU8000. Uma da mesma linha, só que um pouco mais cara, e a outra de uma linha abaixo, e só um pouco mais barata. Mas antes de tentar responder porque a Samsung lançou tanta TV parecida, vamos explorar o que a Q60B oferece no quesito qualidade de imagem.
Ela utiliza o painel QLED, que é quem define a linha. Isso significa que ela é uma TV LCD, só que um LCD avançado, com uma camada a mais, que tem objetivo de filtrar melhor as cores, para trazer uma cor mais pura.
Essa é a conversa de marketing, o que isso significa é que a TV é mais colorida, ou seja, ela exibe uma maior gama de cores. Um objeto vermelho tem mais tons de vermelho ali no meio, ao invés de ser um bloco monocromático.
Para medir esse valor, a gente segue o padrão DCI P3, onde a Q60B bate de 82% a 86%, dependendo do modo de imagem. É suficiente para ser considerada uma TV com ampla gama de cores, mas não tem a cobertura tão alta quanto outros modelos, que chegam em 90% por cento no mínimo, subindo até 100% em alguns casos. Muito colorida, mas dá para melhorar.
Além disso, seguindo com as outras características, ela tem 60 Hz de taxa de atualização, então sem diferenciais para o público gamer. O contraste medido foi de 2500:1, e isso na configuração “pura”.
Existem opções de contraste melhorado, que podem aumentar esse valor para 6000:1, e eles ajudam a reduzir o vazamento de luz padrão do LCD. No entanto, ela também pode adicionar artefatos de imagem, e não necessariamente deixam a cena melhor. Vai de caso a caso, então considere o valor padrão para comparações.
Em brilho, 350 nits. Não é um valor super alto, mas pode ganhar de uma janela com uma cortina normal, ou uma luz mais forte na sala.
A Q60B, então, tem uma imagem legal, com vários diferenciais, principalmente pelo preço atual. No entanto, agora entramos naquela questão lá da introdução, porque realmente, a maioria desses valores, a gente vê algo perto, na BU8000. Falta, na TV mais barata, o painel QLED, então se a gente colocar uma do lado da outra, dá para perceber alguns pontos onde a Q60B é superior, como as cores, mas não é muito melhor.
Outro ponto que aproximou as duas TVs, é a presença do HDR10+, também na linha inferior da Samsung. Com essa tecnologia, para resumir, os filmes enviam mais metadados, para sua tela controlar melhor o contraste e o brilho das cenas, e o resultando é uma imagem claramente superior. Antes, conteúdos sem HDR já ficavam parecidos, mas agora nem nos streamings com essas tecnologias mais avançadas, a QLED leva grande vantagem.
Ou seja, vamos resumir essa parte falando que, a Q60B tem uma imagem ótima. Bem colorida, com contraste legal, e até mais importante, vazamento de luz mínimo. Mas não seria por conta dela que você escolheria esse modelo.
Existem vantagens sim na QLED mais barata da Samsung, mas para maioria das pessoas, uma BU8000 já seria suficiente. Vamos então colocar um asterisco aqui na questão de imagem, e voltar para ele na conclusão, para entender porque eu acho que a Q60B é melhor que a BU8000.
Sistema Smart TV
Deixando um pouco a imagem de lado, acho que vale a pena a gente tocar num ponto onde, aparentemente, a QLED está levando a melhor. O fato é que, querendo ou não, a Q60B é de uma linha superior. Olhando para o histórico de TVs da Samsung, a gente vê que as QLEDs possuem um número menor de reclamações.
É normal que linhas mais avançadas recebam uma atenção maior, e talvez parte do motivo para gente ter essa percepção, é devido ao volume de vendas de cada linha. Mas, com as informações que chegam até nós, parece que vale a pena você investir numa QLED, se sua preocupação é a durabilidade da TV.
Outro ponto que a Q60B leva a melhor, é no seu sistema. Ela utiliza o Tizen atualizado, que ganhou uma boa repaginada visual, mas antes de falar dele, deixa eu falar do diferencial perante a BU8000, que é a presença da interface gamer.
Ela chegou na geração passada, e por aqui, você pode alterar uma série de opções próprias para o uso com PC. O mais importante, na minha opinião, é que dá para alterar a proporção da tela, do padrão 16:9, para 21:9 ou 32:9.
A tela se transforma num verdadeiro monitor ultrawide, e eu sempre faço esse ajuste quando plugo uma máquina nesses modelos com a interface. Inclusive, é muito confortável usar até a versão de 55 polegadas como monitor para o PC, pois nessas proporções, a tela fica um pouco menor. As barras pretas não incomodam, e você pode mudar para o 32:9, enquanto trabalha, e a tela cheia para assistir um filme de longe.
Por aqui, você também pode alterar outras opções, como a saída de áudio, geralmente para mudar entre um de ouvido sem fio e a TV, ou então ativar o modo de baixa latência.
Ele tem até alguns modos de imagem exclusivos para os jogos, com presets de acordo com o gênero do título. Eu não costumo obedecer muito eles, mas são mais ajustes simples, a sua disposição.
Quer uma TV para usar com o PC? Então pula a BU8000 e vem para a Q60B.
Falando mais das mudanças do Tizen, não tem mais nada que é exclusivo dessa TV, mas acho legal comentar sobre o principal, já que nem todo mundo conhece o novo Tizen.
Ele mudou a forma que organiza os menus, substituindo o antigo banner. Ele separa a tela inicial em quatro ou cinco abas, dependendo de como você conta. Duas são voltadas para opções, onde uma vai para os menus e a outra para dispositivos conectados.
Além dela, existe também uma aba para o modo ambiente, onde você escolhe uma imagem mais legal que o fundo preto, para aparecer enquanto você não utiliza a TV. Só não se esqueçam de não deixar isso sempre ligado, para não aumentar 200 reais na sua conta de energia.
Uma novidade é a aba exclusiva para os jogos em nuvem, o chamado Gaming HUB. É algo diferente lá da interface gamer, e, inclusive, as duas nem funcionam juntas. Aqui, na verdade, você tem um atalho para os aplicativos do Geforce NOW ou do XCloud, além de algumas opções pertinentes para esse uso, como a conexão dos controles.
Eles funcionam por assinatura, um com um PC super potente, e o outro como um XBOX Series S atrelado à TV. Você ainda precisa comprar um controle ou teclado e mouse, mas ainda assim, é uma forma muito mais barata de ter um PC gamer em casa, ou um XBOX. Esse último até mais, por conta da biblioteca do Gamepass.
Só é necessário ter uma boa internet, o que limita um pouco, geograficamente, quem consegue usar bem o serviço. Mas se você tem 200 ou 300 mega disponível na sua cidade, deve dar para jogar tranquilo, sem atraso ou travadas.
Por fim, onde você deve passar a maior parte do seu tempo, é no Smart HUB, onde estão todos os aplicativos, o Samsung TV, e algumas outras opções. Não tem muito o que explicar aqui, mas se vocês me permitem uma observação, é que eu queria uma forma de desativar o Samsung TV. Ele é legal, mas não tem nada mais chato que apertar o botão de home, e um canal aleatório começar a passar. É algo pequeno e que não diminui a qualidade do Tizen, mas me incomoda mais do que deveria.
E não podemos nos esquecer do controle da Samsung, que ainda recebeu mudanças perante o modelo de 2021. Ele ainda é o Solar Cell que a gente conhece, que não utiliza pilhas, e sim carrega com luz solar ou por USB-C.
Só isso já é um super diferencial, mas agora ele finalmente ganhou o botão da “engrenagem”, que a gente tanto pediu. É só apertar ele que pronto, você está nas configurações. Não precisa mais apertar home e segurar para esquerda por meia hora, até chegar lá. Era algo chato do Tizen da geração passada, que foi resolvido agora.
Conclusão
Por fim, só falta a gente falar do preço. E aqui eu vou te lembrar da BU8000. Lembrou? A TV mais barata da Samsung? A Q60B brilha ou cai de acordo com a relação dela com a BU8000.
Como vocês podem ver, a gente tem basicamente duas diferenças: a questão da imagem e a interface gamer. Ambos são adições ótimas para TV, mas que pode não fazer grande diferença para todo mundo.
E no começo, no lançamento da linha, realmente, não tinha porque pagar 500 reais a mais numa Q60B, que não faz muito mais que uma BU. Mas agora, eu já vi as duas numa diferença de preço de apenas 50 reais. Não falei errado não, é só 50 reais mesmo, isso quando não estão no mesmo preço.
É uma distância mínima, que faz a gente pensar mais na Q60B. E quando eu digo “pensar mais” quero dizer que definitivamente não tem porque economizar 50 reais numa Crystal UHD. É pequena a diferença? Mas uma vez, sim, mas as diferenças existem. Então pega logo a TV melhor, e quando se acostumar com ela, nem vai querer voltar para uma tela que não é QLED.
Deixe um comentário